A historia de Jane Roe

Autor Mensagem
General Patton
Membro Novato
# dez/15 · Editado por: General Patton


Jane Roe, nome fictício de Norma McCorvey, foi a primeira norte-americana a ganhar o direito de abortar. Depois da sentença, passou 30 anos militando à frente de campanhas pró-aborto. Todavia, Norma está hoje profundamente arrependida e trabalha para que o aborto volte a ser considerado crime nos EUA: “Foi lamentável o dia em que o Supremo Tribunal americano permitiu que as mulheres assassinassem os seus filhos

Em 22 de janeiro de 1973, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos concedeu o direito de abortar a Jane Roe, nome fictício usado para proteger Norma McCorvey, uma jovem de 20 anos nascida em Dallas. Norma era solteira, pobre, maltratada e viciada em drogas. O Texas então era um dos estados que puniam a mulher que abortasse com até cinco anos de prisão. Embora a jovem não tivesse podido abortar na ocasião, devido à demora no veredicto, o caso “Roe vs. Wade” acabou estendendo ao país inteiro o direito ao aborto .

Trinta anos depois, Norma McCorvey, agora com 55 anos, engajou-se no movimento pró-vida e renega todo o seu passado; converteu-se ao catolicismo e fundou um grupo pró-vida chamado Roe no more (“Roe nunca mais”).(Em 2003, este grupo passou a chamar-se Crossing-over, “Travessia”, N. do T.). “Tudo mudou quando me converti ao cristianismo”, explica Norma numa entrevista concedida pelo telefone. Devagar e com a voz cansada, ela fala na sua associação em Dallas.

– Por que motivo abandonou a causa que vinha defendendo durante vinte anos?
– Simplesmente compreendi que não podemos pegar e tirar a vida de uma criança, e isso não apenas para nós, que cremos em Deus. Na primeira vez em que fui à igreja, num sábado à noite, estava acompanhada de duas garotas pequenas, e senti que devia pertencer àquela comunidade e renegar tudo.

– Você se arrepende de tudo o que fez?
– Por sorte, não cheguei a abortar. Hoje aconselho mulheres desesperadas. A minha missão na vida é ajudá-las e evitar que abortem.

– Você não admite o direito ao aborto em nenhuma hipótese, nem em casos de estupro ou perigo para a vida da mulher?
Não, não há nenhuma diferença. Continua a ser um assassinato, de um jeito ou de outro.

McCorvey permaneceu no anonimato por dezessete anos. Após o desfecho do caso, deu o filho para adoção e tentou seguir em frente. Era uma heroína para os grupos pró-aborto e um símbolo da degradação do país para a frente pró-vida.

Norma só revelou que tinha sido Jane Roe nos anos 80, quando escreveu um livro e passou a dedicar-se ativamente à defesa dos direitos que havia conquistado para todas as americanas, chegando mesmo a trabalhar como conselheira em clínicas de aborto. Ainda hoje guarda lembranças dessa época, em que pôde presenciar “a natureza aterrorizante do aborto e devastação que causa nas garotas e nas mulheres”.

Nessa época, conta agora, tentou suicidar-se várias vezes e, por ter na consciência o peso de ter sido responsável pela “perda de tantas vidas”, recorreu às drogas.

Em 1995, Norma deu uma guinada radical na sua vida, surpreendendo ativistas de ambas as partes. Batizou-se e uniu-se a um grupo cristão pró-vida chamado Operação Resgate. Conhecera-os quando a associação abrira um escritório bem ao lado da clínica onde trabalhava. Um sacerdote mudou a sua vida, e ela decidiu renunciar a tudo quanto havia sido nas últimas quatro décadas.


LESBIANISMO

Renunciou inclusive ao lesbianismo. Norma havia vivido com Connie Gonzales durante trinta anos quando ambas se converteram ao catolicismo. Continuam amigas e compartilham a profissão, mas Norma agora reconhece que a homossexualidade é um pecado.

Connie acompanha de perto todos os movimentos de Norma; é a sua sombra. Protege-a da imprensa, das críticas e do que mais for preciso. Filtra as suas ligações e vive basicamente para ela. Tem posições tão firmes quanto as de Norma. “Quando aconteceu o que aconteceu, não existiam grupos como nós que ajudassem as mulheres”, explica Connie.

