Já parou pra pensar na sua evolução como músico?

Autor Mensagem
Buja
Veterano
# set/17


Certamente todo mundo tem muito caminho a percorrer.
Eu sou o que ta mais longe ainda.
Mas olhar pra trás te da ânimo pra continuar em frente.

Tava aqui pensando no tipo medíocre de baixista que eu sou.
Poxa, tenho coisa pra caramba ainda pra aprender. E toco só a 18 anos ainda.
Tem gente com 60 anos de baixo nas costas.

Mas lembrando de quando comecei:

Certa vez no cursinho de informática, tinha um cara metido a sabe tudo, que hoje eu sei que ele nao sabia merda nenhuma, e estavámos falando numa rodinha sobre musica.

Eu tava começando a arranhar um baixo. Mas comecando mesmo. O tonica sobre o bumbo. B+A=BA.

O cara perguntou o que eu curtia, e como sempre, 90% dos baixistas que começam, é por causa do Flea, assim como 90% dos guitarristas é por causa do slash. (Ehhhh #treta!)

Ele ja saiu logo perguntado: sabe tocar a By the Way?
Eu disse, ahh, acho que sei....ja tinha cansado de escutar aquela musica, sabia a progressão basica. Tambem tocava ela na guitarra, sabia os acordes.

Falei com ele...acho que é assim...(insira uma tablatura aqui em lá maior)

O cara disse: NADAAA A VER RETARDADO. Nao é assim nao...É assim:
(Insira um tablatura aqui muito esquisita)

Fiquei com a pulga atras da orelha! Uai, é assim?!!

~ ^
OO

Fui pra casa, tentei tocar aquela tab esquisita. Nao casava com a musica.
Ouvi a musica mais de umas 500 vezes. Nao parecia nada.
Mas eu era mega iniciante. Pensei...poxa...deve ser assim mesmo.
O cara é baixista faz tempo...ele sabe mesmo.
Eu é que sou zé ruela demais, to tocando tudo errado achando que sei.

E dai comecei a tocar aquela parte do jeito que o cara ensinou.
Mas nunca dava certo aos meus ouvidos. Achava esquisito.
Ahhh mas ele sabe...o Flea é phoda. Eu que nao sei.
Nao tinha net facil na epoca. Era tudo discada.
So existia cifra de violao nas bancas, e quem tinha tablabura, era de guitarra, salvo em pasta-catalogo.
De baixo, nada.

Entao fui tocando assim.

Hoje, 18 anos depois, escutando By the Way de novo, com fones bons, equalização reforçando os graves, conseguindo ouvir o baixo com clareza, tenho certeza absoluta que o que eu achava certo ESTAVA de fato certo.

O sabe-tudo la, nunca vi ele sequer uma vez com um baixo no colo.
Agora eu paro pra raciocinar que ele sabia conversar sobre tudo. Sabia a escalacao do campeonato brasileiro todo, sabia fisica quantica ao inverso do quadrado, sabia tudo do universo feminino, sabia tocar todos os instrumentos, conhecia o mercado financeiro como niguem.
Engraçado, ele sabia tudo e demais da conta.

Sabia mesmo????? Ou so sabia usar o gogó?

Hoje, parando pra lembrar como eu era atras, e como eu sou hoje, bicho, eu andei uma estrada boa viu.

Só de estar conversando nesse forum, com outros musicos de verdade, que nao da pra passar pra tras facilmente, tocando nota mascada, acorde errado, bend desafinado, sei, que evolui um punhado bao.

A caminhada continua, ainda é bem longa, mas sinto uma satisfação pessoal de conseguir chegar perto dele hoje em dia, e dizer...bicho...nao tem NADA A VER o que voce disse, seu RETARDADO.

Ismah
Veterano
# set/17
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O tonica sobre o bumbo.

Nome disso é baixo pedal. E eu tenho só 16 anos de música. kkkk

Todos nós tendemos a dar ouvido a pessoas erradas... Já ouvi de cara experiente que som era onda magnética...

