Que segredos podem esconder os captadores?

Autor Mensagem
MMI
Veterano
# mar/14
· votar


Ramsay

Quando eu falo de 10 a 15% estou sendo otimista.
Por exemplo, eu tenho uma guitarra PRS SE Santana e troquei o captador do braço por um Suhr Doug Aldrich e sabe de quanto foi a melhoria do som? De 0%. simples assim, o som não melhorou em nada, ficou o mesmo que dava com o captador stock.


Imagino. Acredito nisso aí, a gente não cai na lenda que captador é tudo na guitarra...

Quanto aos PAF a Gibson está até hoje tentando reproduzir (sem sucesso) o som dos PAF originais, cujas máquinas antiquadas não existem mais.

Bom... O Paul Reed Smith comprou a máquina que fazia o fio de cobre dos PAFs. Mas precisa ir mais adiante para reproduzi-los. Esse papo que eu escrevi da uniformidade do imã e tal, você não vai encontrar em lugar nenhum. Isso é estudo do Edu sobre imãs antigos e guitarras vintage que ele teve a oportunidade de mexer. Não sei até que ponto os fabricantes se esforçaram em relação a isso e se pensam numa possibilidade comercial para sanar essa questão. Mas existe...

Então, atualmente quando se compra um set de PAFs se compra algo que nem de longe se aproxima dos PAFs originais de 1959.
E os captadores Jim Rolph, pelo que ouví falar são os que mais se aproximam, só não sei o quanto.
Eu concordo com vc quando diz que nem toda LP59 era espetacular, mas, no meu modo de ver, ainda assim acho que eram superiores as reissue.


Aí que está o ponto. Os PAF atuais se comparam sim aos PAF de 59. Só que os PAF vintage tem quase 60 anos na frente... Da mesma forma que uma parte das reissue (nem todas) e mesmo de alguns luthiers são iguais ou superiores até que a média das LP59, só que precisamos esperar quase 60 anos para chegarmos a essa comparação impossível.

O pessoal da Gibson dessa época, pode por o genial Ted McCarty junto, não faziam instrumentos com muita rigidez e normas. Porém definitivamente sabiam o que estavam fazendo. Isso vale para tudo ali! Já conversei com alguns velhinhos que viveram e compraram suas primeiras guitarras da Gibson e Fender na década de 50 e uma coisa eles costumam ser unânimes: as guitarras (top, porque tem muita variabilidade e até lixo) atuais são melhores que as antigas quando saíram da fábrica (Les Paul chegou a dizer isso também). Claro, de modo geral passam por um controle de qualidade e normas mais rígidas. Conheço pessoas que conheceram bem a fábrica de Kalamazoo e falam que é incrível como conseguiam fazer guitarras da forma que faziam, naquele lugar. Aquilo pegava fogo, queimava o forro, tinha pouca segurança, hoje seria chamado de caos. Hoje a produção das reissue é infinitamente mais cuidadosa, entram máquinas CNC, o Plek, controle de qualidade, cuidados com detalhes e normas... Mas ainda precisam ser tocadas por 50 e poucos anos para mostrarem o que podem chegar a ser em comparação as LP59 de hoje.

Pode acreditar, eu tenho aqui um mandolim Gibson 1907. A construção e as madeiras não são nada de espetacular (tudo bem, tem uns detalhes que são, como as tarrachas de marfim com incrustações), mas o som é sim espetacular. Daqui 100 anos os atuais tem tudo para estarem em melhor forma que o meu atualmente - a média das madeiras que se usa hoje nos mandolins Gibson são melhores que a dele, só que de novo, precisam de 100 anos tocando para chegar no que ele é hoje.

Ramsay
Veterano
# mar/14 · Editado por: Ramsay
· votar


[MMI

Eu concordo em quase tudo o que vc falou, só acho difícil um Dimarzio PAF 36, por exemplo, dar um som tão bom quanto um PAF original de 59.
Mas, posso estar totalmente errado, porque afinal nunca testei nenhum dos dois captadores.

Edit:
Uma coisa curiosa é que as Gibson LP são as guitarras mais sensíveis a troca de captadores.
Ou seja, trocando os captadores muda muito o som da guitarra.

NeoRamza
Veterano
# mar/14
· votar


Aí que está o ponto. Os PAF atuais se comparam sim aos PAF de 59. Só que os PAF vintage tem quase 60 anos na frente... Da mesma forma que uma parte das reissue (nem todas) e mesmo de alguns luthiers são iguais ou superiores até que a média das LP59, só que precisamos esperar quase 60 anos para chegarmos a essa comparação impossível.

