Consumismo (palavra)

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guizimm
Veterano
# ago/15


Depois de muito pouco tempo depois de começar a tocar eu comecei a ter aquele grande sonho de ter uma fender, ou uma gibson, prs etc. dessas super caras que enchem os olhos quando a gente vê penduradas na correia dos nossos grandes ídolos do instrumento que a gente toca.

Eu tenho uma vida relativamente muito próspera em termos materiais, minha primeira guitarra foi uma ibanez AS não sei o quê(daquelas semi sólidas, pq eu queria uma les paul e meu confundiu na hora de comprar), e hoje em dia eu tenho uma fender strato americana e um fender frontman de amp. Com esse equip(e uns poucos pedais e etc.) eu já toquei em umas bandinhas e acho que eu me desenvolvi bem musicalmente, na minha opinião eu toco bem direitinho.

Mas eu fico pensando se eu precisava mesmo me preocupar com equipamento de uma puta qualidade quando eu poderia muito bem ter desenvolvido minhas habilidades gastanto um terço do preço das coisas que eu tenho. Dava pra ter tirado musica do jimi hendrix, srv e eric clapton com modelos bem decentes de strato ou de qualquer outro modelo pra iniciantes, a única coisa que me atrapalharia seria a angústia de eu não ter os tão sonhados produtos das grandes marcas consagradas de guitarra. Ja vi acontecer comigo e com outras pessoas, inclusive aqui no fórum, de essa decepção acabar desanimando o instrumentista de tocar.

Sei lá, acho que esse desejo intenso de consumir é introjetado em toda a nossa sociedade e tal, mas dificilmente a gente percebe como ele se manifesta nesse mundo de querer cada vez mais pedais e efeitos, e o regojizo de finalmente adquirir a tão sonhada Gibson Les Paul, SG, ES ou a Fender Stratocaster, PRS, Jackson, ou o que for, e os reviews tão comentados desses modelos aqui no fórum(acho que no fundo isso acontece porque quem não tem essa oportunidade de aquisição procura se aproximar um pouco mais disso).

Isso é feito propositalmente, esse desejo desenfreado de aquisição desnecessária, pra que eu, que praticamente só toco guitarra em casa há muito tempo, vou querer uma guitarra feita pra músicos profissionais? A qualidade de som que eu tiro, apesar de muito boa, não é compatível com isso e eu poderia alcança-la de algum jeito mais barato. A indústria de instrumentos é como a de moda, de celular, ou qualquer outra, e isso nunca me passou pela cabeça em anos, e acho que eu não sou o único.

Depois de começar a estudar em Curitiba, eu vi uma puta apresentação de um cara excelente tocando uma Epiphone Special(a música dele não privilegia a guitarra), e um outro da banda com uma Menphis. Esse tipo de situação aconteceu mais de uma vez, vai ver isso que me fez pensar nessas paradas.

Queria só compartilhar minha reflexão, não sei se eu consegui expressar bem e se vai parecer que eu já fui contemplado e milhões de outros tópicos e posts, se isso acontecer podem fechar e tópico e excluir a parada com o meu pedido de desculpa. E se ficou muito mal escrito eu tento arrumar depois, agora eu to com preguiça.

Ismah
Veterano
# ago/15
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Conseguiu se expressar bem, mas existem coisas que provam a superioridade de um instrumento caro, em relação a um barato.

Principalmente eu percebo isso na afinação, qualidade (um pot de volume realmente é apenas volume, praticamente não tira agudos) e durabilidade (só se perceberá a longo prazo) das partes...

É triste, mas o alto preço pago por coisas mais refinadas, se aplica a outras áreas, como vinhos, pratos (comida), móveis...

axleWs
Veterano
# ago/15
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guizimm
é psicológico, tudo afeta seu modo de ouvir e sentir a música, e como esta arte vem para trazer-nos sentimentos, toda essa gama de marcas, timbres, cores, afeta como sentimos a coisa toda.

