Sobre marcas, grifes, logos, política e custo-brasil

Autor Mensagem
JJJ
Veterano
# nov/13


Recentemente, se avolumaram discussões sobre estes temas, porém em tópicos errados. Se houve, de minha parte, alguma culpa, não tenho problema nenhum em pedir desculpas a quem quer que seja.

Mas acho que os assuntos são importantes demais - e muitos aqui podem opinar sobre eles - para deixarmos de falar.

Que aqui no nosso país temos preços absurdos (não só em instrumentos musicais, mas em quase tudo) é fato. Super-valorização, olho-gordo, abuso tarifário, roubo, etc. e tal. Todo mundo sabe.

Mas, vamos só nos lamentar quanto a isso?

Bom... eu não vou repetir a historinha piegas do passarinho que levava água no bico pra apagar o incêndio na floresta... Mas, se podemos discutir sobre o assunto, apontar alternativas, ou até mesmo simplesmente desabafar... Por quê não?

Nos outros tópicos, a discussão não cabia, realmente. Neste, cabe.

JJJ
Veterano
# nov/13
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Lembrando sempre que a discussão deve se manter dentro das regras do FCC e com respeito mútuo, ok?

renatocaster
Moderador
# nov/13
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JJJ

Que aqui no nosso país temos preços absurdos (não só em instrumentos musicais, mas em quase tudo) é fato. Super-valorização, olho-gordo, abuso tarifário, roubo, etc. e tal. Todo mundo sabe.

Quando leio coisas assim, a primeira coisa que me vem à cabeça são os preços das Epiphones praticados aqui no Brasil. Acho que são dos instrumentos de origem asiática (exceto Japão) mais superfaturados que temos por aqui.

Nesse caso em especial desta marca, acho que entram dois aspectos que vc mencionou: Super-valorização e olho-gordo. Claro que os comerciantes daqui praticam isso para várias outras marcas, mas eu acho o caso da Epiphone demais.

Slash_1989
Veterano
# nov/13
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Vamos fazer um protesto!

Luisfelp FR1
Membro
# nov/13 · Editado por: Luisfelp FR1
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JJJ

Curti sua iniciativa de criar esse tópico pois essas discussões estavam sendo feitas no tópico ''Por quê vocês gostam tanto de Stratocaster?'', ou seja em um lugar em que o assunto principal não é este, então acabou por descaracterizar um pouco a proposta do tópico que era discutir stratos e/ou compará-las a outros modelos e não falar sobre a burocracia de preços no Brasil e outras coisa do gênero.

MMI
Veterano
# nov/13 · Editado por: MMI
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JJJ

De quem é a culpa? Em última análise, é nossa, minha, sua, dos usuários do FCC e todos os brasileiros.

Há pouco tempo teve uma reportagem no UOL falando de preços de carros, que aqui temos os carros mais caros do mundo. Mas vale toda a análise se trocarmos "carro" por "guitarra" ou mesmo "Xbox" ou o que for. Na mesma onda, falando de carros mas vale para outras coisas, uma reportagem "Brasileiro paga preço de luxo por carro considerado popular no exterior". Essa série de reportagens entrevistou presidentes de montadoras, deu algum barulho no meio. A conclusão, para quem não acompanhou e não estiver afim de ler tudo, em última análise foi que o preço só é tão absurdo porque o brasileiro se dispõe a pagar, nós avaliamos dessa forma.

Imagine que você plante alface, por exemplo, e vende 1 pé de alface por 1 real. De repente descobre que tem um louco que acha sua alface mais verdinha (você tem convicção que é mentira, não é de forma alguma) e por isso avalia sua alface a 10 reais e fixa esse preço final. Você ia achar lindo, com certeza. O governo percebe, então diz que vai dar uma mordida nisso, porque o preço final avaliado é 10 reais. Dane-se os impostos, o dólar, os custos, frete ou que quer que seja, o preço é 10 reais. Infelizmente é por aí que funciona.

Veja bem... Imagine que você tem 2 guitarras, ambas a Guitar Center vende com seu lucro a 1.500 dólares (dólar hoje a 2,31, totalizando 3.465 reais hoje). Uma você pagou 10 mil reais na loja brasileira, a outra você se ferrou quando viajou aos EUA, deixou de comprar outras coisas, ficou sem espaço nas malas, carregou aquela coisa desengonçada junto com um monte de malas, tomou um sufoco do fiscal da alfândega mas conseguiu passar sem imposto. Hoje você avalia que tem 2 produtos usados em casa, que conseguiria vender fácil a uns 16 mil reais, todo mundo fala que você tem guitarras de luxo, te dá um status inclusive. Daí aparece uma lei que instrumentos não pagam mais impostos, terão um frete subsidiado, a Guitar Center está autorizada a vender todo o catálogo aos mesmos preços dos EUA. Você ia achar legal saber que seus bens que valiam ontem 16 mil reais, amanhã valerão 4 mil reais se muito, seu bem considerado "top" passará a ser simples? Com certeza não. As lojas idem, imagine o impacto disso numa Two Tone, Made in Brasil ou sei lá qual loja e importador - é falência imediata. Pode fechar a porta de todo o mercado musical brasileiro, inclusive do setor musical do Mercado Livre. Poxa, tem anúncios no ML trocando guitarra por carro (já tive uma proposta dessas)...