Lelo Mig
Membro
# set/17
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Buja
Ismah

Ouvir as pessoas, mesmo as erradas, ainda é a melhor coisa que se faz.

Porque o curioso, quando duvida vai conferir e quando concorda, vai conferir também.

O curioso quando sabe gosta de falar e quando não sabe, diz que sabe, e corre atras de aprender pra poder segurar a mentira.

Quem se fecha não aprende o errado. Mas também não aprende o certo.

O tempo, a experiência, da apenas melhores filtros para não ter que ouvir tanta bobagem. Mas, só ganhamos este filtro, quando ouvimos muita merda.

Vale a pena! Aprender, na verdade, é única coisa que realmente vale a pena na vida.

Beto Guitar Player
Veterano
# set/17 · Editado por: Beto Guitar Player
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Caraca, que história.

Já que vc abriu a brecha, vou contar a minha.
Quando eu tinha 15 anos, minha mãe comprou um teclado Sandy e Junior pra mim, kkkkkkkkkk, não ri cacete...
Apesar de pensar o quão simplório foi esse instrumento, foi a partir dele que comecei a me interessar por música, não apenas do lado do ouvinte mais, mas também do lado de quem reproduz.
Nessa época eu comecei a aprender (por conta própria) a música. Estudava sempre como auto didata e nesse momento descobri que a música iria fazer parte da minha vida pra sempre.

Estava na fase rock and roll e o que eu queria era aprender a tocar violão, guitarra, etc... Então com uns 16 ou 17 anos ganhei um violão di giorgio, comprado nas casas Bahia, kkkkkkkkk, para de rir meu...
Nessa época, na minha transição de teclado para violão, eu não entendia merda nenhuma (hoje não entendo QUASE merda nenhuma, então melhorei um pouco) eu pensei, vou escrever uma música, e assim o fiz. Vi que o negócio era bom e continuo escrever até hoje.

Bom, continuando então, comecei a estudar violão, sozinho como sempre, tinha uma galerinha que entrou na onda também, mas todos praticamente desistiram, acho que fui o único que continuou.
Quando arranjei meu primeiro emprego, comprei uma guitarra (golden... Eu sei, tudo bem, não precisa falar nada...)
Daí em diante aprendi cada vez mais, procurava as tablaturas, revistinhas de cifra, botava o CD no rádio e ficava horas tentando tirar as músicas.

Bom, um tempo depois comprei um violão bom (Takamine), uma guitarra mais ou menos (Epiphone SG), montei um set de pedais da boss, um amp de 100watts, comecei a tocar em banda...

Hoje não toco em banda, tenho umas 100 músicas, nenhuma produzida, ainda tenho todos os instrumentos, inclusive o Casio Sandy e Junior, e penso... Sou um bosta.
Deveria ter me dedicado mais, estudado mais. Queria muito, quando era jovem, ser um músico, hoje, 15 anos depois, ainda estou aprendendo a fazer escalas. A única coisa que nunca mudou é meu amor pela música.

Buja
Veterano
# set/17
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não ri cacete...
rsrsrs

para de rir meu...
rsrsrs......rsrsrsrs....
heheheheh

Tá bom, ja parei......
.
.
.
.
.
teclado Sandy e Junior
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Buja
Veterano
# set/17
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Beto Guitar Player
Grande relato mano..

Quando paramos pra pensar no passado e comparar com hoje, sentimos bem mais animados.

Buja
Veterano
# set/17
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Lelo Mig
Vale a pena! Aprender, na verdade, é única coisa que realmente vale a pena na vida.

É o que o nosso cerebro faz de melhor. Por isso, vale tanto a pena. O resto das coisas que fazemos, é por causa da parte bugada do cerebro mesmo.

Ningen
Veterano
# set/17
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Buja

Eu jurava que você ia dizer que ele tava certo kkkkk

Hoje, 18 anos depois, escutando By the Way de novo, com fones bons, equalização reforçando os graves, conseguindo ouvir o baixo com clareza, tenho certeza absoluta que o que eu achava certo ESTAVA de fato certo.

