Consumismo (palavra)

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vintagentleman
Veterano
# ago/15 · Editado por: vintagentleman
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Ismah

Não é que querendo muito não desse para encarar uma Harley ou um Mini.

Mas teria que abrir mão de muita coisa... Tipo agora estamos comprando casa. Pessoas normais têm que escolher o sonho de consumo da vez, tipo, quem não é rico.

Penso que vou ficar apurado uns três anos, sem equipos novos, inclusive.

Minha irmã é radicada nos EUA há muitos anos. Agora, passando um pouco dos cinquenta é que eles estão curtindo esses luxos, têm Harley e Porsche. Lá esses sonhos são possíveis para a classe média estabelecida.

Aqui, só rico mesmo.

Quanto à Harley, para andar nos grandes centros sozinho, sem grupo, esquece. Vai perder a moto e talvez a vida. Melhor seguir a vocação delas, a estrada

Curto muito uma Softail Deluxe. É classuda e leva a patroa com conforto, colocando um encosto e aqueles compartimentos laterais, sei lá o nome daquelas porras...

Mas impressionante mesmo é uma Honda Gold Wing. Máquina demais. Uma daquelas tocando Steppenwolf (vem com sonzaço já...). Afe...

Mas custa 100 contos... Tem que ter muita bala na agulha.

Tudo tem seu tempo. E se não der, vai ter outro brinquedo qualquer.

Hitman
Veterano
# ago/15
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Ismah
Um dos meus guitarristas, tem um 1991 Mesa Dual Recto, que saiu por 2 500 dólares
Pagou caro pra cacete...

vintagentleman
compartimentos laterais, sei lá o nome daquelas porras...
Sidebags... Literalmente a traducao. haha


Minha irmã é radicada nos EUA há muitos anos. Agora, passando um pouco dos cinquenta é que eles estão curtindo esses luxos, têm Harley e Porsche. Lá esses sonhos são possíveis para a classe média estabelecida.
Pela minha experiencia nao eh bem assim nao. Classe media mesmo ou vive com poucos luxos ou parcela compras grandes e atoxa cartao de credito no resto ou compra por exemplo carros exoticos antigos, que custam uma fracao do carro equivalente novo.
Mais do que isso nao eh bem uma classe media.
(Usando como base salario de $26k/ano pessoa ou 50k/ano familia.)

vintagentleman
Veterano
# ago/15 · Editado por: vintagentleman
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Hitman


Fui pesquisar. Eles usam o termo saddle bags... Do meu restrito conhecimento do idioma de Shakespeare não vejo motivo para side bags não servir também.

Olha, a mana mora num condomínio em Naples. Ótimo padrão de vida, mas para mim parecem classe média. Ele é field engineer e ela house keeper de magnata. Tipo governanta...

Não sei quanto ganham, bicho, mas é bem provável que apelem para financiamentos para terem as coisas.

E ele ainda tem um hobbie que eu não entendo muito. Gosta de jogar golf. Curte ir em campos diferenciados etc. Não é barato...

marcelosz
Membro Novato
# ago/15
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Realmente, como disseram ali atrás, consumismo pode se tornar algo "doentil" quando a pessoa fica comprando coisas sem necessidade e/ou possibilidade financeira, sem nenhum controle ou noção de limite.

Eu mesmo juntei nesses últimos 3 anos e algumas viagens para os EUA equipamento mais do que necessário para um hobbista como eu. Guitarras, pedais, pedaleiras, equipamentos para home studio, etc etc...
É consumismo? Talvez sim! Mas não me endividei. Concordo com a galera que falou "se não está faltando dinheiro pra outras áreas da vida, então está ótimo, vá em frente". Se é músico profissional então, nem se fala!

Mesmo sendo hobbista tenho hoje 3 guitarras (em breve 4 kkkk), 1 violão e 1 baixo. O difícil é explicar pras pessoas que não entendem: "pq vc tem tuuuuudo isso???? Vc nem tem banda! Vai montar uma banda de um homem só??? KKKK". Mas EU consigo entender e sentir a diferença entre cada uma das 3 guitarras, por exemplo. Não ligo tanto para os comentários não. A patroa mesmo entende perfeitamente o meu hobby, me apoia, mas me lembra dos limites financeiros de vez em quando :-). Acho isso até bom.

