Funk carioca pode ser considerado música?

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pianoid
Veterano
# out/15
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é a polícia do gosto contra a polícia do desgosto, relativismo absoluto

eu geralmente uso um contexto mais amplo que o meu gosto pessoal para julgar o valor das coisas: uso a humanidade como um todo e seus grandes feitos no âmbito do universo.

Talvez seus maiores feitos sejam como o sol em relação a antares, mas o funk é como um cocô congelado de astronauta a deriva em meio aos asteróides...

Wade
Membro Novato
# out/15
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que quer que algo errado

Corrigindo, algo que VOCÊ afirma ser errado.

Ninguém aqui (pelo menos não eu) falou em "gostar", mas sim que determinados estilos propagam coisas ruins, particularmente o tal "funk carioca" ou "proibidão".

Propaga pra quem? Pra quem ouve e absorve. Quem ouve e absorve proibidão? Quem gosta e já faz parte daquele universo.

Você lida com a situação invertida. Como se a violência fosse produto do Funk, quando obviamente é o contrário. O Funk (proibidão, especificamente) é que é produto da violência. É a expressão legítima e espontânea de uma subcultura que existe e que tem suas causas bem longe da música.

Você, como dito sociólogo das galáxias, deveria já ter percebido isso.

associação (historicamente falando) entre um ou outro estilo musical com o crime (e outras coisas mais) tal qual o dito "proibidão" daqui do RJ.

Derivações do Punk (Oi!, Streetpunk, Anarch)
Ska, principalmente, e algumas vertentes de Reggae que eram feitas pelos skinheads, que pregavam o hooliganismo (que inclui a apologia irrestrita à violência e ao machismo).
Vertentes de Rap.

Isso sobre 'crime'. Sobre o (outras coisas), vou considerar a perversão sexual. Temos:

Glam Metal (80's Hard Rock).
Alguns gêneros de Pop.
Ritmos nordestinos (Brega, Forró, Lambada).

Enfim. Já está claro pra todo mundo o ódio completamente pessoal que o senhor carrega especificamente contra o Funk. E isso o cega. Não dá pra discutir seriamente com tamanha carga de parcialidade.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# out/15
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renatocaster
Mas é disso que se está falando. Posso não gostar de "funk carioca", mas defendo que ele exista, que sirva de "porta-voz" de uma parcela da população, que se desenvolva, etc.
Não apoio crime, não apoio baixaria nem mistificações...
Abç

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# out/15
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Wade
Você lida com a situação invertida. Como se a violência fosse produto do Funk, quando obviamente é o contrário.
Não filinho. O dito "proibidão" é resultado, porém, ao se constituir em apologia da violência, ele se torna crime. Leia o Código Penal!
Você, como dito sociólogo das galáxias, deveria já ter percebido isso.
A muito tempo rapaz. Você é que quer negar que essa dita "expressão" não é crime. Quando isso é claro, quando a polícia carioca volta e meia, por força da lei, faz ações contra isso, inclusive apreendendo este material.
Todas essas outras manifestações que vc citou são questionáveis e qualquer um sabe disso. Aliás, o Oi é nazi-fascista, o que é execrável e é proibido. Aqui no RJ e em SP, a polícia já fez ações contra esses elementos.
Já está claro pra todo mundo o ódio completamente pessoal que o senhor carrega especificamente contra o Funk. E isso o cega. Não dá pra discutir seriamente com tamanha carga de parcialidade.
Leia tudo e vc verá que acabaste de proferir uma mentira. Vc não sabe o que vc está falando...

rcorts
Veterano
# out/15
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entamoeba

Cultura ruim dá origem a música ruim que, por sua vez, reforça cultura ruim.

Seu raciocínio ia bem até chegar nesse ponto. Existem músicas muito boas com péssimo conteúdo cultural associado. E vice-versa.

makumbator
Acho que ele considera ruim ter alguém dizendo quais crenças a pessoa pode (ou precisa) ter. Nesse ponto concordo com ele.

Concordo.

makumbator
E por isso não precisamos de mais controle através da polícia da música (ou a Musibrás, que sugeri em outro tópico). Cada um ouve o que quiser e dane-se se é ruim. O mundo é cheio de coisa ruim mesmo. Eu é que não vou ficar evangelizando por aí.

