Som Vintage - Uma Discussão Filosófica

Autor Mensagem
Ramsay
Veterano
# dez/14


Chega a ser engraçado a forma como as pessoas curtem e endeusam o chamado som "Vintage".
Naquela época, há mais de 40 anos atrás, as bandas de rock eram chamadas de conjuntos.
Por aqui haviam os amplificadores Gianinni, Phelpa e Palmer, todos valvulados.

E o pessoal não gostava do som desses amps, cujo drive era rasgado e com pouco sustain, além do que, frequentemente davam defeito, principalmente os Phelpa que eram feitos num gabinete fechado e não tinham ventilação.

Até que no final da década de 60 do século passado lançaram aqui o amplificador Mustang, totalmente transistorizado com som de alta fidelidade em relação aos valvulados fabricados aqui (transistor era novidade na época) e cujos clean e reverber superavam de longe o melhor amp da Fender existente na época.

O Mustang era tão bom que matou a pau e todo mundo só queria ter um Mustang, cujas vendas dispararam.
Algum tempo depois a fábricas Gianinni, Phelpa e Palmer pararam de produzir amps valvulados porque simplesmente não podiam competir com a Mustang que produzia amps melhores e com custo menor de produção.
Se alguém souber o que aconteceu com a Mustang (porque parou de produzir) que informe.

Dito isso, vamos ao CERNE da Discussão Filosófica:
Há 40/50 anos atrás o termo "Vintage" só era utilizado na classificação de vinhos de estirpe.
Usar esse termo para sons de amps da época, nem pensar.

Então, no início dos anos 80 lançaram um som liso, com bastante distorção e com muito sustain que por aqui chamaram de "abelhudo".
E atualmente o pessoal daqui (nem tanto o de lá) foge desse som como o diabo foge da cruz e só querem saber do tal de som "vintage".

Mas, daqui há 30 anos, a tecnologia tanto de amps como de guitarras, que possívelmente não usarão mais cordas, vai ser bem diferente, e os nossos netos vão curtir não o som "Vintage" que será considerado arcaico e ultrapassado, mas sim o som "Abelhage".

É verdade que os amps de boutique atuais, tipo "Dumble" e outros elevaram bastante o conceito de som vintage.

Mas, no futuro, os usuários vão dizer que nem os amps atuais e nem os Vintage dão aquele som perfeito da década de 80 e vão cultuar todo amp antigo que tenha o som "Abelhage".

Porque é tudo uma questão de modismo. O que está na moda hoje que é o som vintage pode não estar amanhã, e daqui há 30 anos eu aposto que o que estará na moda será o som Abelhage.

É óbvio que é uma utopia da minha parte, mas, eu não duvido nada que isso aconteça no futuro.

Comentem...

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# dez/14
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Ramsay
Sinceramente não acho não... Uma das definições de som "abelhudo" é "doer" no ouvido (literalmente falando), e, sinceramente, quem gosta de dôr é masoquista....
Som "abelhudo SEMPRE será tão ruim quanto um violino desafinado.....
Ademais há uma outra questão: Os amps valvulados nacionais não eram de todo ruins não, aliás, os Gianninis e Palmers eram bem legais; o que não ajudava eram os alto-falantes nacionais, vía-de-regra muito ruins....
Experimente pegar um Giannini Valiant de 1ª safra e instalar um falante Celestion de 12 pol. que vc vai ver (ouvir)....
Abç

Ramsay
Veterano
# dez/14
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Mauricio Luiz Bertola

Discordo totalmente.
O som "Abelhage" ao contrário do que vc diz não doe nos ouvidos, mas, sim proporciona prazer de ouvir.
Vc está confundindo com som estridente, que não tem nada a ver com o som Abelhage em sí.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# dez/14
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Ramsay
Então... Simplesmente não sei do que vc está falando.... Desculpe....
Abç

Ramsay
Veterano
# dez/14 · Editado por: Ramsay
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Mauricio Luiz Bertola

