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PanthFinder Veterano |
# set/08
e aí pessoal..to muito confuso quanto a que curso escolher. Alguém que cursa algum desses poderiam dar algumas opiniões?
-Engenharia mecânica -Engenharia de produção -Engenharia de automação(= mecatrônica? oO)
Procura, dificuldades, prós, contras, mercado??
Quem faz outras engenharias dê suas opiniões tbm sobre seu curso =)
Valeu galera!!, usei a busca, ok?? uhauhauha Os outros tópicos ficaram meio zuados oO
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oiio Veterano |
# set/08
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futuros engenheiros
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Robson Alviani Veterano |
# set/08
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Pretendo fazer este ano Engenharia Eletrônica mais precisamente em Telecomunicações =] isto se passar no vestibular aushsauhsauas
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PanthFinder Veterano |
# set/08
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oiio oO
Robson Alviani huahuauhahu poisé..aonde vc vai fazer?
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Cocaine_Girl Veterano |
# set/08
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Esse ano tentarei Agronomia - Engenharia Agronômica... (Tomara q eu passe no vestibular)
A procura é grande, principalmente aqui na parte sul do BR...
A única dificuldade q eu encontro nesse curso é ter uma matéria da qual eu odeio (química)...
O mercado é ótimo, principalmente nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, por serem territórios mto produtivos... (Fora q não existe agrônomo pobre)...
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erico.ascencao Veterano |
# set/08 · Editado por: erico.ascencao
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Aí vai a grade curricular da Engenharia Mecatrônica da POLI-USP:
1º Período Ideal Física Geral e Experimental para Engenharia Introdução à Computação para Engenharia Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia I Álgebra Linear para Engenharia I Geometria Gráfica para Engenharia Introdução à Engenharia Química Tecnológica Geral 2º Período Ideal Física para Engenharia II Laboratório de Física para Engenharia II Cálculo Numérico Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia Álgebra Linear para Engenharia II Representação Gráfica para Engenharia Mecânica A Introdução à Ciência dos Materiais para Engenharia
3º Período Ideal Física para Engenharia III Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia III Introdução à Mecânica dos Sólidos Mecânica B Introdução ao Projeto de Sistemas Mecânicos Introdução à Economia 4º Período Ideal Física para Engenharia IV Cálculo Diferencial e Integral para Engenharia IV Eletricidade Geral Mecânica dos Fluidos I Introdução à Manufatura Mecânica Estatística I 5º Período Ideal Laboratório de Eletricidade Geral para Mecatrônica Tópicos de Mecânica dos Sólidos Termodinâmica Computação para Automação Microprocessadores Aplicados à Automação Sistemas Dinâmicos para Mecatrônica Materiais para Sistemas Eletro - Mecânicos 6º Período Ideal Vibração Mecânica Transferência de Calor Complementos de Fabricação Mecânica Controle e Automação I Elementos de Máquinas para Automação Eletrônica Analógica para Mecatrônica
7º Período Ideal Créd. Sistemas Térmicos Controle e Automação II Acionamentos para Mecatrônica Eletrônica Digital para Mecatrônica Mecânica Computacional Mecanismos para Automação Programação para Automação 8º Período Ideal Introdução à Máquinas de Fluxo Projeto de Máquinas Modelagem e Controle de Sistemas Discretos Métodos Experimentais em Sistemas Mecânicos Sistemas Fluido-mecânicos Sistemas de Informação Princípios de Administração de Empresas
9º Período Ideal Projeto de Conclusão do Curso I Estágio Supervisionado em Engenharia Mecatrônica Introdução ao Cad/cam Mecânica de Precisão Empreendimento de Base Tecnológica em Mecatrônica
10º Período Ideal Introdução à Engenharia Ambiental Projeto de Conclusão do Curso Elementos de Robótica Redes de Dados e Integração da Manufatura Por Computador
Mais claro do que isso, só cursando...
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POSITIVE Veterano |
# set/08
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Vibração Mecânica Ui...