Flawless Victory!

JJJ

Assim como você e o Makumbator, minha opinião é de que cada um gosta do que quer. Isso não me incomoda, exceto se alguém sem bom senso estiver com um volume nas alturas desrespeitando meu direito de não ouvir. O cara tem direito de ouvir a merda que quer. Eu tenho o direito de não ouvir.

Embora eu não goste, nem do conteúdo musical, nem do cultural do funk, acho que as pessoas são livres para gostarem do que querem, simplesmente porque não há nada legal dizendo o contrário e ainda porque só de ouvir não estão cometendo um crime (vender drogas num baile funk: aí a situação muda de figura). E quanto à ética, ética de quem? essa é a pergunta.

E assim como as pessoas incorporam a cultura do meio em que vivem (como propôs o Entamoeba) penso que elas sejam livres para mudar de opinião quando quiserem, ou quando tiverem oportunidade. E se lhes falta oportunidade não é culpa do funk, senão do Estado, que é ineficiente em reduzir de uma vez o abismo social. O funk apenas oferece uma opção. Quando essa opção é a única, aí sim é alientante, mas continua não sendo culpa do funk em si, mas sim do Estado.

Quando eu era moleque bem novinho e não tinha opinião formada gostava até de Axé, porque era o que meus primos ouviam na época. Era a onda daquele momento. Quando eu passei a atribuir à música um valor maior do que o de um mero entretenimento comecei a me identificar com rock, depois com o blues. Nada a ver, eu sei. Mas eu tive minha liberdade para mudar de opinião quando meu ponto de vista também mudou.

Ken Himura
Ética? Ética moral, né? E fortemente influenciada pelo código de conduta do cristianismo. Eu, sinceramente, nem vou entrar nessa discussão porque por mim isso nem existia mais - talvez como peça de museu.

A ética nunca é imparcial, se altera com o tempo e entre diferentes culturas. Mas sua crítica tem todo fundamento. A nossa ética tem fundamento no cristianismo. E muitas vezes quem tece críticas ao cristianismo se apoia exatamente nele para defender seus preconceitos.

rcorts
Veterano
# out/15
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Mauricio Luiz Bertola
O dito "proibidão" é resultado, porém, ao se constituir em apologia da violência, ele se torna crime

Neste ponto específico, concordo plenamente com você. Se é tipificado como crime é uma vergonha que nada seja feito a respeito. A Lei no Brasil tem vários pesos e várias medidas. Por exemplo, enfrentar o poder de traficantes é muito barra pesada mesmo.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# out/15
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rcorts
Cara, isso aqui no RJ é coisa de descalabro!
Eu ainda sou professor de escola pública (estadual), do curso de formação de professores. Os moleques do 1º grau (aos quais felizmente não leciono mais), que moram nas favelas aqui de Niterói, vem pra escola com celulares tocando esse troço, eivado de palavrões, ameaças aos policiais e demais autoridades do Estado (até a professores!), apologia do consumo de drogas, pu..... e fazendo odes a chefes do tráfico; temos 2 garotas de MENOS de 14 anos (que dizem) grávidas "do bonde" (significa, ou de vagabundos ou engravidaram no baile funk - nesse caso nem sabem quem é o pai!!).
Se isso não é um problema de segurança pública (mas não apenas isso), eu não sei o que é...
Abç

makumbator
Moderador
# out/15 · Editado por: makumbator
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Mauricio Luiz Bertola
Eu não acho correto. Racistas como os KKK ou Nazis devem ser banidos. Ponto-final.

No meu caso, eu explanava sobre a proibição ou não da veiculação do discurso deles (e não sobre suas práticas criminosas). Há vários países que proíbem esse tipo de discurso, enquanto outros (como os EUA) permitem sua existência e publicidade. Nos que permitem não há crime na veiculação do material.

. Se vc reler as minhas postagens aqui verá que sou contra certo tipo de "funk", pelo que ele causa de mal à sociedade (particularmente da minha cidade). Sou à favor de que tal tipo de música exista, seja veiculada, tenha artistas significativos e evolua com uma síntese com outros estilos.

