Valvulado sem aterramento em casa - O quão perigoso é?

Autor Mensagem
Baraky
Veterano
# mar/16
· votar


kkk

mas o mais importante eu já sei, que dificilmente vou morrer sem aterramento, e o ruído resolvo com esse pedal :D

só pegar algo pra proteger o amp e já era

Ismah
Veterano
# mar/16
· votar


Proteger do que? Ou de quem?

arcade
Veterano
# mar/16
· votar


Sim. Deve ser reles. Da uns estalos quando a maquina de lavar está sendo usada. Rsrs.
Poderia colocar aí os contras de usar o isolador? Só para corroborar, não uso noise gate.
Abraço

Ismah
Veterano
# mar/16 · Editado por: Ismah
· votar


Não há contra em usar o isolador, e esse assunto rende pano pra manga. O que posso dizer, é que o chaveamento dos relés causa uma centelha, e essa centelha seria mais prejudicial, por ser uma descarga capacitativa, enviando um maior valor que a tensão nominal e blá blá blá que eu não lembro.

Tem diversos artigos sobre... Um dos mais interessantes.

http://valvulados.com/conteudo/estabilizadores.html

Ismah
Veterano
# mar/16 · Editado por: Ismah
· votar


Mais dois links

http://www.greennotes.mus.br/message.asp?messageID=121111&listaFor=

http://www.htforum.com/forum/threads/cuidados-com-valvulados.146320/

E um tópico antigo, sobre o tema (tem outros)
http://forum.cifraclub.com.br/forum/10/48558/

arcade
Veterano
# mar/16
· votar


Valeu Ismah.

Bom, posso ter tido sorte. Uso esses módulo isoladores a mais de 6 anos. São duráveis, levo em show e li em alguns site que diz que ele é um trato de 1:1. Deve ser, mas existe um circuito atrás disso. Acabei de medir as tensões de entrada da rede 127v e na saída 110v, embora eu tenha dito 115v. Não faço ensaio ou show sem ele.

Baraky
Veterano
# mar/16
· votar


Ismash

Contra a rede não aterrada?

Ismah
Veterano
# mar/16
· votar


arcade

Basicamente, existem N secundários, que são chaveados por relés, e estes acionados por transistores. Existe o fator de que isso leva um tempo (tempo de acionamento), que geralmente é lento - coisa de 2~3 segundos nos mais baratos.

O macaco veio explica naquele tópico (que deverias ter lido rs), algumas das razões dos circuitos chaveadores serem problemáticos...

http://forum.cifraclub.com.br/forum/10/48558/#1157066

Baraky
Não entendi sua questão.

Baraky
Veterano
# mar/16
· votar


Ismah

Tranquilo. Todas as minhas dúvidas foram sanadas. Valeu.

Ismah
Veterano
# mar/16
· votar


Já que existe preocupação com a questão da tensão de alimentação, e eu to empolgado...

Se a tensão cair a potência cai, o headroom diminui e a parada (aka sinal) distorce. Se ela aumentar, a potência sobe - até o limite da fonte (passado o limite, começa a distorção, cliping), ou até a dissipação máxima do modulador** (válvula, transistor, ou CI). Vamos fazer umas contas, não tão precisas*, mas dá para se ter uma boa ideia...

Pr = Pn / Fc

Onde...

Pr = Potência resultante
Pn = Potência nominal
Fc = Fator de correção

Fator de correção é uma variável que calcula a potência se ligado a tensão diferente. Se dá por

Fc = (Tn/Tu)²

Fc = Fator de correção
Tn = Tensão nominal (de alimentação)
Tu = Tensão utilizada

Assim, a fórmula final ficaria:

Pr = Pn / (Tn/Tu)²

EXEMPLO

76' Giannini Duovox 100B 100W@4r alimentados por 127V (rms, de pico pode chegar a quase 190V).

Se ligado em 110V (como faço), representando uma variação de -17V

Pr = 100 / (127/110)²
Pr = 100 / 1,333
Pr ≅ 75W

Se ligado em 140V representando uma variação de +13V

Pr = Pn / (Tn/Tu)²
Pr = 100 / (127/140)²
Pr = 100 / 0,823
Pr ≅ 121,5Wrms e um fedor de queimado.