Segundo ela, Norma caiu nas garras das advogadas abortistas porque não houve médicos ou ativistas para lhe dar apoio. “Agora, neste país, todos cuidam das mulheres, as pessoas importam-se com elas e defendem a vida. Não sei como é no resto do mundo”, conclui Connie em tom cético. “Sou ex-lésbica, ex-abortista, ex-Jane Roe”, disse Norma num documentário. “Sou uma ex-tudo; parece que quanto mais cresço, mais «ex» fico”.

Para justificar os seus anos de ativismo abortista, assegura que foi manipulada por “advogadas ambiciosas” que usaram uma moça desesperada para se tornar famosas e atingir os seus objetivos, abandonando-a em seguida.

Era o ano de 1969. Ela estava só, havia abandonado os estudos e dado os filhos para a adoção. As advogadas Sarah Weddington e Linda Coffee convenceram-na a denunciar o fiscal de Dallas Henry Wade e a lutar pelo seu direito de abortar no Texas. Assim nasceu o caso Roe vs. Wade, que foi, de acordo com Norma, um cúmulo de mentiras. Para que a Justiça fosse mais rápida, disse às advogadas que fora violentada. Mais tarde, numa entrevista à televisão por ocasião dos 25 anos da sentença, confessou a farsa: a sua gravidez tinha sido fruto de “uma simples aventura”.

Começou a sentir certa aversão pelas campanhas abortistas e pela clínica no início dos anos 90; não suportava a pressão de todas as mulheres que a procuravam para lhe agradecer porque tinham podido abortar. Quando começou a trabalhar com o grupo católico, toda a sua vida até aquele momento apareceu-lhe como um erro. “Ela caiu do cartaz com o símbolo do aborto diretamente nos braços de Deus”, diz o texto da página do seu movimento pró-vida. Assim, Norma converteu-se em porta-voz da sua causa e publicou um novo livro contrário ao aborto já desde a capa: Won by Love (“Vencida pelo amor”).


ANIVERSÁRIO

Há sete anos, em 22 de janeiro, dia do aniversário da decisão, Norma declarou ao subcomitê constitucional dirigido por John Ashcroft, pró-vida e então senador, que recolhia testemunhos para combater a decisão do Supremo Tribunal. “Este é o aniversário de uma tragédia”, disse o senador. “Perdemos 37 milhões de crianças que nunca conhecerão o calor do abraço de um pai ou a força do carinho de uma mãe”.

Em 14.01.2005, ela entrou formalmente com uma petição no Supremo Tribunal para pedir a reversão da sentença do caso Roe vs. Wade, apresentando o testemunho legítimo de mais de mil mulheres abaladas psicologicamente pelo aborto e 5.300 páginas de evidências médicas.

McCorvey ainda não obteve resposta à sua petição. Diz que, se o Tribunal não quiser reverter a decisão, deverá ao menos julgar o mérito do caso. “Agora que conhecemos muito mais o assunto, suplico ao Tribunal que ouça as testemunhas e reavalie o caso Roe vs. Wade”.

Norma McCorvey não é a única que mudou. Os porta-vozes das associações abortistas dizem estar perdendo a batalha, embora, segundo pesquisas, a maioria dos americanos não queira voltar atrás na lei. Uma sentença invalidando o direito ao aborto em escala nacional está cada vez mais perto.

As pesquisas sobre a aceitação popular do aborto variam entre 60 de aprovação, segundo o NARAL, um grupo abortista, e 46, conforme estudo publicado em 2003 pela revista The Economist na sua radiografia das atitudes americanas.

Raimundo Rojas, porta-voz do National Right to Life Comitee (“Comitê nacional pelo direito à vida”), organização pró-vida com mais de 3.000 escritórios no país, assegura que “em alguns anos a situação pode mudar; o povo e os políticos estão conosco e a tecnologia permite ver fotografias do feto, deixando sua humanidade mais próxima de nós”.

Norma reza a cada ano para que o próximo aniversário da sentença não chegue e, ao que parece, restam apenas uns poucos pela frente.



brunohardrocker
Veterano
# dez/15
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https://www.lifesitenews.com/news/us-senate-passes-bill-defunding-plan ned-parenthood

brunohardrocker
Veterano
# dez/15
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http://www.actuall.com/democracia/la-justicia-europea-respalda-la-libe rtad-de-expresion-provida/

Fidel Castro
Veterano
# dez/15 · Editado por: Fidel Castro
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A liberação do aborto derrubou as taxas de crime que subiam vertiginosamente, apesar do crescente aparelhamento das forças policiais, exatamente 20 anos depois. Nos EUA isso.

