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Cavaleiro
Veterano |
# jul/10
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Bog
eu sou pesquisador, e trabalho rodeado de pesquisadores. Eu provavelmente sei muito mais o que motiva um pesquisador do que você pensa que sabe.
Eu concordo com quase tudo com o que você falou, mas isso eu discordo.
A motivação não é a mesma para um determinado grupo de pessoas, na verdade eu acredito que ela é baseada em apenas duas coisas: busca do prazer e fuga do sofrimento - disso que baseia-se a pirâmide de maslow por exemplo.
Teóricos do direito ainda vão além e dizem que NENHUMA pessoa faz algo por uma causa maior ou pela sociedade, somente por ela mesmo, você ajuda a sociedade para ficar tranquilo contigo mesmo e sentir-se orgulhoso.
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J. S. Coltrane
Veterano |
# jul/10
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Bog
Em limite, esse fetiche religioso permeia tudo. Daí a necessidade da crítica.
O que justifica a ciência é a busca pelo conhecimento
Se esse conhecimento não gerasse técnicas que permitem o domínio da natureza, ele ainda seria bancado pelo estado? A técnica é tirânica em um mundo desencantado pela ciência. Eu sei que técnica e ciência são coisas distintas, mas a ciência gera técnicas e estas permitem o avanço da ciência. É difícil separar as duas.
Não estou dizendo que isso é bom ou ruim, estou somente colocando como o homem, ao querer se livrar das forças da natureza, criou outros fantasmas que ainda nos assombram.
Muito obrigado pela paciência comigo, estou aprendendo muito nesses debates. A minha crítica é fruto do pessoal de Frankfurt, assim como Edgar morin, tals. Mas eu ainda sou um epstimiológo bem fraco, admito.
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Bog
Veterano
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# jul/10 · Editado por: Bog
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Cavaleiro
mas isso eu discordo.
Hahha, mas eu disse que era um apelo falacioso! =P
Agora, eu acabei de voltar de um congresso de veículos inteligentes, e é impressionante como a grande maioria realmente acha divertido mexer com máquinas, computadores, radares, lasers e coisas afins. Eu incluso. Claro que a motivação para "o mundo externo" é aumentar a segurança, evitar acidentes, economizar energia e tal, mas isso é visto mais como objetivo do que como motivação pessoal. Passa longe da tal "fé no progresso" que o outro lá parece colocar como o que move os pesquisadores. O que realmente parece mover a grande maioria é: prestígio (acariciamento de ego) e prazer (brincar com brinquedos suuuper divertidos). Nem dinheiro parece ser uma grande motivação: esses aí não viram cientistas, viram empresários.
vão além e dizem que NENHUMA pessoa faz algo por uma causa maior ou pela sociedade
É verdade, mas aqui há de se tomar um certo cuidado. As pessoas PODEM fazer algo por uma causa maior ou pela sociedade, mesmo que seja para satisfazer uma demanda pessoal. É óbvio: ninguém ajudaria os outros se se sentisse mal com isso. Mas as duas coisas não são mutuamente exclusivas. Buscar o próprio prazer/conforto e ajudar os outros podem ser apenas dois lados de uma mesma moeda. Mesmo que o altruísmo seja no fundo egoísta, não deixa de ser altruísta (?!).
Dando meu exemplo individual, eu me cansei de pesquisa básica, teórica, acadêmica, e resolvi ir para um lado mais aplicado. Queria fazer alguma diferença mais direta no mundo - não estou falando aqui de coisas grandiosas ou de "fé no progresso", mas simplesmente de ajudar a melhorar alguma coisinha. Pretendo num futuro próximo tentar usar a visão computacional para tentar melhorar um pouco a vida de cegos ou surdos. Claro que faço isso para me sentir bem comigo mesmo, me sentir útil, ter meu trabalho reconhecido. E faço também porque acho interessante e divertido. Mas se no processo, tiver ajudado outras pessoas, não dá no mesmo?
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Cavaleiro
Veterano |
# jul/10
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Mas se no processo, tiver ajudado outras pessoas, não dá no mesmo?
Na prática dá sim e é isso que importa. Mas se formos viajar e pensar no campo da moral, todos os que ajudam e comentam o feito são falsos moralistas e hipócritas porque no fundo estão se auto-ajudando - o que não deixa de ser verdade.
Aliás esse é o objetivo de todo livro de auto-ajuda, auto-ajudar o autor dele.
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