Bem escrito. Bom texto.

Wade
Membro Novato
# ago/15
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Me curei disso há anos.

Como todo jovem iniciante, tive os sonhos com uma caralhada de Gibsons e uma parede de Marshalls no quarto. Primeira decepção foi, obviamente, financeira. Tão cedo não teria dinheiro o suficiente pra comprar essas coisas. Mas quando amadureci um pouco e saí de casa pra trabalhar, passei a enxergar minhas finanças com outros olhos. Hoje, mesmo que me estivesse sobrando facinho 10 paus de bobeira, eu jamais investiria em uma guitarra. HOJE, não.

Por que? Porque eu não sou músico profissional e, para a minha demanda, qualquer guitarra minimamente decente de 1k ~2k vai mais que me servir. Esse dinheiro vai ter um aproveitamento infinitamente melhor em outras áreas da minha vida.

Vejo muita gente ostentando suas EC-1000 (moda do momento) e não sai do quarto. Assim como vejo gente com Epiphone Special fazendo pelo menos um show por semana, ganhando reconhecimento e juntando dinheiro com isso. O momento de esse cara trocar sua Epiphone e seu Meteoro por uma PRS e um Orange vai chegar, mas naturalmente. Quando ter essas coisas passará a ser uma NECESSIDADE para continuar evoluindo sua carreira.

Obviamente, cada um gasta seu dinheiro como bem entender e eu não tenho nada a ver com isso, mas não me peça pra achar razoável o ricaço que paga 1 milhão de dólares por um carro pra deixar mofar na garagem.

A questão só é relativa até certo ponto.

Ismah
Mas ele nem falou necessariamente de não ter os equipamentos caros nunca. Mas da pressa de tê-los.

renatocaster
Moderador
# ago/15
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guizimm

O texto tá muito bom, bem elucidativo e bem redigido. E lembro que tempo atrás vc escrevia aqui no fórum de "qualquer jeito" mesmo sabendo escrever corretamente, mas sempre vinha com a justificativa de que "na internet não precisa escrever tudo certinho". Lembra disso? Hehehe!

Sobre o assunto em si, consumismo é um reflexo básico de um mundo capitalista. Somos a todo momento instigados, incentivados, a comprar, e comprar, e comprar...Num sistema capitalista a mensagem sempre será essa, nenhum meio de comunicação e/ou qualquer entidade com fins comerciais te incentivará a consumir apenas o que vc precisa ou comprar apenas o que vc pode pagar.

Lelo Mig
Membro
# ago/15 · Editado por: Lelo Mig
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guizimm

Deixando o lado (apenas para esta explicação) a tradição, que normalmente é construída em cima de um longo período de competência e sucesso, uma indústria seja com 200 mil funcionários ou 2, precisa vender e irá se utilizar de todos os mecanismos de marketing e publicidade que estiver ao seu alcance para isso.

Aí amigo, vale tudo. A questão é emocional, é feita para mexer com nossas vaidades, fetiches, desejos e tudo que nos "sensibiliza" a gostar de algo.

Algumas pessoas, têm um filtro muito baixo para estas artimanhas. Têm gente que é capaz de sair na porrada para defender que a marca que ele "ama" é melhor que a de fulano e é capaz de dar o... para ter a última novidade, que mudou um parafuso, mas dobrou de preço.

É muito comum, neste sistema econômico a qual fomos moldados, um sujeito defender como "MELHOR", coisas sem a miníma base científica, apenas apoiado na "paixão incondicional" a qual foi convencido.

Lembre-se que ninguém defende com a "vida" coisas baseadas em "razão", apenas em "fé ou convicção"!

Precisamos ter filtro, noção de nosso lugar e situação, condições e necessidade.

Para um músico profissional, que investe 5 Mil num instrumento, para gerar seu ganha pão, este valor é bastante razoável.

Para o hobbista pai de família que ganha 2 Mil por mês, seria caro e egoísta.