Mas aí você quer que o estilo evolua da maneira que te agrade. Bem, pode ser que quem faça e ouça esse tipo de música não deseje o mesmo tipo de desenvolvimento que você espera. Quem controla isso? a Musibrás?

Aliás, no Código Penal Brasileiro, o artigo 287, enquadra este tipo de coisa. Aliás também, isso nada tem à ver com um estilo em sí.

A discussão original do tópico (e a minha também) é saber se o funk é ou não música. Isso não tem nenhuma relação com ser proibido, código penal ou o que for.

Pra mim, mesmo se for escrita por um serial killer canibal comedor de criancinha ainda é música (pois no meu entendimento, a retidão moral do autor é irrelevante). Como naquele caso do Wagner (genial racista dos infernos).

O estilo pode ser proibido por decretos baixados pelo imperador da pica das galáxias, que ainda será música. O EI pode querer matar todos os funkeiros que ainda assim pra mim continua sendo música.

Outra coisa: Rock é um estilo de música como outro qualquer, e tem coisa ruim e coisa boa.

Pro meu saudoso maestro todas eram igualmente ruins. Mas mesmo pra ele elas eram música (do tipo ruim, obviamente).

Bandas (oi)que fazem apologia do nazismo, por exemplo, são criminosas, e devem ser reprimidas com base na lei (artigo acima). Não é questão de "gosto pessoal" como vc insinua, mas sim de causa e efeito e da lei.

Tá, mas o que isso tem a ver com o fato de ser música ou não? Por exemplo, Charles Manson compôs e gravou umas canções. Pra mim elas são música mesmo o autor sendo um degenerado, criminoso, assassino, racista, manipulador de mentes e lunático.

Mendelssohn (outro gênio de primeira linha), tem textos assustadores contra judeus em algumas de suas obras vocais (e isso mesmo ele sendo um cristão novo filho de um dos primeiros judeus a entrar legalmente e se estabelecer em Berlim, que à época proibia entrada dessas pessoas). Mesmo ele sendo um judeu "integrado", e alemão até o ossos, suas obras foram banidas durante o nazismo. Não adiantou nada ele fazer uma certa apologia contra os judeus em sua música...

O gostar (ou não) e ter restrições em ouvir tais obras acho até normal (eu também tenho esses sentimentos ás vezes). Mas repito, pra mim continuam sendo música. MESMO que eu não goste, sejam feitas por criminosos e proibidas pela ONU.

Aliás, mais uma vez, se vc morasse numa favela aqui ou tivesse que conviver com esse troço e tudo o que está à sua volta e o que ele representa, num instante tu relativizaria essa tua opinião... Que, aliás, respeito.

Mas você não sabe aonde eu moro né Bertola? Como pode afirmar esse tipo de coisa? Pois bem, moro em um bom bairro da minha cidade, mas em sua fronteira há um bairro de classe mais baixa (e eu moro perto dessa fronteira). Da minha janela vejo algumas casas mais simples. E em uma delas de vez em quando (não é frequente, mas acontece uma ou duas vezes a cada dois meses, mais ou menos) alguém coloca funk no talo (e sertanejo também).

Em 2009 (quando me mudei pra cá) a pessoa colocava aquele funk do Pet (é o Pet, é o Pet, é o Pet...) no dia que o Flamengo foi campeão. Era bem irritante (mas confesso que no início eu dei risada). Minha irmã é professora estadual, e sei bem desses tipos que andam com celular tocando funk, não respeitam ninguém e engravidam garotinhas de 14 anos nos bailes.

Outro detalhe óbvio é saber que não é preciso morar na favela pra ser afetado pelo funk (ou na roça pra ouvir sertanejo). Isso está em muitos lugares (e cada vez mais entranhado no pop). Só tende a crescer.

Se isso não é um problema de segurança pública (mas não apenas isso), eu não sei o que é...
Abç


Concordo que seja um problema de segurança pública. Mas pra mim continua sendo música...heheheh!

