Número de casas vazias supera déficit habitacional brasileiro

Autor Mensagem
tambourine man
Veterano
# mai/12


Os primeiros dados do Censo 2010 divulgados pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o número de domicílios vagos no país é maior que o déficit habitacional brasileiro.

Existem hoje no Brasil, segundo o censo, pouco mais de 6,07 milhões de domicílios vagos, incluindo os que estão em construção. O número não leva em conta as moradias de ocupação ocasional (de veraneio, por exemplo) nem casas cujos moradores estavam temporariamente ausentes durante a pesquisa. Mesmo assim, essa quantidade supera em cerca de 200 mil o número de habitações que precisariam ser construídas para que todas as famílias brasileiras vivessem em locais considerados adequados: 5,8 milhões.

Esse déficit habitacional foi calculado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) com base em outro levantamento do IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). O déficit soma a quantidade de famílias que declaram não ter um teto, que habitam locais inadequados ou que compartilham uma mesma moradia e pretendem se mudar. Não leva em conta as famílias que vivem em casas adequadas de aluguel.

O censo mostrou que São Paulo é o estado com o maior número de domicílios vagos. O número de moradias vazias chega a 1,112 milhão. Já de acordo com o Sinduscon-SP, são 1,127 milhão de famílias sem teto ou sem uma casa adequada. Portanto, na hipótese de que essas casas vagas fossem ocupadas por uma família, só 15 mil moradias precisariam ser construídas para solucionar o déficit habitacional do estado.

[...]

Para o arquiteto e urbanista Jorge Wilheim, ex-secretário de Planejamento da cidade e do estado de São Paulo, os números do censo e do déficit habitacional indicam uma incoerência. Para ele, a quantidade domicílios vazios reforça a teoria de mau aproveitamento deles.

Em entrevista à Agência Brasil, Wilheim lembrou, porém, que não se pode afirmar que todas essas casas poderiam ser habitadas já. Destacou que os domicílios vazios têm diferentes características, que ainda não foram divulgadas pelo IBGE. Muitas casas, inclusive, são propriedades cujo valor não é compatível para atender à demanda das famílias que compõem o déficit habitacional.

De acordo com o Sinduscon-SP, 77% das famílias sem teto ou que vivem em locais inadequados têm renda mensal de até três salários mínimos (R$ 1.530 atualmente). Já 62% das famílias que dividem uma mesma moradia e desejam mudar estão na mesma faixa de renda.

Devido a isso, Wilheim entende que para resolver o problema de habitação do país são necessárias políticas públicas. Para ele, essas políticas poderiam estimular a reocupação de moradias vazias e, principalmente, as que estão abandonadas há anos.

“Precisamos de uma intervenção do Poder Público para desatar este nó [o déficit habitacional]”, disse. “Tem que haver uma intervenção para desapropriar os imóveis que estão abandonados há muito tempo para sua reposição no mercado”, completou.

O coordenador da Secretaria Executiva da Rede Nossa São Paulo, Maurício Broinizi Pereira, também considera o número de domicílios vagos paradoxal. Ele ressaltou que, seguramente, muitas dessas moradias não serviriam para acabar com o déficit habitacional do país até porque estão vazias temporariamente, à espera de um inquilino ou comprador. Entretanto, defende que medidas como a taxação progressiva de imóveis desocupados poderia minimizar a situação.

Pereira lembrou ainda o exemplo da cidade de São Paulo, que passa a cobrar o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) de imóveis considerados ociosos progressivamente a partir do ano que vem. O imposto desses imóveis, que hoje varia entre 0,8% e 1,8% do seu valor, pode chegar a 15% com o passar dos anos.

“Isso vai inibir a manutenção do imóvel vazio”, explicou, lembrando que só na capital paulista o número desses imóveis chega a 290 mil. “O dinheiro arrecadado com o aumento de imposto deve ser usado para construção de novas casas que atendam a população incluída no déficit habitacional da cidade.”

O Ministério da Cidades, responsável pelas políticas de habitação do país, informou em nota que o governo federal criou no ano passado o programa Minha Casa, Minha Vida visando a reduzir o déficit habitacional brasileiro em 1 milhão de unidades. O órgão não comentou a diferença entre o número de imóveis vazios e a demanda por moradia no país. Afirmou, porém, que a construção de 816 mil casas já foi contratada. Dessas, 40% serão destinadas a famílias com renda mensal até R$ 1.395.

bica: http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/nacional/noticia/2010/12/11/num ero-de-casas-vazias-supera-deficit-habitacional-brasileiro-247997.php

onde está a escassez?

tambourine man
Veterano
# mai/12
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post para o aumento do meu aluguel

snowwhite
Veterano
# mai/12
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Acontece que os domicílios vazios não são pra gente que não tem condições de pagar por eles. Então ficamos assim.