Para um hobbista, solteiro, que ganha 30 Mil... é dinheiro de pinga!

A questão, ao final, gera sempre em cima de 3 questões básicas, mas que a maioria não têm ou não faz:

Tenho condições de avaliar o quanto vale? Se vale posso pagar? Se vale e posso pagar é o momento de obter?

Drinho
Veterano
# ago/15
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guizimm

O instrumento caro ou muito mais caro normalmente é melhor por uma série de fatores....
fatores técnicos e fatores abstratos.....

O problema é quando isso se torna a necessidade principal, antes mesmo da música.... se der pra comprar fender o cacete compra, se nao der nao tem problema.... vai usando e tirando o melhor possivel do que voce tem.....

o mais legal é tocar bem guitarra, fazer musica, improvisar, tocar com os amigos, com banda, tirando uma boa som do que voce tem.....

para ter esse prazer usar gibson ou nao nao faz diferença nenhuma...

sandroguiraldo
Veterano
# ago/15
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Existe um fator que não foi mencionado, tem a ver com a maturidade. Existe uma fase da vida em que você pode ter um PRS de 15k, um Marshall / Bogner / Soldano / Orange o caramba a quatro de 30k e ainda sim soar uma bosta.

Hoje, depois de quase 15 anos de guitar, com uma PRS linha de entrada e um Sound Maker e três pedais (e um dele é um BEHRINGER) estou super feliz.

Poderia ter um timbre melhor? Claro. Mas vale a pena pagar pra isso? No momento não. O Lelo disse algo verdadeiro, o cara ganha 2k e quer equipo de 20k? é até egoísmo.

Luis A.
Membro Novato
# ago/15
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guizimm

Interessante sua reflexão cara...

Minha primeira guitarra tmb foi de nível profissional, meus pais tocavam, e de certa forma eles realizaram um desejo de consumo deles em mim...

Porem eu ja tinha uma "boa" experiencia na época, meus pais nao são loucos ou ricos para dar instrumento profissional para eu iniciar os estudos...
Nessa altura eu ja sabia improvisar, ja fazia muitos solos de hendrix, led, etc (os de sempre), e tmb ja sabia algumas coisas em finger stlyle... Digamos q eu ja tava no nível de tocar em uma bandinha de rock clássico e fazer os solos certinhos (coisa q muito marmanjo tocando em bares nao faz).....

E tudo q eu havia aprendido foi no Di Giorgio 1987 q eu tinha em casa... ou seja, tirando as tecnicas modernas (q exigem uma superstrato), dá para aprender praticamente tudo em um violão qualquer....

Porem recentemente eu adquiri uma Strinberg thinline de 1000 reais... meu objetivo era ter uma guitarrinha reserva, pra levar pra casa dos amigos ou um churrasco sem me preocupar muito...
A guitarra ate cumpre suas funções, mas nao atende às minas exigências.... Eu adoro a pegada da guitarra, e escolhi ela apos experimentar umas 20 exatamente por esse detalhe... mas os componentes dela sao muito fracos... e sinceramente eu teria q gastar mais ou menos o msm valor dela para ter uma guitarra de confiança para subir no palco....

No fim das contas eu gataria 2000 pra ter oq eu julgo bom, e msm assim nao sei como ela se comportaria com o tempo, visto q a madeira das guitarras chinesas não é tao seca, e já vi ate cupins em algumas delas.....
De qualquer maneira, ainda fica mais barato do q uma Squier das series melhores... e levando pelo lado do custo/beneficio, compensa muito....

Mas eu ainda vejo um instrumento musical como um bem dúravel, e algo q exige muita precisão na manufatura.... Ainda acho q compensa comprar um instrumento bem feito por mais de 5000 q dura pra vida inteira, msm q vc apenas queira tocar em casa...

Abraço.