E a proibição do aborto na Romênia, durante a época do safado do Ceasescu fodeu a Romênia 20 anos depois. E a Europa por consequencia, gerou uma geração de batedores de carteira (estou estereotipando for the lulz, mas é quase isso).

Estatísticamente comprovado, com boa eliminação de ruídos.

Faz tempo que li isso, acho que é do Levitt.

:v

brunohardrocker
Veterano
# dez/15
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Fidel Castro

Higienização social não deve servir de prerrogativa para nenhuma causa.

Fidel Castro
Veterano
# dez/15 · Editado por: Fidel Castro
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brunohardrocker

Higienização é quando é autoritário, do tipo:

Quem é pobre só pode ter um filho, o segundo abortaremos.

Agora, aborto por livre e espontânea vontade é liberdade individual, exato oposto de higienização, que é autoritarismo do nível stalinista/nazista

FELIZ NATAL
Veterano
# dez/15
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Tem gente demais no mundo, algo que nitidiniza a necessidade de
regimentalização próxima a organização do formigueiro e o incentivo ao aborto.

brunohardrocker
Veterano
# dez/15
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Fidel Castro

Você não entendeu: defender o aborto como formula para parar de nascer bandido, ou pessoas que passam fome, é cretino. É usá-lo como justificativa para uma higienização social.

Fidel Castro
Veterano
# dez/15 · Editado por: Fidel Castro
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brunohardrocker

Não defendi nada, só ressaltei uma estatística, para efeito de polêmica. Cold numbers. Você está esticando as coisas.

Minha defesa é pela liberdade nidividual de uma mulher poder decidir se quer carregar alguém ou não. Nenhum Estado tem soberania sobre o corpo de ninguém. Ou pelo menos não tem que ter.

General Patton
Membro Novato
# dez/15
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Fidel Castro

FELIZ NATAL

Saiam do meu tópico, seus abortistas nojentos.

Bizet
Veterano
# dez/15 · Editado por: Bizet
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herpa derp possibilidade de vidããaa

brunohardrocker
Veterano
# dez/15
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Fidel Castro
Nenhum Estado tem soberania sobre o corpo de ninguém.

Por isso não pode usar os impostos para assassinar o bebê de ninguém.

brunohardrocker
Veterano
# dez/15
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Fidel Castro
Não defendi nada,

O sujeito é oculto: defender que.
Portanto também é para efeito de polêmica. Cold words.

Fidel Castro
Veterano
# dez/15
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Por isso não pode usar os impostos para assassinar o bebê de ninguém.

Ele não tem o direito de decidir por uma mulher se ela pode ou não abortar, mas caso ela opte por sim, ela tem o direito ao acesso ao procedimento, de preferência em um hospital público, mas só liberar hospitais privados a fazer já seria um bom começo.

brunohardrocker
Veterano
# dez/15
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Os traficantes do morro que decidem colocar um devedor inadimplente no microondas vão lá e o fazem. Nunca os vi reivindicando o direito.

Fidel Castro
Veterano
# dez/15 · Editado por: Fidel Castro
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Os traficantes do morro que decidem colocar um devedor inadimplente no microondas vão lá e o fazem. Nunca os vi reivindicando o direito.

Que contraponto huehue br...

Você realmente está comparando a relação devedor x chefe do morro e mãe x filho(a)?

Maternidade não é dever.

E de qualquer forma, não vejo muita diferença entre uma ******* pro ralo e um feto abortado. Ambos tem potencial de se desenvolverem socialmente enquanto humanos, mas não quisemos e ponto. Não dá pra legislar na base do what if, muito menos sobre o corpo de alguém.

Em última instância, aborto já tá rolando por aí, de forma bem sketchy, nenhum Estado consegue proibir esse tipo de coisa, só marginalizar. Nunca vale a pena marginalizar um procedimento médico que poderia perfeitamente ser regulamentado e até mesmo provido.

Insufferable Bear
Membro
# dez/15
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Concordo com o Fidel Castro, e além disso adoro pepsi.

Konrad
Veterano
# dez/15 · Editado por: Konrad
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Fidel Castro

É do Levitt, é bem fundamentado, é um fenômeno que se repete em vários pontos do mundo em diversos momentos históricos e, de fato, parece ter forte influência nos níveis de violência.

Mas não deixa de ser um absurdo moral matar uma criança, e não há argumento que seja capaz de reverter essa premissa.

Se a proposta do Estado é legalizar o aborto como política de combate à violência ou de um suposto planejamento familiar mais adequado, esse Estado falhou na função básica que sustenta a própria existência.