Tenho 34 anos, sou da área de TI e passei boa parte da vida apenas estudando e trabalhando, sem nenhuma outra atividade (nem esportiva, nem nada). Quando comeceçou sobrar um dinheirinho do meu trabalho resolvi investir nesse hobby. Cara, e como é bom ter um hobby!!! Por isso eu gasto dinheiro com isso! Importante é ser feliz kkkk

Ismah
Veterano
# ago/15
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vintagentleman
Aqui, só rico mesmo.

Cara, menos... Uma Harley 883 Iron 2011 sai por 24barões. Não é que eu tenha no bolso essa grana, mas se for por na mesa, minha Kasinski Mirage 250 saiu 7. Agora põe na balança, Kasinski nem monta mais a princípio aqui, suporte 0, contra uma centenária fábrica, e com muito zelo pelo nome.

Mas é vero, que o maior mercado é o de pessoas com financeiro estabilizado. Literalmente o cara que já tem tudo que precisa, e quer cair na estrada.

Quanto à Harley, para andar nos grandes centros sozinho, sem grupo, esquece. Vai perder a moto e talvez a vida. Melhor seguir a vocação delas, a estrada

Cara... só segue o link...
https://www.youtube.com/channel/UCs831LQyyNtSnQ9Kyxu8EhQ/videos

colocando um encosto e aqueles compartimentos laterais, sei lá o nome daquelas porras..

O "enconsto" é mais comum de ser chamado de Sissy Bar, mas a própria HD vende por encosto, vai entender... O saddle bag, e não side bag é porque ele não se prende do lado, mas no saddle (selim, aka "banco").

impressionante mesmo é uma Honda Gold Wing

Aí entramos em outro universo, o das touring... Essas equivalem aos carros de luxo, a nível Rolls Royce.

Diferente das custom, elas visam apenas conforto, sem preocupação com gasto. Tanto que geralmente tem mais de 1500cc.

As custom são motos que surgiram nos períodos de guerra, e pós guerra. São mais confortáveis que uma street e uma sport, mas seu foco não é esse, e sim robustez e desempenho (não velocidade).

Hitman
Um dos meus guitarristas, tem um 1991 Mesa Dual Recto, que saiu por 2 500 dólares
Pagou caro pra cacete...


Não acho, considerando que o dólar estava a 2 reais, já com transporte, comissão do cara que comprou lá, etc. Saiu 1 barão, abaixo do preço de mercado aqui...

Hitman
Veterano
# ago/15
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Ismah
Desculpa estourar sua bolha mas a 883 tem fama mundial de ser moto de mulher pelo seu tamanho e motor (Em muito homem parece um fio dental, ainda mais quando eh uma cor diferente de preto.)
E a Kasinski/Hyosung eu cheguei a fazer 600km em um dia com uma emprestada e a moto era um lixo! Isso porque o cara cuidava como se fosse a filha dele. Nunca trocaria a Kawasaki por ela..

O "enconsto" é mais comum de ser chamado de Sissy Bar, mas a própria HD vende por encosto, vai entender... O saddle bag, e não side bag é porque ele não se prende do lado, mas no saddle (selim, aka "banco").
Saddle bags/Side bags/bags. Todos valem.

As custom são motos que surgiram nos períodos de guerra, e pós guerra. São mais confortáveis que uma street e uma sport, mas seu foco não é esse, e sim robustez e desempenho (não velocidade).
Que forma de desempenho se grande parte das motos estao atrasadas tecnologicamente por decadas, velocidade nao eh nada impressionante, nao faz curva direito, nao freia bem, eh pesado e seu consumo nao eh nada especial?
Adimiro cruisers mas ter uma mesmo nao me interessa. Talvez daqui umas decadas eu penso em ter uma Victory, que tenta dar uma modernizada nos seus veiculos mas o resto...

Não acho, considerando que o dólar estava a 2 reais, já com transporte, comissão do cara que comprou lá, etc. Saiu 1 barão, abaixo do preço de mercado aqui...

