Quando a gente não consegue ser tecladista na própria casa

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mano_a_mano
Veterano
# abr/17 · Editado por: mano_a_mano


Já faz um bom tempo que venho enfrentando um certo problema, que acredito partir de mim mesmo, não dos instrumentos, nem de influências externas: o fato de eu não conseguir praticar música em casa. Quando digo "praticar", não me refiro apenas a tocar, mas também a arranjar, compor, programar, editar os sons etc..
Parece haver um certo bloqueio quando estou em casa, não sei por quê. Medo de incomodar a vizinhança? Medo do julgamento alheio? Timidez excessiva? Vergonha? Excesso de distrações (celular, PC, Internet e outras)?
No entanto, quando estou fora de casa, a situação é totalmente oposta: me solto, faço mil e uma coisas nos instrumentos, nem ligo. Uma vez até já considerei construir meu novo estúdio fora de casa exatamente por causa disso: me sinto livre para ser músico fora de casa, mas quando estou em casa, me sinto trancado. Eu não deveria, pois estou no ambiente familiar, onde tecnicamente todos me apoiam, porém, acontece. Aí ouço coisas do tipo "por que tu tem esse monte de teclado e não toca?", o que me chateia muito, pois não é que eu não toque, é porque tem alguma coisa aqui que me faz travar, mas não sei o que é. Muito acontece de eu planejar treinar, compor etc. durante o dia, mas chega na hora H e cadê o tecladista?
A questão é: como acabar de uma vez por todas com esse bloqueio e me sentir livre para exercer minha atividade de tecladista em casa? E outra: alguém mais aqui no FCC já passou por isso?

Adler3x3
Veterano
# abr/17 · Editado por: Adler3x3
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Pontos de atenção:

- todos sofremos deste mal, algum tipo de bloqueio mental que não sabemos administrar direito;
- distrações:
o mundo on line e outras opções de perder tempo nos levam:
- a falta de foco, perda de concentração, falta de objetivos , o que realmente desejamos fazer, ficamos perdidos e o tempo passa e não acontece;
- fazer uma lista de prioridades e fazer acontecer.
- somos livres, mas as vezes vem uma sensação que não estamos livres, a culpa é nossa mesmo, não é o ambiente, não é a família, somos nós que estamos presos;
- talvez pelo simples fato de estarmos em casa ficamos indisciplinados;
- e para fazer acontecer tem que ter perseverança e disciplina;

e muitas outras coisas...

Lelo Mig
Membro
# abr/17 · Editado por: Lelo Mig
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mano_a_mano

Resumiria tudo em basicamente 2 pontos, que de certa forma, aglutina tudo:

- Excesso de distrações.
- Falta de disciplina.

Cara, não têm jeito... infelizmente. Têm de fazer uma planilha atribuindo datas e horários aos afazeres e seguir à risca. E quando executando, não para, não interrompe, por nada!!

Digo isso porque sou o cara mais indisciplinado do planeta. Sempre me julguei o sujeito mais livre do mundo para fazer só o que me dá prazer, quando quero e como gosto... só me fudi!

Caboclo têm que ter determinação, estipular regras e cumpri-las. Fazer e pronto! Todo resto são desculpadas esfarrapadas que usamos para nós mesmos.

Vejo pessoas com uma facilidade enorme para seguir regras, estipular e cumprir metas, ser regrado, focado e objetivo. Prá mim, é muito difícil... muito, muito mesmo. Este tipo de gente não é capaz de entender como pode ser tão duro e doloroso para um cara como eu.

Mas, duro ou não, não existe outro meio. Ou foca.. ou se perde! É um caminho livre, aberto, desde que aceite que o que se perde não retorna.

Como disse, só me fudi... perdi muito e conquistei tudo pela metadde. Hoje prefiro "sofrer" um pouco mas conquistar, poucas coisas, porém inteiras.

jorget
Membro Novato
# abr/17 · Editado por: jorget
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Já teve problemas de alto som, incomodo com vizinhos ou alguém da famiia? Se for, vou mais longe: já ví gente ate DESISTIR de tocar instrumento por causa disso.

Os bloqueios com o tempo:

-falta de "tesão" de tocar
-medo de pegar no instrumento
-medo de ser interrompido no meio da perfomance
-esquecer de um item faltante/novo por causa do temor
-medo de não conseguir rolar/dar tudo por tal inibição
-desistência de pegar no instrumento antes de sentar à frente dele
-lembrar das más faces/momentos durante a perfomance
-achar que neste local não conseguirá dar tudo o que o instrumento pode
-vontade de levar ele a algum lugar aberto, longe de tudo e a máximo som
-perder a vontade com o tempo e problemas de voltar a pegar ele
-com o tempo, olhar pro instrumento abandonado e pensar em vender
-com o tempo antes gasto nele, achar outra ocupação/hobby, saídas/amigos

Ou seja, com todos estes problemas acima, ou só por algum deles, já ví muita gente não só diminuir as perfomances, mas muitos venderem o instrumento e desistirem totalmente de ser músico, mesmo que por hobby, por detestarem fones de ouvidos ou não se puder usar (acústico).

Há uma regra sobre instrumentos, músicos ou mesmo outras profissões: quando um trabalho/perfomance ou serviço dá problemas, seja ele qual for (tendinite em com digitadores, pintores com mascaras e respiração/alergias, barulheiras de marretadas/britadeiras, etc), a absoluta maioria desiste e ate muda de profissão. Mas música em especial e não como uma obrigação, deve-se ter a máxima tranquilidade e condições pra exercer do contrário nada sai, pois se tratar de um desempenho mental e não manual como de pintor ou pedreiro.

Mas o lado negativo (dos maus músicos) é o abuso como bateristas acústicos em apartamentos/casas ou muitos sendo processados pelo vizinho e sobrando pro pai, ou chamando-se a policia sempre. Um absurdo e falta de respeito com todos. Músicos são sublimes nos seus princípios e não agressores. Esse é um dos princípios da boa música, ser agradável e não terrorista, diga-se em aceitação, renome, público, aplausos, vendas, boa conduta, respeito, etc. As vezes o maior perdedor na perturbação é o "músico", que já ví um dizer: "gastei 5mil no instrumento, 5mil na indenização judicial, condenação criminal e perdi anos no instrumento", coisa muito comum no Br, esquecendo que existem estúdios de aluguel por hora baratíssimos pelo Br e poderia ter alugado centenas de horas com essa indenização e altíssimo e bom som.