MMI
Veterano
# ago/15
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Tem várias formas de se encarar esse tal de "consumismo". Na verdade, depende de cada um, como o Lelo Mig bem resumiu:

Precisamos ter filtro, noção de nosso lugar e situação, condições e necessidade.

Para um músico profissional, que investe 5 Mil num instrumento, para gerar seu ganha pão, este valor é bastante razoável.

Para o hobbista pai de família que ganha 2 Mil por mês, seria caro e egoísta.

Para um hobbista, solteiro, que ganha 30 Mil... é dinheiro de pinga!


Se é para aprender e tocar num quarto, muita guitarrinha chinesa dá bem para o gasto. Se é algo mais profissional, oferecer o melhor para seu público faz sentido. Se o cara ganha um rio de dinheiro, por que não botar uns trocados (tipo uns 100 mil reais) numa guitarrinha vintage para ver se aprende uns acordes? Eu não critico empresários que compram guitarras famosas e vintage para colocar em redomas de vidro.

Vejo muita gente que vê guitarras como investimento, além de ser hobby ou algo semiprofissional. Nesse sentido, faz muito mais sentido o cara comprar uma Les Paul 59 que uma meia dúzia de R9. Pessoalmente eu vejo para mim que uma guitarra com "custo-benefício" é algo que eu vou desfrutar e vender por um preço maior, com lucro, no futuro. Especulativo? Sim, mas me deu benefício e valeu o custo. Acima de tudo, respeito o dinheiro investido. Mas respeito quem veja como algo a fundo perdido, dinheiro perdido a título de diversão ou mesmo trabalho.

No fundo, o lado "consumista" eu vejo muito mais como o lance do "status da marca". Neguinho que compra qualquer Fender ou Gibson, principalmente das mais vagabundas (e chamo de vagabundas algumas que saem realmente ruins e mal feitas), para ostentar o logotipo.

Por exemplo... Recentemente vi uma Fender Monterey 97 sendo vendida por mais de 100 mil reais. Não vale! Já toquei em duas, é bacana, captadores Abigail Ybarra, desenhos feitos a mão... Mas não vale! Ela foi lançada por menos da metade disso, não é isso tudo e a hype aumentou por causa do John Mayer tocando uma. Mas por essa grana eu compro 2 pré-CBS muito melhores e com retorno do investimento até melhor, pelo menos mais garantido.

Enfim, a busca do timbre perfeito é bem pessoal, cada um faz como quiser. rs

Buja
Veterano
# ago/15
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Consumismo e Preço é um tanto diferente.

De forma simples, acredito que consumismo não tem muito a ver com o preço dos equipos. A pessoa pode ter 1 guitarra de 10k e não ser consumista, como um outro pode ter 10 guitarras de mil conto e ser consumista. Eu já fui um desses. E luto contra isso.

Isso é saber o que quer.

Eu não cheguei a nenhuma maturidade ainda, mas comparando o que eu era a 10 anos atras, modifiquei um bocado. Sempre sonhei em ter uma guitarra de cada modelo, uma explorer, uma v, uma strato, uma teleca, uma lespa, e varios tipos exoticos de guitarra. E até cheguei a ter um punhado. Nao me arrependo nao. Era solteiro, queria e podia. Mas vejo que isso é bobagem. Foi puramente consumismo. Nao tinha tempo pra tocar todas tanto quanto eu queria. E nao ganhava nada com isso a nao ser prazer proprio.

Hoje, ainda continuo sonhando com um tanto de guitarras diferentes. Mas sei de todas qual eu quero ter no quarto. É uma luta constante. Mas crescer, ser homem de casa, ter mais responsabilidades, me levou a ter bem menos grana e pensar direito no que quero. Nao posso encher o quarto de guitarras de novo.

Dai nao vejo culpa trabalhar, juntar a grana, e comprar uma guitarra de 5-10k. Nao é isso que eu quero, mas quem faz provisoes pra sua familia e filhos, nao deixa faltar nada, tem as coisas de certa forma bem equilibradas, pode, por ventura, se dar ao luxo de ter seus equipos suados.