Bem, mas não daria pra gente comparar uma reissue de 10 anos com as gravações/discos feitos em 69 com uma original 59? Ou em 1969 as bursts e seus PAFs ainda não eram tão espetaculares?

MMI
Veterano
# mar/14
· votar


Ramsay

acho difícil um Dimarzio PAF 36, por exemplo, dar um som tão bom quanto um PAF original de 59.

Concordo. Não sou fã dos DiMarzio, alguns poucos são legais, mas nem tanto esse PAF - não gosto do captador que o fez famoso, o Super Distortion. O que eu não posso negar é que o Larry DiMarzio é um dos maiores conhecedores de captadores do mundo.

O Larry DiMarzio criou o Super Distortion com uma alta saída, cerâmico e em 1972 foi o primeiro a oferecer captadores avulsos para troca, criando este mercado. Então se hoje o pessoal pensa em trocar captadores, deve uma homenagem para ele. Ele é dono de uma LP59, com certeza já mediu e copiou tudo dos PAFs dela, não é possível que nunca soube o que estava fazendo. Pode ser que os bem antigos foram lançados propositadamente diferentes dos PAFs para que tivessem alguma razão de trocar, já que o mercado não era inundado de guitarras e captadores como hoje. Mas não sei, tem tanto PAF diferente, a coisa era produzida tão sem controle, que nessa linha PAF eu sempre acredito que deva ter um PAF que é ou foi igual ao PAF atual.

Uma coisa curiosa é que as Gibson LP são as guitarras mais sensíveis a troca de captadores.
Ou seja, trocando os captadores muda muito o som da guitarra.

Não vejo as LP tão sensíveis assim a trocas de captadores. Acho que uma guitarra com humbuckers é naturalmente mais sensível à troca de captadores (vou explicar para a galera isso a seguir), especialmente quando se pensa na linha PAF, de captadores mais fracos.

Uma coisa eu posso garantir, indo de encontro com seus números percentuais. Atualmente a linha Custom Shop tem disponível os Custombuckers de Alnico 3 que são muito bons, mas raros atualmente. Mas falando em Burstbucker 1 e 2, que seria um par de PAF atual. A maioria das Gibson que saem com ele são algo normal, comum. Algumas poucas reissue que vi, não todas com estes captadores, soam fantásticas, bem diferentes do que as outras. Ou seja, com o mesmo captador, e a Gibson é capaz de fazer captadores iguais, as guitarras soam muito diferentes.

MMI
Veterano
# mar/14 · Editado por: MMI
· votar


NeoRamza

Bem, mas não daria pra gente comparar uma reissue de 10 anos com as gravações/discos feitos em 69 com uma original 59? Ou em 1969 as bursts e seus PAFs ainda não eram tão espetaculares?

Sendo um guitarreiro chato não, não daria para comparar. Entram muitos detalhes, como a pegada do cara, o alto falante, o amplificador, as válvulas e suas condições naquela hora, o ambiente, o microfone, o pré do microfone, o processamento do áudio na mixagem e masterização... Sendo um pouco mais sensato e realista, ciente das limitações, dá para buscar o som dos caras sim. Acho que nem o Clapton, com o mesmo equipamento hoje, tiraria o woman tone exatamente igual, mas com certeza, garanto que se déssemos uma Beano atual, ou mesmo uma Lucy, ele tiraria algo muito, mas muito parecido com o que fez. Só de sacanagem, ele já tirou algo muito parecido até de strato... kkkkkkk

De toda forma, as bursts atuais são diferentes do que eram em 69, com certeza.

Yuri ycs
Membro Novato
# mar/14 · Editado por: Yuri ycs
· votar


MMI
Bom dia.
Eu tenho uma strato fuleirinha da eagle, e os capitadores estao velhos, eu acho que pode ser aquilo q vc falou sobre a perda de magnetismo com o passar do tempo, nao sei qual o material do ima, mas tem algum jeito de resolver sem ter que comprar uns capitadores que vao custar mais caro do que minha guitarra? Uma vez eu li que se ficar atritando um ima no captador, ele pode "magnetzar" novamente, e verdade isso? Muito obrigado.
*edit:
Os captadores nao tem aquele harmonico artificial tao definido e estalado como o de um capitador novo

MMI
Veterano
# mar/14
· votar


Yuri ycs

tem algum jeito de resolver sem ter que comprar uns capitadores que vao custar mais caro do que minha guitarra?

tem, mas não vale a pena.