Portanto, (deveria-se se ensinar isso ate em conservatórios para crianças no inicio), a primeira regra pra se aprender um instrumento, é o local, a tranquilidade e sem interferências. Aprendido isso, quem pode é claro, gasta um pouco na forração acústica no quarto/sala para por sí só, nem tanto pelos outros, ter o sossego sem interferências para desempenhar tudo o que pode. É o mesmo que um cientista (Einstein?) criar suas equações no meio de uma orquestra sinfônica ou de uma construção e ter obtido o Nobel com isso (dizem que se trancava por semanas no seu porão e sua mulher lhe passando as refeições por debaixo da porta).

Aí está uma das soluções (não para o Nobel) para se atingir a melhor perfomance/desempenho: se "isolar" do mundo (rsrsrsrsrsrs). Sobre as "condições necessárias", como uns radicais dizem: "aceite-a (ame-a) ou deixe-a".

JJJ
Veterano
# abr/17
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A parte do "não incomodar os outros" é mole de resolver: headphone...

jorget
Membro Novato
# abr/17
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JJJ
A parte do "não incomodar os outros" é mole de resolver: headphone...

Não é "mole" não: esse baterista que falei, me disse que nunca iria trocar na época sua bateria acústica por uma eletrônica, como disse ao juiz quando perguntado e que preferia largar a bateria que mudar. Daí a ter sido condenado (ele junto com seu pai por ser menor na época) a essas perdas e inclusive criminalmente por perturbação, o filho no juizado de menores. Eu iria dizer "pobre pai", mas era um pai que não estava nem aí com os abusos do filho, pois me disse que ate seu pai saiu na briga com o vizinho. Vai entender esse mundo........ Sobrou um baterista a menos no mundo....largou.....foi o resultado.

Synth-Men
Veterano
# abr/17
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Eu sinto isto, mas com os instrumentos de corda que não domino nada.

Por exemplo eu tenho um violino que nem tento, por que sei/sinto que vai incomodar. Todas vez que eu olho para ele tem um grande bloqueio.

Já estou 3 anos sem gravar em casa. Não tem mais como. Distrações, mulher, televisão alta, criança chorando, rindo e brincando, assovio do Whatsapp, o Skype chamando, telefone toca, alguém ouvindo musica, vizinho gritando. Já fiquei quase 10 ano sem tocar nenhum instrumento. Sem animo, tesão. vontade, ideias.

Parece que eu morri. Sério sem exagero.

Quem me desenterrou foi um irmão meu que era TI de uma loja de instrumentos musicais e me deu um abençoado Medeli MC 380 em 2007. Mas sai da ativa das ruas, igrejas e apresentações em grupo.

Mude sua rotina musical, não deixe a chama apagar. Não que deve ser o oposto, mas você deve arrebentar em casa e fora de casa.

Você pode tocar em um volume que não incomoda ninguém. Por exemplo as minhas mixagens fiz em casa, desplugado do fone e não incomodei ninguém.

O volume master pode ficar em um grau agradável. Assim seus ouvidos vão ficar até mais aguçado. Precisa de ouvir algo com mais atenção? coloque o fone.

Minha ultima tentativa de trabalho em casa foi este registro de ideia, não está mixado, mas só para te dar o exemplo, capitei os sons de madruga, com todos dormindo e desplugado e não incomodei ninguém. Nem viram e nem souberam. https://soundcloud.com/mirandabrothers/microacustico

Isso já faz sete meses e não consegui colocar a música completa e o arranjo em pratica. E já tenho tudo, mas não sai.

Outra coisa que me envergonha muito é que não consigo participar de uma JAM aqui do Fórum, fora o Festival do Minuto que é uma maravilha. Sempre há um caos a me atrapalhar. Também não tenho um soundcloud de trabalhos concluídos, um mais top sabe, só de registro de ideias mesmo.

Mas também já tive momentos maravilhosos musicalmente em casa.

Meus equipamentos estão todos com o meu irmão. Que no momento está vivendo um momento musical melhor que o meu. Para não morrer novamente, estou investindo pesado (dentro dos meus limites $) em cordas.

No momento não tem como assistir aulas, mas vou andando devagar em casa mesmo. A dica do Lelo Mig é boa. Eu coloco despertadores no meu telefone que me avisam a hora de dar ao menos uma hora de treinada nos instrumentos.

mano_a_mano
Veterano
# abr/17 · Editado por: mano_a_mano
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Adler3x3

todos sofremos deste mal, algum tipo de bloqueio mental que não sabemos administrar direito;
No meu caso, quando estou em casa, parece que há um muro invisível entre eu e os instrumentos. Fora de casa, esse "muro imaginário" não existe. Mas ele nunca deveria existir em nenhum momento.

distrações: o mundo on line e outras opções de perder tempo nos levam:
Lembro que montei minha sala de música numa parte dos fundos da casa, e a ideia era não ter computador, nem Internet, justamente para evitar distrações. Aí meu pai insistiu que a sala tivesse computador e Internet "porque são tuas coisas, filho, e todas tem que estar lá". Não deu outra: era 90% do tempo no computador e o resto sem fazer nada. Assim, não funcionou.
Agora andei pensando em novamente usar a sala dos fundos (em tempo: ainda moro com meus pais - apesar dos meus 33 anos - e neste momento meus teclados estão no meu quarto, que fica perto da sala de estar, na qual a TV e o rádio ficam ligados quase o dia todo - impossível praticar música assim), mas de fato, sem computador, nem Internet, pois era a ideia original: ser um espaço para me afastar de interferências externas e focar apenas na música. Quem sabe assim melhore.

somos livres, mas as vezes vem uma sensação que não estamos livres, a culpa é nossa mesmo, não é o ambiente, não é a família, somos nós que estamos presos
É isso que sinto: parece que não sou livre, apesar de ser. Minha casa costuma ser um ambiente super tranquilo (exceto pela TV e pelo rádio na sala, é claro...), meus pais são gente finíssima, me apoiam sempre, mas por alguma razão me sinto acorrentado. Não entendo por quê. Seria talvez algum medo pessoal que não consegui vencer ainda?
Acho que, se não fosse eu ter esse bloqueio, hoje meu patamar seria outro. Um conhecido meu, baterista, também sofreu com isso na adolescência, superou, e hoje ele mora nos EUA e é um dos maiores bateristas por lá.