Ai já nao é questãod e consumir porque o capitalismo cegou, mas é ter o que lutou pra conquistar e quer.

E um coisa tambem digo: O que é mais importante? Saude, Moradia, Alimentação, Roupa, Educação, Lazer, pra si e pra familia.

Se o cara faz isso, ta todo mundo contente, tudo beleza, se ele quiser comprar a Surh Custom Shop Limited Edition de 30k, e pode, ok, ele simplesmente soube o que quis e não foi somente consumista.

cafe_com_leite
Veterano
# ago/15
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Berço de ouro é outra coisa. Eu fiquei tão feliz quando comprei minha primeira guitar, uma dolphin. Bonita a bicha.

BrotherCrow
Membro Novato
# ago/15
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Bom, eu tenho guitarras demais em casa. Bem mais do que eu preciso. Pra ser mais exato, tenho nove guitarras, três baixos, três violões, um ressonador, um cuatro venezolano, quatro ukuleles e umas besteirinhas de estúdio. A maioria das guitarras é coisa mediana: as linhas mais acessíveis das marcas famosas, como Fenders mexicanas, Gretsch Electromatic, PRS SE, e por aí vai. De mais caro, eu tinha uma Gibson SG Standard de 94 que acabei deixando na casa do meu irmão. Fora isso, tenho uns amps valvulados de baixa potência Fender, Vox e Marshall. Tenho também um monte de pedais. É tudo coisa boa, mas nada é realmente top, e é tudo voltado pra tocar em casa.

Quem olha de fora pensa que é um exagero, e de certa forma realmente é. Mas aí não sei nem se eu chamaria de consumismo. O que eu gosto é de curtir a diferença entre o som de uma strato e o som de uma jazzmaster, por exemplo. Não precisam ser super guitarras, basta que me dêem essa variedade. Não preciso ter uma SUPER telecaster, mas quero uma guitarra que me ofereça aquele som de tele com um mínimo de competência. Tanto que um dos motivos pra eu largar a minha Gibson foi que eu peguei uma Epiphone Custom e gostei dela muito mais do que eu esperava.

Se fosse só pra tocar, óbvio que não precisaria de tudo isso. Quando me mudei de cidade, acabei deixando os meus instrumentos pra trás e demorei quase um ano pra trazer pra minha nova casa. Nesse meio-tempo, fiquei só com um violão Giannini que comprei por uma mixaria logo que cheguei aqui. E esse violão me dava basicamente o mesmo prazer de tocar que aquele monte de guitarras.

Curiosamente, eu tenho uma Epi Les Paul Special (e acho um exagero usarem ela como o exemplo primordial de guitarra ruim). Até já defendi ela em diversos tópicos. Acho uma guitarra honesta se você paga o preço certo, e gosto dela justamente por oferecer um som diferente do que uma Lespa tradicional ofereceria.

Uma coisa engraçada que eu percebi é que eu gosto de praticamente qualquer guitarra. Quando a minha mulher quis aprender a tocar, eu comprei a guitarra mais barata que consegui encontrar: uma Shelter strato de menos de 300 reais. Quando a guitarra chegou na minha casa, eu fui regular antes de entregar pra minha esposa. Aconteceu que eu me diverti demais tocando aquela guitarra, não queria mais largar! Se botasse no meu colo essa Shelter ou uma Gibson, eu ia me divertir do mesmo jeito. Então, na minha cabeça tem uma separação clara entre o prazer de tocar e o prazer de colecionar.

sandroguiraldo
Veterano
# ago/15
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Berço de ouro é outra coisa.

Depende... eu não nasci em berço de ouro, mas como meu pai é músico também, ele consegue entender melhor o fato de pagar 700 dinheiros numa guitarra...