Alternativa? Comprar fora, mas tem ficado cada vez mais difícil, principalmente se a pessoa quiser trazer sem ser taxado, o "cambalacho" está cada vez mais difícil e menos recomendado a tentativa. Mas é uma opção trazer com tudo legalizado, pagando certinho. Já foi mais fácil, lembro ter comprado Gibson Std bem mais barata em loja brasileira, comprei na Musician`s Friend que entregava todo seu catálogo aqui antes de existir loja virtual da Guitar Center. Consegui trocar muita coisa com um bom lucro, foi como consegui ter coisas legais. Hoje me recuso terminantemente a pagar os preços nas lojas, acessórios como cordas, pedais, palhetas, só de lojas americanas que trago pessoalmente ou compro pela internet. Aqui nas lojas só compro se ganho um desconto ou facilidade de pagamento muito fora do normal - semana que vem vou num evento de uma loja, vai ser uma recepção com guitarras e amps top (Custom Shop no mínimo), vinho, whisky, comidinhas e preços bem lá para baixo, diferente do preço das etiquetas normais e mesmo assim dificilmente vou tirar o escorpião do bolso para tirar a carteira. kkkkk

É uma pena, mas as lojas continuam cheias, com gente pagando os preços altos propostos, sem contar que pagam preço de primeira por mercadoria de segunda algumas vezes. É mentalidade, uma questão do que o público acha que vale e eu discordo, acho que uma corda ou uma guitarra não valem o preço que pedem, mas confesso que quando vendo quero achar quem ache que valem.

Fui... Abç

Plank
Veterano
# nov/13
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tudo que leva um nome de "grife" (no nosso caso: fender, gibson, marshall) aqui no brasil é superfaturado e é praticamente impossível mudar essa situação.

Só nos resta ser espertos, evitar comprar em lojas que superfaturam (de fato todos os produtos aqui no brasil são pelo menos o dobro do preço nos estados unidos devido aos impostos, mas existem produtos são absurdamente superfaturados, como já foi citados as epiphone std), importar produtos se possivel, comprar usado e principalmente dar preferencia para produtos nacionais (luthier e pedais/amps handmades). existem muitos handmakers e luthiers que fazem trabalhos excepcionais, por um preço justo.

Caike_bend
Veterano
# nov/13
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O problema do Brasil é o povo.

Luisfelp FR1
Membro
# nov/13
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Plank

'' ...importar produtos se possivel, comprar usado e principalmente dar preferencia para produtos nacionais (luthier e pedais/amps handmades). existem muitos handmakers e luthiers que fazem trabalhos excepcionais, por um preço justo.''

Achei interessante sua sugestão de investir em produtos nacionais só que o problema é que não são todas as guitarras do exterior que possuem sua equivalente no Brasil, quero dizer em questão de qualidade e características próximas. Por exemplo não achei nenhuma guitarra nacional que fosse equivalente a uma Fender Stratocaster HSS MIM, só achei guitarras superiores ou que ''aparentam'' ser superiores a esta e com preços bem acima da média.
Acho que quando a industria musical no Brasil cobrir toda esta questão de se equivalência a maioria dos modelos do exterior, ai sim poderíamos investir mais no que é produzido em terras nacionais, mas enquanto isso não acontece acho que devemos nos adequar a tais condições abusivas de taxas, tentando sempre conseguir o preço mais próximo do ''justo'' (o que ainda é muito longe de ser).

Drinho
Veterano
# nov/13 · Editado por: Drinho
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Que aqui no nosso país temos preços absurdos (não só em instrumentos musicais, mas em quase tudo) é fato. Super-valorização, olho-gordo, abuso tarifário, roubo, etc. e tal. Todo mundo sabe.

Claro, claro tem isso....

Mas velho, todos nós precisamos assumir que a culpa disso é nossa.