PS: os invadidos na marra estão neste número como ocupados ou desocupados?

E olha o intervecionismo do Estado esquerdista onde não é chamado!

“Precisamos de uma intervenção do Poder Público para desatar este nó [o déficit habitacional]”, disse. “Tem que haver uma intervenção para desapropriar os imóveis que estão abandonados há muito tempo para sua reposição no mercado”, completou.
Pereira lembrou ainda o exemplo da cidade de São Paulo, que passa a cobrar o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) de imóveis considerados ociosos progressivamente a partir do ano que vem. O imposto desses imóveis, que hoje varia entre 0,8% e 1,8% do seu valor, pode chegar a 15% com o passar dos anos.

O que o Estado tem a ver se eu, com o fruto do meu trabalho mantiver algum imóvel MEU desocupado por motivos que só interessam a mim? Vão me cobrar mais imposto ainda como punição? VSF!

tambourine man
Veterano
# mai/12
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snowwhite

malditos comunistas!

Die Kunst der Fuge
Veterano
# mai/12
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onde está a escassez?

A escassez está na vontade de resolver os problemas por quem tem condições de fazê-lo.

A escassez está na na racionalidade da nossa espécie como um coletivo, que vai na lua, leva algo até a extremidade do nosso sistema solar, mas não pára pra pensar num novo método para conduzir as sociedades, enquanto continua usando um que é mais tosco do que os mais primitivos da natureza.

Nós somos patéticos.

Clara Schumann
Veterano
# mai/12
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O senso tinha que ser feito de cidade em cidade.

E o programa minha casa minha vida é um fiasco. Pelo menos de onde eu vejo aqui. Só agrega moradia, mas segrega espacialmente pessoas já segregadas culturalmente.

Cavaleiro
Veterano
# mai/12
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O que o Estado tem a ver se eu, com o fruto do meu trabalho mantiver algum imóvel MEU desocupado por motivos que só interessam a mim? Vão me cobrar mais imposto ainda como punição? VSF!

tambourine man
Veterano
# mai/12
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Cavaleiro
snowwhite
O que o Estado tem a ver se eu, com o fruto do meu trabalho mantiver algum imóvel MEU desocupado por motivos que só interessam a mim? Vão me cobrar mais imposto ainda como punição? VSF!

na real, isso expande a cidade para suas periferias, piora o trânsito, pressiona a infraestrutura como um todo, a poluição e ameaça áreas frágeis de mananciais e encostas. Todos pagam por isso, é uma perda social para um ganho privado (um roubo, em outras palavras)

-Dan
Veterano
# mai/12
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snowwhite

O que o Estado tem a ver se eu, com o fruto do meu trabalho mantiver algum imóvel MEU desocupado por motivos que só interessam a mim? Vão me cobrar mais imposto ainda como punição? VSF!


A alegação é por causa disso, vide CF:

XXII - é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;


tambourine man
Veterano
# mai/12
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O que o Estado tem a ver se eu, com o fruto do meu trabalho mantiver algum imóvel MEU desocupado por motivos que só interessam a mim? Vão me cobrar mais imposto ainda como punição? VSF!
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mimimi neocon padrão

-Dan
Veterano
# mai/12
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Clara Schumann
Só agrega moradia, mas segrega espacialmente pessoas já segregadas culturalmente.


Humm. Disserte mais.

Clara Schumann
Veterano
# mai/12 · Editado por: Clara Schumann
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-Dan

O que eu vejo que eles fazem aqui, é, como não tem terreno dentro da cidade suficientemente grande pra desapropriação eles sempre pegam um terreno muito longe, no caso aqui, nem os onibus de linha vão, fazem um "condomínio" e manda todo mundo pra lá, numas casas muito pequenas.
Daí que quem vai pra lá, não tem acesso aos aspectos culturais que a cidade oferece, nem os serviços, nada.