Pra quem quiser (a track do baixo):


Beto Guitar Player
Veterano
# set/17
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Quando paramos pra pensar no passado e comparar com hoje, sentimos bem mais animados.


Buja

Com certeza. Somos o que somos hoje pelo que passamos na vida. Lembro de ficar rodando os cds em loops infinitos pra tentar tirar algum trecho de uma música. Não tinha muita coisa na internet, aliás a internet era um lixo... Era tudo muito na raça. Hoje em dia está tudo de bandeja aí pra quem quiser aprender e ainda tem gente que reclama...

Eu tocava by the way na minha antiga banda, mas nunca entendi as loucuras que o baixista fazia nessa música, kkkk.

acabaramosnicks
Membro Novato
# set/17
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Buja
Poxa, tenho coisa pra caramba ainda pra aprender. E toco só a 18 anos ainda.
Tem gente com 60 anos de baixo nas costas.


Pra início de conversa, eu acho que o tempo é MUITO relativo. Primeiro porque tem gente que tem mais ou menos facilidade de aprender algumas coisas, e mais ou menos facilidade de aprender outras coisas, tudo dentro do próprio assunto.
Segundo porque o cara pode estar tocando a 60 anos e nunca ter realmente se esforçado pra ser bom, e por causa disso, ser pior do que um cara que toca a 20 anos.

O cara perguntou o que eu curtia, e como sempre, 90% dos baixistas que começam, é por causa do Flea, assim como 90% dos guitarristas é por causa do slash. (Ehhhh #treta!)


Nossa kkkkk ce ta mesmo querendo ver sangue! Eu começei a tocar bateria por causa do Joey Jordison (Slipknot), e mais tarde migrei pra guitarra (sem abandonar a bateria) por causa do Satriani.

O sabe-tudo la, nunca vi ele sequer uma vez com um baixo no colo.
Agora eu paro pra raciocinar que ele sabia conversar sobre tudo. Sabia a escalacao do campeonato brasileiro todo, sabia fisica quantica ao inverso do quadrado, sabia tudo do universo feminino, sabia tocar todos os instrumentos, conhecia o mercado financeiro como niguem.
Engraçado, ele sabia tudo e demais da conta.

Sabia mesmo????? Ou so sabia usar o gogó?


Conheço gente assim hahahaha
Nem perco meu tempo discutindo, só meneio a cabeça levemente pra não prolongar demais, deixo o cara falando sozinho e vou embora. Eu sempre levo em consideração que posso estar errado, mas até que eu tenha certeza, vale a pena ser cético e imparcial. Eu toco assim, vc toca assado, quem tá certo? Vamos escutar... no final das contas pode ser que eu até descubra estar errado e mesmo assim prefira fazer o errado, pode ser que os dois estão errados, pode ser que eu esteja certo, tanto faz. Tem que tirar a prova. Até que eu tenha certeza de algo, tem que ser cético, basta uma mentira ser contada muitas vezes que muita gente acha que é verdade, mas não significa que seja verdade.

Lelo Mig

Ouvir as pessoas, mesmo as erradas, ainda é a melhor coisa que se faz.

Porque o curioso, quando duvida vai conferir e quando concorda, vai conferir também.


É bem por aí mesmo rsrsrs

Beto Guitar Player

Cara, olha só que coincidência: sou de Jundiaí também e estou aprendendo a gravar e mixar agora. Gravo guita e baixo em casa, e programo bateria no pc. Eu acho que a gente deveria se conhecer e talvez gravar algumas dessas suas 100 músicas aí.

Minha história com a música...

Quando eu tinha uns 6~7 anos de idade, eu tinha aulas de música obrigatórias na escola, tocava flauta doce... eu gostava muito e me destacava entre as outras crianças, pegava as músicas rápido e talz... eu tinha um piano em casa, acústico, sem marca, desses de criança, devia ter duas oitavas, sei lá. Já nesta fase eu brincava de escutar som de teclas que combinavam juntos ou em sequência, o que ficava bonito, o que ficava feio, que sensação cada som poderia dar. Nem sabia que nota era qual, e ainda não tinha tanto interesse em realmente tocar alguma música, ou pegar uma que eu sabia da flauta e tentar tocar no piano, nada.