Eu estou falando de um som liso, cheio de sustain, e que não doe nos ouvidos.
Isso é Abelhage.
Aliás, de boa parte dos integrantes do FCC que postam samples, nota-se claramente o som Abelhage e raramente o Vintage, embora eventualmente aconteça.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# dez/14
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Ramsay
Teria que ouvir algo nessa "praia" para saber o que é. Até porque, nunca ouvi esse termo (abelhage)...
Abç

Ramsay
Veterano
# dez/14 · Editado por: Ramsay
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Mauricio Luiz Bertola
Ok, quer um exemplo de som "Abelhage"??
Então assista ao vídeo do tópíco abaixo:
http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/319172/
No caso, o som está um tanto agudo, porque o guitarrista só está tocando nos trastes mais agudos da guitarra.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# dez/14
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Ramsay
Realmente....
Gostei não.... Nem acho que isso será "referência" no futuro não.
No mais, o rhoadvsvai toca bem.... Isso é inegável!
Abç

Alex guitar man
Veterano
# dez/14
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Acho melhor rever seu conceito de som abelhudo..

Isso é um som hi-gain com medios acentuados e agudos bem colocados..

Abelhudo é DS-1 em multiuso...

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# dez/14
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Alex guitar man
Metal Zone é pior ainda.....
Abç

JJJ
Veterano
# dez/14
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Ramsay

Tá querendo inventar uma palavra nova, né? Abelhage???

rhoadsvsvai
Veterano
# dez/14
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acho que existe um tipo adequado de som pra cada contexto sonoro, vc pode ter a strato do hendrix no jtm do hendrix com o fuzz do hendrix,não vai soar bem em uma musica do metallica (a não ser que faça modificações no arranjo e timbragem da musica toda) da mesma forma que se vc pegar uma esp com ums emgs no canal truuu from hell de um randal de 999w e mandar um improviso em uma bt de jazz não cola.







/offtopic


mudei o nome do preset do amplitube que usei nesse video pra abelhage classico anos 80!

Hitman
Veterano
# dez/14
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Abelhage pra mim eh nova...

Ramsay
Veterano
# dez/14
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Hitman

Pois é, Abelhage é como vão chamar os sons da década de 80 que serão glorificados e objeto de desejo daqui há uns 30 anos, simples assim...

edalko
Veterano
# dez/14
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Abelhage?????
kkkkkkkk
q eh isso?!?!

Ramsay
Veterano
# dez/14
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edalko
Abelhage é como vai ser chamado o som que atualmente é chamado de Vintage (som da idade da pedra) daqui há 30 anos e que vai ser o sonho de consumo de todos os guitarristas, que vão estar sujeitos a guitarras sem cordas e amps sintetizados, simples assim...
Pura Utopia, mas, que vai ser verdade num futuro não tão próximo.

Hitman
Veterano
# dez/14
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Ramsay
muita gente tem que ainda morrer para uma guitarra sem cordas ser aceita. 1 geracao (25 anos +/-) nao vai ser o suficiente para a aceitacao..

boblau
Veterano
# dez/14
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Ramsay,

respeitando a sua opinião, gostaria de colocar a minha que é um tanto diferente:

Instrumentos de sopro tem som "vintage" - flautas, oboés, sax, etc.
Instrumentos de percussão têm som "vintage" - tambores, tímpanos, caixas, etc.
Instrumentos de teclas têm som "vintage" - pianos, órgãos, cravos, etc.
Instrumentos de cordas têm som "vintage" - violão, violino, contra baixo, etc.
A voz tem som "vintage" - ópera, corais, solo, etc.

O timbre de guitarras elétricas tem talvez a maior amplitude de variações de todos os instrumentos musicais, seguido também pelos teclados, o que confere a estes instrumentos uma gama enorme de sons e adaptações que vão de um clean a um hiper hi-gain, passando pela sua denominação de "Abelhage".

Mas o espaço da música não será preenchido por um timbre específico em detrimento dos outros, Todos irão conviver, como sempre conviveram desde os primórdios do conhecimento humano onde a música já fazia parte.

Com relação a assunto da "guitarra sem corda" ela já existe há muito tempo, assim como o baixo sem cordas, o piano sem cordas, a bateria sem peles e tambores, o sax sem palheta, os trombones sem bocal, o vocalista sem cordas vocais. É só escutar música eletrônica e vc terá o seu timbre "Abelhage" presente também. É um segmento da música que preencheu um espaço no coração de uma arte que é como o coração de mãe. Sempre tem espaço e amor de sobra para mais um filho.