Todo mundo acha um absurdo e realmente é, imposto de um lado, importador querendo ganhar mais que o lojista que quer mais é que o cliente se lasque e por aí vai. Ninguém tá no mundo para ser bonzinho e isso é algo que faz parte, por mais patético que possa parecer.
Mas numa boa....
Neguinho não tem grana pra ter o negócio, mas grana pra pagar suaves prestações ele tem... ai vai e contribui com o mercedes-benz do importador de uma forma ou de outra e sustenta todo esse contexto.
Tem um conhecido meu que recentemente comprou a strato do Malmsteen, guitarra bonita e tal, foi na loja e tirou a guitarra por 9 mil reais, no mesmo dia tinha uma EVH wolfgang americana sendo vendida por 13 mil reais. Ele não tinha dinheiro pra comprar nenhuma delas e saiu da loja apenas com a Fender parcelada, falou que se ele não tivesse pensado 20 vezes ele tinha saído com as duas guitarras. A questão não é você adquirir um negócio caro, mas sim sustentar um mercado e um "costume de mercado" que em QUALQUER lugar do mundo é motivo de piada.
Então seja lá qual for o produto, sempre há alternativas, seja alguém vendendo usado, seja algum outro importador com menos estrutura, ou você mesmo ir nos ebays e lojas da vida lá de fora e fazer a compra direta e pagar os impostos (infelizmente nem sempre dá pra escapar e atualmente tá pior do que nunca, com o aumento da globalização o nosso governo quer porque quer engessar e complicar ainda mais a vida de quem se ferra todo dia trabalhando de verdade diferente deles que vão comer sushi e bife ancho todo dia no Rubaiyat com o auxilio refeição deles).
Mais barato que uma loja daqui sempre vai ficar (e o mais absurdo é que eles compram lá fora das fábricas, ou seja pagam nada, se você acha o preço da guitar center barato você não imagina o preço na fábrica) e mesmo que não fique tão mais barato assim dependendo do produto sempre comprem TUDO por fora, até cordas (pelo mercado livre de importadores informais) e parem de sustentar esses caras, eles tem exclusividade pela representação do produto, abusam disso e dificultam MUITO o nosso mercado. A farra só acaba quando as pessoas PARAM de consumir e os impostos só diminuem quando um governo comandado pela escória da sociedade para de arrecadar, enquanto as pessoas do Facebook ficarem postando que Toyota no Brasil é caro e não pararem de consumir o preço do Toyota só tende a aumentar, ah e diga-se de passagem a audiência pelo assunto ou marca em questão também. Eles não dão a minima pro que acham dos preços, afinal tem babaca consumindo....
A situação aqui não é simplesmente grave, o negócio aqui é feio em exagero....

Plank
Veterano
# nov/13
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Luisfelp FR1
sempre há alternativas...
não iriei chutar nomes de luthiers que provavelmente fazem uma stratocaster com as mesmas características por a mesma faixa de preço, mas com certeza tem existe sim.

existem inúmeras possibilidades para uma stratocaster. se vc importar o corpo/braço/hardware e pagar um luthier só pra montar é possivel que com o mesmo preço vc tá tocando com um instrumento com tarraxa gotoh, captador SD, ponte wilkinson e corpo com 2 emendas.

Luiz_RibeiroSP
Veterano
# nov/13
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MMI
O mercado Americano ou europeu, de instrumentos musicais, é mais aquecido do que o nacional?
Porque isso também determina o custo, aqui a industria de instrumentos é muito pequena. Uma guitarra feita aqui vai ter vários componentes importados, captadores geralmente e ferragens. Não conheço uma unica fabrica brasileira de pontes, tarraxas....no final acaba-se importando e 'dalhe imposto'.
E pelos problemas educacionais daqui muitos não tem acesso a aprendizado de musica(quando alguém fala que é musico o outro pergunta 'mas você trabalha com o que?') isso faz a lei da oferta/procura elevar os preços.

Luis A.
Membro Novato
# nov/13
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Não sei se vcs sabem mas existe um projeto de lei para isenção de impostos para instrumentos, apoiando-se na lei de incentivo a cultura...

projeto nº 86, de 2004

Acontece q eu não acredito q esse projeto vá para frente devido à interesses dos grandes fabricantes brasileiros que se beneficiam das medidas protecionistas do governo, que aumentam os impostos sobre os importados para nos obrigar a comprar o produto nacional....

Eu sou totalmente contra as medidas protecionistas, porque na minha opinião, se uma empresa quer competir no mercado mundial, ela deve melhorar o seu produto e nao impedir o consumidor de ter acesso ao que tem qualidade.

Para mim, nao dá pra comparar a relação custo-beneficio entre produtos nacionais e importados
Peguem uma tagima ou Gianinni e façam uma comparação com o preço verdadeiro de uma squier (Sem impostos)....

A desculpa é q na china a mão-de-obra e a matéria prima são mais baratas e por isso a industria brasileira nao consegue competir.... Graças a isso varias fabricas nacionais (de tradição) compram instrumentos da china e apenas colocam um selo com sua logo aqui no Brasil....

Se a industria nacional pretende competir no mercado, penso q o mais justo seria ela fazer produtos de qualidade, que despertassem não apenas o interesse nacional como tmb o internacional.
Se formos observar os violões Di Giorgio de 3 desadas atras, eles são muito valorizados por entusiastas da bossa nova, e tem muito gringo que paga caro por um desses....

Temos as melhores madeiras do mundo, e temos uma forte tradição na musica. Penso que é possível otimizar os métodos de produção sem perda de qualidade, de forma q a relação custo beneficio seja mais justa, e quem sabe um dia nossos produtos possam competir com fender e gibson....

Lelo Mig
Membro
# nov/13
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JJJ

Continuemos votando em ladrões, corruptos e salafrários, que fazem a farra com dinheiro público e dessa feita precisam aumentar e aumentar impostos para alimentar a máquina que nutre as mansões e carros importados dessa cambada de vagabundos.

O problema é: Mas votar em quem?

Pois é, eu com meus 50 anos já perdi a esperança. TODOS, com raríssimas exceções, são ladrões e querem que o país se foda.

Esqueçam instrumentos musicais....

Têm garoto pedindo esmola em farol, vivendo no lixo e nas ruas, pelo mesmo motivo que uma guitarra custa o que custa....