Lá para os 11~12 anos, já decidindo que tipo de música eu gostava ou não gostava, comecei a escutar coisas mais para o lado do rock. Aprendi um acorde na guitarra de um amigo da escola que a gente sempre dormia na casa um do outro, depois meu pai comprou a guitarra dele e o pai dele pegou o $ pra pegar uma guita mais daora. Dai fudeu. Eu só queria saber de música, passava o dia todo com a guitarra. Pedi uma batera pro meu pai, ele comprou. Fiquei mais apaixonado ainda do que com a guitarra, puta merda, só tocava o dia todo.

Não parei de tocar até hoje, quanto mais o tempo passa, mais eu quero tocar, mais eu quero aprender coisas diferentes, tocar diferente, escutar diferente. Agora to na fase de começar a gravar, mixar, e compor. To lendo livros de mixagem e o escambau. Sempre tirei tudo de ouvido sabendo o mínimo do mínimo de teoria que eu peguei quando era pequeno, e mais um pouquinho que peguei na internet, coisa bem básica mesmo: cadência, campo harmônico, formação de acordes, escalas, etc...

Mas verdade seja dita, dos 12 aos 15~17 eu evolui muito e rápido, daí pra frente o negócio foi bem mais lento. Hoje tenho 23 e sou um guitarrista medíocremente bom, nada ruim, porém nada fantástico também.

Beto Guitar Player
Veterano
# set/17
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acabaramosnicks

Puts cara, meu cadastro está errado, já não moro em Jundiaí há trocentos anos, kkkkkk. Hoje moro em Cabreúva, indo pra Itu, saca?

Estou nessa fase também de aprender a mixar. Tirando as guitarras e violões, faço todo o resto usando vst.

É engraçado como a gente dá um salto na adolescência, mas depois que começa a trabalhar, fazer faculdade, ter responsabilidades, parece que fica estagnado. Pelo menos pra mim foi um pouco assim...

Quanto as minhas músicas, estou trabalhando em cada uma devagarinho, um dia chego lá. Mas agora comecei a fazer outra faculdade e estou obstinado a terminar um livro que comecei a escrever faz quase um ano, meu tempo está bem escasso. E ainda não posso esquecer de dar atenção a esposa.

Tentei montar outras bandas e não deu muito certo e, sinceramente, hoje não me preocupo com isso mais.

Buja
Veterano
# set/17
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Ningen
Pra quem quiser (a track do baixo):

Nao sabia que existia a track de baixo assim separada pra ouvir.

Que alegria! Eu, a 18 anos atras, tava tocando certo. Eu sabia bicho.
Errei so por uns cromatismos bobos que tem ai, que nao sabia que tinha.

Mas tambem naquela eu tinha outros erros grotescos em outras musicas que Deus acuda.

Paludo756
Membro Novato
# set/17
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Buja
Caaaara, que tópico massa, parabéns!

Vamos lá, minha vez, a história vai ser loooooonga mas acredito que vão dar boas risadas.

A minha curiosidade pela música vinha desde criança sabe, eu era daqueles piralhos que morava nos interior dos interior, minha vizinha era de fato uma vaca, e o horizonte era tipo um milharal infinito, já deu pra ter uma noção né? Atras da fazenda do meu pai tinha torneio de tiro de laço uma vez por ano, e eu ficava lá pendurado na cerca olhando de longe o laçar dos bois, mas no que eu me interessava mesmo? Naquelas bandas que vinham tocar nos eventos, hááá, quem não pira ouvindo um Mano Lima, Gaúcho da Fronteira, Xirú Missioneiro, os Serranos, eu não sabia que existia outros estilos de música tá, não ri (inclusive quando era criança achava que existiam poucos músicos no mundo, bobeira minha, não sei porque, e não sabia que existia música ruim também).