Um dual recto comum usado se vende por um pouco acima de mil dolares. Se for algum especial dos anos 90 um pouquinho mais. Na faixa de 1,5. Sendo assim, independente da conversao, USD$2,5 foi caro pra dedeu.

Buja
Veterano
# ago/15
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marcelosz
Tenho 34 anos, sou da área de TI e passei boa parte da vida apenas estudando e trabalhando, sem nenhuma outra atividade (nem esportiva, nem nada). Quando comeceçou sobrar um dinheirinho do meu trabalho resolvi investir nesse hobby. Cara, e como é bom ter um hobby!!! Por isso eu gasto dinheiro com isso! Importante é ser feliz kkkk

Somos bem parecidos mano rsrs. A diferenca é que sou caçula, tenho 28 anos. O resto é tudo igual.

BrotherCrow
Membro Novato
# ago/15
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marcelosz
Cara, e como é bom ter um hobby!!! Por isso eu gasto dinheiro com isso! Importante é ser feliz
Digo mais: se você trabalha feito um condenado, gastar uma grana com hobby é o que faz você sentir que o esforço valeu a pena. Eu, por exemplo, trabalho no Ministério das Relações Exteriores. Às vezes rola de me mandarem pra lugares horríveis em outros países (claro que rola de ir pra lugares legais também), e a única coisa que faz valer a pena é pegar a grana das diárias ou salário no exterior e gastar com algo que me faz feliz.

Por isso eu não concordo com o pessoal que fala "ah, tem que se preocupar em tocar, não em gastar com equipamento". Como se uma coisa excluísse a outra. Eu me considero um músico até razoável, que por acaso tem grana pra comprar equipamento. Mas essa dicotomia às vezes é frustrante: na época que eu tinha tempo de tocar com banda, não tinha grana pra comprar equipamento. Tocava com uma Squier Affinity e um ampli Fender transistor, e isso já era MUITA coisa pro meu padrão de vida na época. Hoje em dia se eu quiser comprar uma Gibson à vista eu posso, mas nessa vida de funcionário público e pai de família não sobra tempo pra sair procurando show em bar.

E hobby é caro mesmo. Guitarra é até dos mais baratos. Com todos os equipamentos que eu comentei que tenho em casa, ainda gastei menos do que meu pai gastou com a coleção de selos dele!

Edson Caetano
Veterano
# ago/15
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Consumismo ... do ponto de vista de que tipo de consumidor

A grande maioria dos brasileiros estão na luta, então ver alguem sem habilidade em algo, gastando muito para seu aprendizado ou hobby, gera muito incomodo

Já tenho longa experiência com esse tal Consumismo, mas a vida é assim, as coisas são feitas para serem compradas, basta a pessoa saber o que precisa para si e ser feliz

Ser iniciante não é sinonimo de ter que comprar instrumentos vagabundos, novamente pela minha experiência, aprender qualquer coisa com equipamentos e acessórios melhor, muito mais tranquilo e suave vai ser, a minha dica sempre é compre o melhor que o seu orçamento deixar gastar

Já comecei muita coisa com o pior, ops o mais barato que existe, no final acabei gastando mais dinheiro, porque entre muitos fatores, você logo quer trocar por algo melhor, mais confortável, mais seguro, nao tem mais valor de mercado, encosta ou doa para alguem... e o pior é que você acaba defendendo estes equipos com unhas e dentes, afinal suou para comprar, como alguem vai dizer que isso é uma porcaria

Mas é isso aí, o meu Consumismo esta sob controle, sofro muito, quem não quer o mais top de tudo, mas se eu não posso comprar hoje e quero, vou a luta para alcançar oobjetivo, e nunca, NUNCA, fico olhando aquele carinha que comprou 5.000.000,00 em coisas que nunca vai ter nem 1% de aproveitamento

MMI
Veterano
# ago/15
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BrotherCrow

Me vejo em situação bem parecida... kkkkkkk

E vale dizer: na minhas "pedaladas orçamentárias" com equipamentos, nunca me endividei, deixei de pagar contas ou mesmo os luxos dos outros de casa. É hobby, mas muito bem programado e analisado, para não dizer que é bem investido. Tudo sob controle.