Lelo Mig

Cara, não têm jeito... infelizmente. Têm de fazer uma planilha atribuindo datas e horários aos afazeres e seguir à risca. E quando executando, não para, não interrompe, por nada!! Digo isso porque sou o cara mais indisciplinado do planeta. Sempre me julguei o sujeito mais livre do mundo para fazer só o que me dá prazer, quando quero e como gosto...
Aí está uma forte dificuldade minha, que reconheço e sei que é difícil superar, isso que já tenho anos e anos de música no currículo. Nunca consegui ter uma tabela de horários para fazer minhas coisas. Sempre fui muito no "quando der, faço", e geralmente isso não funciona.
Muito aconteceu de eu acordar cedo em qualquer dia e dizer para mim mesmo "hoje vou compor". Chegava na hora H e tinha "n" mensagens no WhatsApp para ler, outros "n" e-mails para responder, mais umas "n" notificações do Facebook para verificar e, quando eu via, já era tarde demais.
Talvez um dos passos seja esse - talvez, não, é obrigatório que seja: FOCO. Esquecer as distrações do dia-a-dia. Deixar de lado os "beeps" do celular. Focar 100% no que realmente interessa, que é a música. E se eu tiver que me isolar por um tempo, que seja. Se for melhor para eu retomar a antiga produtividade, ótimo.

Vejo pessoas com uma facilidade enorme para seguir regras, estipular e cumprir metas, ser regrado, focado e objetivo. Prá mim, é muito difícil... muito, muito mesmo. Este tipo de gente não é capaz de entender como pode ser tão duro e doloroso para um cara como eu.
Somos dois. Quando alguns percebem minha severa dificuldade em organizar tarefas, me criticam, como se ser regrado fosse a coisa mais fácil do mundo. Não entendem que somos seres humanos, não robôs programados. Mas um dia as coisas haverão de melhorar.


jorget

-falta de "tesão" de tocar
-medo de pegar no instrumento
-medo de ser interrompido no meio da perfomance
-esquecer de um item faltante/novo por causa do temor
-medo de não conseguir rolar/dar tudo por tal inibição
-desistência de pegar no instrumento antes de sentar à frente dele
-lembrar das más faces/momentos durante a perfomance
-achar que neste local não conseguirá dar tudo o que o instrumento pode
-vontade de levar ele a algum lugar aberto, longe de tudo e a máximo som
-perder a vontade com o tempo e problemas de voltar a pegar ele
-com o tempo, olhar pro instrumento abandonado e pensar em vender
-com o tempo antes gasto nele, achar outra ocupação/hobby, saídas/amigos

Isso *quase* aconteceu comigo recentemente. Entre a segunda metade de 2013 e a primeira de 2016, sendo mais exato. Nesse período cheguei a me questionar se eu deveria ou não continuar na área musical. Se eu não continuasse, que rumo tomar?
Aí chegou o Natal de 2014 e uma das minhas irmãs me presenteou com um painel de fotos mostrando momentos da minha carreira, desde a infância até aquele momento. Eu estava muito desanimado com a música na época e pensava inclusive em me tornar profissional de TI, mas esse painel foi o ponto de partida para que eu pensasse duas vezes antes de tomar qualquer decisão nesse sentido (e sim, tenho esse painel até hoje). Comecei a me reerguer aos pouquinhos, experimentando novas composições, colocando vídeos no YouTube (hoje não mais existentes), depois participando de um ou outro trabalho com banda, esporadicamente. A coisa parecia ir bem, mas chegou 2017 e o bloqueio voltou com tudo, sem explicação. Abandonei as bandas nas quais eu vinha tocando e me fechei de novo.
Hoje estou numa nova banda, cujos membros me acolheram muito bem. Nos ensaios da banda, num estúdio aqui perto, tudo perfeito: músicas rolando, arranjos saindo a todo momento, trabalho contínuo em grupo. Mas em casa...

Mas o lado negativo (dos maus músicos) é o abuso como bateristas acústicos em apartamentos/casas ou muitos sendo processados pelo vizinho e sobrando pro pai, ou chamando-se a policia sempre. Um absurdo e falta de respeito com todos. Músicos são sublimes nos seus princípios e não agressores. Esse é um dos princípios da boa música, ser agradável e não terrorista, diga-se em aceitação, renome, público, aplausos, vendas, boa conduta, respeito, etc. As vezes o maior perdedor na perturbação é o "músico", que já ví um dizer: "gastei 5mil no instrumento, 5mil na indenização judicial, condenação criminal e perdi anos no instrumento", coisa muito comum no Br.
A polícia bater na porta da sua casa por você ser músico. Esse é um fator que me preocupa. E se eu estiver tocando em casa e um chato na vizinhança resolver me processar por causa disso? Já aconteceu com amigos meus, que, percebendo o problema, foram morar em zonas mais afastadas, ou pararam totalmente (uma pena).
Músicos não fazem seu som com o objetivo de incomodar ninguém, mas muitos não entendem. E até que se prove que focinho de porco não é tomada...

a primeira regra pra se aprender um instrumento, é o local, a tranquilidade e sem interferências
A zona onde moro é relativamente tranquila e, sendo assim, eu não deveria me sentir bloqueado.

Aprendido isso, quem pode é claro, gasta um pouco na forração acústica no quarto/sala para por sí só, nem tanto pelos outros, ter o sossego sem interferências para desempenhar tudo o que pode.
Já pensei em isolamento acústico na sala dos fundos da casa, mas como estamos aqui discutindo se vamos nos mudar, ou se vamos reconstruir a casa, não tenho como querer começar qualquer coisa desse tipo no momento. E se tiver que desfazer tudo por causa de obras? Mas quando a situação se definir, e se a sala em questão não for afetada, sim, aí está uma solução.