Aí eu lembro que com meus 5 ou 6 anos eu pegava caixinha de sabonete, pasta de dente, o escambau, ficava recortando, e fazia o que com isso? ônibus? avião? ferrari? caminhão? náánáánáánão, fazia sanfona, vioão de papelão, teclado de caixinha de fósforo, e tirava altos sons daquilo (na minha cabeça, eu era uma criança com imaginação fértil).

Aí tudo piora quando a gente acha aquele abiguinho de escola que divide os gostos retardados que você tem não é mesmo? O cara morava numa fazenda do outro lado da cidade, e a gente se prestava, com 7 anos de idade, a atravessar a cidade a pé (cidade pequena, meia horinha atravessava) pra ir na casa um do outro pra brincar de tocar com instrumentos de... lixo? pois é.

O que me tirou da onda da música gauchesca e me levou pro Rock? Foi a porra do CPM 22, e para de rir fiá das puta, eu tinha uns 10 anos. A questão é que existiam uns 5 músicos na cidade toda, com muita sorte, e três deles tinham algo perto de uma banda de rock, aí na época eu lembro que tinha ido cortar o cabelo e a disgrama da cabeleireira raspou meu pescoço com a máquina (saiu sangue pra caralho pow) e eu não queria mais cortar o cabelo [medo]. Aí os cara da banda me viram na rua né, óbvio que eles sabiam quem eram meus pais, tios, avós, e até o nome dos meus cachorros, era cidade pequena.

_E aeeee meu, que foda que tá ficando o teu cabelo mano, bah deixa crescer mais. Quer assistir o ensaio da nossa banda meo???

Eu entrei pro "estúdio" deles tri animado, na verdade era uma casa abandonada, eles tocavam no banheiro que era o lugar que as coisas soavam melhor, lembro que o guitarrista tinha guitarra e amps Fender, e uma zoom 505 '-' e tocaram aquelas músicas que eram febre na época, diziam ainda "Rock na vêia", tocaram "não sei viver sem ter você", "Regina Lets Go", "Tarde de Outubro", sasporraae. Eu gostei tanto que ofereci o porão da casa do pai pra eles ensaiarem, pena que o meu pai quando ficou sabendo queria me matar, e não quis saber deles irem ensaiar lá em casa.

Aí com meus 12 anos eu já era o cabeludão da cidade, e automaticamente na cabeça das pessoas eu já fumava maconha, fazia rituais satânicos e transava com cadáveres, eis então que a empregada da minha mãe se muda pra nossa cidade, e o mais velho dos três filhos era fanzão de Black Sabbath e tal, ele tocava bateria, aí me apresentou umas bandas que eu pirei, lógico, porque CPM 22? né!

Pois então, deu febre de ser baterista, mas uma bateria estava completamente fora de questão, então eu fiz uma, lá vem, se prepara.
Um pneu de trator, eu sentava na borda com os pés dentro, e na borda do pneu, na minha frente, latas de tinta, viradas com a bunda pra cima, baldes, e taro de leite (e eu nem conhecia Slipknot), e uma vaga onde eu pregava as tampas pra usar como prato, baquetas roubadas da banda da escola do desfile, porque não tinha baqueta pra vender, e metia ficha. Infelizmente essa brincadeira não chegou a durar muitos meses porque uma lata de 20 litros de tinta que estava cheia acabou caindo e rachando, e eu não vi, aí quem vio foi meu pai, quando já tinha vazado tudo no chão do porão, que tinha chão de cimento queimado, aí fudeu né, nunca mais!

Mas a vontade de ter uma bateria ainda era grande, até que meu irmão mais velho, que não morava mais comigo e meus pais, mudou o meu destino, me deu de aniversário de 13 anos uma guitarra, ele disse que tava apertado de dinheiro, mas quando ele ofereceu 100 reais e o cara aceitou ele não pode voltar atras. (Se pensou que era uma tonante, chupaaaa, éra Jennifer '-' )