Tem pai que acha que pagar 300 conto num violão Gianini nas casas Bahia é uma fortuna, e pode ser até que tenha grana pra pagar...

Agora, quem tem a sorte de ter um pai com grana e músico... vixi... aí deve ser muito louco! (vide os caras do KLB)

BrotherCrow
Membro Novato
# ago/15
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cafe_com_leite
Berço de ouro é outra coisa.
Meu pai nunca me deu nenhum equipamento de música. Ele achava coisa de vagabundo. Comprei tudo com o meu trabalho. Mas entendo o que você quis dizer.

pianoid
Veterano
# ago/15
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eu poderia abrir uma palavrinha aqui sobre teclados Roland também rs

fato é: o preço não corresponde ao quê a mais que produtos topo de linha de marcas famosas oferecem... você paga mesmo pela marca, não pelo material no produto...

Hitman
Veterano
# ago/15
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cafe_com_leite
sandroguiraldo
BrotherCrow
O que tem se alguem nasceu com mais ou menos que outro alguem? Mundo captalista eh assim. Nao vejo porque debater o fato, nem porque seria relevante levantar o assunto aqui.

Quanto ao topico.. Fiz um desabafo esses dias sobre isso em outro topico:

A busca insaciavel pelo equipamento dos sonhos pra mim ja se tornou algo mais platonico do que um dia me conter em realizar o sonho.

Nao tenho muita coisa nem do maior nivel porem fui privilegiado em ter algumas coisas legais e a cada conquista vem outro alvo logo em seguido, dando corda infinita ao consumismo e a instaisfacao.

Hoje eu ja sou ciente disso, algo consciente porem ainda assim tenho minhas brigas entre realidade e sonhos que mudam de (pouco) tempo em tempo e me pego me esforcando novamente em busca do infinito.

Ja tenho algumas coisas em mente e sempre tento ficar com tudo que compro. Quando um dia conseguir completar o que tenho na lista hoje, eu espero mesmo conseguir renunciar meu cargo de tone hound e ser feliz, de uma vez por todas com meus equipamentos.

Apenas um pequeno desabafo.

Ass: You're friendly neighbourhood Hitman.


Me identifico com o BrotherCrow. Sou parecido de certa forma mas sim, vejo isso como consumismo sim.
Sou fanatico por amps, Hoje possuo 6 cabecotes e um combo. Comprei quando podia mas cai dentro do conceito de consumismo perfeitamente. "Ato de comprar/consumir algo sem consciencia e/ou necessidade."

Nao tenho necessidade algum pra ter 7 amps. Pura satisfacao pessoal.
Tem problema com isso? Tem.. A partir da hora que isso te atrapalha em outras areas da sua vida.. Areas como financeiras, emocional (O desejo ser tao grande ao ponto de te deixar para baixo, tirar seu foco de outras coisas muito mais relevantes, etc)

Nao te atrapalhando de forma alguma, podendo, torre a vontade! Compre o que quiser pelo motivo que quiser. Afinal essa vida eh temporaria e se isso te satisfaz, quem eh quem para dizer que voce nao pode fazer o que quiser com seu dinheiro?

vintagentleman
Veterano
# ago/15
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Pessoal,

Como já disseram aí em cima, esse comportamento consumista se expande aos mais diversos produtos, de bens duráveis a serviços.

Os duráveis "padrões" são imóveis, carros, aparelhos eletrônicos, roupas, calçados, instrumentos musicais etc.

Há também os bens extravagantes, como barcos, relógios state of art e, o maior de todos, distintivo da verdadeira riqueza, o jato executivo, que pode custar 50.000.000 de dólares e ter um custo anual de manutenção de 10% desse valor.

Com exceção dos eletrônicos e dos bens extravagantes em geral, para todo o resto há um ótimo remédio para o consumismo.

Simples, basta justamente adquirir clássicos. São caros, porém, atemporais. Compre uma American Fender, uma LP standard, uma Gretsch.