Fidel Castro
Veterano
# dez/15 · Editado por: Fidel Castro
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Konrad

Se a proposta do Estado é legalizar o aborto como política de combate à violência ou de um suposto planejamento familiar mais adequado, esse Estado falhou na função básica que sustenta a própria existência.

A proposta é legalizar o aborto como liberdade de escolha individual da mulher escolher carregar e aceitar a maternidade ou não.

Eventuais consequencias na criminalidade e etc, são reflexo.

Só achei interessante o paralelo onde maior liberdade = menor violência.

brunohardrocker
Veterano
# dez/15
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Maternidade não é dever.

É tão dever quanto a paternidade. Que mundo é esse?

Fidel Castro
Veterano
# dez/15 · Editado por: Fidel Castro
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brunohardrocker

Cara, deixe de argumentos canalhas.

Você realmente acha legal forçar alguém a conceber alguém? Ela pode até largar pra adoção depois, mas porra, que angústia psicológica desnecessária forçar a gravidez a alguém. Que autoritarismo imbecil e vazio. Já presenciei essa merda, não entendo até hoje porque não liberam a porra do aborto. Mesmo quando é estuprada, é quase impossível conseguir um aborto legal em tempo hábil, é um absurdo.

Não surpreendentemente muitas vão aos ilegais, e várias nem saem de lá. E elas SABEM que muito provavelmente não sairão de lá ilesas. Porra, você tem noção do desespero de uma mulher de preferir se foder ou possivelmente morrer do que conceber? Tudo porque a porra do Estado acha que sabe melhor o que ela quer fazer do que ela mesma.

Sobre a paternidade, há uma massiva diferença social e fisiológica entre a paternidade e a maternidade. A paternidade só começa mesmo no pós-parto, aí a situação já é completamente outra. O fato já tá consumado, registrado em cartório e respirando.

brunohardrocker
Veterano
# dez/15
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Fidel Castro

Você realmente acha legal forçar alguém a conceber alguém?

Não forço, eu deixo as coisas rolarem, sem forçar a morte de ninguém. Forçar a alguma coisa fere o PNA.

Não surpreendentemente muitas vão aos ilegais, e várias nem saem de lá.

Exposição ao risco de gravidez é o nivel 1, depois a exposição ao risco de morte é o nivel 2.
Sobre os deslizes na vida, eu já cometi alguns deles. Mas as consequências eu assumi.

A paternidade só começa mesmo no pós-parto

Vergonhoso para um homem não acompanhar seu filho e a saude da mulher durante a gestação.

One More Red Nightmare
Veterano
# dez/15
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posicionamento sobre aborto é altamente ideológica, no sentido de que a resposta emana primeiramente do coração, depois é adornada de números e razões pela cabeça.

Em última instância a coisa se resume à moralidade.

Felizes somos nós, leo. Niilistas.

sallqantay
Veterano
# dez/15
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Bandido bom é bandido abortado

/excel

brunohardrocker
Veterano
# dez/15
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Considero o seguinte: diante da incerteza, no que tange a Lei, aplica-se o principio da prudência e do conservadorismo.

sallqantay
Veterano
# dez/15
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One More Red Nightmare

Tudo se resume à moralidade. Niilistas sao tanga frouxas, e nao felizes

One More Red Nightmare
Veterano
# dez/15
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Considero o seguinte: diante da incerteza, no que tange a Lei, aplica-se o principio da prudência e do conservadorismo.


você deve ser legal em festas, cara.

sallqantay
Veterano
# dez/15
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Aborto nao era crime originalmente quando os EUA foram formado. Conservadores republicanos troos defendem a legalização

Bizet
Veterano
# dez/15
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Uma das raras situações em que ser niilista não é algo exaustivo, däwg

Edward Blake
Membro Novato
# dez/15 · Editado por: Edward Blake
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Duas coisas:

- O estudo do Freakanomics não provou existir relação de causa e efeito entre a legalização do aborto e a suposta queda da criminalidade; para provar tal relação, seria preciso demonstrar a redução da parcela da população que comete crimes (e não a mera redução da quantidade de crimes que essas pessoas cometem, que poderia ser explicada pelo incremento na segurança ou -- segundo a própria lógica abortista de que pobreza é causa de criminalidade -- pelo desenvolvimento econômico dos anos 90).

Aliás, considerando que o estudo calcula a quantidade de crimes com base na quantidade de prisões, seria possível, em tese, explicar essa suposta queda como simples incompetência da polícia.

- Ex-lésbica de cu é rôla.



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