Recentemente deixei de comprar uma Les Paul vintage, apesar da insistência de amigos e certo arrependimento, outros motivos me levaram a não fechar. Seria um grande negócio, nada a ver com consumismo. Mas isso é outra história... kkkkkkk

MMI
Veterano
# ago/15
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Edson Caetano

É isso aí! +1

Hitman
Veterano
# ago/15
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BrotherCrow
Por isso eu não concordo com o pessoal que fala "ah, tem que se preocupar em tocar, não em gastar com equipamento". Como se uma coisa excluísse a outra.
Perfeito! haha
Ambos trazem grande satisfacao.
Nao sou musico profissional, nao tenho alvos de tocar mil notas por segundo ou tocar em ginasios. Toco puramente por prazer. Comprar brinquedo novo tambem da prazer portanto vejo os dois validos!

Buja
Veterano
# ago/15
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Eu nao discordo, mas acho meio estranho a pessoa comprar uma cabeçote de 100w pra tocar em apto. Claro, o dinheiro é dela, existe atenuador de potencia, o timbre é ooooutra coisa, mas que, meio que acho estranho, isso eu acho.

Apesar de que meu parametro de avaliação é meio furado. Nao acho estranho o cara comprar uma surh pra tocar em casa hehehe. A cabeça da gente é um trem doido rs ....

Edson Caetano
Veterano
# ago/15
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Buja
Faz parte do sonho, quem sabe um dia o cabeçote vai ser usado para aquele megashow...ai eu já tenho kkkk tenho um Fender Deville que nunca passou do volume 2, exceto algumas raras situações de exibicionismo para furar o tímpano de amigos curiosos kkk

Deixo ele em um quarto de 3,5x3,5... Nunca saiu dai

sandroguiraldo
Veterano
# ago/15
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Eu sou pobre... Tenho um Uno 96, moro de aluguel. Minha esposa trabalha e juntos levamos uma vida bem "apertada", não nos falta nada, mas, por exemplo, pra comprar um óculos de grau novo (o meu está com mais de 3 anos), preciso me programar bem. É um gasto pequeno, é, mas tenho muitos outros gastos pequenos.

Há uns 6 meses eu troquei de guitarra. Estava com uma Tagima T735 das antigas e um violão Walden. Dei os 2 de entrada numa PRS SE Singlecut e paguei a diferença em prestações. Conversei com minha mulher antes, estipulamos um valor e deu tudo certo.

Ou seja, pra grande maioria de nós, que vive "apertadinho", realmente seria egoísmo eu querer pagar 5k numa guita e deixar minha mulher sem provisões. É igual o maluco que vai cheirar o salário todo e deixo os filhos sem leite em casa. Moralmente, é errado do mesmo jeito.

Claro que as consequências de ser viciado em guitarras são bem menores do que ser viciado em cocaína, vcs entenderam né...

Então, temos que viver daqueles upzinhos... uma guitarra meia boca aqui, mais 300 conto, uma guitarrinha melhor ali... põe um pedal no meio, pega um amplizinho melhor e assim vai indo.

Até que vem um filho da mãe e rouba seu Fender FM65R que você demorou 5 anos pra comprar... mas aí é outra história.

L Magalhaes
Veterano
# ago/15
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Acho que a questão vai muito além da musica.
Creio que a raiz do problema está na cultua brasileira mesmo.
Hoje em dia a felicidade está muito ligada ao poder de aquisição. Se você consome você está feliz.
Talvez esse seja o grande fator que causa a frustração nas pessoas...

Lembro quando eu comecei a tocar com 18 anos minha Shelter de 200,00 a emoção indescritível de tocar i believe in a thing called love inteira e porcamente pela primeira vez.

Agora o garoto compra a guitarra e já quer colocar lollar, seth lover, SD, Dimarzio, aí compra TS808, Boss DM2, MXR, pra ligar no Marshall e o caramba e tocar o instrumento mesmo é só uma pequena parte de tudo isso que virou o hobby de tocar.