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Resumindo...

O problema não é a música, nem os instrumentos, nem a família, nem a vizinhança, nem nada. O problema sou eu. Eu é que me intimido e fico travado, sem ação, ao estar diante dos instrumentos em casa - e eu nunca deveria me intimidar assim.
Já fiz consultas com psicóloga, psiquiatra, psicopedagoga, mas nada resolveu. Então, vi que a solução tem que partir de mim. E quanto mais cedo, melhor.

jorget
Membro Novato
# abr/17 · Editado por: jorget
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mano_a_mano

Se não há perturbação/medo de vizinhanças ou da família, use uma solução quase infalível: troque o instrumento por outro modelo, mas um que valha a pena, lhe dê motivos de experimentar e tocar muito. Geralmente um Top, bem completo.

mano_a_mano
Veterano
# abr/17 · Editado por: mano_a_mano
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jorget

troque o instrumento por outro modelo, mas um que valha a pena, lhe dê motivos de experimentar e tocar muito
Não, chega. Já tive gastos demais com compras, vendas e trocas - acho que mais de 40 instrumentos, dentre pianos, arranjadores, controladores, synths, e até alguns baixos, já passaram pelas minhas mãos - e não penso mais em mudar de instrumento tão cedo. Com os que tenho já dá para fazer um estrago gigantesco... Só preciso "me desbloquear".


JJJ

A parte do "não incomodar os outros" é mole de resolver: headphone...
Toquei por anos a fio com fones (em casa, era a única solução) e, por causa disso, cheguei a ter problemas de audição. Hoje, quanto menos eu usar fones, melhor, e também não posso me intimidar diante de um amplificador para teclados...


Synth-Men

Já estou 3 anos sem gravar em casa. Não tem mais como. Distrações, mulher, televisão alta, criança chorando, rindo e brincando, assovio do Whatsapp, o Skype chamando, telefone toca, alguém ouvindo musica, vizinho gritando.
Quando se tem tanta interferência assim, é osso mesmo... Osso duro de roer... Para se ter boas ideias musicais, é preciso silêncio e concentração, e aqui em casa, se for na sala dos fundos, isso é possível. Só preciso superar o maldito bloqueio - e, de preferência, não ter distrações na sala, é claro...

mano_a_mano
Veterano
# abr/17
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Enfim, gente, vou tentar seguir as dicas de vocês - e espero com isso superar boa parte do "trauma". Quero chegar no ponto de ligar os instrumentos de manhã e desligar à noite, fazendo som a qualquer momento, e chamando atenção das pessoas em volta - no bom sentido, naturalmente.

JJJ
Veterano
# abr/17
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jorget

É... instrumentos acústicos são complicados pra fones... a única solução seria trocar por um elétrico "similar"...

mano_a_mano
Toquei por anos a fio com fones (em casa, era a única solução) e, por causa disso, cheguei a ter problemas de audição.

Tem que ter muito cuidado com o volume nos fones... é um perigo mesmo.

jorget
Membro Novato
# abr/17 · Editado por: jorget
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mano_a_mano

Não, chega. Já tive gastos demais com compras, vendas e trocas

Percebi em muitos tópicos que voce postava muito no passado, há mais de 10 anos atrás, assim como muitos outros "sumidos", isso em muitos tópicos que fiz buscas sobre muitos teclados interessantes. E voce deu boas opiniões, entre muitos outros "sumidos".

Mas sobre estes sumidos, acredito que se foram junto com a "moda" no Br e no mundo, onde essa moda tecladista foi caindo, pois como ví, desde 2000 houve explosão da tecnologia de teclados (ou ate antes, não sei) e explodiu também o número de usuários, músicos, bandas, etc. Hoje eu admito: a música em geral está "caidaça". Na época voce como muitos, tinha ate demais motivos pra trocar ideias, apresentar perfomance, seus novos teclados, novas bandas, discussões, etc.

Hoje vejo neste forum, mal postados um ou dois comentários por dia, de um ou outro tópico e nada mais. Nos teus antigos posts, haviam alguns que no mesmo dia da criação, chegavam a 3 páginas, geralmente sobre um novo instrumento. Realmente, hoje se lança um modelo a cada 3 ou 4 anos, como das Roland/Yamaha nada mais lançaram (ou a Korg) e na época era ate 10 modelos por ano, um por mês entre as marcas. Ví muitos foruns estrangeiros de músicos/instrumentos, mortinho, sem post algum num único mês. A coisa é mundial.

É questão de tempo, moda e quantidade de usuários/músicos para incentivar algo, como teu caso hoje. Nada parte de um sozinho, sem motivação externa, incentivo. É a união que levanta um país (ou um teclado...exagero....rsrrs). Portanto, voce não está só nisso, centenas por aqui sumiram como voce ou desistiram e milhares/milhões também pelo Br, e muito mais pelo mundo.

Minha única recomendação: pior que desistir, pior que vender o teclado, mesmo que não mais usar, não precisa tocar ou treinar, a coisa é ciclica no "vai e vem": não venda, fique com ele pois o maior desgosto é um dia qualquer dar aquela vontade de tocar algo e não mais o ter. Guarde-o, limpe-o sempre, ligue-o uma vez/mês, cubra-o, mas mantenha-o, pois um dia pode lhe dar vontade de tocar ou voltar a treinar e ele estará aí, seja conservado ou velhinho. Mantenha-o e deixe a vontade vir sozinha. Ate músicos profissionais, super-star, dão tempo na carreira. Coisa absolutamente normal. E fazem isso pra duas coisas: descansar (relaxar, se readequar) e por último, voltar a ativa mas por cima, muito melhor e reatualizado. Ninguém consegue fazer isso sem dar um tempo, as vezes anos como muitas super estrelas fizeram. Há gente com 10 anos afastada ou mais e vai voltar ou já voltou assim, coisa normal.