Resumo da novela: melhor alimentar o amp com um pouco menos de energia, que com um pouco mais.

Tudo bem, os filamentos precisam dos benditos nV no filamento, sem muita variação. Se ficar abaixo disso, quem começa a aquecer é o cátodo: o famoso avermelhamento das válvulas, que leva a auto-destruição das mesmas. Para os filamentos é melhor que seja um pouco para mais nas de power, que um pouco para menos. Nas de pré, um pouco a menos ajuda a diminui a taxa de evaporação o bário do cátodo.

Segundo um estudo da RCA - leia mais aqui (em inglês) - uma variação de 10% para mais ou para menos, não reduzirá a vida útil da válvula significativamente.

Creio que se use os 6,3V e não 6 exatos para compensar um pouco uma possível queda. Alguns amps modernos, usam reguladores de tensão, aí é só alegria, e aí dá para falar em 2 vezes isso de horas.


----------------------------------------NOTAS------------------------- ---------------------------
* É imprecisa por que a medição correta é ser expressa por

Pr = (U²/R) * Fc

Porém para essa medição é preciso uma bancada de testes, com gerador de função, diversos multímetros, osciloscópio, cargas resistivas e blá blá blá que não é qualquer pessoa que vai tem em casa.

** É por isso que até que analisar pessoalmente o circuito, vou afirmar que amps Bugera são péssimos, e jamais recomendados.

Estes amps prometem produzir 120W com uma quarteto de 6L6. Isso implica cada válvula dissipar 30W. Segundo todos os datashets das 6L6 atuais, todas seguem o modelo 6L6A que dissipa no máximo 30W.
Válvula já não é a coisa mais linear desse universo, algumas aguentam mais, outras menos, e como o circuito faz elas operarem no limite do limite do limite... Pode ser que na primeira troca as novas pifem imediatamente pois, era um quarteto abaixo da média. Pode ser que funcionem, pois estavam acima da média.

Mas se o vivente resolver por qualquer motivo usar válvulas NOS (New Old Stock), e NÃO for uma 6L6A (ou derivada), ela vai queimar imediatamente, porque TODAS as outras dissipam apenas 25W. Já não podendo ser usadas em amps que produzem 100W - não sem modificação prévia do circuito - imaginemos num de 120W.

Quem quiser arriscar, me convide, quero assistir, a roleta russa.

Ok, aqui caberia uma desculpa de fonte chaveada com regulador de alta tensão (isso existe?) para evitar passar de 120W. Ou um transformador com núcleo saturado e outros métodos de controle que eu não conheça.

Tudo isso é possível, mas vamos refletir... Mas já se perguntou o custo disso? E o peso? Poxa, são amps baratos, não creio.
A princípio, pode ser que seja apenas marketing dizer que tem 120W ( como várias empresas fizeram e fazem até hoje), quando na real entrega 100 ou menos, como os outros amps de quarteto casado. Só que vindo da Behringela não duvido nada...

Baraky
Veterano
# mar/16 · Editado por: Baraky
· votar


Ismah

Cara, parece que vc adivinhou que eu tenho um bugera o.o
Meu amp na casa da minha mãe é um bugera 333.
E coincidentemente tá com uma válvula queimada (queimou na única vez que toquei o foda-se e continuei tocando enquanto caía uma tempestade, apesar de nao por muito tempo).

E como vc faz para reduzir a tensão do amp mesmo?

Ismah
Veterano
# mar/16
· votar


Infelizmente é o problema de que os chinesinhos estão se fu**ndo pra durabilidade, qualidade e outras coisas que se presavam antigamente. E quem paga a conta, é o pessoal do conhecimento e orçamento limitado, ou seja, quem menos pode. Nenhum músico tem obrigação de ser técnico é verdade, mas em terras tupiniquins é melhor ser, ou vão te enrabar uma hora ou outra. Todos acho que já passaram pro isso.

Não acredito que a válvula queimou por conta de raio, foi apenas coincidência (ou não, mas é muito improvável).

Com baixar a tensão do amp? Só trocando ou re-enrolando o trafo.
Dá para adicionar modificações no circuito, como um par de diodos para causar pequenas (0,7VDC), mas aí quase que passa a ser gambiarra para corrigir erros de projeto.