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# out/15
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makumbator
Mas aí você quer que o estilo evolua da maneira que te agrade.
Eu disse isso? Acho que não. Não coloque palavras na minha boca por favor,
A discussão original do tópico (e a minha também) é saber se o funk é ou não música. Isso não tem nenhuma relação com ser proibido, código penal ou o que for.
Dei minha contribuição ao tópico demonstrando que certas vertentes desse tipo de música são questionáveis. Se vc não aceita isso, é questão sua.
Pro meu saudoso maestro todas eram e são igualmente ruins.
Isso é questão dele, não minha, e foi vc quem o trouxe para a discussão.
Tá, mas o que isso tem a ver com o fato de ser música ou não?
Música é. Apologia ao crime, também. Ou não é? Qual seria a sua fundamentação jurídica para contestar o artigo do Código Penal?
suas obras foram banidas durante o nazismo
Nós já discutimos isso antes. É o advento do fenômeno políticoi do nazismo (e sua posterior derrota e revelação de seus crimes) que torna o anti-semitismo crime, sendo antes disso questionável moralmente - Até os Papas católicos exararam bulas condenando o anti-semitismo antes mesmo da Idade Moderna.
Felizmente moro em local em que não sou perturbado por bailes funk à todo volume, mas vejo seus efeitos...
Mas pra mim continua sendo música...
Pode até ser. Mas é também um problema de segurança pública, de criminalidade e de indigência cultural, um triste sintoma de nossa sociedade desigual. Eu tento, ao longo de minha carreira como educador e historiador, me contrapor à isso.
Abç

entamoeba
Membro Novato
# out/15
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rcorts
Existem músicas muito boas com péssimo conteúdo cultural associado. E vice-versa.

Sim. Mas, se não me engano, eu estava falando de "boa" no sentido ético. Não tive chances de falar de estética nesse tópico!

makumbator
Moderador
# out/15 · Editado por: makumbator
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Mauricio Luiz Bertola
Dei minha contribuição ao tópico demonstrando que certas vertentes desse tipo de música são questionáveis. Se vc não aceita isso, é questão sua.

Veja bem, eu até as acho questionáveis em muitos aspectos, mas pra mim não é esse o assunto original do tópico.

Apologia ao crime, também. Ou não é? Qual seria a sua fundamentação jurídica para contestar o artigo do Código Penal?

Não há fundamentação jurídica Bertola, pois isso não é do escopo judicial (definir o que é ou não música). Eu repito: Pode ser apologia ao crime ou o que for que ainda vai ser música. O que um tribunal tem com isso, oras? Nada, obviamente. Então qual a utilidade de fundamentação jurídica para atestar se é música ou não? É algo que foge ao direito e não se aplica de maneira nenhuma na discussão. Não estou negando que algumas dessas obras sejam criminosas, entretanto mais uma vez reitero: isso não as torna desprovidas de característica musical.

sendo antes disso questionável moralmente - Até os Papas católicos exararam bulas condenando o anti-semitismo antes mesmo da Idade Moderna.

O que nunca impediu que locais (como Berlim na época dos antecedentes do Félix Mendelssohn) fizessem legislações proibindo expressamente a entrada ou moradia de judeus nos perímetros da cidade. Moralmente podia ser questionável, mas legalmente não era. E o ambiente cultural era extremamente anti-semita.

Isso é questão dele, não minha, e foi vc quem o trouxe para a discussão.

Óbvio que fui eu, pois queria demonstrar a subjetividade sobre o que é ser boa música ou não. E que isso se altera grandemente de acordo com a pessoa/período. É por isso que sou contra inciativas que tentam definir qual é a música certa.

Eu disse isso? Acho que não. Não coloque palavras na minha boca por favor,

Calma Bertola, você não disse isso, mas essa foi a conclusão que cheguei dentro do que compreendi de seu pensamento (não afirmei que você falou exatamente tal coisa, ou que essa minha conclusão estaria 100% certa com suas ideias). Mas eu também não disse se morava em favela ou não (e você já concluiu antecipadamente, e de maneira errônea, sobre como é a região em que resido). Então é uma via de mão dupla, né?

Mas é também um problema de segurança pública, de criminalidade e de indigência cultural, um triste sintoma de nossa sociedade desigual. Eu tento, ao longo de minha carreira como educador e historiador, me contrapor à isso.

