Aluno de medicina terá de trabalhar dois anos no SUS para se formar

Autor Mensagem
paulinho pc
Veterano
# jul/13


Segue a matéria:




O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou nesta segunda-feira (8) que alunos de medicina que ingressarem nos cursos a partir de janeiro de 2015 serão obrigados a trabalhar os dois anos no SUS (Sistema Único de Saúde) para se formarem. O tempo do curso de medicina subirá de seis para oito anos também a partir de 2015.

As medidas foram anunciadas junto com o Programa Mais Médicos, pacote de ações do governo federal para ampliar e descentralizar a oferta de médicos no país. O programa será criado por medida provisória assinada hoje pela presidente Dilma Rousseff e que será enviada ao Congresso Nacional.

Em pronunciamento feito na tarde desta segunda (8) em Brasília, Mercadante afirmou também que serão criadas 3.615 vagas em medicina nas universidades federais até 2017 --1.815 nos cursos já existentes e 1.800 em novos cursos, que serão criados em 60 municípios que não dispõem de cursos de medicina --atualmente, os cursos estão distribuídos em 57 municípios.

O ministro anunciou também medidas para que as universidades particulares ampliem as vagas nos próximos quatro anos. A meta do governo é criar 11.447 novas vagas em medicina até 2017, somando as vagas públicas e particulares. O governo também irá contratar 3.154 docentes e 1.882 técnicos-administrativos para as universidades federais.

Segundo o governo federal, a quantidade de vagas disponíveis só será conhecida a partir da demanda apresentada pelos municípios. Todas as prefeituras poderão se inscrever no programa, mas o foco será em 1.582 áreas consideradas prioritárias, incluindo 1.290 municípios de alta vulnerabilidade social, 201 cidades de regiões metropolitanas, 66 cidades com mais de 80 mil habitantes de baixa receita pública per capita e 25 distritos de saúde indígena.

Os municípios que receberem esses médicos precisarão oferecer moradia e alimentação aos profissionais.

Estrangeiros

O programa ofertará bolsa federal de R$ 10 mil a médicos que atuarão na atenção básica da rede pública de saúde, sob a supervisão de instituições públicas de ensino.

Para selecionar os profissionais, serão lançados três editais: um para atração de médicos, outro para adesão dos municípios interessados em recebe-los, e um último para escolher as instituições supervisoras.

No caso dos médicos, poderão participar médicos formados no Brasil e também no exterior, que só serão chamados a ocupar as vagas que não tiverem sido preenchidas por brasileiros.

Só poderão participar médicos estrangeiros com conhecimento de língua portuguesa, com autorização para exercer medicina no seu país de origem e que forem de países onde a proporção de médicos para cada grupo de mil habitantes for superior à brasileira, hoje de 1,8 médicos para mil habitantes.

Todos os médicos estrangeiros passarão por um curso de especialização em Atenção Básica e serão acompanhados por uma instituição de ensino. Eles ficarão isentos de participar do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas (Revalida) e terão apenas registro temporário, para trabalhar no Brasil por período máximo de três anos e nos municípios para os quais forem designados. Os profissionais serão supervisionados por médicos brasileiros.

Com o registro temporário, os médicos estrangeiros não receberão a validação do seu diploma, o que daria a eles o direito de atuar em qualquer parte do país.

Educação

A partir de janeiro de 2015, todos os alunos que ingressarem nos cursos de medicina, tanto em faculdades públicas ou privadas, terão que trabalhar dois anos no SUS. Nesse período, eles continuarão vinculados à faculdade e receberão bolsa custeada pelo governo federal. Durante esses dois anos, os estudantes receberão uma autorização provisória para exercício da medicina. Só depois da aprovação nessa etapa é que a autorização será convertida em inscrição plena no Conselho Regional de Medicina.

Esse segundo ciclo de formação fará parte do curso convencional de medicina e poderá ser aproveitado como uma das etapas da residência ou pós-graduação caso o profissional opte por uma especialização no ramo da atenção básica.

Esse modelo é inspirado em países como Inglaterra e Suécia, onde os estudantes passam por um período de treinamento com registro provisório para só depois exercer a profissão com o registro definitivo.

Os dois anos de treinamento no SUS não eliminarão o internato realizado no quinto e no sexto anos do curso de medicina, período em que os estudantes passam por diversas áreas da saúde. De acordo com informações do governo, a diferença é que, ao atuar no SUS, irão assumir gradativamente mais responsabilidades, "exercendo de fato procedimentos médicos em UBS e urgência e emergência".

No mês passado, já haviam sido anunciadas 12 mil novas vagas de residência médica até 2017. Dessas, 4.000 serão abertas até 2015. Com a alteração no currículo de medicina, o governo espera que entrem na atenção básica 20,5 mil médicos em 2021.