Sinceramente não é algo que se faça em casa tão facilmente, precisa de instrumentação e ferramental próprio - e um bom conhecimento pra evitar choques daqueles que faz barbudo gritar como mocinha. Pessoalmente, mesmo sabendo fazer, e tendo boa parte do ferramental eu terceirizei os 3 amps que chegaram pra mim.

Todo modo isso é relativamente caro. Uma opção não tão cara, é o que sugeria acima, que é usar um VARIAC. Tem 3 tipos:

- por tap/derivação central: diversos secundários, dentre os quais tu seleciona (manualmente) um para dar a tensão de saída pretendida.

- com dimmer de transistores: alguns transistores regulam uma carga variável, mas eu não sou chegado, não confio neles ( não significa que não presta, significa que EU não usaria)

Esses dois dá para montar a partir de um estabilizador desses de PC, estou trabalhando no meu. O abaixo, só dá pra fazer do zero.

- de núcleo saturado: os que vi, funcionam como o por tap. Seleciona-se um tap, para um valor próximo ao desejado. E as variações menores são controladas por uma bobina paralela, onde se injeta uma tensão DC que satura mais, ou menos o núcleo, diminuindo ou aumentando o acoplamento magnético. É o mais "trombolho" de todos, o menos eficiente em consumo de energia, e acho que o mais caro. Ainda estou pesquisando, mas parece ser o que melhor funciona.

Usar um trafo abaixador de valor fixo (os acima são de valor variável) também resolve. É a saída mais barata também, mas ele apenas será adequado para um lugar. Por exemplo, se ele for projetado para 110->220 (os mais comuns), ao ligar em 127 você terá 254V na saída. São funcionais para instalações fixas.

Se acaso teu amp for 220, é melhor pegar um 127->220, porque se ligado em 110, vai gerar 190 na saída.
No caso contrário de um amp 110 ou 127 precisar ser ligado em 220, é melhor optar por um 220/110 porque se a tensão de entrada variar,

Ok, não é o ideal, alguns SS costumam perder timbre, ficando com "som granulado" no canal de drive. Os valvulados são mais rudes (como diz meu técnico "são dinossauros, só com um meteoro pra matar"), sendo bem menos sensíveis a um valor a mais - um dos motivos de se precisar ter aquela "folga" e não operar no limite.

Com a tensão abaixo* do projetado, os valvulados podem ter deficiência no aquecimento do filamento, como disse acima, mas ainda acho melhor pecar por um POUCO de falta, que pelo excesso.

Enfim, resumindo esse post, e o anterior:

Não existe almoço grátis! A qualidade é proporcional ao preço, alta qualidade, custa caro, porque exige precisão de tudo que for envolvido no projeto. Precisão demanda tempo.
Isso se aplica aos amps, aos variac's, aos trafos, e a rede elétrica (por aqui a filosofia é de que "funcionando tá bom").

* O filamento pode ser alimentado com AC ou DC, em DC geralmente essa variação é menos sentida, pois a corrente é retificada.

Nos casos onde se usa AC
Fc = (220/190)² ≅ 1,34
Nas que usam 6,3V , a tensão cai para cerca de 4,7V (6,3/1,34) e nas que usam 12,6, para 9,4 (12,6/1,34). A tensão está 25,4% abaixo do ideal (o recomendado é apenas 10%).

Porque não usar DC então se ela é melhor?!
Já ouvi diversas vezes isso, mas temos que lembrar que não existe melhor caminho, existem vários caminhos, e cada um tem seus prós e contras.
No caso... Há quem diga que a retificação introduz ruído no circuito (por questão de ripple etc), e isso causa aumento de custos para os filtros.

Acredito que a maioria dos amps comerciais use DC no filamento, por ser mais estável - e alguns ainda controlados por um transistor regulador de tensão.

PS.: Se tiver te dando nó com tanto cálculo, ou tiver dúvidas sobre algo que falei, ou mesmo incompreendido um trecho, pergunte - pra mim isso é quase rotina, então algumas coisas parecem lógicas, mas só dentro da minha cabeça, não na sua ou de outro usuário.

Enviar sua resposta para este assunto
        Tablatura   
Responder tópico na versão original
 

Tópicos relacionados a Valvulado sem aterramento em casa - O quão perigoso é?