Acho tudo isso ótimo. Só não concordo com não ser música e com a tentativa de definir qual a música certa para a sociedade. APENAS isso.

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# out/15 · Editado por: Wuju Wu Yi
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Percebi ao decorrer do tópico, que todos possuem um ponto em comum, mas estão discutindo por este ponto não estar muito claro.

Um sintese resumida é, o funk é música, é um gênero.

Dentro deste gênero, existe subgêneros surgidos do crime, e de uma cultura de depravação moral.

Este subgênero deve ser combatido.

O gênero funk por si é inocente. Seu contexto que é o vilão.

O Bertola está correto de se indignar perante tanta apologia a coisas erradas e tomar tal apologia por crime, o Wade.. está correto em afirmar que a cultura que produz o funk proibidão, e não o contrário, eu até já tinha dito isto. (mesmo que este subgênero alimente essa cultura, mas ai torna-se uma discussão de ovo e galinha, e ai voltamos na justa indignação do Bertola).

Interessante todo esse rumo da discussão, porque está claro que o problema é a cultura marginal onde o funk está inserido (que consequentemente produz funks nocivos), e não o funk em si.

A conversa tomou um ambito social que acho mais justo do que tentar jogar toda a farinha num saco só. Agora bem separado a cultura relacionada ao proibidão, com o funk gênero musical analisado musicalmente.

Ai se formos para uma analise musical, caimos no post bem feito do renatocaster. Resumidamente creio não ser muito necessário discutir sobre o assunto. É uma maravilha? Não. É legal? Para alguns é. Bem divertido. Assim como vários outros gêneros não são tão complexos quanto um chorinho ou um jazz, ou uma sinfonia de beethoven, mas que todo mundo gosta mesmo assim.

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# out/15 · Editado por: Wuju Wu Yi
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Entendi o ponto de vista do colega makumbator. Ninguém deve julgar e tentar censurar ilegitimamente o que cada um faz, mas ai coloco uma diferença. Ninguém deve julgar e tentar censurar o que cada um faz ou como se expressa, Se essa pessoa estiver de acordo com a Legislação.

Casos como volume alto, músicas indecentes que geram atentado ao pudor, ou apologia ao crime, deve receber a devida censura prevista em lei sim, independente de ser originado no funk, no rock, ou até uma opera se fosse o caso.

makumbator
Moderador
# out/15 · Editado por: makumbator
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Wuju Wu Yi

porque está claro que o problema é a cultura marginal onde o funk está inserido (que consequentemente produz funks nocivos), e não o funk em si.

mas ai torna-se uma discussão de ovo e galinha

Mas é difícil mesmo separar o ambiente cultural da música produzida ali. Então pode ficar mesmo nesse loop de ovo ou galinha. Acho que os dois se reforçam (a música reforça e contribui para o ambiente continuar de certa maneira, e o ambiente por sua vez molda a música criada). Mas é claro que essa discussão é muito maior que o âmbito puramente musical.

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# out/15
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makumbator
eu concordo. alias penso que com certeza se reforçam. o que é um problema.

mas deve-se haver imparcialidade e pensamento friu e justo de que o funk em si é apenas um ritmo, que inclusive possui outros subgêneros que são abordados de uma forma diferente da que normalmente se relaciona, como já citei, e outros colegas também citaram aqui no fórum.

é uma questão complicada. deduzo por exemplo que o funk enquanto gênero potencial para se aflorar coisas novas e interessantes, está sendo vitima e barrado pela relação imediata que se faz ao funk e a cultura marginal do gênero proibidão. o que é outro problema.

rcorts
Veterano
# out/15
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Wuju Wu Yi

Por isso eu disse em um outro post, o problema é misturar (música e cultura) num balaio só. Apesar de que a crítica pese mais sobre o pano de fundo social, NA MINHA OPINIÃO, musicalmente o funk é também extremamente pobre e repetitivo. Mas essa é minha análise não como um mero ouvinte e sim como músico (que acredita ser um), que já teve contato (inclusive teórico) com outros gêneros considerados mais elaborados e que pessoalmente não tem muita paciência com esse "batidão".