Hendrix Gallagher Straits
Veterano
# dez/14
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Timbres de guitarras vão se perdendo com o tempo, a geração nova não conhceçe nada, eu que me considero um pesquisador de múscia boa, escuto música desde da decada de 80 e até hoje com a internet ajudando descubro toda hora uma coisa antiga que é nova pra mim agora imagina quem veio depois dessa época??

Pra gravar o que mais me deixa louco são algumas bandas que mesmo morando na mesma cidade, gravam individualmente cada trilha, bateria, guitarra, baixo... depois fica o produtor tendo que editar tudo no pro tools, e olha pode ser o melhor produtor do mundo, não tem comparação pegar uma banda e gravar todo mundo junto, se pegar todo mundo separado um por dia sei lá, cada um com outras "vibes" na mente... o som sempre ficará uma bosta se comparar com todo mundo junto, gravar toda banda junto, gravar metais, percussão, piano acustico em sala grande são coisas do passado.

Não existe mais aquele trabalho artístico, quem acha que fazer arte é montar trilhas no pc, ou gravar tudo separado tá muito enganado, pode até ser considerado "música", mas quem conhece e escutou o que realmente era arte sabe quem é quem.

Hoje o importante é lucro, só as cifras interessam, não existe mais aquele processo antigo, antes quem era considerado brega hoje é considerado top porque o que existe de novo por aí é um lixo que só tem a engrandecer os podres de ontem.

Aquele vocalista do Fresno vai no interior fazer "show" solo e depois cobra das fãs em torno de R$200 reais pra tirar uma foto, isso ai é uma coisa ridícula ao extremo, e é bem o que eu to falando, isso é arte, música??

Vintage é diferente pra cada um, pra mim é Jonhy Winter, Hendrix, Stones, Bud Guy, John Mayall.. Emerson Lake Palmer, Cream, Blind Faith.. Neil young..

Cada um tem o seu vintage, pra mim é isso pra outros não.

É dificil filtrar o que é bom com o tempo, pois é o dinheiro que paga essa peneira.

Lelo Mig
Membro
# dez/14 · Editado por: Lelo Mig
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Ramsay

Vintage, o termo, realmente esta em moda nos tempos atuais, e muitas vezes dito, por alguém que não sabe diferenciar vinho de vinagre.

Mas, quem curte guitarra, procura seu timbre especial, e bebe na fonte de seus ídolos para se abalizar, algo totalmente comum e necessário. E estes sabem a diferença de um "Merlot para um Bordeaux".

Exemplificando no "mundo guitar": Usemos como exemplo 3 guitarristas do "alicerce" do hard rock/metal, hoje, todos "vintage": Jimmy Page, Ritchie Blackmore e Tonny Iommi.

O timbre dos 3 não têm nada a ver um com o do outro.

Incluímos na lista 3 "vintages" contemporâneos dos citados acima, mas da praia psicodélico/prog: David Gilmour, Steve Howe e Robert Fripp.

Novamente, os timbres pouco têm em comum e menos ainda com os citados acima.

Indo para a década de 80... mais diferente fica, por conta da montanha de novos equipos que surgiram no mercado. Da New Wave ao British Pop, passando pelo Metal, Hair Metal e Rock de Arena, a infinidade de timbres passa a ser gigantesca. Comparem, por exemplo, extremos como Andy Summers e Van Halen.

Acho que o que manda mesmo é o estilo. Cada um têm afinidade com um estilo e acaba tendo um referencial com base naquele estilo.

erico.ascencao
Veterano
# dez/14
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Ramsay
Concordo com o seu ponto de vista, mas queria adicionar mais um ponto de reflexão.

Eu gosto muito de ver alguns vídeos de bandas dos anos 70 e 80 tocando seus clássicos nos dias atuais. Acho legal isso pois possibilita ver aquelas músicas clássicas numa roupagem mais moderna, com músicos utilizando equipamentos eventualmente mais modernos e com recursos de gravação muito melhores. Isso me faz refletir sobre o seguinte: até que ponto e tal "timbre vintage" vem do próprio equipamento que era utilizado há mais de 20 anos pelo músico ou pelos recursos de gravação da época?