Tenho calça jeans Levis importada com muitos anos de uso. É perfeita.

Compre uma Harley Davidson, ou um Mini Cooper...

Compre um Marshall ou Orange.

Isso funciona normalmente. Você não precisará ficar trocando com frequência.

Claro que para algumas coisas não funciona, como smartphones, computadores etc.

Ah, tá... Você, como eu, não tem grana para um Mini ou uma Harley...

Compre algo que resolva seu problema prático e sossegue! Tenha dó do seu dinheiro...

Calime
Veterano
# ago/15 · Editado por: Calime
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Assunto vasto e complexo. Diversas vezes já pensei a respeito sobre, e ao longo do tempo e idade minha concepção sobre isso mudou bastante. A verdade é que, assim que tive condiçõe$, sai gastando meio qse que sem pensar, e andei comprando alem do que necessitava e do que poderia, apesar que nessa época não tinha compromissos financeiros que me sobrecarregassem demais. Isso veio tarde para mim, minha primeira guitarra foi comprar com 21 anos.

Após passar um pequeno perrengue, e por experiencia, fui vendo qual minha necessidade, daí constatei que PRA MIM o que serve é a aliança entre NECESSIDADExSATISFAÇÃO, daí me encontrei e nunca mais tive problema. Hoje sou bem comedido em relação a isso.

Em relação a marcas, ou a qto investir, acho isso totalmente pessoal. O que gosta? Quanto tem pra investir? De que forma a compra afeta sua vida? Essa grana vai te fazer falta? O que é importante pra você?

Essas perguntas são de âmbito estritamente pessoais, e acho conveniente fazê-las.

Calime
Veterano
# ago/15 · Editado por: Calime
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A proposito, hoje meu set se resume a duas boas guitarras guitarras(sendo uma mod. PSR de luthier e outra uma Cort KX5 customizada por mim), dois amps SS, uma POD HD 500, um Zoom MS 50 G, e umas quinquilharias. Estou de certa forma satisfeito, só queria agora montar um home decente e básico, mas aí já é outra história, kkkkk....

Ismah
Veterano
# ago/15
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vintagentleman
Ah, tá... Você, como eu, não tem grana para um Mini ou uma Harley...

Ao menos a Harley não é um sonho distante, com a chegada da Indian (sua maior concorrente), elas tendem a baixar ainda mais de preço.

Na prática para quem deseja viajar longas distâncias com certa agilidade, é uma alternativa mais interessante que um carro médio, principalmente se o espaço na garagem for limitado. E o preço é igual ou menor, sem falar na baixa desvalorização.

Um carro por melhor que seja, terá consumo quase dobrado, e dificilmente se consegue manter uma velocidade média de cruzeiro acima de 100Km/h. Numa moto dá para chegar a 140~150Km/h sem força.

Agora, jogar uma Dyna Super Glide 1600cc pra rodar numa cidade tipo São Paulo, Rio, Brasilia é loucura... O desempenho dela em velocidade é o mesmo de uma Twister 250, mas em consumo equivale a um carro.

Voltando as guitarras...

Wade

Mas ele nem falou necessariamente de não ter os equipamentos caros nunca. Mas da pressa de tê-los.

Nem eu falei de não ter equipamentos caros nunca. rsrsrs

Lelo Mig
Membro
# ago/15 · Editado por: Lelo Mig
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Ismah

"Agora, jogar uma Dyna Super Glide 1600cc pra rodar numa cidade tipo São Paulo..."

Amigo, acredite em quem já teve moto em SP (capital) durante anos, dependendo da moto, passou do Rodoanel você volta de buzão... se der a sorte de estar vivo.

bruno_novatorj
Membro Novato
# ago/15
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a parte que mais me identifiquei com o texto:

Para o hobbista pai de família que ganha 2 Mil por mês, seria caro e egoísta.