Enfim, o conteúdo musical pode até ser relativizado. Já quanto ao contexto social do funk, acho até que há uma certa homogeneidade de pensamento aqui no cifra club.

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# out/15
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rcorts

Bom, o funk de anos atrás é dividido em meio eletrônico, e baladinhas com batidão tipo mc leozinho e perla. Poderia ser uma baladinha como de qualquer outra banda de rock, com a diferença que é com violão e o ritmo caracteristico do funk. que me agrada.

o funk 'eletronico' tem mais enfoque na parte ritmica como se é feito na música eletronica em geral, com os pads e etc... como disse o Ismah posts atrás. É um universo difícil de engolir para 'musicos de verdade' que tocam instrumentos como piano ou qualquer outro instrumento tradicional. é meio dividido musicalmente. Muitos nem consideram DJ's musicos por exemplo. Eu particularmente prefiro só curtir e não julgar. Rsrs.

seriam os pads instrumentos e os DJ's músicos? Para mim particularmente sim. O foco deles é bastante ritmico.

rcorts
Veterano
# out/15
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makumbator
Mas é difícil mesmo separar o ambiente cultural da música produzida ali. Então pode ficar mesmo nesse loop de ovo ou galinha. Acho que os dois se reforçam (a música reforça e contribui para o ambiente continuar de certa maneira, e o ambiente por sua vez molda a música criada). Mas é claro que essa discussão é muito maior que o âmbito puramente musical.

Apesar de eu ser um que propõe essa separação para análise, reconheço que é difícil, senão improdutivo tentar separar uma coisa da outra. A música se origina na cultura, e se torna um produto desta. É incrível como um rapper que passou a vida inteira no gueto tem extrema naturalidade naquele lance das rimas, dos gestos e da entonação vocal. Tudo é muito natural e autêntico, porque o cara se sente um peixe dentro d'água.

Se um cara extremamente bem educado e de uma condição social mais elevada tentar fazer o mesmo, por melhor que seja, não terá a mesma vivência que o rapper do gueto.

Uma coisa é certa. Os caras do funk são bons e eficientes na porcaria que fazem.

Todos

Antes que me apedrejem, não estou afirmando que funk é bom ou que gosto de funk. Estou afirmando apenas que é autêntico. Parece que os caras se sentem "o próprio funk". De vez em quando aparece um que nitidamente faz só pelo dinheiro, mas a maioria parece comer, vestir e respirar o funk.

rcorts
Veterano
# out/15
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Wuju Wu Yi

Sim, eu sei. Mas veja, pelo tom do próprio tópico, e até mesmo pelo significado que o termo funk tomou no imaginário coletivo atual, eu me referi apenas a estes funks mais escrachados atuais como o proibidão e o ostentação.

Aliás, coisa que eu nem sabia é que funk tem vários subgêneros, e a mídia dá muito destaque principalmente ao ostentação atualmente. Apesar de que o proibidão também é muito conhecido e muito criticado pela sociedade em geral.

Confere: http://www.funk.blog.br/2015/03/tipos-de-funk-subgeneros.html

Lelo Mig
Membro
# out/15 · Editado por: Lelo Mig
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Se a moderação deletar, irei entender, o que aqui irei postar é desaconselhável para menores, só postei prá elucidar onde quero chegar, fiquem por sua conta e risco.

Tá!!... faz de conta que eu acredito!

Neguinho paga de "muderninho", liberal, aceita tudo, sem preconceitos, blá blá blá.......mas quero ver o discurso do "muderninho" se pegar o filho ou a filha ouvindo estas paradas:







De boa, podem me achar careta mas, filho meu, só ouve isso o dia que tiver sua própria casa e pagar suas próprias contas! Por ora, enquanto é sustentado, pagamos suas contas e a mãe rala feito uma mula, vai é estudar... e muito!