Se o cara tem dinheiro pra gastar blz mas as vezes tem cara que junta anos a fio pra pagar 5K simplesmente pelo sonho de ter uma guitarra com um nome bonito no headstock ou comprar um amp valvulado de 50W pra tocar baixinho no quarto.

renatocaster
Moderador
# ago/15
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Eu já fui muito impulsivo com essa questão do consumismo, e não só com instrumentos musicais, mas com outros itens também. Aquela coisa de sair comprando como se não houvesse amanhã, trepando prestações e mais prestações no cartão de crédito, etc.

Vc inicialmente compra para pagar em "suaves prestações", mas aí vão entrando outras dívidas, outras contas, outras despesas, e vc vai vendo seu orçamento doméstico apertando cada vez mais. Aí, o que era para ser pago em "suaves prestações", se transforma em "agressivas prestações", hehehe.

Mas graças a Deus, esta fase passou. Hoje eu sou muito, mas muito mais comedido com relação aos gastos. Até pq, agora com a vida de casado, eu tenho despesas fixas que não posso comprometer de forma alguma comprando um itens "supérfluos". "Se" eu fosse solteiro, teria uma brecha maior na minha renda para comprar uns mimos. Mas esse "se" não existe mais, já foi.

Já me dei ao luxo de ter Fender, Gibson, Marshall valvulado...nenhum deles foi top de linha, mas também não eram equipamentos baratinhos. E hoje eu olho para trás não com uma sensação de arrependimento, mas reflito bastante se isso tudo realmente era necessário. Pode ter sido necessário para algumas coisas, outras nem um pouco.

Claro que ainda tenho alguns sonhos de consumo em termos de equipamento, mas não é uma situação que vá me levar a cometer loucuras.

Lelo Mig
Membro
# ago/15
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MMI

"É hobby, mas muito bem programado e analisado, para não dizer que é bem investido. Tudo sob controle."

Exatamente como penso... e continuo mantendo a mesma frase se trocar o "É hobby" por "É profissa"... com a diferença que profissa permite e se espera um pouco mais de aperto e risco, porque faz parte do negócio, do investir...

Mas se o cara se programa, se controla suas contas, porque diabos ele não pode ter um Stradivarius mesmo sendo um amador?

As pessoas confundem um pouco as coisas... Sonho é sonho e tentar realizá-los é direito de cada ser humano, e único caminho para ser um pouco feliz.

O único problema é que tem uns Manés que fazem de seu sonho um pesadelo... mas aí, não é de minha conta.

Já contei essa história aqui... quando tocava direto vendi um carro para comprar um Marshall Plexi 1974. A realidade foi diferente do sonho, deu mais trabalho que alegria. Grande demais, pesado demais, alto demais, tudo nele é over... mas usei um bocado, toquei alguns anos. Matei as lombrigas e vendi pelo mesmo preço que comprei. Se tivesse segurado até hoje... tá valendo o dobro!

Buja
Veterano
# ago/15
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Matei as lombrigas e vendi pelo mesmo preço que comprei. Se tivesse segurado até hoje... tá valendo o dobro!

Quem me dera. Eu me arrependo um pouco de ter vendido varios equipos a preço de banana, só porque as prioridades da vida veio pegando pesado e fui tendo que desfazer. Varios dos equipos que passei, hoje custam no minimo 50% do valor que comprei hein, e uns 70% ou mais do valor que vendi.

Resumindo, hoje é muito mais dificil comprar os mesmos equipos que tinha antes, tanto pelas responsabilidades que tenho hoje, grana mais curta, quanto pelo proprio valor deles que subiu.

Tem guitarra que comprei nova que hoje custa 2x o valor delas usadas, sem up nenhum, e as minhas já tinham bons upzinhos.

Isso é o custo de se deixar levar pelo consumismo. Comprar sem planejar. Me arrependo disso, e serviu como aprendizado.

Tirando esse lado negativo, hoje em dia eu sou muito mais satisfeito com o que consigo adquirir. O que antes eu chamada de porcaria, eu tenho um olho bem mais favoravel e menos critico, e o que é melhor, aprendi a usar o equipo direito, tirar leite de pedra mesmo, como alguns dizem, e a satisfação está voltando aos poucos.