Eu "religiosamente" toco/treino uma vez/mês, as vezes duas/três, pois se exagerar, sei que vou acabar desistindo/enjoando. Já fui muito assíduo, mas quase me levou à estafa, pois sou apenas hobista. E não vejo hoje motivação pra religar tudo todo dia, como dito acima. Portanto nos demais dias, vou anotando tudo que quero (me aparece), pra juntar tudo isso pra esse dia, já que preciso ligar meu equipamento (alias, é justamente isso que me leva à rejeição: ligar tudo e desligar depois e guardar/cobrir tudo, um "saco" que enjoa demais, faz desistir, pois se não limpar com cloro após tocar com os dedos, suja, pega fungo/mancha e amarela/apodrece, haja trabalho e paciência). obs: detesto/odeio tocar com som alto, só baixo e nunca tive problema algum (será genética?)

Portanto, quem sabe um dia a música volte a explodir, num super consumo como antes e aqui ferva novamente, como mostraram os tópicos. Questão de tempo. Talvez a pirataria e os PCs/mp3 detonaram as músicas/músicos mas vai que surja novas tecnologias e se precise novamente de muitos músicos ao vivo e volte tudo novamente como naquela época. Vai saber.....

c.seterval
Membro Novato
# abr/17
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Cara,eu to passando por uma mudança intensa,anos e anos baixista,porém de 3 meses pra cá resolvi ser tecladista,sempre que tive um teclado à mão saia alguma coisa,até com tecladistas que toquei rolavam elogios...
Foram 17 anos focado num instrumento,comigo rolou o cansaço mesmo,baixo vc não treina e toca sozinho,vc tem que sempre estar no "pique banda",quando se tem 15,16 anos blz,mas 33 é osso....rs

mano_a_mano
Veterano
# abr/17 · Editado por: mano_a_mano
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c.seterval

33 é osso
Tenho 33, já estou perto dos 34 e, quando estou em banda, continuo em pleno pique :-)


jorget

desde 2000 houve explosão da tecnologia de teclados
Sim, exatamente o período no qual o pessoal mais comprou/vendeu/trocou instrumentos, e não fui exceção. Nem imagino quanto dinheiro já foi gasto com tudo isso, e também nem quero saber. Ficou no passado.
Meu set hoje é basicamente o mesmo desde 2013, com poucas variações. Ele me satisfaz plenamente e não vejo por que mudar de novo.

a música em geral está "caidaça"
Volta e meia surgem bons artistas/bandas no mundo, e vários fazem sucesso e tal. O que acontece é que atualmente a grande maioria do pessoal mais jovem prefere ver séries no Netflix a ouvir música, então dá a impressão de que a música "morreu". Mas não é bem o caso.
Tenho a esperança de que alguma próxima geração volte a entender o valor que a música tem e passe a dar mais atenção à mesma. Quem sabe?

Eu "religiosamente" toco/treino uma vez/mês, as vezes duas/três, pois se exagerar, sei que vou acabar desistindo/enjoando. Já fui muito assíduo, mas quase me levou à estafa, pois sou apenas hobista. E não vejo hoje motivação pra religar tudo todo dia, como dito acima. Portanto nos demais dias, vou anotando tudo que quero (me aparece), pra juntar tudo isso pra esse dia, já que preciso ligar meu equipamento (alias, é justamente isso que me leva à rejeição: ligar tudo e desligar depois e guardar/cobrir tudo, um "saco" que enjoa demais, faz desistir, pois se não limpar com cloro após tocar com os dedos, suja, pega fungo/mancha e amarela/apodrece, haja trabalho e paciência).
Já eu prefiro deixar todos montados, no seu devido lugar, porém protegidos contra poeira. Se vou ficar muito tempo sem usar (por causa de viagem ou outros motivos), tiro todos das tomadas por questões de segurança.
Quanto a tocar uma (ou duas) vez(es) por mês, pode ser uma boa ideia. Meu ideal seria tocar "de segunda a segunda", mas nas atuais circunstâncias, pode ser até que duas vezes por mês funcione para mim.

Talvez a pirataria e os PCs/mp3 detonaram as músicas/músicos
Acho que não foi o MP3, mas o tal de AutoTune (não sei se escrevi isso certo). Com esse plugin, muita gente virou "artista" da noite para o dia, então se criou a ilusão de que fazer música ficou "fácil". Isso fez o povo desmerecer em parte o trabalho dos verdadeiros artistas, que treinaram muito, suaram, ralaram, até atingir um nível técnico e de feeling aceitável.
Vê se não é desanimador quando dedicamos nossas vidas a atingir a excelência musical e não somos reconhecidos; aí chega qualquer um, com a voz manipulada pelo AutoTune, e vira cantor de renome internacional. Total inversão de valores...
Mas vou contra a maré e faço questão de trabalhos musicais verdadeiros. Aí está mais um motivo para eu arrebentar de vez com essa "bolha" que me trava. E sinto que estou perto...

DoisUm
Membro Novato
# abr/17
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Resumiria tudo em basicamente 2 pontos, que de certa forma, aglutina tudo:

- Excesso de distrações.
- Falta de disciplina.

Cara, não têm jeito... infelizmente. Têm de fazer uma planilha atribuindo datas e horários aos afazeres e seguir à risca. E quando executando, não para, não interrompe, por nada!!

Caboclo têm que ter determinação, estipular regras e cumpri-las. Fazer e pronto! Todo resto são desculpadas esfarrapadas que usamos para nós mesmos.

Mas, duro ou não, não existe outro meio. Ou foca.. ou se perde! É um caminho livre, aberto, desde que aceite que o que se perde não retorna.


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c.seterval
Membro Novato
# abr/17
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mano_a_mano

Tenho 33, já estou perto dos 34 e, quando estou em banda, continuo em pleno pique :-)

Sim,porém não é a todo momento que está no pique tirar músicas,ensaiar,pagar estúdio...
Sendo baixista é complicado manter um nível constante de estudo nesse pique,porém com teclado já é melhor...

homemsemsobrenome
Membro Novato
# abr/17
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Faz uns anos que tive que parar de tocar para trabalhar e fiquei quase três anos como operador de caixa. Foram três anos sem tocar, basicamente, e mesmo quando voltei ainda não estava animado para continuar.