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erico.ascencao Veterano |
# set/08
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Procura São cursos concorridos. É bom estudar e fazer numa pública, se não conseguir aí são outros 500...
dificuldades A primeira é o vestibular, mas logo você percebe que na faculdade o buraco é bem mais embaixo. Tem que ser bem macho pra fazer Engenharia.
prós Se você fizer uma boa faculdade, você trabalha aonde você quiser (guardadas as devidas proprções).
contras Se você for paraguaio e desiste sempre, desiste agora!
mercado Você trabalha aonde você quiser.
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erico.ascencao Veterano |
# set/08
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POSITIVE Deveria estar estudando esta merda agora, mas to no FCC...
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PanthFinder Veterano |
# set/08
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erico.ascencao Vo faze federal, UFSC, q dizem ser uma das melhores engenharias da américa latina oO
Vc faz mecatrônica?
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paranauê Veterano |
# set/08
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Espero ano que vem ser um aluno do curso de Engenharia Elétrica na Poli ou na Unicamp.
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diego gr Veterano |
# set/08
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Elétrica - 2o semestre Só to fazenu uma cadeira agora: Calculo 2
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erico.ascencao Veterano |
# set/08
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PanthFinder Sim. Aqui o curso é "Engenharia Mecânica com Ênfase em Automação e Sistemas". Eu classifico o curso como 50% Mecânica, 25% Computação e Eletrônica e 25% Controle/Automação.
Dando uma olhada na grade que eu postei, dá pra perceber algumas diferenças para o curso de Mecânica mesmo. A Mecânica tem Termodinâmica I e II, e agente só tem I; - isso não significa que agente aprende menos, pelo contrário, agente toma mais ainda no cu porque tem um semestre pra aprender, enquanto os mecânicos podem miguezar um pouco no primeiro, passar pro segundo e aprender definitivamente - eles têm Transferência de Calor I e II, e agente só tem a I; - vale o mesmo que para Termodinâmica - eles têm Elementos de Máquinas I e II, Máquinas Térmicas I e II, Máquinas de Fluxo com mais aulas; enquanto agente tem só um Elementos de Máquinas, só um Máquinas Térmicas e Máquinas de Fluxo bem coxa.
Porém, temos Eletrônica Analógica e Digital separadas, e eles têm as duas juntas; temos trocentas matérias de computação; temos Controle I e II, e eles só têm I; enfim...
Se você pensa em fazer Mecatrônica/Automação e Controle, procure se informar da grade curricular da UFSC, e veja se te agrada. É muito importante você pelo menos simpatizar com o curso, caso contrário, vai fazer outras coisa.
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Henrique S. Veterano |
# set/08
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Procura, dificuldades, prós, contras, mercado??
procura, baixa em relaçao a vestibular, embora mecatronica e eng de produçao estejam mais concorridas ultimamente (nao considero menos que 10 por vaga concorrido)
dificuldades, bom o que costuma-se dizer é que na faculdade há um "choque" se voce passava sempre com A no colegio sem estudar, na engenharia a coisa muda principalmente se faz todas as cadeiras obrigatorias... (eu tenho um texto aqui que fala sobre, vou procurar)
pros, é um curso foda, se tiver bom desempenho, arruma emprego tranquilo, nunca se forma uma turma inteira entao falta gente ehuauhaehueahu
contra,se voce nao ficar louco, ta bom ja hehehe
mercado, nao é dificil arrumar emprego mas tambem nao vai chover propostas...
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PanthFinder Veterano |
# set/08
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erico.ascencao Aqui tem Automação e controle. Vc sabe as diferenças "reais" de mecânica e automação? Área de trabalho e tal..e pq preferiu a automação? Valeu!!
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PanthFinder Veterano |
# set/08
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Henrique S. Vlw véio, acha o texto ae...*vc faz o q?
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Black Fire Gato OT 2011 |
# set/08
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Faço engenharia civil, fazia engenharia agrícola, ambos são bons cursos, tem um mercado bom, você entra e descobre que é burro e que aquilo que tuas tias falavam de você ser o mais esperto do bairro era mentira, aí depois você perde o final de semana estudando, perde noites em claro, começa a tomar pó de guaraná com café, enfim, é batuta.