Uma vez eu li que se ficar atritando um ima no captador, ele pode "magnetzar" novamente, e verdade isso?

Ele vai desmagnetizar. Para magnetizar você precisa de um imão com pelo menos 10x a força que você pretende. Esquece, troca de guitarra quando der.

Yuri ycs
Membro Novato
# mar/14
· votar


Esquece, troca de guitarra quando der.
Haiuaueuaeiuahau
eu vou comprar outra msmo so que nao agora :-D $$$$ VALEU!!

LeandroP
Moderador
# mar/14
· votar


MMI
não gosto do captador que o fez famoso, o Super Distortion

Cara, eu curto demais este modelo. Tenho ele na ponte de uma strato, em combinação com o Stevie's Special no braço e um single Texas Malagoli no meio. Não sei lhe dizer em termos técnicos, mas de um modo prático achei perfeita esta combinação pra minha guitarra. Estou há tempos com este trio e não sei se é uma questão de costume, mas ainda não encontrei um jeito de deixar o som ruim (não que fosse essa a minha intenção rsrsrs). O que você não gosta nos SD's? Sabe me dizer se este modelo já teve alguma revisão por parte da Di Marzio, se houveram reedições?

Valeu pelas explicações! Excelentes!!!

MMI
Veterano
# mar/14
· votar


Yuri ycs

Só uma observação... Pode ser muita coisa, mas não é questão de enfraquecimento dos captadores. Com certeza há 30, 40 anos atrás não tinha stratinho da Eagle para seu captador ter enfraquecido de maneira significativa, a não ser que você andou aprontando com ela, com o imã por exemplo.

Velvete
Veterano
# mar/14
· votar


MMI

Há um ano vc me indicou os famosos "PAF's" do Edu. Hoje, estou aguardando chegar a encomenda!!! \0/

PS: Após esse tópico, aposto que ele receberá muitos pedidos. #hype

Yuri ycs
Membro Novato
# mar/14 · Editado por: Yuri ycs
· votar


MMI
Meu pai comprou ela pra mim numa loja de instrumentos usados, nao sei se a captacao e original, na epoca eu achei a guitarra massa, mas agora...
Mes que vem se Deus quiser eu vou comprar outra guitarra.
*Cort m600 (capitacao duncan designed 2ª linha da duncan)

SkyHawk
Membro
# mar/14 · Editado por: SkyHawk
· votar


MMI
Tópico excelente, muito bacana seus comentários. Aos 13 / 14 anos de idade descobri dois hobbies: autorama e guitarra, o que eles tem em comum ???? Bobinas elétricas !!! Um motor de um carrinho de autorama é um eletro-imã com uma bobina igualzinho a um captador de guitarra. Foram infinitas experiências com as bobinas dos meus carrinhos que despertaram meu interesse por motores elétricos e mais na frente me levaram para o departamento de eng. elétrica. Na tentativa de conseguir um motor turbo para minhas corridas nas pistas de autorama, desenrolei, enrolei, mudei imã, aumentei a carga magnética, troquei fio de calibres diferente, número de voltas, etc, etc, etc e digo.... Em uma bobina elétrica TUDO faz diferença, e pior do que isso é que muitas vezes de uma maneira meio mágica. Eu enrolei motor de mabush e murabush (os velhinhos do autorama devem estar com lágrimas nos olhos de saudosismo agora !!!) na mão, contando cada volta uma a uma.

As bobinas parecem que tem alma, mesmo com o mesmo imã, o mesmo fio, o mesmo número de voltas, é praticamente impossível produzir duas iguais. Imagina então o comando: desligar a máquina de enrolar quando a bobina estiver cheia !!!! Caraca devia sair realmente cada um de um jeito !!!!

MMI
Veterano
# mar/14
· votar


LeandroP

É engraçado... Ás vezes fico falando aqui e focado muito mais na galera, daí me surpreendo com um cara que admiro que está acompanhando o papo. Muita gente que conversei (eu também) o considera o cara mais importante do fórum. Obrigado.

Quanto Super Distortion... Eu não sou strateiro, me dou mal com este modelo quando eu toco. Dessa forma, pouco sei como um SD se comporta numa strato. Outra coisa é que gosto é gosto, é como bunda que cada um tem a sua e não quer que coloquem a mão, kkkkk.