Hoje, faço votos sinceros, que todos esses políticos, sem exceção, morram de câncer no ku prá pior.

Revoltado? Sem esperança? Desejando o mal para essa gente?

Sim!

Luisfelp FR1
Membro
# nov/13
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Plank

Realmente essa é uma boa alternativa, mas não é tão simples quanto ir a uma loja e comprar uma guitarra pronta, com preço justo e que não necessite muitas modificações. Ainda sonho com o dia em que mercado de instrumentos no Brasil se aproxime disto.

vintagentleman
Veterano
# nov/13
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Lelo Mig


Você tem toda a razão e eu compartilho a sua indignação. Não há exagero. A roubalheira é absurda e presente, da União aos Municípios, nos três poderes e com participação da iniciativa privada e, obviamente, do povão que elege essa cambada.

Em relação ao povo uma ressalva: tem gente ingênua e inocente e os que são votos vencidos, mas a maioria vota pensando em interesses egoísticos e imediatistas, quando não vendem os votos mesmo, e não pensam no desenvolvimento da comunidade, em obras de interesse comum e coletivo etc.

E claro, nossos políticos saem do seio do povo, não vem de Marte. São portanto pilantras já muito conhecidos e, sinceramente, a maior parte do povo bem os merece.

Isso porque, na média, o brasileiro é dado a atalhos e jeitinhos. Tudo pelo menor esforço, tudo para levar vantagem. Em Sociologia o fenômeno é mais do que debatido, a tal da Lei de Gerson. E o resultado está aí: país da maracutaia, país do imposto, país da desigualdade, país da violência e dos homicídios, país dos preços altíssimos.

Isso independe de partidos políticos, que, no Brasil, nada significam. Sim, eu critico o PT, no qual eu já votei mais de uma vez, inclusive na legenda. Acho a gestão da Dilma péssima por causa do enorme desequilíbrio nas contas públicas, da procriação de ministérios inúteis, da política econômica dúbia e insegura, dos impostos acachapantes, das medidas populistas, da leniência com a corrupção e com a tolerância aos regimes ditatoriais de orientação esquerdista, como se desrespeitos aos direitos humanos fossem toleráveis quando praticados por países ideologicamente alinhados.

Não diria jamais que as administrações dos outros partidos fazem melhor. Muito pelo contrário, essas siglas nada significam no Brasil. São meras convenções de mafiosos que só objetivam o desvio de recursos públicos e a permanência no poder, custe o que custar.

Então o senhor tem razão. Câncer no reto é pouco para essa corja que não rouba somente nossa saúde, a educação dos jovens e nossa segurança. O que eles roubam é o nosso futuro e a nossa dignidade nacional.

clguitar
Membro
# nov/13 · Editado por: clguitar
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Luis A.
Totalmente de acordo.

Nos países ricos, só as guitarras melhorzinhas são feitas localmente, o resto (grande maioria) é importado. Vc vê a Gibson fazendo umas coisas até engraçadas pra entrar nesse mercado intermediário, tipo economizar na tampa do captador ou nas demãos da pintura das guitarras. Isso mostra que, apesar dos pesares, é um mercado competitivo, com margens de lucro às vezes estreitas, mas que dá pra ganhar dinheiro. E que a indústria local sobrevive dos produtos de maior qualidade.

No Brasil, vc tem: guitarra importada da Ásia a preço de americana; guitarra importada da Ásia com marca brasileira (GIaninni, Tagima) e preço de americana; e meia dúzia de lutherias de um pouco mais renome que produzem em quantidades que podem ser consideradas industriais. Não temos nem importadores decentes para guitarras japonesas como Tokai, ESP etc.

Na boa, quero que os importadores e lojistas se danem se forem perder patrimônio com uma eventual abolição do imposto. Que se dê um prazo para os caras se livrarem dos estoques e tchau.

Eu mesmo, com minha coleçãozinha de 30 e tantas guitarras, perderia uma pequena fortuna, mas não faz sentido o brasileiro ganhar menos, pagar mais e consumir produtos MUITO piores que americanos, europeus, asiáticos...

Sem impostos de importação, poderíamos até ver essas grandes redes (GC / Musician's Friend, Thomann etc.) se interessarem em fazer no Brasil centros de logística para suas lojas online.

Só um parêntese: não acho que os luthiers perderiam nem ganhariam mercado com a abertura do mercado. Acho que são propostas diferentes, quem vai no luthier quer algo personalizado e diferente, quem compra uma FEnder ou uma Gibson quer esquema padrão.

Para terminar: em várias décadas de mercado fechado, não vimos nenhum fabricante industrial de guitarras elétricas se destacar (alguém já teve uma GIaninni brasileira? Variam entre lixo e medíocre, no máximo, ainda com madeiras de excelente qualidade). Acho que já passou da hora de desencanar.

JJJ
Veterano
# nov/13
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renatocaster

O caso da Epiphone (talvez da Squier também, porque leva o "sub-logo" Fender) é emblemático. Principalmente nas linhas mais baixas (special, bullet, california), onde se vêem absurdos que mereceriam voz de prisão...