Bom, lá fui eu pras aulas de guitarra, com o tal cara que tinha a banda que tocava CPM 22, aí lógico que eu aprendi coisa nenhuma com o cara né, só o basicão, nota aberta e uma coisa que outra. Aí de tanto encher o saco dos meus pais, fui fazer aula com o cara que tinha ensinado esse cara a tocar, e deu pra fazer 11 meses de aula, que custavam 15 reais por mês, até o cara não ter mais tempo de me dar aula, porque fazia horas de voo e tal. Eu guardei dinheiro na época, e aos 14 anos eu mesmo comprei uma guitarra, que tenho até hoje, memphis mh-100 vermelha. Tá lá guardadinha, estado perfeito, igual como vi na loja. E comecei um curso de guitarra desta vez com um professor de verdade, em Frederico Wesphalen, aí era duas horas de ônibus pra ir e duas pra voltar, toda quarta feira, e eu já tinha certeza que queria ser músico, mas só fiz 5 meses de aula e parei.

A história que vem depois disso é um tanto triste, depois de quase engravidar uma mina de 12 anos, os meus pais decidiram se livrar de mim, e me mandaram pra morar com o meu irmão, e tentar fazer um técnico, eis então que fui morar em São Leopoldo - RS. Nem me deixaram ficar com as guitarras, fiquei morando com o meu irmão, que já era casado, e ficava o dia todo sozinho em casa, sem autorização de sair de casa, nem levar alguém pra lá, aí era só ficar no computador jogando sempre a mesma coisa, não tinha internet, e virei um nerd, porque estudava pra caramba, e parei de tocar.

Depois de um ano passo na prova do Liberato e vou fazer o tão sonhado curso técnico que meus pais queriam, bom, pra mim era melhor que viver na roça plantando milho né? Apenas depois de dois anos que sai da casa dos meus pais que consegui trazer a minha guitarra de volta, e fiquei frustrado por não tocar mais nada, tava enferrujado, postei uma ou outra foto com ela no orkut só, e aí na escola meus colegas perguntaram se eu tocava, falei que sim, aí me largaram um violão na mão e eu passei vergonha pra caramba. Aí um colega meu de aula disse que eu precisava voltar a tocar, e naquele ano participei do festival de talentos com a banda dele tocando bandinha. Foi bom pra voltar a pegar o instrumento. Depois disso foi pegar uma música ou outra, tocar uma vez por semana.

No último ano do ensino técnico me chamaram pra participar de novo do festival de talentos, mas dessa vez com uma banda de Metal, aí tiramos umas músicas, comecei a tocar de novo, a banda se apresentou, ganhou uns premios até, e a banda se desfez, banda de escola, não ia dar em nada.

Depois de ter terminado o estágio no técnico apenas que comprei uma guitarra nova (LTD mh-50) voltei a fazer aulas de guitarra, desta vez com um professor de renome, iniciei na mesma época a faculdade de Engenharia Elétrica, após um ano de aula, ao ir passar férias na casa dos meus pais, sabe aquele filho da empregada baterista? tinha virado baixista, e os dois irmãos mais novos, um tocava guitarra e teclado, e o outro bateria, e tinham um vocalista que não era da família, fui na casa do cara pra ver o estúdio que eles tinham no quarto, levei minha guitarra, e os caras ficaram louco com tudo que eu tinha aprendido na guitarra, tipo, coisas que não se aprende no sítio do pica pau amarelo por exemplo. Aí eles me convenceram a sair numa mini turnê pelo RS tocando música gospel, pra vocês verem, mas foi legal pra caramba.

Depois disso fui tentando tocar em algumas bandas por aqui enquanto fazia aula, mas sempre o pessoal era desmotivado e vagabundo e nunca dava certo, e com a faculdade também eu não tenho lá tanto tempo pra essas coisas. Hoje depois de três anos de aulas de guitarra eu estou finalmente feliz com a atual situação, estou fazendo minha faculdade, quase me formando, ensaiando nos finais de semana com a minha banda, que toca as vezes em alguns bares, pubs e tal, e tiro uma renda extra com ela.
A mais ou menos um ano comecei o meu set de pedais, que já está terminado, com tudo o que preciso, e agora só estou esperando para comprar um bom amp, o que eu tenho é da época da Gennifer ainda, um Warm Music 20 watts todo cagado.

Desculpa o texto longo.