Abrimos mão de muitos "confortos" e "mimos" pessoais para que ele estude na melhor escola que podemos bancar (bastante acima de meu nível),... se escolher ser um energúmeno, no futuro, será por suas próprias razões.

makumbator
Moderador
# out/15
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Lelo Mig
Neguinho paga de "muderninho", liberal, aceita tudo, sem preconceitos, blá blá blá.......mas quero ver o discurso do "muderninho" se pegar o filho ou a filha ouvindo estas paradas:

Ironicamente, hoje vi uma notícia um pouco nessa linha (mas com o Luan Santana). Foi em um portal (acho que do ig). Não acho a notícia agora, mas era basicamente o caso de um pai que chegou mamado em casa e ficou puto com o filho que ouvia Luan Santana. Aí o cara ficou louco e quebrou um monte de coisa em casa quando o filho riu da ordem dele para que ouvisse Raul Seixas....hahahah!

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# out/15 · Editado por: Mauricio Luiz Bertola
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Lelo Mig
Taí a prova de meus argumentos....
Mas... tem gente que aceita isso na boa... beleza...
https://www.youtube.com/watch?v=EcBaHMA1LvM
Abç

Wade
Membro Novato
# out/15 · Editado por: Wade
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mas quero ver o discurso do "muderninho" se pegar o filho ou a filha ouvindo estas paradas:

Seria uma decepção, obviamente. Até o momento, não vi uma pessoa sequer nesse tópico expressando gosto por esse tipo de Funk aí. Ele é o objeto da discussão atual, mas eu não preciso gostar pra tomar partido.

O problema muita das vezes nessa discussões é justamente esse. A incapacidade de alguns de separar o argumento do autor. Discursar afundado em parcialidade e expandir isso pros outros. Se eu defendo o direito de McBandidinho fazer o Funk proibidão dele, é porque eu gosto e sou defensor desse tipo de música. Isso não faz o menor sentido.

Portanto, respondendo à pergunta:

Primeiro acredito que, recebendo a educação que lhes dei, meus filhos não irão se interessar por este tipo de música, pois as raízes que levam a isso procurarão ser evitadas (não por mim, por ele mesmos).

Mas, como do futuro não temos controle, se porventura um deles começar a ouvir isso, será uma decepção grande pra mim. Porém, o que eu vou fazer? Caçar MCs com fuzil na favela? Não foram eles que enfiaram o MP3 no celular do meu filho. Sendo eles novos demais (crianças ou pré-adolescentes) não permitiria por achar inadequado. Sendo já adolescentes morando sob o meu teto e minha responsabilidade, permitiria que ouvissem desde que não me fizessem ouvir por consequência ou qualquer outra pessoa que não o queira. Que se tranque no quarto e ouça. E que fique nisso. Até então, é apenas música. Ouvir uma música que fala sobre cocaína não significa cheirar cocaína. O segundo passo seria inadmissível. O primeiro, perfeitamente normal.

Sendo maiores de idade e independentes, até o segundo passo (usar droga) se quiserem, estão livres para fazê-lo.

Lelo Mig
Membro
# out/15 · Editado por: Lelo Mig
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makumbator

"o caso de um pai que chegou mamado em casa..."

Entendo, claro, sua colocação e concordo que o que educa é o exemplo.

Mas, sem pretensão, filho meu nunca me viu "mamado"... na verdade, nem meus pais. Todas cagadas que fiz na vida (e confesso foram em número razoável) fiz sozinho, assumindo meus erros e consequências.

Fui educado ouvindo meu pai dizer:

"Se um dia colocar uma farda, tira na esquina e vem prá casa nú... fardado não entra em casa!".

Obs: A "farda" no caso é uma alusão, uma figura simbólica, ao "se colocar acima da lei, das regras" e não a vestimenta.

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# out/15
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Mauricio Luiz Bertola

Tenho medo desses 'comandos'. Passo longe dessa vida. Bandidos Assassinos. Admito que ver este vídeo me incomodou muito.

cafe_com_leite
Veterano
# out/15
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Tipo, o Lelo fala até da escola que o filho dele estuda, quando a pergunta do tópico é:

Funk carioca pode ser considerado música?



O M&G virou uma versão patética do OT.

rcorts
Veterano
# out/15
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Fui!

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# out/15
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Fui!

makumbator
Moderador
# out/15
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Vim!

P.S. Só pra ser do contra.

FELIZ NATAL
Veterano
# out/15
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O M&G virou uma versão patética do OT.


OT sênior

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