Dificil é lutar contra o impulso de comprar. Agora mesmo, aqui na aba do lado no navegador, ta aberto um site da loja onde tem a guita que to sonhando. Mas a falta de grana me ajuda um bocado. Mesmo querendo ser consumista, nao da pra comprar. Simples.

Isso é bom porque acabo sonhando mais. Sonhar mais te faz pesquisar mais. E te faz ouvir mais. Te faz criar mais contatos. Te faz querer saber mais, e no final tende a uma compra mais inteligente, mais planejada, mais consciente.

Antes eu via um pedalzinho, ouvia dois videos do youtube, gostava do som, acessava o site da loja e metia o cartao de credito. Morria de ansiedade pra ver o treco chegar. Quando chegava, plugava ele no set, nao configurava direito, ficava meio decepcionado com o som, mas ficava feliz por ter aliciado o ego. Era mais um gadget no board, uma corzinha a mais, e coloria o timbre um pouco (nao sempre pra melhor).

Hoje, nao rola. Nao da mesmo. Como não da pra passar cartão (já que é certo que vai furar meu orcamento, e vou ficar sem limite pra um remedio, um mecanico, uma viagem urgente) eu tenho que pesquisar, juntar e comprar a vista.

Ai vem a felicidade de realizar o sonho. Voce namora o equipo, calcula os custos, e define uma data onde provavelmente vai conseguir o treco.

Quais sao todas as possiblidades do equipo? Como se usa ele 100%? Vai dar pra tocar em casa sem absurdos, sair por ai, ou so vai alisar o ego? Quais são os equipos similares que realizam o sonho da mesma forma? So vende no brazil, ou da pra trazer de fora? Tem alguem que envia pra voce? É esse mesmo o que voce quer?

Hoje eu penso em tudo. Olhando a guitarra que quero, penso: só existe essa mesmo? Da pra montar uma semelhante mais em conta? Ou so estou olhando o headstock? Os pickups, vou precisar tocar ou estes me servem? O hardware, é igualzinho o que quero? Tem valor comercial depois?

Enfim, sem encher linguiça, o consumismo é prejudicial, e devemos resolver de alguma forma. Por bem, pela consciencia como alguns aqui já fazem, ou por mal, uma experiencia ruim que te fez perder algo e te deixou sem money, te obrigando a ser mais cuidadoso.

Lelo Mig
Membro
# ago/15
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Buja

Eu entendo, até porque sei que as pessoas não são iguais e já vi de perto isso.

É claro, cada um têm sua história, cada um aprendeu ou aprenderá de um jeito... Por conta de alguns defeitos e qualidades minha vida não é muito "constante".... eu já dormi pobre e acordei rico e dormi rico e acordei pobre. Já saí de uma mansão prá morar num quartinho com um colchão no chão.

Mas se têm uma coisa que eu posso dizer de boca cheia que não sou é consumista... e nunca fui.

Tenho vontade, claro... tenho GAS, claro!.... Mas só compro o que, e quando eu possa pagar sem comprometer nenhuma responsabilidade... e se não tiver grana não compro e não me frustro por isso.

E dentro da proporcionalidade, não é diferente com pouco ou muito dinheiro.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# ago/15
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BrotherCrow
Meu pai nunca me deu nenhum equipamento de música. Ele achava coisa de vagabundo. Comprei tudo com o meu trabalho. Mas entendo o que você quis dizer.
Essa é uma questão que a galerinha mais nova não sabe (e nem imagina), como o Brasil mudou em muita coisa nesses anos.
Meu pai é militar e quando eu era adolescente, música era sinônimo de bicha, maconheiro, comunista ou as 3 coisas junto!
O mais contraditório é que meu avô foi músico erudito (mas aí entrava noutra "categoría"), tenor, tendo estudado na Europa nos anos 20 e cantado com o Villa Lobos.
Sempre sonhei com equipos maneiros e baixos poderosos. Nunca pude ter.
Só depois, estudei e tornei-me luthier por conta desse desejo, pois nos anos 70 e 80 os instrumentos no Brasil eram caros e importação, não havia.
Tenho vários baixos hoje em dia, mas já percebi que tenho demais, pois não toco pra c......! e sou pai-de-família - tenho compromissos mais sérios e importantes que ficar comprando equipos que não preciso. Ademais, sou experiente, e sei tirar o "meu" som do que tenho ou de certos equipos de qualidade razoável que encontro em estúdio e nos lugares em que tocamos.
Consumismo é uma praga, uma atitude, para mim, desnecessária, imoral e egoísta, característica de nosso tempo (vem se agravando), e reacionária (por conta da ostentação e da inconsciência ambiental - o grande problema do mundo hoje e que por conta dessa mentalidade egoísta, está sendo "empurrada com a barriga").
Mas de modo nenhum sou contra uma pessoa ter, se puder e saber usar, uma PRS e um Mesa Boogie. Sou veemente contra o desperdício e a "desnecessidade"...
Abç