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PanthFinder Veterano |
# set/08
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Black Fire huahuauhauhahu pow cara..td mundo diz q eh loucura oO
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erico.ascencao Veterano |
# set/08
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PanthFinder O Engenheiro Mecânico vai ter assuntos de Mecânica em todos os seus detalhes. Geralmente o Engº Mecânico atua nas áreas Térmica (motores, ar condicionado...), Processos de Fabricação, Mecânica dos Fluidos (cálculo de bombas, dutos - vulgo "canos") e Automotiva, que acaba sendo uma junção de tudo isso. Aqui na USP o curso tem muita ênfase em Térmica e Hidráulica.
O Mecatrônico é um grane coringa. Com a formação que agente tem agente pode perfeitamente atuar como Mecânico, (no fim das contas, o diploma é de Mecânico) além da atuação nas áreas de Programação e Eletrônica (esta última um pouco menos). Você deve ter consciência que não vai trabalhar com tudo isso ao mesmo tempo, mas vai ter um bom conhecimento nessas áreas, o que te dá mais oportunidades.
Eu escolhi Automação pelo motivo padrão: "queria fazer robô". Mas a coisa é bem mais extensa do que só Robótica. Por exemplo: quem faz o sistema de controle de posicionamento de um avião? Sim, nós.
Quanto a ramo de trabalho, estou aprendendo só agora, no 3º ano, que o ramo de trabalho é muito mais extenso. A faculdade, além de te dar o conhecimento técnico, acima de tudo te dá um perfil, que no caso do engenheiro é diferenciado. Pela terceira vez: você trabalha aonde você quiser. Desde as empresas famosas da área (Volkswagen, Siemens, Promon...) até em banco, se você não for contra. Bancos adoram engenheiros, porque agente pensa e ainda sabe fazer conta, coisa na qual economista e administrador as vezes é pego desprevenido.
Hoje eu agradeço à entidade psicodélica que me fez escolher este curso. Não conheço a realidade de SC, mas aqui em SP tá cagando emprego pra engenheiro. E creio que a realidade não seja diferente no resto do Brasil, graças ao nosso querido amigo de 9 dedos - por incrível que pareça.
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erico.ascencao Veterano |
# set/08
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PanthFinder Ah, e todo o terror que te falam tem a sua parcela de verdade. Se não tiver, sai da faculdade e procure uma que te bote medo.
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PanthFinder Veterano |
# set/08
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erico.ascencao Valeu veio..muito bom!! Programação de programação mesmo?? de computadores? huauhauuhauha
queria fazer robô Faz parte da programação apenas?
Valeu pelas respostas cara..ahh..em q ramo vc quer trabalhar especificamente?
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erico.ascencao Veterano |
# set/08
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PanthFinder Tive três matérias de programação: - Introdução à Computação: programação numa linguagem chamada C, é a mais básica de todas, e serve pra fazer "programas que fazem contas" - Computação para Automação: programação em Java, que permite fazer programas de banco de dados, e também tive um pouco sobre estrutura de armazenamnto de dados (não vou conseguir te explicar o que é isso...) - Microprocessadores: esta foi a mais legal. Agente aprendeu a programar controladores. Na última experiência do laboratório, agente programou um "robozinho" que fazia um movimento de remador. Nas aulas teóricas, agente aprendeu como funcionam os processadores simples de computadores pequenos, tipo computador de celular, de microondas...
Eu gostei da parte de programação. Mas, a princípio, quero trabalhar num emprego que me dê dinheiro, que não me faça levar trabalho pra casa e que não precise trabalhar de fim de semana.
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PanthFinder Veterano |
# set/08
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erico.ascencao Mas, a princípio, quero trabalhar num emprego que me dê dinheiro, que não me faça levar trabalho pra casa e que não precise trabalhar de fim de semana.
Ae cara! chego onde eu queria huauhauhuah Tirando essa parte de programação, não tem mais nd q se encaixa nesse perfil né?
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PanthFinder Veterano |
# set/08
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em q ramo vc quer trabalhar especificamente?
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Black Fire Gato OT 2011 |
# set/08
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Ainda tenho minhas dúvidas se Produção é engenharia, parece mais um administrador que sabe um pouco de logística.
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Black Fire Gato OT 2011 |
# set/08
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Mas, a princípio, quero trabalhar num emprego que me dê dinheiro, que não me faça levar trabalho pra casa e que não precise trabalhar de fim de semana.
Ó as idéia.