Buja
Veterano
# set/17
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e me levou pro Rock? Foi a porra do CPM 22, e para de rir fiá das puta,

eu não sabia que existia outros estilos de música tá, não ri

Aí com meus 12 anos eu já era o cabeludão da cidade, e automaticamente na cabeça das pessoas eu já fumava maconha, fazia rituais satânicos e transava com cadáveres,


O pior é que eu to rindo sozinho aqui no serviço, alto, meu chefe vai pirar kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Buja
Veterano
# set/17
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Infelizmente essa brincadeira não chegou a durar muitos meses porque uma lata de 20 litros de tinta que estava cheia acabou caindo e rachando, e eu não vi, aí quem vio foi meu pai, quando já tinha vazado tudo no chão do porão, que tinha chão de cimento queimado, aí fudeu né, nunca mais!

buahahahahahahahahahaha


Agora eu rachei mermo.

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Luiz_RibeiroSP
Veterano
# set/17 · Editado por: Luiz_RibeiroSP
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Buja
Ficou bravo com o cara mesmo. Mas eu entendo, tem coisa que eu não esqueço, um cara que roubou minha palheta e eu não falei nada pra não brigar, hoje me arrependo e se encontro assalto 2$ da carteira dele pra comprar outra.
Eu sempre toquei mal, não fui o pior do grupo mas sou ruim. Não estudei muito então não seria diferente. Mas é só estudar e se dedicar como qualquer cara bom faz. Amanhã eu começo.
Ah é, comecei com o baixo por causa do les claypool. ai o que aconteceu? fui tocar guitarra durante 12 anos. sou baixista frustrado e enrustido.

Buja
Veterano
# set/17
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Luiz_RibeiroSP
Ficou bravo com o cara mesmo.

O cara me fez tocar essa musica errado por uns 15 anos direto.
Toquei ela erradaça em muitos festivais rsrs...
Tem pouco tempo que aprendi.
E ainda me chamou de retardado na epoca, kkikkk
Se eu ver ele hoje, aperto a guela dele.

Beto Guitar Player
Veterano
# set/17
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Paludo756

Kkkkkkkkkkkk, ri demais com sua história cara.
CPM22???? Quem nunca...? Kkkkkkkkkkk

Ismah
Veterano
# set/17
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Me sinto o órfão do fórum... Nasci no meio, e apesar de haverem dificuldades, e estigmas negativas - grande parte eu que plantei - não passei nenhuma história legal... :(

Paludo756

Traçando as novinha... Na na na...
Mal que pergunte, nunca chamou a moça pro segundo tempo? kkk

Insufferable Bear
Membro
# set/17
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Eu não ouço mais roque e agora que parei pra pensar foi uma evolução tremenda.

entamoeba
Membro Novato
# set/17
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Não tenho nenhuma história com teclados da Sandy Jr. ou necrofilia, só estou aprendendo a tocar há 23 anos e ainda não consegui.

Buja
Veterano
# set/17
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Nao tem problema nao ter historinha legal.

Negocio nem é esse. Eu tenho um punhado de coisas pra contar, e tudo é historia chata rsrs.

Mas refletir na evolucao é o que da a graça.

Saber o que cada um fazia, e hoje melhorou.

Por exemplo, eu ainda tenho uma coisa pra fazer que nunca consegui fazer;
Participar de jams.
Nunca entrei. Tenho mó vergonha, porque meus solos sao absolutamente uma amebísse, um xingamento. Nunca sai nada que preste.

Mas eu vou ter que entrar em uma. Quem sabe nao entro agora, e daqui uns 10 anos eu nao volte a contar a evolucao disso com uma historia boa.

Isso é que é legal.

Beto Guitar Player
Veterano
# set/17
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Não tenho nenhuma história com teclados da Sandy Jr. ou necrofilia, só estou aprendendo a tocar há 23 anos e ainda não consegui.

entamoeba

Eu sinto a maior vergonha quando alguém me pergunta se sei tocar... Eu sempre respondo "estou aprendendo". E acho que daqui uns 50 anos essa continuará sendo minha resposta.