Acaba virando ponto de venda de droga. E eu nem to exagerando.

snowwhite
Veterano
# mai/12
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tambourine man
O que o Estado tem a ver se eu, com o fruto do meu trabalho mantiver algum imóvel MEU desocupado por motivos que só interessam a mim? Vão me cobrar mais imposto ainda como punição? VSF!
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mimimi neocon padrão


Mas então tá. Invade tudo e me toma o que é meu, já que o Estado é incompetente e usa o imposto de todo mundo para outros fins ( ralo).


Clara Schumann

E o programa minha casa minha vida é um fiasco. Pelo menos de onde eu vejo aqui. Só agrega moradia, mas segrega espacialmente pessoas já segregadas culturalmente.

Fiasco e uma vergonha imoral com fins eleitoreiros apenas. Mas tem que babe governos que fazem isto.

François Quesnay
Veterano
# mai/12
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O que o Estado tem a ver se eu, com o fruto do meu trabalho mantiver algum imóvel MEU desocupado por motivos que só interessam a mim? Vão me cobrar mais imposto ainda como punição? VSF!

micro pensamento ftw.

Bizet
Veterano
# mai/12
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micro pensamento ftw.(2)

snowwhite
Veterano
# mai/12
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tambourine man
na real, isso expande a cidade para suas periferias, piora o trânsito, pressiona a infraestrutura como um todo, a poluição e ameaça áreas frágeis de mananciais e encostas. Todos pagam por isso, é uma perda social para um ganho privado (um roubo, em outras palavras)

mimimi pra justificar políticas socializantes de fachada. Você tá invertendo tudo e fazendo uma confusão dos diabos.Não há problema em ocupar periferias. É para a periferia que as cidades crescem mesmo, quando se esgota a área central. Qual o problema? O problema é que isto seja feito de forma desregulada, sem infraestrutura expansível prevista antes, sem burocratas atravancando o desenvolvimento, sem planejamento, sem respeito justamente pelo senso de coletivo e pela organização da cidade como um sujeito que funciona de forma dinâmica e crescendo sempre ( pelo menos enquanto a população crescer do jeito que cresce). E pior é que quem ocupa as periferias de forma irresponséval acha que tem o direito de fazer aquilo e ainda acha que os demais, que pagam mais impostos e tem responsabilidade na manutenção das áreas públicas, são os culpados por tudo blablabla. E parem de ter filhos, pelo amor de deus! Assim cabem todos nas casinahs de 45 metros quadrados que o Estado ( com o MEU dinheiro) constrói mal e porcamente para eles, lucrando com o que arranca deles em financiamentos excusos.

SuperGeo
Veterano
# mai/12
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tambourine man
na real, isso expande a cidade para suas periferias, piora o trânsito, pressiona a infraestrutura como um todo, a poluição e ameaça áreas frágeis de mananciais e encostas. Todos pagam por isso, é uma perda social para um ganho privado (um roubo, em outras palavras)

falou John Stewart Mill

Cavaleiro
Veterano
# mai/12 · Editado por: Cavaleiro
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tambourine man
na real, isso expande a cidade para suas periferias, piora o trânsito, pressiona a infraestrutura como um todo, a poluição e ameaça áreas frágeis de mananciais e encostas. Todos pagam por isso, é uma perda social para um ganho privado (um roubo, em outras palavras)

Ok. Então vamos baixar uma lei para que eu só possa ter uma casa, já que não preciso de duas.

Mas já que não preciso dar manutenção em mais de uma casa, posso trabalhar menos e ganhar menos, também não preciso me especializar tanto, tenho inclusive mais tempo pra ficar reclamando da desigualdade social e ser politicamente correto.

As empresas também não vão investir em P&D, porque seus acionistas só podem ter uma casa e não há pessoas qualificadas o suficiente, porque o CxB de dedicar-se ao trabalho não compensa devido as taxações de impostos para quem tem mais dinheiro e afinal, só posso ter uma casa.

Então acabam as evoluções tecnológicas, farmacêuticas, médicas e todo o mais e vivemos alegres e iguais em nossas cavernas no meio do mato.

Ok, há um pouco de exagero, mas a ideia é esta. Friedman fala muito sobre isto. As pessoas são egoístas, o problema não está no sistema financeiro.

Mas acontece que a paridade de compra no Brasil para as classes C e D tem subido mais que a da classe B, por exemplo, e quando a economia cresce todos os seus habitantes são beneficiados.