O que particularmente tem me motivado nos últimos tempos é a possibilidade de evolução. Eu me sinto mais motivado conforme vejo avanço e melhoria, tanto na minha técnica como músico, quanto no que diz respeito à levar um trabalho musical a um nível melhor, terminar de tirar frase por frase aquela música, detalhar aquele timbre até o limite, etc.

Com isso, o que me desmotiva é também o contrário disso: quando o trabalho não rende, quando outros músicos não levam tão seriamente o trabalho como eu, quando meu teclado faz menos que aquilo que eu necessito e não posso pagar outro, etc.

Eu tenho tentado manter um equilíbrio aí, estudando um pouco todo dia, tentando melhorar meus timbres, pressionando um pouco os outros músicos, mas sem me esforçar demasiadamente também, pois simplesmente não posso quebrar a estrutura de vida em que estou no momento. Por ora, é meio frustrante, meio compensador. Quando puder fazer mais, farei, acho que será mais compensador.

mano_a_mano
Veterano
# abr/17 · Editado por: mano_a_mano
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homemsemsobrenome

Com isso, o que me desmotiva é também o contrário disso: quando o trabalho não rende, quando outros músicos não levam tão seriamente o trabalho como eu, quando meu teclado faz menos que aquilo que eu necessito e não posso pagar outro, etc.
Quanto aos instrumentos, não posso me queixar, pois meu set atual faz tudo o que preciso e mais um pouco, e não vejo motivos para mudar tão cedo.
Quanto a trabalho musical que não rende, já passei várias vezes por isso: eu e mais um ou dois nos esforçávamos enquanto os demais pareciam estar ali apenas para fazer um favor, e não tinham a música como prioridade. Mas também não se pode querer mudar à força as prioridades dos outros, pois muitos tocam por hobby - o que não é meu caso, e possivelmente também não é o caso de muitos aqui. E agora estou elaborando um novo projeto apenas com músicos profissionais ou que pretendem ser profissionais, então já é uma motivação extra.
A "muralha invisível" que me separava dos instrumentos em casa começou a ruir, tenho essa sensação...

Quando puder fazer mais, farei, acho que será mais compensador.
Não tive muita escolha: ou eu recomeçava logo, ou minha profissão já era. Mas agora as coisas começaram a acontecer pelo lado positivo, então minha carreira está salva.

fernando tecladista
Veterano
# abr/17
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o fato de eu não conseguir praticar música em casa
Tive o mesmo problema
Excesso de distrações (celular, PC, Internet e outras)?
Se ficar 1/2 hora no face ou em um grupo de synth, aproveitar o youtube pra ouvir gente tocando e bom... o problema é perder 3 horas compartilhando minions... ou protestos, textões, politica...

Medo do julgamento alheio
Pode até ser... voce conhece seus parentes, os gostos..
Uma vez até já considerei construir meu novo estúdio fora de casa
Não rola, a não ser que seja seu ganha pão ai voce tem hora pra entrar e sair

A questão é: como acabar de uma vez por todas com esse bloqueio
Primeiro veja se não é um caso de psiquiatra pra ver se não é depressão, marque uma consulta ou em psicólogo, eles cham facil o problema é bom conversar com alguém de fora que não diga que você esta com frescura

Com isso voce precisa se policiar, renha um horario pra treinar, nos primeiros dias toque meia hora, todo dia, toque uma hora... depois passe a dois periodos... com o tempo voce sente necessidade de estudar, é como fazer exercicio

Na internet procure grupos onde possa postar seu trabalho, procure pessoas positivas, reais ou virtuais, o mundo ta muito negativo

Cara... mas precisa vir de você digo porque já passei por isso

jorget
Membro Novato
# abr/17
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fernando tecladista
A questão é: como acabar de uma vez por todas com esse bloqueio
Primeiro veja se não é um caso de psiquiatra pra ver se não é depressão


Muito inteligente tua análise, nem pensei nisso

Tenho um parente que tem isso e não consegue fazer nada, nem estudar ou trabalhar, se isolando muito de tempos em tempos (isso vai e volta).
O problema de médico/tratamento, é caro e mais caro são os remédios (nas capitais há grupos/institutos de ajuda com tudo grátis).

Pelo que disse o mano_a_mano, não parece ser isso pois ele procura/toca em banda. Por todo caso, há um teste (falível), gratis, de dobrar/triplicar o consumo de café por dia (deixa elétrico) e se sair do desanimo/bloqueio, pode procurar tratamento. Mas lembre-se: falível.

Synth-Men
Veterano
# abr/17
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Uma coisa que compartilho com o fernandotecladista é o fato de pesquisar, ver outras pessoas tocando, vídeos, pesquisas sobre synth antigos e atuais, como criar timbres e por aí vai. No momento estou pesquisando um pouco sobre instrumentos orientais.

Isso me deixa muito animado.

mano_a_mano
Veterano
# abr/17
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fernando tecladista
Primeiro veja se não é um caso de psiquiatra pra ver se não é depressão
Não acredito que seja, pois fora o "bloqueio" citado nesse tópico, minha vida costuma ser perfeitamente normal.

acabaramosnicks
Membro Novato
# abr/17
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jorget
O problema de médico/tratamento, é caro e mais caro são os remédios (nas capitais há grupos/institutos de ajuda com tudo grátis).

Normalmente, uma caixa de antidepressivos dos mais comuns (ISRS ou tricíclico) não passa de 120$ uma caixa com 20 comprimidos, menos de $200 no mês com remédio não é tão caro assim. Paroxetina, por exemplo, é um IRSR bem eficaz que custa no máximo $60 uma caixa com 20.
O difícil é achar um bom profissional pra fazer o acompanhamento, e isso sim costuma ser BEM caro.