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PanthFinder Veterano |
# set/08
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Black Fire Poisé..alguem saberia explicar o q especificamente um engenheiro de produção faz?
erico.ascencao Engenharia de automação(= mecatrônica? oO) huauhahuahua bateria de perguntas =)
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PanthFinder Veterano |
# set/08
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Black Fire Ele tah certo huauhahuahuauh
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thebassx Veterano |
# set/08
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na Escola de Engenharia que começa a ser destruída a nossa auto-estima. É na Escola de Engenharia que começa a ser forjado o nosso comportamento autodestrutivo, nosso desprezo pelos valores da própria profissão, nosso desgosto com a nossa própria atividade profissional. É na Escola de Engenharia que nasce a nossa falta de coragem empresarial e essa submissão inaceitável aos caprichos dos clientes.
Engenheiros, Médicos, Arquitetos, Advogados, Agrônomos, Dentistas...
Uma coisa leva à outra: toda vez que, numa conversa qualquer, o assunto "comportamento no mercado" vem à tona acabamos caindo nas inevitáveis comparações de engenheiros, arquitetos e agrônomos com médicos, dentistas e advogados...
Quando me perguntam o que eu acho disso (dessa comparação de profissionais tão diferentes) respondo sempre a mesma coisa: acho que essa comparação é JUSTÍSSIMA.
Se eu, engenheiro, por qualquer motivo, tiver de ser comparado com outros profissionais, acho muito justo que seja com médicos, com dentistas ou com advogados.
Afinal temos muito mais coisas em comum do que diferenças. Somos todos prestadores de serviços. Nosso produto (nosso serviço) é altamente especializado e todas essas atividades demandam profissionais com capacidade intelectual diferenciada. Ninguém chega a ser médico, advogado, dentista, agrônomo, arquiteto ou engenheiro apenas por ter um belo par de olhos, uma voz doce, algum dinheiro no banco ou um padrinho influente... A conquista de qualquer um desses títulos demanda qualidades e habilidades especiais, muito estudo e empenho (às vezes até muitos sacrifícios).
Temos, é verdade, muitas semelhanças, quando a comparação é feita no nível da qualificação. Porém, no exercício das profissões e no comportamento empresarial de cada grupo as diferenças aparecem e são enormes.
Neste texto concentramos nossas reflexões sobre a formação dos profissionais de Engenharia. No entanto, nossa experiência e a convivência com milhares de arquitetos e agrônomos dos mais distantes lugares do Brasil nos permitem acreditar que os conceitos podem se estender sem problemas também para esses profissionais.
Voltemos no tempo. Voltemos ao tempo em que essa pessoa (que hoje é um engenheiro) tinha seus quinze, dezesseis anos, um ou dois anos antes do vestibular. Esse moço ou essa moça é, muito provavelmente, um dos melhores alunos da sua sala (talvez da escola). É um expoente estudantil, requisitado pelos colegas, elogiado pelos professores, respeitado pelos pais (de quem é motivo de muito orgulho) valorizado pelos parentes, pelos vizinhos, admirado pelas garotas (ou garotos).
Comparemos nosso amiguinho com o estudante de quinze ou dezesseis anos que virá a ser médico, dentista ou advogado.
Veremos quase nenhuma diferença.
É isso mesmo. Na origem, são todos iguais. Têm o mesmo perfil, a mesma história, o mesmo rendimento. Todos são brilhantes e bem sucedidos.
Vem o vestibular. Ingressa, cada qual, na faculdade que escolheu... E é aí que as diferenças começam a aparecer.
Os estudantes de medicina e de odontologia são enquadrados em um ambiente novo, com pessoas que se vestem de uma maneira diferente, se comportam de uma maneira diferente e que estabelecem uma identidade visual (e, por decorrência, uma identidade psicológica) com a atividade profissional que irão exercer alguns anos depois.
Os estudantes de direito, já nos primeiros meses de escola convivem com professores que vêm para as aulas de terno, gravata, sapato social, barba feita ou bem cuidada. E o mais interessante: aqueles senhores e senhoras respeitáveis, bem vestidos e de fina educação (os professores), tratam os seus alunos por "senhor" ou "senhora", com toda a fineza e educação que a prática profissional recomenda. E estimulam seus alunos a acreditar e se convencerem de que são superiores. Que estão se preparando para "falar com o Estado" (privilégio que não é concedido a nenhum outro profissional...). Enfim, aprendem que precisam respeitar os outros, mas aprendem, antes de tudo, que precisam exigir respeito para si.