Brincadeira a parte, conheço melhor esse captador em superstrato e principalmente Les Paul. Ele tem um som típico de DiMarzio, com distorção "pouco granulada". Mas nem é por isso. Ele é muito forte, a exemplo do Gibson 500T. Muito rápido ele vai para distorção, deixando o overdrive. Principalmente em LP gosto de um som mais overdrive que distorção, por isso não gosto do SD nem do 500T.

Vale uma historinha... Uma vez peguei uma Gibson Ace Frehley, pechincha, de um cara falido. Fiquei 3 dias com essa guitarra, devolvi muito porque não gostei do som dela com esses captadores SD. De outra vez, um guitarrista estava bem doente e precisando de grana, peguei uma Gibson Explorer com 500T também por um preço bem camarada (só peguei por causa do preço). Bati o recorde e fiquei 2 semanas com ela... Uma outra Gibson Custom Shop que tive, que era uma Classic e tinha o 500T, foi uma das LP que menos gostei na vida, cheguei a ficar 1 ano e pouco com ela. Já os cerâmicos que a DiMarzio fez para as primeiras Wolfgang acho que são da melhor estirpe, assim como os PRS #7 e ás vezes o 250. Vai entender...

Sim, o Super Distortion já teve revisões. Ele foi lançado com 2 fios apenas. Poucos anos depois lançaram o mesmo captador com 3 fios e recebeu o nome de Dual Sound porque podia splitar. Hoje os 2 são oferecidos com 4 fios, o Dual Sound vem com um kit com switch para facilitar os modos de ligação.

MMI
Veterano
# mar/14
· votar


SkyHawk

Em uma bobina elétrica TUDO faz diferença, e pior do que isso é que muitas vezes de uma maneira meio mágica.

Ainda bem que não falei besteira... É por isso que os fabricantes falam que é dificílimo fazer uma linha com captadores iguais, do mesmo modelo.

Velvete

Há um ano vc me indicou os famosos "PAF's" do Edu. Hoje, estou aguardando chegar a encomenda!!! \0/

Pois é. Por isso que eu falo que os captadores dele não são para todo mundo, é muito artesanal, muito customizado. E difícil ele arrumar tempo para fazer! Não tem nada a ver de pensar que ele tem uma prateleira cheia de captadores prontos para atender as encomendas.

Parabéns. Depois conta para a gente!

Yuri ycs
Membro Novato
# mar/14
· votar


MMI
uma guitarra com 2 humbuker e botao push pull, se colocar o captador de "cabeca pra baixo" (girar 180°) altera o timbre com o push pull na posicao humbuker? E na posicao single? Se sim, quais seriam as caracteristicas desse timbre com o captador invertido?
Ae se eu tiver enchendo o saco pode falar valeu... :-p

EduJazz
Veterano
# mar/14
· votar


Quanto aos PAF do Edu Fullertone, eu mesmo não cheguei a conhecer o cara, o contato foi todo feito pela Dunamiz. Eu só informei que queria o captador que o fez "famoso", o PAF mais clássico possível.

Eu ainda devo fazer um review da guitarra, onde falarei mais sobre tudo. Mas, sobre os captadores em si, são diferentes de qualquer humbucker que eu já toquei. A articulação deles é impressionante, traduzem de uma forma muito interessante as dinâmicas do músico (sobre isso, posso estar errado, mas acho que é uma característica que vem mais dos captadores do que de qualquer outro fator).

São extremamente silenciosos, e parecem ter sido feitos com todo cuidado.

Recentemente instalei o set do Petrucci (di marzio) em uma Ibanez Rg. Melhorou muito a guitarra, são pick-ups bem interessantes, bem no estilo que eu queria para aquela guitarra. Mas, mesmo sendo estilos diferentes, da pra notar que os do Edu estão em outro nível!

Por isso eu agradeço ao MMI, pela indicação e pelas aulas que ele dá por aqui! Um exemplo de altruísmo!

Em tempo, belíssimo tópico, tomara que cresça em alto nível!

