Dicas e comentarios sobre livros - pra quem gosta de ler

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anonymous4
Veterano
# dez/05
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Razão por sí só leva muito longe, mas não cobre tudo... seria interessante criar um mundo só com seres lógicos... seria interessante

maggie
Veterana
# dez/05
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Philipius
Mas a razão pura levaria o munda à destruição.
É bom dosar.

Acho que já estamos entrando nessa fase.
Conhecimento descartável pra todo mundo.
Vasta gama de conhecimentos superficiais sobre nada.

Sabe-se tudo sobre nada, não se sabe absolutamente nada sobre um assunto qualquer. As pessoas tem dificuldade até em argumentar.

Philipius
Veterano
# dez/05
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Alexandre Souza
Puxa uma cadeira, coloque um óculos fundo de garrafa, pegue um salgadinho e comece.

Alexandre Souza
Veterano
# dez/05
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Eder ST24
Philipius
mans, ja leram o rapto do garoto de ouro?

Philipius
Veterano
# dez/05
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maggie
Sabe-se tudo sobre nada, não se sabe absolutamente nada sobre um assunto qualquer. As pessoas tem dificuldade até em argumentar.
Exato, falta reconhecer que o conhecimento precisa ser acumulado, precisa ser adquirido com calma.
Não é um "Manual sobre Tudo - 300págs. Editora PQP" que vai dar fundamento para algo.

Daniel Sam
Veterano
# dez/05
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O que eu notei nesta discussão é que a cultura barata é cheia de alegorias fáceis.

Deve ser por isso que é tão popular.

Eder ST80
Veterano
# dez/05
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Esse mano phillipius é bem espertinho né..

ServeTheServants
Melhor arranjo
Prêmio FCC violão 2008
# dez/05
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Sabe-se tudo sobre nada, não se sabe absolutamente nada sobre um assunto qualquer. As pessoas tem dificuldade até em argumentar.
Claro, sabe pq? Justamente pelo o que tão dizendo que é importante tambem, que eu nção acho nem um pouco importante, que são esquematizações superficiais de alguns assuntos que po... são importantes no final das contas.
Isso inclui desde quadrinhos até a Veja ou a Super Interessante que você compra.

anonymous4
Veterano
# dez/05
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maggie
Sabe-se tudo sobre nada, não se sabe absolutamente nada sobre um assunto qualquer. As pessoas tem dificuldade até em argumentar.

to vendo =P hahah a quantidade de conhecimento adiquirida pelo homem passou a ser um "pain in the ass"

John Elf
Veterano
# dez/05
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Daniel Sam
Eu perceberia na hora que manter uma discussão com um cara que acha que Agatha Christie é melhor que Isaac Asimov e Umberto Eco não me acrescentaria nada.
Na técnica literária é melhor sim. É como comparar Malmsteen com Pink Floyd.

O perigo está em não perceber o óbvio.

E o que é óbvio?

Eder ST80
Veterano
# dez/05 · Editado por: Eder ST80
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Alexandre Souza
mans, ja leram o rapto do garoto de ouro?

Série vaga-lume ou o do Axel Foley ?

Philipius
Veterano
# dez/05
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John Elf
Quando você vê um Ministro da Magia intervindo na escola de Magia e restringindo a cultura dos alunos você para e pensa: "Nossa, é o que fizeram na ditadura..."
Você não saberia o que é Ditadura sem consultar um livro.
Aliais, ditadura não significa censura. Teve alguns livros que você não leu para dizer isso.

Daniel Sam
Veterano
# dez/05
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John Elf
E o que é óbvio?

Se vc nao percebeu, está mais em perigo do q pensa.

John Elf
Veterano
# dez/05
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Alexandre Souza
mans, ja leram o rapto do garoto de ouro?

Eu já. Segundo livro que li.

maggie
Veterana
# dez/05
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Daniel Sam
É um momento chavão. Por isso que Paulo Coelho vende... literatura fácil que é auto-ajuda só pra ele. hehe

ServeTheServants
Poi zé, o negócio é saber definir prioridades.
Esse negócio de "procuro absorver toda info" é balela.

Philipius
Veterano
# dez/05
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Alexandre Souza
ja leram o rapto do garoto de ouro?
Não... nem conheço.

Eder ST80
Esse mano phillipius é bem espertinho né..
Sou nerd, man.
Quanto tá o quilo da salsicha?

John Elf
Veterano
# dez/05
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Philipius
Você não saberia o que é Ditadura sem consultar um livro.
Aliais, ditadura não significa censura. Teve alguns livros que você não leu para dizer isso.

Não disse que ditadura = censura. Mas ditadura usa censura. A melhor forma de controlar o povo é tirando sua cultura. Os ditadores fazem isso. O Ministro da Magia tava fazendo isso. E por aí vai...