MMI
Drinho

A culpa é de todos, sim. Claro. O Brasil não é uma "entidade paranormal autônoma". Somos "nós" que elegemos mal, cobramos pouco e tudo mais. Mas com uma maioria de pessoas que vive mal, sem acesso à educação e cultura e sem recursos, fica difícil cobrar grandes posicionamentos ideológicos ou mesmo coisas mais simples, que poderiam ser bem eficazes, como boicotes a determinados produtos (e seus atravessadores chamados de "distribuidores exclusivos"), por exemplo.

Plank

Procurar por alternativas nacionais de qualidade e preço justo é uma bandeira que defendo fortemente. Até criei um tópico sobre isso, mas infelizmente é muito pequena a indústria realmente nacional.

Luiz_RibeiroSP

Cara, a produção brasileira é pequena, mas o mercado brasileiro não. Quem tem o monopólio das importações gosta que se pense que temos pouco mercado...

Luis A.

Esquece esses projetos de lei... não é por aí. O final do seu texto é a esperança!

Lelo Mig
vintagentleman

Os instrumentos (as guitarras, em particular) não são exceções. Tudo aqui é problemático, porque temos problemas administrativos seríssimos, que remontam a 5 séculos. Se formos procurar na História, encontraremos algumas das razões de nossos primos do norte (que foram descobertos praticamente junto conosco) estarem na vanguarda do mundo e nós na rabeira. Mas enquanto há vida, há esperança, né? Vamos fazer a nossa parte...

FBlues_rock
Veterano
# nov/13
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Plank
Lelo Mig
vintagentleman

O motivo pelo qual pagamos preços exorbitantes em carros e instrumentos não tem NADA a ver com impostos ou política partidária.
A carga tributária de veículos é de aprox. 15~20% maior que nos EUA, e pagamos 3x mais. Ou seja, nada de mimimi com governo e impostos.
No caso dos carros, as cinco grandes montadoras que "chegaram cedo" no Brasil até hoje pautam a margem de lucro dos veículos. Tem companhia que lá fora quebra e aqui ainda dá lucro, ou que só não quebra lá fora por lucros exorbitantes que possuem no Brasil.
Sim, o governo tem culpa, mas por não constituir empresas nacionais produtoras de veículos, por exemplo, entre outras ações. Quem acompanhou as políticas de redução de spread (não através da Veja e FSP, que querem mais botar fogo e quebrarem o país) sabe que o governo usou bancos públicos para forçar inclusive os privados a reduzirem.
Isso não é "partidário", mas um erro que se perpetuou no longo prazo.

No caso de guitarras, ocorre o mesmo ao concentrarem a distribuição e uma única empresa ou grupo, eles pautam o preço.

Pena que os produtores nacionais se baseiam nesses produtos, acabei importando um amp que lá fora é bem caro (para os preços de lá), porque consegui pagar pouca taxa, o que deixou ele competitivo com os handmades nacionais.

MauricioBahia
Moderador
# nov/13
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"Brasileiro é otário?" Vale a leitura:

http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/economia/brasileiro- e-otario/

Abs

clguitar
Membro
# nov/13
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Só mais uma coisa: é muito complicado importar para o Brasil para uma empresa que não seja enorme e conheça nosso caos burocrático.

Comprei minha Brian May do distribuidor do Reino Unido, que me perguntou (não trabalho no mercado de música nem nada!) se eu sabia como se faz para exportar pro Brasil, porque os caras estavam tentando, mas não conseguiam.

vintagentleman
Veterano
# nov/13 · Editado por: vintagentleman
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FBlues_rock

Peraí, cara! No meu post eu falei exclusivamente da questão politica.

Em relação ao preço dos bens de consumo, a questão dos altos impostos é apenas um dos componentes. Claro que isso acaba influenciando o preço final do que compramos, sendo que o sistema tributário brasileiro é todo de orientação política, e não há qualquer vontade de encarar um problema que se arrasta há muitas décadas com impostos em cascata (impostos sobre impostos), impostos camuflados e todo um carnaval de horrores feito para ludibriar os contribuintes.

O medo dos governantes é que uma reforma tributária séria importe em queda de arrecadação da União, Estados e Municípios, o que a médio prazo, afetaria o "leitinho das crianças" dos políticos. É claro que isso é um temor absurdamente falacioso, vez que um sistema de tributos descomplicado facilitaria a vida do cidadão, que pagaria menos per capita, mas resultaria em maior arrecadação, devido à diminuição da sonegação, tradicionalíssima no Brasil desde o "santo do pau oco".

Então o fator tributo, embora não seja "a causa", não deixa de ser um fator muito relevante.

Em relação aos outros fatores eu teria a acrescentar que anos da chamada "reserva de mercado", em áreas como de informática e automobilística, tornaram o consumidor brasileiro bem deslumbrado e, portanto, disposto a pagar muito e a ir avidamente às compras, sem considerar custo X benefício ou necessidades reais.

O exemplo do alface trazido pelo colega aí em cima foi extremamente ilustrativo. O povo está disposto a pagar o que os empresários pedem por aqui, mantendo margens de lucro impraticáveis nos outros países, muito devido à alienação do consumidor brasileiro.