Quadro da saúde pública

O gargalo da saúde pública do Brasil não se limita à quantidade de médicos: há problemas de distribuição e fixação dos profissionais, de infraestrutura e de financiamento. Os dados mais recentes, divulgados em fevereiro deste ano, mostram que o país tem dois médicos a cada mil habitantes (o dado do Ministério da Saúde é um pouco diferente: 1,83 médico para cada mil). A média mundial é de 1,4.

O Ministério da Saúde pretende alcançar 2,5 médicos para cada mil pessoas - índice similar ao da Inglaterra, que tem 2,7. E, para suprir o déficit, quer trazer estrangeiros para atuar em áreas distantes e nas periferias sem a necessidade de revalidação do diploma, com um contrato temporário de até três anos e salário de R$ 10 mil. Segundo o governo, para atingir essa meta, o país teria de ter mais 168.424 médicos.

Porém, a proposta do governo Dilma Rousseff de recorrer a profissionais do exterior para suprir a falta de médicos no sistema de saúde nacional foi recebida com mais resistência por parte de organizações da categoria e se tornou alvo de manifestações em várias partes do país.

À parte aos protestos da classe médica, o governo federal vai abrir cerca de 10 mil vagas para médicos para atuação exclusiva na atenção básica em periferias de grandes cidades, municípios de interior e no Norte e Nordeste do país. O salário deles deve ficar em torno de R$ 10 mil. A carga horária e outros detalhes serão anunciados nesta tarde presidenta Dilma Rousseff, no lançamento do Programa Mais Médicos.


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\o/
bjumiliga

laerte_a7x
Veterano
# jul/13
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Aluno de medicina terá de trabalhar dois anos no SUS para se formar

Deve ser teste psicológico. Se ele aguentar esse período num hospital público onde as mães dão à luz num banco de corredor, certamente estará imune a qualquer outro tipo de pressão.

Konrad
Veterano
# jul/13
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Isso é de um absurdo tão grande que chega a parecer ficção distópica.

Essa imbecil que nos governa se supera a cada dia.

Lasanha
Veterano
# jul/13
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Eu aplaudo de pé essa medida.

Especialmente para médicos que se formam em universidades públicas. O Estado investe uma fortuna para fazer deles médicos e depois os caras vão trabalhar no setor privado? E o povo, como fica?

Tem mesmo que mexer nos interesses de classe mesquinhos.

DrZaius
Veterano
# jul/13
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Lasanha
Exato. Todo mundo devia fazer igual a ti e trabalhar dois anos de graça no SUS.

Viciado em Guarana
Veterano
# jul/13 · Editado por: Viciado em Guarana
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Caramba! Isso vai dar uma merda que não ser brincadeira não!

E não é apenas falta de médicos, é falta de condições de trabalho.
Medicina é um dos cursos que mais remuneram bem atualmente. O problema é achar um o desgraçado que vai querer vir pra Rondônia e queimar o próprio filme trabalhando em lugares que mal conhecem uma máquina de raio x!

Podem pesquisar, o salário de médico por aqui não é ruim não, mas muitos pacientes tem que se deslocar mais de 300 km para poder fazer exames ou procedimentos mais complexos.

É um caos, não tem estrutura, não cabe mais médicos porque falta equipamentos e até mesmo espaço físico.

Essa "presitonta" está colocando a carroça na frente dos bois.

A partir de janeiro de 2015, todos os alunos que ingressarem nos cursos de medicina, tanto em faculdades públicas ou privadas, terão que trabalhar dois anos no SUS.
As faculdades públicas é até compreensível, mas as privadas, por quê?

_Excelion
Veterano
# jul/13 · Editado por: _Excelion
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só posso dizer uma coisa:

HAHAHAHAHAHAHHA


acabou chorare, nunca gostei da galera que entra pra medicina com a meta de nadar em dinheiro de doente no luxo de um albert einstein e tem medinho de ir exercer longe da zona de conforto.

Lasanha
Veterano
# jul/13
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Não é de graça. Ganharão de 3 a 8 mil reais por mês. Trabalhar no SUS fará parte do currículo do curso, eles vão aprender o que é ser médico fora do ar condicionado.

Querem o quê? Que o Estado invista um milhão de reais (esse é o preço de uma universidade de medicina ao longo de 6 anos) para depois deixar que eles simplesmente saiam para trabalhar na unimed? Repito, e o povo, como fica?

Konrad
Veterano
# jul/13
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Lasanha

Como se não se pagasse um centavo de tributo ao Estado.

Típica retórica vazia e confusa esquerdista.

DrZaius
Veterano
# jul/13
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Lasanha
Não sabia que tinha internet aí no postinho que você tá fazendo trabalho voluntário no Acre.

Lasanha
Veterano
# jul/13
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Sou de esquerda sim.

