O coronavírus pode matar a atual indústria da música. Talvez ela precisasse morrer.

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Buja
Veterano
# jun/20
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ps: Como bem disse o Mr Bertola, há exceções, claro.

GabrielFerreiraBlues
Membro Novato
# jun/20
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Quanto as lives:
Eu não iria num show da ludmila e não acho que a qualidade do som dela na live seria diferente de um show dela, o mesmo se aplica pra anitta, whidenrson nunes ou qualquer outro que se auto proclame musico mas não se vire sem um auto tune. A maioria desse pessoal não faz musica boa, e quando faz algo afinado é depois da masterização, remasterização, correção severa, no final das contas a track da voz dele tem mais algoritmos de correção do que o próprio timbre da voz.
As boas lives que vi inclusive foram de artistas independentes, em uma delas eles conseguiram microfonar um baixo acústico e um piano com qualidade inpecavel, óbvio que sem toda a fama de uma ludimila, mas convenhamos que a musica como qualquer outra arte é injusta e todo o tempo teremos uma cultura voltada para pessoas ignorantes, com o único objetivo de manter essas pessoas na ignorância.

Quanto a indústria da musica: Nunca ouvi dizer que o mercado musical fosse bonzinho, afinal de contas quando a pessoa deixa de ver a musica como um hobbie e passa a ver como uma profissão, ele estará fadado as mesmas condições de qualquer outro profissional: desvalorização do trabalho, oportunistas etc. E considerando a quantidade de guri retardado que aprende a tocar 3 acordes num ukulele e ja tem 3 bandas, também sempre teremos oportunistas pronbtos pra faturar algum dinheiro por cima da gente.
O meu relato
Antes de a quarentena começar eu tinha decidido ir com uns amigos tocar na praça, era sempre interessante, muita gente comprava alguma besteirinha dos meus amigos e colocava algo na cestinha, esse dinheiro sempre era bem vindo, com o inicio da quarentena eu decidi gravar algumas coisas para os meus amigos no instagram, eu tenho cerca de 140 seguidores, a maioria conhecidos, mas veja que eu tenho cerca de 17~20 visualizações num vídeo como esse: https://www.instagram.com/tv/CAlFR1RANaX/
(notem que a única coisa boa nessa gravação é a musica)
Na praça eu vivia recebendo elogios, o pessoal ia tirar foto comigo, as vezes me gravavam, teve uma manha que em cerca de duas horas tocando violão recebi 40 reais, sempre tinha uns tios que pediam pra eu tocar beatles, sempre tinha umas meninas que curtiam quando eu tocava i dont wanna miss a thing ou alguma baladinha do arctic monkeys, ou seja, eu me divertia, me divulgava, criei amigos e era incentivado.... No instagram eu tenho 17 vizualizações, e os maiores apreciadores da minha arte são algumas pessoas aleatorias que curtem minha musica na internet, e os meus amigos, que tem os mesmos gostos que eu, os conhecidos estão na live da ludmila achando engraçado quando o som dela falha. Não sei se eu consegui me fazer entender mas as massas sempre vão gostar do que é popular, pessoas que tenham algum talento (tipo eu) sempre vão precisar de um espaço fisico, tendo o espaço virtual como suporte ou vice versa.

Felipe Stathopoulos
Membro Novato
# jun/20
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Tomara que mate, mas não acho que esse vírus tenha toda essa potência...

Não sei se fui muito sutil...

fernando tecladista
Veterano
# jun/20
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O coronavírus pode matar a atual indústria da música. Talvez ela precisasse morrer
já estava, o covid será somente o coveiro para terminar o serviço

uma industria que ainda pensa na volta do LP para acabar com a pirataria de mp3

uma empresa que faz reuniões para frear a pirataria de seus artistas contratados e a mesma que vende CD-R... e gravador de CD (sony)

empresas que contratam artistas mas não lançam porque a moda é outro estilo e os deixam engavetados

um mercado onde o rockeiro, o erudito, o bicho grilo da mpb, gravam sertanejo porque é a moda, é o que vende ...

ir a um evento onde a maioria odeia o pancadão que está tocando, mas deixa rolar para não se mostrar velho reclamão

havia algo vivo nesse meio?

bem vindo a era da LIVE, arrume seus seguidores ligue seu celular e seja feliz


mas a coisa está tão impregnada na cabeça do artista, que ele ainda acha que tem que vender a alma para cantar domingo na TV

Del-Rei
Veterano
# jun/20
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Buja
Eu estava falando das lives mais "raíz" onde não teriam essa equipe toda, justamente quando o caso era de quarentena. Principalmente as que rolavam no início do isolamento. Agora não tem mais isso.

Até porque a mensagem a passar par ao público seria "fique em casa". Então não faria muito sentido o cara passar essa mensagem enquanto há uma equipe inteira se deslocando até a casa dele. Mas sei que as coisas são mais hipócritas do que parecem, né.....

Um aceno de longe!!!