Isso sem contar que sem um bom profissional pra fazer o acompanhamento, muitas vezes vc acaba tomando coisa que nem precisa, ou acaba tomando uma combinação de drogas que poderia ser substituida por outra melhor, ou com dosagem diferente, etc... fora o risco de diagnóstico errado, ou médicos cuzões que só querem te entupir de droginhas pra vc não encher o saco (tem gente, inclusive, que prefere estes).
Digo isso tudo por experiência própria.

Não acredito que seja, pois fora o "bloqueio" citado nesse tópico, minha vida costuma ser perfeitamente normal.

É, não parece ser depressão.

Olha, eu tinha muito isso, meio que não me sentia muito à vontade em casa, ficava meio tímido, não sei explicar... não conseguia me soltar direito. Isso só passou quando fui morar sozinho, pois tenho um relacionamento meio zuado com meus pais. Eu, no seu lugar, consideraria primeiro de tudo fazer o tal quartinho do fundo sem distrações, um espaço reservado pra vc ficar sozinho e focado.

mano_a_mano
Veterano
# abr/17
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acabaramosnicks (nick criativo esse, hein?!)

meio que não me sentia muito à vontade em casa, ficava meio tímido, não sei explicar... não conseguia me soltar direito. Isso só passou quando fui morar sozinho, pois tenho um relacionamento meio zuado com meus pais.
Ainda bem que esse não é meu caso, pois meus pais sempre me apoiaram, desde a infância, quanto a ser músico, e me apoiam até hoje. A coisa toda tinha a ver com o ambiente em si, a casa, mas já achei um jeito de resolver isso.

Eu, no seu lugar, consideraria primeiro de tudo fazer o tal quartinho do fundo sem distrações, um espaço reservado pra vc ficar sozinho e focado.
A casa nesse momento está em reformas e, portanto, meus instrumentos estão guardados, mas sim, terá um local exclusivo para a música - não nos fundos, mas na frente. Há uma sala perfeita para esse fim.

soruji
Veterano
# mai/17
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Sabe o que tem me ajudado?
Postar vídeos em redes sociais. Trechos de músicas, transcrições de solos, versões. Tudo vale. Não sei se é o lado bom da vaidade, mas a cada crítica, cada comentário recebido, a vontade de fazer um vídeo melhor, estudar mais, só aumenta, e de certa forma isso vai tirando o seu bloqueio de pegar o instrumento em casa, já que agora você está sendo movido por objetivos práticos. Só não caia na armadilha de ficar postando coisas em excesso, e de forma desnecessária (exercícios de escalas, arpejos, etc).

mano_a_mano
Veterano
# mai/17
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soruji

Postar vídeos em redes sociais. Trechos de músicas, transcrições de solos, versões. Tudo vale
Já tive canal no YouTube tempos atrás, mas uns *trolls* do ContentID acabaram com ele - se fossem as companhias de verdade, tipo Sony, Warner etc., eu entenderia, mas eram companhias falsas usando o ContentID para roubar conteúdo alheio e ganhar dinheiro em cima. O resultado foi que abri mão do YouTube e passei a colocar o material na minha página no Facebook e no SoundCloud, o que deu certo, e é como mostro meu trabalho no momento. Ambos os canais andam bastante desatualizados, no entanto, pois me envolvi com diversas outras coisas - e, claro, o tal bloqueio. Mas talvez um dia eu resolva atualizar.

Só não caia na armadilha de ficar postando coisas em excesso, e de forma desnecessária (exercícios de escalas, arpejos, etc).
Meu antigo canal no YouTube tinha coisas até demais, o que fez perder um pouco do propósito original, que era o de vídeos caseiros onde eu aparecia tocando. Mas não cheguei nesse ponto de sair postando escalas, arpejos etc..

mano_a_mano
Veterano
# mai/17
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Acabo de descobrir outro elemento nessa questão. Quando estou sozinho em casa, toco normalmente, faço tudo o que quero, levanto o volume e nem ligo. Quando meus pais estão presentes, a timidez volta. Por quê?

jorget
Membro Novato
# mai/17 · Editado por: jorget
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mano_a_mano
Quando estou sozinho em casa, toco normalmente, faço tudo o que quero.....Quando meus pais estão presentes, a timidez volta

Pelo pouco que descreve, pode ate ser isso abaixo, se me permitir dizer é claro (considere de colega pra colega, papo de "bar"):

1-voce quer privacidade, isso se mostra a princípio
2-há timidez não só diante dos pais, mas pode ser diante da familia toda ou na invasão da privacidade
3-tua idade pesa nisso como pra qualquer pessoa que ainda mora com os pais nessa idade
4-com o tempo, muitos acabam ganhando (não se sabe de onde) alguma "vergonha"/inibição/preocupação
5-isso leva a detestar/odiar críticas, seja quais forem, isso com a idade, música, trabalhos, etc
6-uma delas (a principal), é o pai dizer que na tua idade já tinha casa, familia, carro, trabalho bom, etc.


Não sei se tem condições, mas se puder, tente morar só. Se não puder, divida com algum colega. E se não tiver, divida com a namorada (sem casar mesmo). Partir pra casa de parentes ate noutra cidade, fica pior que com os pais. Enquanto não fizer isso, teus problemas podem ate piorar, falo ate de profissionalmente.

Falo por mim pois há 5 anos fui cobrado disso e hoje divido tudo com uma "parceira", de profissão/formação, sem muito compromisso, mas ajuda muito diante da situação anterior, nem imagina como. Boa sorte.

obs: Cristo desenvolveu muitos projetos bons ate a tua idade (desconsidere os "percalços" da profissão.......rsrsrsr)

mano_a_mano
Veterano
# mai/17
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jorget

1-voce quer privacidade,isso se mostra a princípio
Isso é fato consumado. Privacidade não é bem o forte aqui. A casa volta e meia tem visitas e isso me incomoda bastante, pois me faz perder a concentração.

2-há timidez não só diante dos pais, mas pode ser diante da familia toda
Outro fato consumado. Preciso estar sozinho para conseguir praticar.