Daniel Sam
Se vc nao percebeu, está mais em perigo do q pensa.
Pra você o óbvio é que Nietzche é melhor que Preacher. Pra mim isso não é óbvio. Questão de ponto de vista. Ninguém aqui é o dono da verdade.

Daniel Sam
Veterano
# dez/05
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maggie

O interessante é que toda esta literatura fácil vem numa roupagem "inteligente", "modernosa". É como o tal do indie rock, que não passa de um punk chato e virou a síntese da modernidade na musica.

Estamos vendo material que há alguns anos seria jogado na lata de lixo da história, ser elevado ao altar da cultura pop.

Eder ST80
Veterano
# dez/05
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John Elf
Pra você o óbvio é que Nietzche é melhor que Preacher. Pra mim isso não é óbvio. Questão de ponto de vista. Ninguém aqui é o dono da verdade.

Conhece "reciclagem" ?

maggie
Veterana
# dez/05
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Falando em idéias recicladas:

Frodo, Neo e Platão

Duas das trilogias cinematográficas de maior sucesso da virada do século, The Matrix e The Lord of the Rings, têm mais em comum que os efeitos visuais gerados por computador e as bilheterias recheadas de dólares. Pouca gente percebeu mas ambas histórias inspiram-se fortemente na filosofia grega clássica, mais especificamente em Platão, e mais especificamente ainda no livro A República.

A trilogia The Matrix (The Matrix, 1999; The Matrix Reloaded, 2003; The Matrix Revolutions, 2003) conta a história de Neo, o herói que descobre estar vivendo não no mundo que imaginava mas num universo virtual que não passa de um simulacro. Tudo que ele conhecia como realidade é somente um reflexo criado artificialmente e com pouca semelhança ao que realmente está lá fora. Em A República, Platão apresentava, vinte e quatro séculos antes, uma idéia bem parecida, a alegoria da caverna.

Platão sugere a seguinte situação: seres humanos vivendo numa caverna subterrânea desde a infância, com as pernas e os pescoços acorrentados de forma que a única coisa que podem ver são as sombras do exterior, projetadas pelo sol através da entrada da caverna. Eles conversam entre si, dão nomes ao que vêem, especulam sobre a natureza das coisas, teorizam sobre o que conhecem, mas como só têm acesso a uma pequena parte da realidade, somente às sombras e não aos verdadeiros objetos, sua compreensão do mundo é profundamente limitada. Para Platão, nós somos como essas criaturas da caverna. Ele especula ainda sobre o que aconteceria se os cavernícolas fossem libertados e tivessem que encarar o mundo exterior, a dor nos olhos causada pela luz excessiva, a perplexidade perante uma realidade desconhecida, a confusão ao descobrir que o que antes pensavam ser real era mera ilusão.

The Matrix conta basicamente a mesma história. No futuro, seres humanos vivem aprisionados num universo artificial criado por computadores, ignorantes da existência de outra realidade, seguros que a ilusão ao seu redor é tudo que há para conhecer. Os poucos que conseguem escapar do simulacro, depois de um período de dolorosa adaptação, tornam-se uma espécie de heróis platônicos, capazes de levar o conhecimento da realidade aos prisioneiros da caverna. Claro que os irmãos Wachowski, criadores da trilogia, revestiram a história com vários outros elementos (é possível encontrar facilmente no roteiro referências literárias, filosóficas e religiosas de várias épocas, de Lewis Carroll a William Gibson, de Decartes a Baudrillard, do budismo ao gnosticismo), mas a alegoria da caverna de Platão é sem dúvida o ponto central da trama. Outros filmes abordaram o mesmo tema, reinterpretando alegoria da caverna, entre eles The Truman Show, Vanilla Sky e The Thirteenth Floor.

A trilogia Lord of the Rings (The Fellowship of the Ring, 2001; The Two Towers, 2002; The Return of the King, 2003) conta a história de Frodo, o herói que recebe um anel mágico capaz de o tornar invisível. A tentação de usar o anel para escapar de qualquer enrascada é contrabalançada com a ameaça de ser contaminado com o feitiço do artefato e unir-se definitivamente às forças do mal. Em A República, Platão apresentava, vinte e quatro séculos antes, uma idéia bem parecida, a fábula de Giges.

Segundo Platão, Giges era um pastor que encontrou um anel de ouro numa caverna (sim, parece que Platão gostava de cavernas). Logo percebeu que o artefato possuía propriedades mágicas, tornando invisível quem o usasse. Graças ao poder da invisibilidade, Giges teria podido então de matar o rei, seduzir a rainha e ocupar o trono. Platão usa a história como exemplo de que só nos comportamos com justiça por estarmos presos às conseqüências dos nossos atos e que, com garantia de impunidade (que Giges obtém com o anel mágico), não teríamos tais preocupações.