Sem esquecermos que pagamos caro por produtos defasados tecnologicamente, que sequer venderiam nos países onde as empresas mantém suas sedes.

Então, nossa situação é decorrente de três fatores, basicamente: comportamento do consumidor, má-fé do empresariado e, sim, carga tributária elevada.

O triste é que existem países, como os nórdicos que têm até cargas tributárias maiores que a brasileira, mas, com índices de corrupção próximos ao zero, revertem as contribuições dos cidadãos em serviços públicos de qualidade, que dispensam outros investimentos por parte das pessoas.

Aqui, ainda temos que pagar tudo "por fora".

Luisfelp FR1
Membro
# nov/13
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Olha gente confesso que após a leitura desses posts ai, eu estou procurando melhor, por entre as nacionais, alguma guitarra que possua equivalência a Fender Stratocaster MIM e ta bem difícil (aceito ajuda), já estou considerando até comprar alguma inferior (que tenha madeiras boas) e depois trocar os caps.
A discussão está muito boa :D

FBlues_rock
Veterano
# nov/13
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vintagentleman
Reafirmo, CARGA TRIBUTÁRIA NÃO É UM FATOR MUITO RELEVANTE.
Óbvio que é relevante pois a carga tributária é pesadíssima, mas nem de longe justifica o preço que pagamos em tais bens; os demais fatores, inclusive os que bem citou, sim.

Mas fica tranquilo, não estava discordando, mas tentando complementar ou rerratificar alguma coisa, só isso. Na verdade, concordamos na maioria dos conteúdos.

Agora entrando na política, me assusta ver brasileiros reproduzirem discurso da mídia que foi implementada ou financiada pela ditadura (Globo, grupo Abril, Folha de SP que emprestava vans para o DOI/CODI) e que luta bravamente para manter seu status quo, apesar desse nunca ter sido realmente ameaçado pelo PT no governo (virou "parceiro" por conveniência e outras coisas piores).
Exemplo, reproduzir discursos de desequilíbrio das contas públicas, quando em 2002 tínhamos dívida líquida do setor público em 55% e agora inferior a 40% em relação ao PIB. Só para constar, o EUA está em quase 90%.
Se quiser, consulte em sites internacionais, como o FMI, irá confirmar.

Sou economista e recentemente auditor de contas; acredite, tem muita coisa absurda em todas as esferas e partidos, mas não se precipite em reproduzir o discurso de alguns setores da mídia, pois não hesitam em mentir ou deturpar para atingir seus objetivos escusos; são o maior e o pior partido do país.

FBlues_rock
Veterano
# nov/13
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MauricioBahia
Que fique claro, a crítica é ao autor, não a você!!

"Otário" é o tal Rodrigo Constantino, brasileiro, ao afirmar que a diferença paga é decorrente de "ridícula intervenção do Estado na Economia". O preço que exportam já possui sua margem de lucro embutida. Ou seja, novamente recaímos no lucro exorbitante do setor automobilístico no Brasil. Lá para fora vendem com o preço de mercado de lá e ainda lucram, assim como o vendedor do Ebay também lucra e paga os impostos do seu país no preço cobrado ao "amigo".

Tudo para dizer que somos roubados pelo governo e que vivemos em um regime autoritário (não precisa de muito para entender o conceito, deve ter faltado das aulas de história). Belo jornalismo...

rcorts
Veterano
# nov/13
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renatocaster

Quando leio coisas assim, a primeira coisa que me vem à cabeça são os preços das Epiphones praticados aqui no Brasil. Acho que são dos instrumentos de origem asiática (exceto Japão) mais superfaturados que temos por aqui. [2]

MMI
De quem é a culpa? Em última análise, é nossa, minha, sua, dos usuários do FCC e todos os brasileiros. [2]

Caike_bend
O problema do Brasil é o povo. [2]


Plank
sempre há alternativas...
não iriei chutar nomes de luthiers que provavelmente fazem uma stratocaster com as mesmas características por a mesma faixa de preço, mas com certeza tem existe sim.


Depende, é como eu sempre digo: brasileiro é espertinho. Isso é cultural. Então, um luthier começa fazendo reparos e manutenções, e com o o tempo vai aprendendo a fazer instrumentos pela tentativa e erro, pois não há muitos cursos bons de lutheria no Brasil (de onde inclusive se tiram várias conclusões errôneas ou que só representam uma visão particular do cara).

Aí o cara faz algumas guitarras boas durante alguns anos e a galera começa a falar no nome do cara. A partir de então os luthiers começam a cobrar absurdo pelos seus instrumentos, muitas vezes mais do que o importado (com impostos já embutidos). Então tem hora que entre pegar uma telecaster de um luthier renomado (que não é lá esse osso todo pra fabricar) por 6000,00 e sem garantia de manutenção de preço de revenda, ou pegar uma Fender American Deluxe e já saber que o peso da marca influencia muito na revenda, o cara que pensa no bolso acaba preferindo a Fender, e aí o ciclo se repete e se torna-se um sistema fechado.

existem inúmeras possibilidades para uma stratocaster. se vc importar o corpo/braço/hardware e pagar um luthier só pra montar é possivel que com o mesmo preço vc tá tocando com um instrumento com tarraxa gotoh, captador SD, ponte wilkinson e corpo com 2 emendas. [2]

Penso em montar uma tele pra mim ano que vem dessa forma. E é plenamente possível.