Hendrix Gallagher Straits
Veterano
# dez/14
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Recursos mais modernos não garantem nada.

Do que adianta gravar hoje no PT HD em 196khz, com pre amplificadores de alta fidelidade com distorções (THD) de 0.0001, se o resulado dessa gravação é um som cru, bem xoxo, sem vida nenhuma.

Então depois de gravar com o "melhor equipamento do mundo" os produtores mandam essss canais pra uma mesa de som vintage, pra euqalizar, passam os canais em compressores valvulados classicos, equalizadores, reverbs de placa gigantes, tudo analógico, muita coisa valvulada, depois mandam o L e R pra um compressor estéreo fazem a master no rolo etc...

A magia toda está ai, não vai existir tecnologia no mundo que mude isso.

A tecnologia ajuda pra armazenar tudo isso e fazer a distribuição dos canais pros equipamentos analógicos, mas na minha forma de ver é só isso mesmo, pq hoje um estúdio só com um computador cheio de plugins dentro dessa visão mais vintage, está longe de ser uma magia, e mesmo assim confiar em HD pra armazenar é muita audácia, porque basta uma merda no pc ou notebook e pronto quero ver recuperar depois.

Imaginem mandar uma gurizada de alguma bandinha dessas porcaria que existem milhares poir ai, pra um estúdio desses com apenas equipamentos analógicos gravando no rolo, sem afinadores e sem pro tools, sem um monitor de computador na cara... queria ver quandos dias iam levar pra gravar uma música descente sem erros, entrosados e bem afinados com bom ritimo, pegada.

Isso é só pra quem realmente leva a música a sério, será que eles acham que vão cortar a fita em mil pedaço e depois montar a música toda?

rcorts
Veterano
# dez/14
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Essa discussão som vintage ou moderno, acho que é uma discussão sem fim assim como valvulados/ transistorizados. Tem gente que gosta de tudo. Eu por exemplo nunca consegui me tornar fã de alguns timbres muito metalizados e gritantes de algumas guitarras com Floyd Rose, mas pra certas pessoas esse timbre é referência.

Enfim, hoje se um timbre me agradar pode ser vintage, pode não ser, tô nem esquentando a paçoca!

Hendrix Gallagher Straits
Isso é só pra quem realmente leva a música a sério, será que eles acham que vão cortar a fita em mil pedaço e depois montar a música toda?


Você tocou num ponto importante, sempre parei para pensar sobre isso. Só sei que acho meio sem graça gravar uma música trecho por trecho em mil e um takes. Quando a música tá dominada e podemos senti-la enquanto tocamos acho que de certa forma isso transparece na gravação.

Ismah
Veterano
# dez/14
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Hendrix Gallagher Straits

Faço minhas tuas palavras.

Não existe mais aquele trabalho artístico, quem acha que fazer arte é montar trilhas no pc, ou gravar tudo separado tá muito enganado, pode até ser considerado "música", mas quem conhece e escutou o que realmente era arte sabe quem é quem.

Hoje o importante é lucro, só as cifras interessam, não existe mais aquele processo antigo, antes quem era considerado brega hoje é considerado top porque o que existe de novo por aí é um lixo que só tem a engrandecer os podres de ontem.


tito lemos
Veterano
# dez/14
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Historinha interessante (ou não) do fim-de-semana:

Sábado, fui comprar umas brejas no supermarket local, passei em frente a uma igreja evangélica. E um som peculiar saltou aos meus ouvidos...

Vocês conhecem o kazoo, um instrumento que parece um apito e tem som de zumbido? Pois é, era um solo de kazoo. Muito bem executado por sinal. Umas notas batendo na trave, mas é peculiar do instrumento. De repente, olho pra dentro da igreja e ai vem a informação visual...

Não era um kazoo... Era um garoto tocando... guitarra... Me lembrei na hora do colega Ramsay e seu neologismo "Abelhage"...