é o que eu sinto toda vez que quero algum item referente a guitarra. toco muito pouco, mas assim como a maioria sonho com uma gibson les paul plugada num valvulado com um som maravilhoso e aqueles pedais de boutique que custam o peço de uma ibanez cada um. A realidade é que eles são caros para nossa realidade pq que somos roubados de todos os lados, pq nos U.S.A os mlks todos devem ter fender. duvido que la eles iniciem com uma tonante plugado num ciclotron sem pedal nenhum.

cafe_com_leite
Veterano
# ago/15
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BrotherCrow
Nãoli os outros posts, só o texto inicial do guizim. Nem é critica nem nada, eu entendo e aceito esse aspecto do capitalismo. Comecei a comprar minhas paradas agora que comecei a trabalhar, ainda falta um ampli e um case pros pedais, dai vai ficar show. Depois é só ir incrementando, porque com o que tenho por agora me viro legal, nunca fui fresco com equipamento, o importante é ter uma condição minima pra tocar e vai curintha! haha

Buja
Veterano
# ago/15
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cafe_com_leite
Isso daí é verdade...Ah se todos pensassem assim.... (inclusive eu rsrs)

Ismah
Veterano
# ago/15
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Lelo Mig acompanho diversos motofilmadores, e grande maioria roda de custom, e é de fato arriscado, mas o foco não é custom. Realmente os bandidos não sabem que um touring pode valer 4 vezes o que uma CB1000RR vale rsrsrs

Bandidagem quer mais é saber de 4 cilindros, as motos cantadas nos batidões ostentação etc.

Talvez seja porque quem anda de custom, geralmente é associado a moto clubes, e a má fama destes, ajuda. (Dizem que os caras também tem olho de vidro, e cara de mau).

Tem também o fato de que custom, é custom... Não é algo que tenha outras milhares iguais, pra vender (considerando que o mercado é fechado), nem é difícil de identificar rs

Para as classes menores, que usam motos de até 500cc (motoboys em sua maioria) os relatos são baixos. Existe sim tal prática, e não dá pra esconder, mas em bem menor efetivo.

Ismah
Veterano
# ago/15
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bruno_novatorj
A realidade é que eles são caros para nossa realidade pq que somos roubados de todos os lados, pq nos U.S.A os mlks todos devem ter fender. duvido que la eles iniciem com uma tonante plugado num ciclotron sem pedal nenhum.

Não se iluda, não se começa tocando com uma American Standart Deluxe.

Mas sim, é bem mais barato que por aqui. Lá existe a cultura de se estragou, joga fora. Simples.

Um dos meus guitarristas, tem um 1991 Mesa Dual Recto, que saiu por 2 500 dólares, o que é pagável em 2 vezes com o salário mínimo lá, ou se quiser arriscar, com 50% do salário de um mês.

jprpfera
Veterano
# ago/15
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Tenho uma stratocaster da Giannini e estou supersatisfeito...eu prefiro tocar do que ficar pesquisando equipamentos como muitos.

guizimm
Veterano
# ago/15
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renatocaster
E lembro que tempo atrás vc escrevia aqui no fórum de "qualquer jeito" mesmo sabendo escrever corretamente, mas sempre vinha com a justificativa de que "na internet não precisa escrever tudo certinho". Lembra disso? Hehehe!
pois é mano, entre 15 e 19 anos tem que acontecer alguma mudança né, rsrs

guizimm
Veterano
# ago/15
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Tem varios casos de gente ae que tem instrumento caro, em grande quantidade ou os dois. Não dá pra classificar nenhum de nada, acho que a questão tem q ser mais de autoanálise mesmo, não tem como saber nada disso sobre alguém de um computador pro outro né.

Pelo que eu vejo o negócio é perceber como as coisas são institucionalizadas e n deixar com que esses valores que acabam jogando pra gente adotar façam parte da nossa vida por interesse comercial ou por qualquer outro.
(Acho que isso se estende pra muito mais que a aquisição de instrumentos, mas deixa pra lá)

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