Luiz_RibeiroSP

Você tocou num ponto crítico, que é a realidade de terceiro mundo da nossa indústria nacional. Em parte isso é culpa dos consumidores, em parte também do nosso governo protecionista e sanguessuga, e em parte culpa da ganância presente no DNA do brasileiro, em que o normal e correto é ganhar 200% de lucro (em muitos casos).

vintagentleman

Em relação ao povo uma ressalva: tem gente ingênua e inocente e os que são votos vencidos, mas a maioria vota pensando em interesses egoísticos e imediatistas, quando não vendem os votos mesmo, e não pensam no desenvolvimento da comunidade, em obras de interesse comum e coletivo etc.

E claro, nossos políticos saem do seio do povo, não vem de Marte. São portanto pilantras já muito conhecidos e, sinceramente, a maior parte do povo bem os merece.


Muito bem colocado. Enquanto não tivermos um sentimento e consciência nacionalistas essa lógica do jeitinho brasileiro sempre vai permanecer engasgada na cultura e na nossa honra lá fora.

Não é à toa que até hoje lá fora as mulheres brasileiras são vistas como prostitutas e nosso território nacional visto como zona de exploração e surrupiamento. Resquícios de Portugal.

Quando uma empresa não é aceita em um país europeu por não respeitar questões ambientais, por falta de retorno social às comunidades locais, ou por desconsiderar a legislação vigente, a melhor saída é instalar uma sede no Brasil. E as multinacionais de mais respeito em seus países de origem também vem para cá, mas o dinheiro quase nunca fica por aqui.

Sobre logos, grifes e status

Infelizmente, historicamente fomos meio que programados para incorporarmos esses itens simbólicos na formação de nossas identidades e na forma como percebemos o mundo que nos cerca.

Por exemplo, lembro da minha tia criticando isso há 20 anos atrás: "ah, a empregada que cuida da minha casa ganha salário mínimo, mas só compra calça Jeans da Ellus, e eu que ganho mais de dez vezes mais 95% do meu guarda roupa é da feira". Não que minha tia estivesse com inveja, mas que ela não via lógica nesses hábitos de consumo.

Na especialização que estou cursando, li um livro chamado Comportamento Organizacional: uma perspectiva brasileira. A primeira premissa é de que as organizações não podem ser desagregadas das sociedades em que estão imersas. Ou seja, as organizações são espaços administrativos, mas que ao mesmo tempo replicam os valores culturais de que fazem parte. E nesse livro os autores falam sobre a influência do estrangeirismo no imaginário brasileiro.

Voltando para o assunto produção de instrumentos em indústrias do Brasil, não dá para negar que os produtos nacionais são piores do que os estrangeiros (europeus, japoneses e americanos). Mas e se uma determinada fábrica nacional resolvesse produzir instrumentos de grande qualidade, com componentes na maioria nacionais, e preços justos. Ex.: na faixa de 900 a 2000 reais. Será que abandonaríamos o sonho de ter o logo original Gibson ou Fender no headstock?

Bom, no meu ponto de vista sim. Tanto que meu próximo amp pretendo comprar com o Paulo Acedo. Mas não sei até que ponto quem sabe fabricar decentemente instrumentos no Brasil se aventuraria a mudar de estratégia e focar em produtos de qualidade a preços baixos, uma vez que o peso do estrangeiro aqui é tão forte. Bom, cabe reflexão quanto a isso também.

Luiz_RibeiroSP
Veterano
# nov/13
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rcorts
Legal esse livro que falou, vou atras.
Não vejo problema em querer ter o instrumento que um musico admirado usa, é quase infantil isso mas, quem nunca ? mas realmente se tive-se bons fabricantes nacionais eu pegaria um. Acedo, Aliem e Pedrone estão de parabéns.

Mas instrumento nacional, a Gianinni e a Tagima mandaram fabricar na Asia.
Não sei se Condor e SX são registradas no Brasil, mas são fabricadas la, acho que alem do custo menor na fabricação, a logística de distribuição deve ter vantagens para atender o mercado Africano, Asiático, alem do sul-americano.
Então a marca é nacional mas fabricada na china! e a gente pagando 60% de imposto para proteger o produto nacional. Não entendo isso e sei que o assunto é complexo mesmo, só sinto no bolso quando vou comprar alguma coisa e vejo que fora do pais é mais acessível.

Luis A.
Membro Novato
# nov/13
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FBlues_rock
me assusta ver brasileiros reproduzirem discurso da mídia que foi implementada ou financiada pela ditadura... e que luta bravamente para manter seu status quo

Concordo plenamente, principalmente pelo fato de que em um sistema capitalista quem manda é quem possui o capital ou os meios de produção e não um deputadozinho q faz um projeto de lei, isso, a nao ser como ocorre em muitos casos, q o tal deputado também seja um capitalista... pois quem tem poder econômico busca poder politico para ficar com a faca e o queijo na mão...

rcorts
Será que abandonaríamos o sonho de ter o logo original Gibson ou Fender no headstock?