Nos últimos anos de faculdade, estudantes de odontologia e medicina já se vestem como se médicos ou dentistas fossem. Freqüentam clínicas e atuam como profissionais na área da saúde. Assumem, enfim, um ou dois anos antes de terminada a faculdade, todo um comportamento típico de médico. De dentista.
Os estudantes de Direito, por sua vez, a partir da Segunda metade do curso, já se vestem como advogados (roupa social, sapato, eventualmente gravata e um terno ou blazer...). Mantém com os seus professores e com os seus colegas um comportamento e um vocabulário apropriados para as lides jurídicas. E, o mais importante: são tratados, pelos seus professores, como Doutor. (Dr. Fulano, termine seu relatório até a próxima aula. Dr. Sicrano, esteja preparado para a prova final, na sexta-feira.). Apesar de ainda não terem concluído o curso.
Os estudantes de engenharia, ao contrário, a partir do início do curso, a única diferença que eles conseguem perceber na faculdade, em relação ao ensino médio é o grau de dificuldade (que simplesmente quintuplica!)
Não existe nenhum estímulo a um comportamento novo, nenhuma referência, um exemplo positivo de comportamento. Nenhuma motivação para um desenvolvimento psicológico alternativo. Nenhum elemento que interfira na formação do profissional do ponto de vista da sua imagem física composta de aspectos visuais e comportamentais. A vida social, no ambiente da faculdade, é muito restrita, quando não inexistente.
Além do mais, a faculdade entra na vida desses jovens como um elemento de ruptura. Os alunos são colocados em uma condição a que eles não estavam acostumados. Estavam acostumados a tirar notas máximas com a maior facilidade e, de repente, passam a sofrer e ter grandes dificuldades para obter notas mínimas ou médias. Deixam de ser respeitados pelos seus professores que se tornam distantes e autoritários e perdem a admiração dos colegas que estão todos desesperados tentando se salvar de uma coisa que ainda não estão entendendo direito.
Não que as faculdades de medicina, direito ou odontologia sejam fáceis. Ocorre que lá os estudantes têm compensações psicológicas que os estudantes de engenharia não têm. Essas faculdades, por diversos mecanismos, inexistentes nas escolas de engenharia, dão continuidade ao amadurecimento psicológico e social do futuro profissional. E, com isto, mantêm em alta a motivação e auto-estima dos seus estudantes.
Na engenharia não existe nenhum processo de acompanhamento psicológico para aquele estudante desesperado que teve a sua carreira de sucesso estudantil subitamente interrompida (mesmo os alunos que continuam conquistando notas altas, acabam sentindo a falta do aplauso dos colegas, do respeito dos professores e da admiração coletiva). E não existe ninguém para explicar o que está acontecendo. Ninguém para dizer a este estudante que ele não é tão inepto ou incapaz como, algumas vezes os professores parecem querer provar.
É quase geral, por parte dos professores, nas escolas de engenharia, a manifestação desnecessária de superioridade intelectual, o exercício gratuito de poder e o terrorismo psicológico.
E o estudante, que entrou na faculdade no auge positivo da auto-estima, vai recebendo, ao longo de cinco anos, das mais variadas formas, uma única mensagem: "Você não é tão bom quanto você pensava que fosse !".
Ao contrário dos estudantes de direito, medicina ou odontologia, que têm como professores, profissionais que atuam no dia-a-dia de suas atividades, os estudantes de engenharia passam cinco anos submetidos aos rigores (e, em alguns casos, caprichos) de engenheiros que não atuam, profissionalmente, como engenheiros e sim como professores, e que, portanto, não têm a vivência da atividade profissional e não têm a ciência ou a consciência das relações comerciais que vão definir o sucesso ou o fracasso dos profissionais que eles estão formando.