3-tua idade pesa nisso como pra qualquer pessoa que ainda mora com os pais nessa idade
Quanto a morar com meus pais, nunca me incomodei, aliás, foi opção pessoal, pois assim eu poderia investir meus ganhos apenas na música e evitar gastos com aluguel, água, luz, telefone, supermercado etc.. Mas, acho que está chegando a hora de eu ter meu próprio endereço, porém, neste momento não tenho como, a não ser que meu projeto de banda para festas e eventos se torne uma empresa e isso me garanta um bom sustento - o que é minha intenção, tomara que dê certo...

4-com o tempo, muitos acabam ganhando (não se sabe de onde) alguma "vergonha"
Vergonha pelo fato de que, toda vez que pratico música em casa, quando olho para trás, tem um monte de curiosos na porta da sala, o que também me faz perder a concentração e, assim, acabo desligando os instrumentos e indo fazer outras coisas.

5-isso leva a detestar/odiar críticas, seja quais forem, idade, música, trabalhos, etc
Por parte da família nunca houve qualquer coisa nesse sentido, mas já houve por parte de outras pessoas - e, em alguns casos, as críticas baixavam de nível, se tornando ataques pessoais. Mas isso já foi superado.

6-uma delas (a principal), é o pai dizer que na tua idade já tinha casa, familia, carro, trabalho bom, etc.
Isso é o que se chama de conflito de gerações.
Meus pais são de uma época onde não havia escolha, era pegar o primeiro emprego que aparecesse e pronto. Muitas vezes o pessoal odiava o serviço, mas era o que tinha e, se não fosse por isso, a fome e a pobreza viriam em seguida. E também são de uma época em que as mulheres em geral tinham muitos filhos e ficavam em casa cuidando dos mesmos, enquanto os homens trabalhavam e traziam comida para casa.
Já eu vim ao mundo bem mais tarde e, na minha adolescência, a situação já era bem diferente. Cada um escolhia o caminho que quisesse, e eu escolhi a música, apesar de todas as agruras e da falta de reconhecimento da profissão. Depois, fui descobrir que meu pai, em sua juventude, foi percussionista de grupo de baile; e que minha mãe, quando criança, queria aprender a tocar piano. Quando se conheceram e começaram a namorar, ambos eram muito pobres e não puderam levar seus sonhos adiante, tiveram que passar por muitos empregos, até se tornarem agentes penitenciários - algo totalmente nada a ver com o que eles queriam, mas só assim conseguiram melhorar seus rendimentos, muitas vezes arriscando suas vidas.
Então, percebi nas entrelinhas um excesso de zelo por parte de pai, e isso muito me fez discutir com ele, às vezes ficando dias e dias sem contato, até os ânimos se acalmarem. Sabe-se que a profissão de músico não tem ganho fixo, garantias, FGTS etc., e que às vezes se passa longos períodos de tempo sem dinheiro algum, mas muito já argumentei que prefiro seguir meu coração a apenas ganhar um bom salário - o que não era possível quando meu pai tinha minha idade ou menos. Ele impunha que eu fosse servidor público por causa da estabilidade financeira, e às vezes pegava pesado. Mas sabe como é, coisas de pai zeloso.
Um dia, querendo agradar meu pai, me tornei concursado pela Prefeitura, trabalhando numa escola municipal. Comecei o serviço em março de 2007, achando que isso ajeitaria as coisas. Foi exatamente o contrário: com o tempo, fiquei cada vez mais deprimido, até não aguentar mais. Em janeiro de 2008 pedi exoneração - o que causou um tremendo choque no meu pai, que chegou a me dizer que "joguei minha vida fora". Mas para mim, aquilo não era vida, era apenas existência. Eu apenas existia com o objetivo de cumprir 40 horas semanais e ganhar um salário no fim do mês, e isso tinha que acabar de alguma forma (em tempo: continuei tocando mesmo enquanto servidor municipal - com menor rendimento, pois o serviço de secretário de escola me consumia demais e eu não tinha ânimo no final do dia para praticar música).
Levou muito tempo até meu pai aceitar a situação. Somente muito depois, quando eu já estava perto dos meus 30 anos, é que ele finalmente entendeu que aquele não era meu lugar, e que meu caminho já estava traçado desde a infância: o caminho do som, do ritmo, da melodia. Ele também entendeu que estabilidade financeira não é tudo na vida de um homem, e que não vale a pena sofrer tanto apenas por uns reais a mais no bolso.
Acho que meu pai não estava preparado para ter um filho "geração Y" (em tempo: sou o caçula de sete filhos e nasci com mais de 11 anos de diferença para minha irmã mais nova - o que me fez parecer um estranho no ninho, pois todos os meus irmãos nasceram muito próximos uns dos outros, numa época de muita pobreza, e eu nasci tempos depois, com a família já em muito melhores condições financeiras), mas enfim, após uma longa batalha, conseguimos superar nossas diferenças e hoje ele me apoia incondicionalmente. Mas por algum motivo ainda não me sinto muito à vontade para praticar música sem estar sozinho em casa, e isso precisa ser quebrado, nem que eu faça de conta que não há mais ninguém além de mim dentro de casa (meio impossível com tantas visitas por semana, mas...).

Não sei se tem condições, mas se puder, tente morar só. Se não puder, divida com algum colega. E se não tiver, divida com a namorada (sem casar mesmo). Partir pra casa de parentes ate noutra cidade, fica pior que com os pais. Enquanto não fizer isso, teus problemas podem ate piorar, falo ate profissionalmente.
Nesse momento não tenho como pensar em morar em outro lugar que não a casa dos meus pais. Mas tenho planos futuros de conseguir meu próprio endereço. Recentemente fundei minha própria banda e tenho a intenção de futuramente torná-la uma empresa; basta isso se concretizar e já poderei pensar na transportadora que fará minha mudança. Mas, todo mundo sabe, até isso acontecer, se acontecer, vai demorar; logo, para começo de conversa, talvez o ideal seja, enquanto isso, eu conseguir vaga de professor de piano/teclado em alguma instituição de ensino musical. Meio difícil na minha região, mas é de se tentar.

Falo por mim pois há 5 anos fui cobrado disso e hoje divido tudo com uma "parceira", de profissão, sem muito compromisso, mas ajuda muito diante da situação anterior, nem imagina como
Imagino sim. Deve facilitar bastante.

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