A história do anel que confere invisibilidade ao herói foi ganhando novas versões com o passar do tempo, as mais famosas sendo O Anel dos Nibelungos, ópera de Richard Wagner, e O Senhor dos Anéis, épico de J.R.R. Tolkien que foi adaptado para o cinema pelo diretor Peter Jackson. Mas se na história de Platão existe o dilema moral e a possibilidade de escolha entre agir justa ou injustamente, para Tolkien e Jackson a questão está previamente resolvida, já que o próprio anel funciona como um agente inescapável de corrupção, pervertendo qualquer um que o use. O mundo ficcional de Tolkien é dominado pela luta do bem contra o mal, conceitos absolutos, e a escolha deixa de ser sobre o que fazer com o poder do artefato e passa a ser entre resistir ou não à tentação do anel. Mas, mesmo com a simplificação da questão e com sua adaptação à moral cristã de Tolkien, a fábula proposta por Platão continua a figurar no centro da trama de The Lord of the Rings.

Se você planeja criar a próxima trilogia cinematográfica de sucesso e não sabe por onde começar, experimente ler A República. Platão tinha idéias interessantes.

Philipius
Veterano
# dez/05
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John Elf
Mas há um fundamento a ser criado.
Histórias são palavras ao vento para quem não tem base.

John Elf
Veterano
# dez/05
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Eder ST80
John Elf
Pra você o óbvio é que Nietzche é melhor que Preacher. Pra mim isso não é óbvio. Questão de ponto de vista. Ninguém aqui é o dono da verdade.

Conhece "reciclagem" ?

Sim, mas o que tem a ver?

Eder ST80
Veterano
# dez/05
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Philipius
Quanto tá o quilo da salsicha?
10 cruzeiros da normal e 17 da especial.

PS: em relação as demais, a normal já é especial. E a especial é a TRUE.

Eder ST80
Veterano
# dez/05 · Editado por: Eder ST80
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John Elf
Sim, mas o que tem a ver?
Bastante man, oportunamente a maggie postou bem em baixo de minha mensagem

John Elf
Veterano
# dez/05
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Philipius
Mas há um fundamento a ser criado.
Histórias são palavras ao vento para quem não tem base.

Sim. Acontece que os caras que eu leio costumam ter base. Eu já citei um escritor de Quadrinhos que leu uma BIBLIOTECA INTEIRA, sem pular um livro se quer.

Philipius
Veterano
# dez/05
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maggie
Interessante.

Daniel Sam
Veterano
# dez/05
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Eu só acho um imenso desperdício de tempoo e de fosfato procurar dizer que o niilismo é melhor representado numa historinha em quadrinhos sobre um santo pistoleiro do que em Feyerabend, Pirandello e Schopenhauer.

John Elf
Veterano
# dez/05
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Eder ST80
Bastante man, portunamente a maggie postou bem em baixo de minha mensagem

Sim, eu já tinha tocado nisso lá atrás, atualizar as coisas. Preacher, pode-se dizer, é como um Nietzche mais atual (e bem mais bizarro)

Philipius
Veterano
# dez/05
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Eder ST80
Cara, man.

John Elf
Sim. Acontece que os caras que eu leio costumam ter base. Eu já citei um escritor de Quadrinhos que leu uma BIBLIOTECA INTEIRA, sem pular um livro se quer.
Você não me entendeu.
Quem precisa de base para uma boa interpretação é quem leu, não quem escreveu.

ServeTheServants
Melhor arranjo
Prêmio FCC violão 2008
# dez/05
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Platão sugere a seguinte situação: seres humanos vivendo numa caverna subterrânea desde a infância, com as pernas e os pescoços acorrentados de forma que a única coisa que podem ver são as sombras do exterior, projetadas pelo sol através da entrada da caverna. Eles conversam entre si, dão nomes ao que vêem, especulam sobre a natureza das coisas, teorizam sobre o que conhecem, mas como só têm acesso a uma pequena parte da realidade, somente às sombras e não aos verdadeiros objetos, sua compreensão do mundo é profundamente limitada. Para Platão, nós somos como essas criaturas da caverna. Ele especula ainda sobre o que aconteceria se os cavernícolas fossem libertados e tivessem que encarar o mundo exterior, a dor nos olhos causada pela luz excessiva, a perplexidade perante uma realidade desconhecida, a confusão ao descobrir que o que antes pensavam ser real era mera ilusão.

ahaha, essa teoria da caverna tambem parece que foi "descoberta agora" e tão usando praticamente pra tudo isso.

sempre adotam alguma coisa do tipo como reflexo do presente, assim como os modernosos adotam sei lá... o apanhador do campo de centeio e laranja mecanica como icones mor da realidade tosca de hoje em dia haha

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