MMI
Veterano
# ago/15
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Lelo Mig

Mas se o cara se programa, se controla suas contas, porque diabos ele não pode ter um Stradivarius mesmo sendo um amador?

Bem por aí... Por exemplo, o Paul Allen, sócio do Bill Gates na Microsoft, em 1998 pagou 2 milhões de dólares na strato branca que o Hendrix tocou em Woodstock. Comprou e deixou no EMP Museum em Seattle, estava aqui em Sampa numa exposição. Não sei qual o negócio dele com relação ao museu e exposição. Mas por que não?


Buja

O impulso de comprar vai muito mais na minha definição de "consumismo" do que o cara que se programa para concretizar seu desejo.

Hoje nem preciso mais lutar contra o impulso de comprar. Muito pouca coisa me dá alguma vontade quando vou a uma loja. Tem me convencer e muito.

Mauricio Luiz Bertola

Mas de modo nenhum sou contra uma pessoa ter, se puder e saber usar, uma PRS e um Mesa Boogie. Sou veemente contra o desperdício e a "desnecessidade"...

Discordo em relação a saber usar. Para mim se a pessoa pode pagar, trabalhou honestamente e ganhou para tanto, nada impede de gastar como for conveniente. Mesmo se não souber usar, se for para pendurar numa parede, para por numa redoma de vidro. Paciência...

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# ago/15
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MMI
Me diga uma coisa: Se a pessoa pode pagar, trabalhou honestamente e ganhou para tanto... Ela poderia então comprar um AK47?
Sei que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa... Mas... A lógica parece ser a mesma, né... (é só uma brincadeira)
(Espero que alguém que tenha um AK47 o "pendure na parede, numa redoma de vidro").
Abç

Lelo Mig
Membro
# ago/15 · Editado por: Lelo Mig
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Mauricio Luiz Bertola

"Ela poderia então comprar um AK47?"

Cara, deveria até ter vergonha de dizer isso.... mas não terei.

Sou, de verdade, o cara, ou um dos caras mais pacifistas que você poderia conhecer... Não tenho armas, prá defesa, nem prá nada.

Mas paradoxalmente, eu adoro armas. Não pela sua potência letal... mas pelo engenho mecânico. A AK 47 é uma das coisas mais espetaculares em termos de mecânica... Cuspir o cartucho e rearmar o cão, aproveitando a energia do tiro anterior é uma das coisas mais geniais mecanicamente. Deixar o cano "azul" de tão quente e enfiar embaixo da água, no gelo, na lama, na areia e continuar atirando... só podia ser coisa de russo...kkk

Se pudesse, LEGALMENTE, eu teria uma AK 47 na parede.... confesso!

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# ago/15
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Lelo Mig
Cara, o lance do AK foi uma brincadeira com o MMI apenas...
AK é brabo mesmo... Eu nunca atirei com um, mas apenas com o FAL (que é uma estupidez!)...
Talvez por ter sido treinado para usar essas coisas, eu quer distancia delas...
Abç

Hitman
Veterano
# ago/15
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L Magalhaes
Hoje em dia a felicidade está muito ligada ao poder de aquisição. Se você consome você está feliz.
Talvez esse seja o grande fator que causa a frustração nas pessoas...