LeandroP
Moderador
# mar/14
· votar


MMI

O SD é um humbucker meio esquentadinho mesmo rsrsrsrs Mas é surpreendentemente limpo, apesar do nome. E na strato me caiu como uma luva. As stratos são naturalmente mais leves, talvez até em função dos captadores serem presos ao escudo em vez de serem aparafusados direto no corpo. Acredito que isso faça uma grande diferença. Não sei se o que estou dizendo faz algum sentido, mas toda essa agressividade meio que se perde um pouco quando o humbucker se prende ao escudo. Daí ele acaba entrando um pouco no espectro que você curte, mais drive e menos distortion... Só ouvindo mesmo. O meu SD é o de 4 fios, e eu splito ele também com uma chave de onda. Só que sozinho ele fica fraquinho quando splitado, e por sorte a minha combinou muito bem com o single do meio (Malagoli Texas). Em resumo, é questão de gosto mesmo.

Valeu pelo elogio, man!!! O fórum tá muito bem amparado com caras como você, entre outros que não vou citar o nome com medo de esquecer algum e ser injusto. As suas "insígnias" dizem um pouco sobre isso. Eu leio mais ultimamente e posto menos, mas leio bastante. Aprendo muito com você. Valeu mesmo!!!

LeandroP
Moderador
# mar/14
· votar


MMI

A minha Les Paul (Tanglewood) )veio com um par desses humbuckers:

http://www.entwistlepickups.com/pickup.php?puid=HV+58+Nickel

Já ouvia falar da Entwistle, mas ainda não tinha a oportunidade de conhecer. Até que vi a guitarra na loja, testei e curti demais o som. Não tenho tocado ultimamente, mas é a Les Paul que me acompanha sempre que eu toco. A strato, por ironia, está com as tripas de fora (tô dando uma geral na elétrica dela).

Dr.Blues
Membro
# mar/14
· votar


MMI
Como sempre, excelente tópico com discussão técnica e com embasamento. Parabéns.
Tenho uma dúvida. Tenho uma guitarra com um par de Humbuckers Dimarzio Custom Alnico V acho o som meio "fechado" , digo mais para médio-grave em comparação à por exemplo, os Classic 57 da Gibson. Porém essa guitarra tem o corpo de mogno e o braço é de Rosenwood assim como a escala.
Você acha que essa caracteristica timbristica tem mais relação com a madeira ou com o captador?

EduJazz
Veterano
# mar/14
· votar


Dr.Blues

O braço em si é de rosewood? Curioso, interessante... Que guitarra é?

Um dia vou ter uma tele rosewood, ao melhor estilo george harrison!

Dr.Blues
Membro
# mar/14
· votar


EduJazz
Então, o braço é em rosenwood. E a escala também.
É uma Music Man Albert Lee HH.
Dizem existir umas PRS assim também, mas nunca ví, por isso fiquei curioso.
Quando faz defasagem dos captadores, lembra até de longe uma telecaster, mas quando estão ligados em série, fica de Les Paul pra cima.
Um abraço

maspn
Veterano
# mar/14
· votar


Me digam uma coisa,

Qual é o conceito de "captador paf mais perfeito possível"...????
se os mesmos eram feitos fora de padrão nos anos 40/50...

Dr.Blues
Membro
# mar/14
· votar


maspn
Então, acho que não existe um modo científico de responder isso. Acho que o conceito talvez seria bucar a sonoridade baseada em músicas que tiveram uso de guitarras com PAF e dentro da imensidão de captadores hoje procurar um que te dê essa sonoridade. Aqui, com PAF, a sonoridade vai de Clapton, Peter Green, Gary Moore, Billy Gibbons, pelo menos, eu ouço isso e busco algo nesse sentido.

MMI
Veterano
# mar/14 · Editado por: MMI
· votar


Yuri ycs

se colocar o captador de "cabeca pra baixo" (girar 180°) altera o timbre com o push pull na posicao humbuker? E na posicao single? Se sim, quais seriam as caracteristicas desse timbre com o captador invertido?

Sim para as duas perguntas. O pessoal embalou em perguntas, eu nem acabei de escrever o que queria. Aguarde...

EduJazz

Aguardo seu review... rs


LeandroP

parecem legais esses Entwistle. Não conheço.

Dr.Blues

Acho que tem muito do braço em Rosewood esse som que você diz da Music Man Albert Lee HH. O charme dessa guitarra é que foi feita para um cara que se serve de técnicas de country, acho ele muito bom. Com certeza a ideia foi fazer uma guitarra HH versátil, sem dispensar um som "tele like".