Penso que essa coisa de ter uma Gibson ou Fender nao é apenas uma questão de ostentar uma logo. Isso passa pelo nosso desejo de ter uma guitarra que nossos ídolos usaram. Todo mundo tem vontade de ter uma guitarra q fulano famoso usou na gravação de uma musica q nos motivou a tocar....
Por isso ressaltei a questão da industria nacional produzir instrumentos q despertem interesses dentro e fora do Brasil. Pois a partir do momento em q um Clapton, Steve vai ou um Scofield, optassem por produtos brasileiros, nós tmb teríamos interesse nestes... É uma questão de credibilidade, alguém renomado tem q usar um produto para os demais confiarem em sua qualidade....

Drinho
Veterano
# nov/13 · Editado por: Drinho
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Penso que essa coisa de ter uma Gibson ou Fender nao é apenas uma questão de ostentar uma logo.

Pra você ver... a gente ainda chama usar Gibson ou Fender de ostentar... kkkkkk

ostentar o que?
são marcas convencionais, comuns no mundo, talvez o custom shop deles seja realmente mais metido a besta claro, mas pô, os normaizinhos não né!

somos uns ferrados... kkk
é até engraçado...

Mas não tem erro, claro que pagar barato nessas coisas quanto um gringo paga é impossível, mas dá pra melhorar bem, é só parar de sustentar aqueles que supostamente "controlam" o mercado e ir atrás das coisas por fora, a economia é boa ou claro procurar produtos no mercado nacional também que tem sido bastante válido e alguns finalmente conseguiram ser competitivos....

rcorts
Veterano
# nov/13
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Luiz_RibeiroSP
Não vejo problema em querer ter o instrumento que um musico admirado usa, é quase infantil isso mas, quem nunca ?

Também não vejo problema em ter isso como um desejo pessoal. O problema é que essa projeção, em vez de ser exceção, é regra. Ex.: suponhamos que tivéssemos boas fábricas aqui no Brasil, vendendo instrumentos de qualidade satisfatória a preços justos. No geral compraríamos produtos do mercado nacional, satisfeitos.

E aí se você quisesse ter a signature do Eric Clapton e eu a do Eric Johnson, seria mais pela admiração pelo ídolo e tal. Agora, via de regra, falou em strato precisa ser Fender (e nem precisa ser signature). Falou em Les Paul, tem que ser Gibson, entendeu, foi nesse sentido que falei. Mas obrigado pelo seu comentário. Acho esta uma discussão saudável e necessária.

Luis A.
Penso que essa coisa de ter uma Gibson ou Fender nao é apenas uma questão de ostentar uma logo. Isso passa pelo nosso desejo de ter uma guitarra que nossos ídolos usaram. Todo mundo tem vontade de ter uma guitarra q fulano famoso usou na gravação de uma musica q nos motivou a tocar....
Por isso ressaltei a questão da industria nacional produzir instrumentos q despertem interesses dentro e fora do Brasil. Pois a partir do momento em q um Clapton, Steve vai ou um Scofield, optassem por produtos brasileiros, nós tmb teríamos interesse nestes... É uma questão de credibilidade, alguém renomado tem q usar um produto para os demais confiarem em sua qualidade....


Como eu disse para o Luiz Ribeiro, também não vejo problema em ter admiração por um ídolo e gostar da guitarra que o cara usa. Eu mesmo sou maluco na telecaster do Richie Kotzen. O problema é quando exceção vira regra e só presta "se famoso usar". Esse é um método extremamente subjetivista e simbólico de agregar valor. Não tá errado, não somos computadores, somos seres humanos, mas se vira regra chega a ser piada.

Acho também que como guitarristas e como músicos, apesar de que talvez poucos de nós realmente sejamos músicos por formação profissional, penso que devemos aprender a julgar qualidade através de critérios mais objetivistas, como qualidade da construção, das peças, itens de inovação, controle de qualidade das matérias primas, embalagem, assistência, etc...

E quanto a esses caras (Clapton, Scofield, Johnson, Kotzen, Govan e etc...) usarem marcas de instrumentos esquece, é praticamente sonhar com alienígenas chegando aqui em naves espaciais para se desenvolverem com a gente. É uma lógica inversa. Sabe porque esses caras nunca deixariam de comprar uma Fender Am Standard para pegar uma guitarra brasileira como mesmo nível de qualidade?

1. porque um dos traços da cultura americana (também vale para inglesa) é ser extremamente nacionalista;
2. porque por exemplo, só para citar EUA, lá já tem uma tradição de construção de guitarras voltadas para desenvolvimento de aprimoramentos, alta especialização de mão de obra, certificações de produção e rígido controle de qualidade e inspeção, que já formou uma imagem de grande credibilidade.

Ou seja, se tem alguém a aprender com alguém somos nós com eles, e não vice-versa.

Mas como eu disse para acima também, foi bom saber do seu ponto de vista. É uma discussão saudável e muito necessária.

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