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# dez/14
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erico.ascencao
até que ponto e tal "timbre vintage" vem do próprio equipamento que era utilizado há mais de 20 anos pelo músico ou pelos recursos de gravação da época?
Isso é óbvio...
A maior sofisticação que houve não foi no equipamento em sí, aliás, houve um retorno aos equipos ditos "vintage", pois a sonoridade deles é referencial mesmo. Agora, no quesito técnicas e equipamentos de estúdio, que possibilitaram manipulações (não estou usando o termo no mal-sentido aqui não), a diferença é ENORME! A ponto de que, o que vc ouve hoje num disco (CD), soar falso, por perfeito demais!
Abç

erico.ascencao
Veterano
# dez/14
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Mauricio Luiz Bertola
Falando mais especificamente sobre som de guitarra, a minha percepção é que nos anos 70 os timbres se concentravam muito nos médios e agudos e tinham uma granulação de drive mais "rala" (menos ganho, grosso modo). De lá pra cá os timbres de guitarra ganharam muito nos médio-graves (quiçá também nos graves) e na "densidade" da granulação dos drives. Muito se fala na "Laudness War", no uso excessivo de compressão... mas eu fico na dúvida sobre qual fator é o maior responsável por esta mudança: o estúdio, os equipamentos do músico ou o próprio gosto timbrístico do musico.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# dez/14
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erico.ascencao
Concordo com vc, mas, realmente não saberia te dizer uma razão para isso... Acho que todas as coisas juntas...
Abç

Ismah
Veterano
# dez/14
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erico.ascencao

Diria que a (falta de) qualidade na captação e dos registros, somado a (falta de) qualidade dos aparelhos reprodutores.

MMI
Veterano
# dez/14
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Numa discussão filosófica sobre som vintage, a primeira coisa a se fazer é definir o que seria isso.

Definir "vintage" é até fácil, mas principalmente aqui no Brasil e no FCC se usa como "sinônimo chique" de antigo, o que é errado. "Vintage significa algo clássico, antigo e de excelente qualidade" (fonte), segundo a definição correta, a altíssima qualidade, exemplar, entra nessa definição. Um dos maiores nomes do Brasil em termos de guitarras vintage tem um site onde ele define o assunto.

Eu, que conheço pouco esse mercado de vintage (já toquei em algumas), acho muito bacana. Muitos especialistas não consideram vintage nenhuma guitarra Fender CBS em diante e nenhuma guitarra Gibson da época da Norlin, depois que saiu de Kalamazoo. Talvez seja um pouco forçado, mas concordo de certa forma. Aliás, as guitarras de 1950 e 60 variam, nem todas são tão espetaculares, algumas são apenas normais, o que poderia desconsiderar o rótulo de vintage. Em vista disso, não tenho receio nenhum de dizer que é forçar muito a barra falar em amps Gianinni, Phelpa e Palmer ou mesmo guitarra brasileiras vintage (violão não...). A Gianini tem o Tremendão que pode vir a ser bem legal, mas não chega a ser vintage. Em termos de guitarras menos ainda, não conheço guitarra brasileira para atropelar uma Gibson 59, por exemplo. O Mustang era bom aqui, muito porque era o que se podia ter, as marcas importadas praticamente não existiam. Igual ao Fusca, aqui ficou 50 anos como um campeão de vendas, era bom porque era o que se podia ter, era o que a indústria nacional fazia e o que se achava nas lojas.

Quanto ao "abelhage"... Que existe um culto ao feio e à baixa qualidade na música, isso não tenho dúvidas. O fato de já estarem chamando de vintage os equipamentos da época é um sinal claro que estão procurando demanda para isso. E o ruim torna-se bom porque uma indústria por trás disso diz que é bom. Tem uma banda por aí, que nem me arrisco a dizer qual é, que tem bons instrumentistas mas o vocal é patético, já fui em 3 shows e nos 3 o cara deu notas fora ridículas. Para mim é um dos reis do auto-tune. Mas tem uma garotada que diz ser referência, se eu falar quem é aqui no fórum vão xingar até minha mãe, mas ninguém me convence que o vocal não é fraquíssimo. Posso jurar que vão dizer que é uma super banda, que são "mestres", que eu não sei nada e um dia vão chamar de "vintage".

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