Eu tenho uma PRS de braço em brazilian rosewood. Dizem que essa construção reforça os agudos mesmo.


maspn

Qual é o conceito de "captador paf mais perfeito possível"...????
se os mesmos eram feitos fora de padrão nos anos 40/50...


Nos anos 40 não tinha, mas na década de 50 que foram criados eram feitos das mais variadas formas. Honestamente? Eu acho que no fundo, qualquer captador de alnico, com umas 5000 voltas (bem mal contadas) na bobina de fio 42, com a resistência entre 7,5 e 9 K Ohms é um PAF. Se for de Alnico 4 então é um PAF perfeito, seja lá o que for isso.

Por outro lado eu tenho meus PAF atuais preferidos, mas isso é outra discussão.

Dr.Blues

Dois caras foram responsáveis pelo renascimento da Les Paul, era uma guitarra esquecida e muita gente nem conhecia mais depois que pararam de fazer em 60 por falta de sucesso comercial. O principal foi o Clapton, com seu woman tone, Beano etc. O outro foi Mike Bloomfield que hoje é meio esquecido, mas foi um exemplo de timbre de Les Paul na época e razão para muita gente procurar esta guitarra. Eu curto muito o Super Session, um álbum histórico e meio esquecido. Baita som de guitarra, muito bem tocado.



___________________________________________________________

Vamos ver se eu consigo escrever um pouco mais, parece que a galera gostou... rs

JoseGeraldoMalakian
Membro Novato
# mar/14
· votar


Aproveitando o topico que captador vocês me recomendam pra coloar na ponte de uma Memphis MG32 (n venha dizer pra comprar outra que eu gosto muito dela, o braço é confortavel e o corpo é de madeira ''de verdade'' basswood, vagabunda mais é, compensado n é n) mas assim quero um captador que n seja caro e que de akele som pra colocar um drive se minha guita ta custando 340 - 400 reias n me recomendem um de 350 que ai eu compro outro ^^ vlw, lembrando que o modelo é Strato e quero um timbre pra tocar um metal colcoar um overdrive e até uam distorção maii forte, me disseram que um Malagoli Intruder (http://images.tcdn.com.br/img/img_prod/34302/180_1218_1.jpg) seria uam boa apção ta 105 R$ oq axam?

Luis A.
Membro Novato
# mar/14
· votar


EduJazz

Um dia vou ter uma tele rosewood, ao melhor estilo george harrison!

Na minha opinião é a telecaster mais bonita ja feita....

MMI

Parabéns pelas excelentes explicações e ajudas q vc dá aqui no fórum!

Cara, eu sempre quis saber a opinião de uma pessoa com mais experiencia sobre a diferença entre os 490r , 498T e os Classic 57....

Ha até um tópico sobre esse assunto aqui no fórum, mas a discussão não rendeu muito....

Já vi caras aqui dizendo q os 490r são ruins apenas por serem os mais comuns nas Gibsons. Lembro-me q até pouco tempo apenas as Custom, Ressue , VOS, etc, vinham com os Classic 57...

Imagino q os 490 nao sejam tão porcaria assim, visto q as Lucille vêm com eles....

Hoje, se nao me engano, vários modelos inferiores da Gibson estão vindo com os Classic 57.... será q vão começar a dizer q eles são porcarias só pq estão aparecendo nos modelos mais acessíveis? rsrsrs

Valeu!
Abç.

MMI
Veterano
# mar/14
· votar


Continuando o tratado sobre captadores... rs

Parte 4

Um imã tem seu polo norte e sul. Existe um fluxo magnético entre os polos e a forma do captador , dos seus polos, interfere diretamente nesse fluxo magnético.
Single
Humbucker

(notem na foto que a área da corda exposta ao campo magnético é bem diferente, o que é um ponto importante na diferença de captação de som de um modelo para outro)

Por isso que a posição do captador é importante. Isso também importa nos singles de uma strato, para que as posições de 2 captadores funcionem como se espera. Nos humbuckers também tem sua importância pelo mesmo motivo.

A questão é que um humbucker pode ser pensado como 2 singles juntos. Isso é legal para pensarmos, logo de cara, que neste caso eles podem ser iguais ou diferentes, uma bobina maior que a outra. Daí que vem os captadores humbuckers assimétricos, como o Burstbucker Pro e o Custom Bucker da Gibson. Isso vai fazer com que uma bobina se sobreponha a outra, dando alguma característica de single ao som, deixando mais estalado, reforçando médios-agudos, mas ainda assim a outra bobina corta o hum. Eis aí mais uma diferenciação nos humbuckers (e mais um segredinho que a guitarra do amigo Edujazz tem, o que ajuda muito na dinâmica diferenciada que o colega notou). De toda forma, para um fabricante de captadores uma Les Paul normal de 2 humbuckers tem para eles 4 singles para se divertir e inventar possibilidades.