Pagam impostos? Eu também. Todo mundo paga. Só que quem se formou num curso caríssimo como o de medicina na USP é um privilegiado. Portanto, nada mais justo que retribuir à sociedade com pelo menos dois anos de trabalhos no SUS (com remuneração razoável, de 3 a 8 mil por mês).

_Excelion
Veterano
# jul/13 · Editado por: _Excelion
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Lasanha

FMUSP tem (muito) capital privado, não é completamente pública

na real, a FMUSP tem pacto com os diversos capetas que gerenciam os hospitais daquela região ali da clínicas, se 50% do que mantém lá é público é muito acho.

quaresma2
Veterano
# jul/13
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cuidado, a tropa da direita esta no tópico

Lasanha
Veterano
# jul/13
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DrZaius, não vou responder a sua ironia. Vc não me conhece, não tem ideia do que faço. Na boa, estou fazendo um debate público, e não um ataque pessoal.

Die Kunst der Fuge
Veterano
# jul/13
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Achei a medida em total coerência com a existência de ensino público.

Konrad
Veterano
# jul/13
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Lasanha

Tem mesmo que mexer nos interesses de classe mesquinhos.

O único interesse mesquinho é o desse partido de bosta em fazer politicagem populista enquanto divide a sociedade entre "nós" e 'eles".

Lasanha
Veterano
# jul/13
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Quando falei de interesses mesquinhos me referi ao Conselho Federal de Medicina.

Ser contra importar médicos estrangeiros é uma piada. Se vc não quer ir para o sertão é um direito seu, mas não proíba os estrangeiros de ir. Lá moram pessoas que precisam de médicos.

DrZaius
Veterano
# jul/13
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Não paremos por aí...

Os computeiros deveriam dar dois anos comousórios de aulinhas de informática nas favelas dominadas pelo tráfico.

Os bachareis de direito, acessoria jurídica nas cadeias de segurança máxima.

Os arquitetos, ajudando os índios a projetar melhor suas ocas contra os vetores de doenças tropicais.

Os filósofos, nas cracolândias ensinando a enrolar baseado e outras medidas de redução de danos.

Konrad
Veterano
# jul/13
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Lasanha
quaresma2

Recomendação de leitura básica. (Inclusive para a "Presidenta")

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilad o.htm

_Excelion
Veterano
# jul/13
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Konrad

claro, mas o que importa é:

há médicos, mas eles não estão dispostos a sair da zona de conforto, onde precisa de médico

o salário é até atrativo, mas as condições nem tanto. mas porra, o cara é um médico, não um arquiteto.

logo, tem que centralizar a distribuição de médicos no estado, já que os médicos não sabem fazer por si mesmos

Konrad
Veterano
# jul/13
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Lasanha
impostos

Tributos.

_Excelion
Veterano
# jul/13
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DrZaius

medicina não deveria nem ser comercializada para começar, considere-se com sorte que eu não sou seu governante

DrZaius
Veterano
# jul/13
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_Excelion
Se as condições não são atraentes no interior, a solução é obrigá-los a ir na ponta da baioneta.

Pol Pot Ficaria orgulhoso.

Drowned Man
Veterano
# jul/13
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Achei a medida em total coerência com a existência de ensino público.

Achei que fosse o Black Fire, mas fui ver e era o Die Kunst der Fuge.

Lasanha
Veterano
# jul/13
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Konrad, não venha querer me dar aulas de direito, na boa. Faça um debate público e não pessoal.

DrZaius
Veterano
# jul/13
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_Excelion
Nenhum bem ou serviço essencial deveria ser comercializado. Todos que trabalham com prdução de alimentos, energia elétrica, cultura, habitação, educação, vestuário, etc deveriam fazê-lo unicamente por à camisa. Sem esperar nada em troca.

Konrad
Veterano
# jul/13
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_Excelion

ogo, tem que centralizar a distribuição de médicos no estado, já que os médicos não sabem fazer por si mesmos

Ah sim.

Em vez de atacar o problema de fato - a falta de estrutura mínima para condições de trabalho na saúde pública (o que é sua função, aliás)- o sempre Onisciente Estado transfere o problema para uma "classe", delegando-lhe uma função social..... imputando-lhes um a culpa de uma situação causada pela negligência do próprio Estado.

_Excelion
Veterano
# jul/13
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DrZaius

mimimi

_Excelion
Veterano
# jul/13
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Em vez de atacar o problema de fato - a falta de estrutura mínima para condições de trabalho na saúde pública (o que é sua função, aliás)- o sempre Onisciente Estado transfere o problema para uma "classe", delegando-lhe uma função social..... imputando-lhes um a culpa de uma situação causada pela negligência do próprio Estado.

mas aí você tá pedindo para um arquiteto fazer trabalho de engenheiro

_Excelion
Veterano
# jul/13
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tem eleições em 2014, é só no tapa buraco, ou você quer que um modelo de estado democrático moderno contrarie sua lógica?

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