Como resultado disso, ao final de cinco anos, o estudante de engenharia se transforma em um engenheiro. E este engenheiro é completamente desprovido de auto-estima, de respeito próprio, de prazer profissional ou de consciência de mercado. Na metade do último semestre da faculdade, dois meses antes de receber o diploma e ser entregue aos leões do mercado, o estudante de engenharia ainda é tratado como mero es-tu-dan-te.
Em momento algum, durante a faculdade, o estudante de engenharia é tratado como engenheiro, em momento algum, durante esses cinco anos, a escola propicia a percepção da mudança de condição de estudante para a condição de profissional.
Estudantes de direito, medicina e odontologia, ao contrário, muito antes do fim da faculdade já têm uma noção razoavelmente clara das dificuldades do exercício profissional que eles irão enfrentar. Com isso vão desenvolvendo mecanismos psicológicos de defesa e saem da faculdade com maior grau de segurança. Entram no mercado profissional de cabeça erguida, com uma consciência de valor. E com todo o processo de construção da imagem profissional em andamento.
Estudantes de engenharia não são estimulados a se vestir bem, nem a ter preocupações com técnicas de comunicação ou relacionamento social ou de exercício intelectual não linear. Com isso acabam não desenvolvendo habilidades gerenciais ou de relacionamento com o mercado.
Esta é uma das razões pelas quais as organizações de engenharia são, quase sempre, extremamente burocráticas e conservadoras.
Engenheiros (ao contrário de advogados, médicos e dentistas) não comandam seu ambiente de trabalho. Por mais que detenham o conhecimento e a técnica, os engenheiros são, via de regra, pouco influentes em relação ao produto final, seja uma construção, uma instalação, um empreendimento complexo ou um processo produtivo.
O mais lamentável é que os engenheiros, via de regra, só vão perceber os resultados da negligência com a imagem física, a comunicação não-verbal e o comportamento no mercado, depois de já terem acumulado muitas perdas desnecessárias (algumas das quais, infelizmente, irreversíveis).
E qual é a utilidade desse discurso? Qual a importância de se colocar este tema no papel? Porque tornar pública esta opinião, que, com certeza aborrecerá alguns segmentos?
Ninguém é ingênuo a ponto de acreditar que a simples leitura deste ensaio leve um diretor de escola de engenharia, um professor, um estudante ou um profissional de engenharia a alterar o seu comportamento.
O que se espera é que essas pessoas, a quem o texto é dedicado, tenham um momento de reflexão. E que a esse momento de reflexão se siga uma atitude. E que essa atitude tenha como objetivo dar um futuro melhor para a engenharia no Brasil.
A engenharia depende dos engenheiros. E os engenheiros começam a ser formados aos quinze ou dezesseis anos, ainda no ensino médio.
Eu ainda acho, como sempre achei, que o conhecimento científico que é transmitido aos estudantes durante a faculdade de engenharia é fundamental. E que o valor da engenharia está sustentado na capacidade intelectual e técnica dos seus profissionais.
No entanto, vejo como importantíssima uma nova visão, nesse processo de formação do engenheiro, que leve em consideração todo o relacionamento social dos estudantes entre si e com os seus professores. É importante que, aos estudantes, seja transmitida uma visão mais clara das relações comerciais que eles enfrentarão na vida profissional, seja na condição de profissionais autônomos, empresários ou empregados em alguma empresa.
Em qualquer um desses casos as relações sociais são elementos definitivos para o sucesso. É um "detalhe" que faz toda a diferença.
O estudante chega ao curso de Engenharia cheio de sonhos com a auto-estima elevada, transpirando confiança e auto-respeito. É muito triste que, dez ou quinze anos depois esse potencial tenha se transformado em um sujeito cabisbaixo, sem consciência de valor, destituído de auto-estima e respeito próprio. Abrindo mão da sua natural vocação de agente do desenvolvimento para ser mero instrumento de trabalho para terceiros.
Na Escola de Engenharia o engenheiro precisa ser "construído" para ser um vencedor. Precisa ser estimulado a acreditar no seu potencial. Confiar na sua inteligência. E, acima de tudo, precisa aprender a importância de manter a cabeça erguida.
Ênio Padilha
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lovehatelove_fe Veterano |
# set/08
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Faço elétrica com ênfase em eletronica de potencia (sistemas de energia)!
Automação é muito parecido com mecatrônica sim.
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