Andei lendo sobre isso esses dias mesmo num livro bacana...
Segundo ela, as pessoas que realmente sao felizes sao aquelas satisfeitas com o que ja tem, contrario daquele que "precisa" sempre de mais.
Felicidade acredito que a vasta maioria queira porem a rota pra se conseguirisso as vezes se distorice e a pessoa acaba errando seu alvo sem saber..

Lelo Mig
Mauricio Luiz Bertola
Engracado que percebo que no Brasil, arma de fogo aparenta ser algo tao taboo, tao proibido e temido.
Alguem saberia me dizer o porque desse fenomeno cultural brasileiro ou estou vendo coisas alem do que elas sao?

Luiz_RibeiroSP
Veterano
# ago/15
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Lelo Mig
Mauricio Luiz Bertola
.....uma duvida que queria tirar com vcs que tocavam nos anos 70,80. como era pra importar instrumentos e equipamentos? Sei que na época viajar para outro país era caríssimo, mas havia uma taxa para pagar ou já confiscava? ou depende do humor do fiscal? ou até encontrava em lojas? Porque eu vejo vídeos das bandas dos anos 70 e 80 e alguns possuíam instrumentos importados.

Ismah
Veterano
# ago/15
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Hitman

Desculpa estourar sua bolha mas a 883 tem fama mundial de ser moto de mulher pelo seu tamanho e motor (Em muito homem parece um fio dental, ainda mais quando eh uma cor diferente de preto.)

Cara, aí vc vai para o UK, e tromba com gangues de moleques tocando terror com SCOOTERS! Essa parada aí, é o mesmo que dizer que valvulado é amp, o resto é lixo. Você parte de um preceito.

E a Kasinski/Hyosung eu cheguei a fazer 600km em um dia com uma emprestada e a moto era um lixo! Isso porque o cara cuidava como se fosse a filha dele. Nunca trocaria a Kawasaki por ela..

Já vi que a briga vai longe, quem prefere custom, desde muito tempo não se entende com a turma das esportivas. E desde que se usava hardtails e café racers rsrsrs

No meu caso, é pré requisito pra mim continuar discutindo por aqui rsrsrs

Que forma de desempenho se grande parte das motos estao atrasadas tecnologicamente por decadas, velocidade nao eh nada impressionante, nao faz curva direito, nao freia bem, eh pesado e seu consumo nao eh nada especial?

Opa pera aí... Tem muita coisa que vc está enganado. HD's de fato seguem uma mecânica mais tradicional, mas tem bastante tecnologia embarcada, que vc talvez até desconheça.

Ismah
Veterano
# ago/15
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Luiz_RibeiroSP

Isso deve responder...



Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# ago/15 · Editado por: Mauricio Luiz Bertola
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Hitman
Engracado que percebo que no Brasil, arma de fogo aparenta ser algo tao taboo, tao proibido e temido.´
É assim no mundo TODO cara, MENOS nos EUA. O Brasil NÃO é a excessão, é a regra.
Fui treinado para usar essas coisas, já tive que andar armado e já atirei muito e já presenciei algumas vezes pessoas atingidas por armas de fogo, inclusive fuzís de batalha. Não tem graça nenhuma...
Luiz_RibeiroSP
Só quem tinha instrumento importado era gente RICA, ou caras de bandas famosas, que a gravadora importava, ou pelo contrabando (que era pouco). Meu primo-avô, coronel da Aeronáutica, e músico da Bossa-Nova, tinha uma Gibson 355. Ele trouxe dos EUA numa viagem de serviço, era coisa raríssima aqui.
Se você assistir ao mitológico show do Raul Seixas na praia do Gonzaga, verá que alguns músicos tocam com Giannini, e os amps são Giannini Tremendão e Duovox e o próprio Raul tem sua Gibson ligada num "baguinho" U75G. O que se encontrava em lojas eram apenas pianos, caríííssimos! Teclados, de forma geral eram raros também (não é à toa que existia uma indústria nacional de teclados, órgãos e pianos elétricos, alguns com boa qualidade, como o Suette, cópia do Fender Rhodes).
Abçs

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