A diferença é que o crescimento de 5% na renda de uma pessoa rica é muito maior do que o de uma pessoa pobre, o que aumenta a desigualdade social, mas é um crescimento da mesma forma. E isto acontece porque as pessoas podem comprar mais de uma casa (metaforicamente em relação a liberdade de poder ter dinheiro).

Tem também a questão da meritocracia, sempre disse que o problema é igualdade de oportunidades, mas não vou entrar neste assunto porque já falei demais nele e tô meio sem saco.

snowwhite
Veterano
# mai/12
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Clara Schumann
O que eu vejo que eles fazem aqui, é, como não tem terreno dentro da cidade suficientemente grande pra desapropriação eles sempre pegam um terreno muito longe, no caso aqui, nem os onibus de linha vão, fazem um "condomínio" e manda todo mundo pra lá, numas casas muito pequenas.
Daí que quem vai pra lá, não tem acesso aos aspectos culturais que a cidade oferece, nem os serviços, nada.

Acaba virando ponto de venda de droga. E eu nem to exagerando.



Culpa exclusiva dos governos que fazem isto. O resto das pessoas nada tem de culpa nisto tudo.

snowwhite
Veterano
# mai/12
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Ontem eu vi uma mulher pobre na TV falando que o sonho dela era ter 12 filhos. Mas SÓ teve 4, coitada, porque fez 4 cesáreas e teve que parar. O que posso depreender disto? Que ela ia socar os 12 filhos mais ela e sei lá se com algum homem ( porque ela estava sozinha com os 4 filhos e já com as filhas de 17 anos com netos) dentro de uma casinha do governo. Reclamar pra mim? Tomar a minha casa pra dar pra ela? Piada, só pode.

Cavaleiro
Veterano
# mai/12
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A economia é por definição uma ciência social e tudo funciona através de incentivos.

Por isto que eu falo bastante de behaviorismo, toda a economia, que é comportamental, provém de incentivos. O ser humano só reage a incentivos.

Você provavelmente não vai acordar todo dia de manhã para se matar de estudar e trabalhar se não houver um incentivo para que o faça, por exemplo.

Isto é até um pouco óbvio.

Cavaleiro
Veterano
# mai/12
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micro pensamento ftw.

Pelo contrário. É um pensamento macro econômico.

tambourine man
Veterano
# mai/12
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snowwhite

classe média sofre

Cavaleiro
Ok. Então vamos baixar uma lei para que eu só possa ter uma casa, já que não preciso de duas.

de modo algum, isso só vai ter um custo maior. Existem outras formas de acumular dinheiro, não estou criticando a financeirização

Então acabam as evoluções tecnológicas, farmacêuticas, médicas e todo o mais e vivemos alegres e iguais em nossas cavernas no meio do mato.

para que precisamos de mais evoluções técnicas? Com o que temos hoje tá de boa, precisamos universalizar essas coisas, e não de novas técnicas.

François Quesnay
Veterano
# mai/12
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snowwhite

alienação a 200%

tambourine man
Veterano
# mai/12
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Cavaleiro
A economia é por definição uma ciência social e tudo funciona através de incentivos.

falso, o sistema social está sobre um sistema natural. Tudo funciona através disso. Isso é um pouco óbvio, e está embaixo dos seus incentivos de ratinhos em gaiolas

Pelo contrário. É um pensamento macro econômico.

a macro se reduziu à micro

Die Kunst der Fuge
Veterano
# mai/12
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tambourine man
para que precisamos de mais evoluções técnicas? Com o que temos hoje tá de boa, precisamos universalizar essas coisas, e não de novas técnicas.

Com isso não posso concordar.

Bizet
Veterano
# mai/12
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Com isso não posso concordar.(2)

Bizet
Veterano
# mai/12
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/copypasteopinions

snowwhite
Veterano
# mai/12
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tambourine man
classe média sofre

É a que mais sofre. Mas como no Brasil sou considerada rica, nem sei o que é sofrer.


François Quesnay
alienação a 200%

mimimi esquerdista a 1000%

SuperGeo
Veterano
# mai/12
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tambourine man
para que precisamos de mais evoluções técnicas? Com o que temos hoje tá de boa, precisamos universalizar essas coisas, e não de novas técnicas.

Mas à medida em que se inova, o que era novo antes se torna obsoleto e geralmente fica cada vez mais acessível para a população em geral. Os smartphones de hoje tornaram os celulares ordinários obsoletos e qualquer pessoa com mínimos recursos hoje tem acesso a um, que era artigo de luxo vários anos atrás.

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