Bobinas assimétricas são bastante comuns em singles em stack. Na verdade a própria posição das bobinas em stack favorece essa ideia. O Lindy Fralin faz um P-90 hum-cancelling onde ele faz uma pequena bobina assimétrica, apenas para cancelar o hum, bem fraquinha para praticamente não alterar o som da bobina principal.

Outra questão interessante são os humbuckers (HB) de 4 fios. Acho que mais ou menos óbvio, serão 2 fios para cada bobina. Acho que já deu para notar que o campo magnético é diferente de um single normal, por isso que um HB defasado chega perto de um single, mas ainda não é igual. Mas falando em defasado, esta é a ligação mais comum de um HB de 4 fios – desliga uma bobina, deixa a outra funcionando, o pessoal chama isso de “splitar”. O que alguns podem não saber é que dá para brincar com estes singles de outras formas. Se ligarmos esses fios em série ou em paralelo o som muda bastante, dando mais versatilidade e mais sons para a guitarra. Para isso é legal que se instale uma chavinha de 3 posições, onde uma seria splitado, outra em série, outra em paralelo. Eu acho legal...

Acho melhor não entrar muito neste assunto, mas nem falei nada de modelos menos convencionais, como captadores com os polos em formato de barra, mini barras etc. Acho claro que muda o campo magnético, muda a interação com a bobina e as cordas. E notei que ninguém comentou do vídeo da entrevista com o Ron Ellis. Eu sei, tem que gostar muito para ouvir mais de uma hora e meia, mas ali ele fala de imãs, de experiências de captadores com imãs diferentes no agudo e no grave. Mas ir muito para frente em modelos específicos acho que não é legal.

Se o pessoal gostar, depois eu continuo com o papo. No próximo capítulo da saga, um pouco mais sobre os PAFs porque vi que gerou interesse e questionamentos. Mas isso se o pessoal quiser...

Abraço

MMI
Veterano
# mar/14
· votar


Luis A.

Cara, eu sempre quis saber a opinião de uma pessoa com mais experiencia sobre a diferença entre os 490r , 498T e os Classic 57....


Eu chamo todos eles de linha PAF. Não sei dizer sobre a diferença deles no número de voltas, calibre do fio etc., mas são em Alnico 2 e são de bobinas simétricas. O que posso dizer é que se diferenciam na força e na equalização. Sei que o 57 é praticamente igual ao Seymour Duncan Seth Lover, só que o Gibson é parafinado, mas que na prática não faz quase diferença nenhuma. O 490 é oferecido com 4 condutores, o que o 57 não tem e tem um pouco mais de médios. O Classic 57 é parecido com o Burstbucker 2, mas é simétrico, o Cassic 57 Plus tem um pouco de overwound e fica mais para o Burstbucker 3.

Eu tenho uma Lucille e afirmo que os 490 não são porcaria não... Gente criticando sempre vai ter. Lembro que na fábrica da Gibson eles diziam que a Lucille era a guitarra mais importante deles (a recepção é decorada com uma enorme Lucille), justificando que BB King é o endorse mais importante da Gibson. Não é pouca coisa, não é porcaria.

Honestamente, eu acho que a Gibson lança novos captadores para as guitarras ficarem diferentes e criar expectativa e GAS. Então colocam o Classic 57 um pouco diferente primeiro só nas tops, depois passam para linhas inferiores e criam um novo. Criaram os Burstbuckers, captadores assimétricos, 1, 2 e 3 do mais fraco para o mais forte, em Alnico 2, apenas aumentando a bobina. Depois veio o Burstbucker Pro em Alnico 5, mais forte. Agora está na vez do Custom Bucker em Alnico 3 e fio 42 AWG, criado inicialmente para a reedição da Beano. É bem legal...

Luis A.
Membro Novato
# mar/14
· votar


MMI

Valeu pela atenção!
Obrigadão, Abç.

Enviar sua resposta para este assunto
        Tablatura   
Responder tópico na versão original
 

Tópicos relacionados a Que segredos podem esconder os captadores?