Buja
Veterano
# jun/20
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Até porque a mensagem a passar par ao público seria "fique em casa". Então não faria muito sentido o cara passar essa mensagem enquanto há uma equipe inteira se deslocando até a casa dele.


Realmente, é. O objetivo nobre seria esse mesmo.

O que reclamo é que tem uma diferença entre live de primeiro take, digamos assim, e live sem producao e sem preparo nenhum.
Os artistas maiores estão na completa contra-mao. Deslocam equipes inteiras só da dar fazer tudo por eles, e eles mesmos,
não fazem o que deveria ser feito, uma apresentação. Os grupos menores pelo que ouvi estão fazendo, ou fizeram isso.
Eles são como se fossem lives de primeiro take, sem muita producao e grana envolvida, porem, são de se admirar.

Daria pra se preparar com antecedencia, colocar o coracao naquilo, se apresentar sem pensar no cachê.
Nao tem desculpa pra ver um nando reis live mal tocado, mal cantando, mal produzido.
Sinceramente, ja vi video de morador de rua tocando melhor.

GabrielFerreiraBlues
Membro Novato
# jun/20
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uma industria que ainda pensa na volta do LP para acabar com a pirataria de mp3

uma empresa que faz reuniões para frear a pirataria de seus artistas contratados e a mesma que vende CD-R... e gravador de CD (sony)

empresas que contratam artistas mas não lançam porque a moda é outro estilo e os deixam engavetados

um mercado onde o rockeiro, o erudito, o bicho grilo da mpb, gravam sertanejo porque é a moda, é o que vende ...

ir a um evento onde a maioria odeia o pancadão que está tocando, mas deixa rolar para não se mostrar velho reclamão

havia algo vivo nesse meio?


Isso foi categórico... A indústria das artes (todas) sempre foi muito cruel, vide os contratos de agentes e gravadoras por exemplo. O que mais me entristece são as duas ultimas, até porque muita gente não gosta do que ouve, mas ouve por falta de opçao (também conhecida como preguiça de procurar algo melhor)

Del-Rei
Veterano
# jun/20
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GabrielFerreiraBlues
fernando tecladista
É porque esse conceito de arte está voltado geralmente pro artista ou pra quem consome o produto dele.

Quando entram as grandes gravadoras injetando dinheiro, o conceito da coisa deixa de ser arte e vira negócio. Os caras são empresários, focam no caminho que dê maior retorno financeiro, e estão cagando pro que for na contramão disso. E não tem discurso ideológico que mude isso.

Por isso que eu acho que, quem não for a favor dessa indústria, pode fazer tudo sozinho. Hoje em dia ainda é muito mais fácil tentar algo sozinho do que nos anos 80/90. Você grava tudo em casa, faz a divulgação online do material.... Claro que tem muito menos chance de vingar do que se fosse divulgado pela grande indústria, mas ainda assim hoje é possível fazer muita coisa hoje, que anos atrás era impensável.

Um aceno de longe!!!

Ismah
Veterano
# jul/20
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GabrielFerreiraBlues
quando faz algo afinado é depois da masterização, remasterização, correção severa, no final das contas a track da voz dele tem mais algoritmos de correção do que o próprio timbre da voz

Essa falácia é antiga. Se ver por esse ângulo, o disco é uma mentira. As tracks são recortes dos takes, que são distorcidos para funcionar melhor em conjunto*. Aliados a um controle de constância, e alguma simulação de ambiente.

uma cultura voltada para pessoas ignorantes, com o único objetivo de manter essas pessoas na ignorância

Isso é tanto conspiracionista, mas te lembro que nem todas as pessoas ligam pros problemas sociais, ligam para letras cabeça, arranjos e rimas rebuscadas, etc... Algumas só querem balançar a raba na cara de outrém, e transar sem compromisso... Outras sim, querem pensar na vida, na sociedade, na própria existência... E algumas, até para estimular isso tudo, recorrem aos químicos...

Se existe pessoas dispostas a pagar por alguma coisa, sempre terá alguém disposto a produzir. E é desse contexto, que um hobby vira uma fonte de renda.

A queixa sobre comportamentos e letras "imorais" não é nova. A letra sobre mulheres terem preferência pelos mais abastado$, tem pelo menos 600 anos, criada por Josquin des Prez.

fernando tecladista
uma empresa que faz reuniões para frear a pirataria de seus artistas contratados e a mesma que vende CD-R... e gravador de CD

Mas o CD pirata, é até certo combustível pro artista em questão. Já que financeiramente, é mais rentável a venda do ingresso, que a do disco. Simplesmente porque o ingresso é um bem consumível.

Del-Rei
não faria muito sentido o cara passar essa mensagem enquanto há uma equipe inteira se deslocando até a casa dele.

O problema não é isso. Eu precisei abandonar o meu ramo, e precisei me empregar em outro. Ainda que temporariamente, estou exposto de forma análoga. Se convenciona EVITAR as saídas, e é o que venho fazendo.

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