Lelo Mig
Membro
# set/17
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Apenas um detalhe, muitíssimo importante, que quem pretende seguir determinados rumos na música, deve sempre ter em mente:

Existe a evolução, mas existe a involução. Eu, por exemplo, não toco nem 1/4 do que ja toquei um dia.

Fiquei parado muitos anos, tive alguns desgostos com a música....enfim, não tenho mais saco de exercícios de repetição e velocidade... Na verdade não tenho saco para estudar. Apenas pego instrumento sem disciplina alguma e toco, do jeito que da. Perdi destreza e velocidade, minhas mãos doem...

Mas, não "sou mais musico"... Sou hobbista... Me dedico mais a cuidar de minhas composições e arranjos e se não conseguir executar uma parte, chamo alguém.

Mas, dependendo de suas ambições, esta "involução" pode ser desastrosa.

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# set/17
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Não penso nisso, penso em tocar e me divertir...

Buja
Veterano
# set/17 · Editado por: Buja
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Lelo Mig
Nao encaro isso como involução.

Tem vários angulos de se ver as coisas.
Tenho certeza que suas composições e arranjos hoje são mais refinados que antes. Tanto, que voce mesmo diz, que tem partes que voce compoe mas nao consegue executar.

O que diz de um cara que consegue fazer exercicios de repetição e velocidade na catimbada penta de la menor, mas nao consegue compor um lick pra uma jam?!

Esse cara sim é uma involucao total.

Mauricio Luiz Bertola
Não penso nisso, penso em tocar e me divertir...

Voce ja chegou ao nivel master da evolucao, yeah o/

Pleonasmo
Membro Novato
# set/17
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Mas olhar pra trás te da ânimo pra continuar em frente.

Isso é verdade, mas hoje é um pouco mais difícil achar algumas pessoas para fazer um som. Lá atrás quando eu estava com minha SG, um pedal de overdrive e um ampzinho voxstorm de 10w no ônibus, era tão fácil achar alguns parceiros para fazer som, a guitarra era apreciada.
Mas daí o tempo vai passando, enjoei de carregar um monte de bugiganga por aí, comprei um violão e do heavy metal fui para uns rocks nacionais, reggaes, uns popzinhos e até arrisquei cantar porque aos olhos do leigo, se você canta, então você toca. No tempo das guitarrices, não importava o quanto você se matava fazendo malabarismos, se não canta, não toca.

Buja
Veterano
# set/17
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Pleonasmo
Isso é assim e sempre foi.
Pra qualquer leigo, o que importa na musica é a voz.

É so comecar a tocar a intro de Starway to Heaven ou Nothing Else Matters, e antes de chegar no meio da intro, ja te param: Que hora que começa a musica?
Pooo a musica ja comecou! Ai dizem: Ué, mas nao canta nada nao?

As musicas populares, antes de qualquer acorde sair, ja comeca o vocal (lêêêêêêêê...lê...lê...lê...lê...lê...lêêêêêêêê....)
Ou entao.
(quero ouvir a galera...sai do chao....sai do chao...sai do chaoo)

Entao, nao tem jeito. Esse papo de quem gosta de instrumento é complicado.
Tudo hoje gira em torno do vocal.

Ja ouvir um Sultans of Swing no radio? A musica vai linda, até no solo final.
Quando começa o solo final...que é o ápice da musica, aquele lickzinho que imortalizou o mark knopfler...a musica corta na hora e la vem o radialista:
"voce ficou com sultains of swing, a radio do rock dinossauro...curta a gente no facebook...blah blha blah.."
Como se o istrumental nao fizesse diferença.

Triste mas sempre foi assim, e acredito que sempre será.

entamoeba
Membro Novato
# set/17
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Buja
Triste mas sempre foi assim, e acredito que sempre será.

Não seria se tivesse educação musical nas escolas, mas não temos caminhado nesse sentido...

Paludo756
Membro Novato
# set/17
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Existe mesmo involução, que é esse negócio de parar de tocar por anos, mas o problema não está em parar de tocar, o problema é não saber voltar, ter pressa e achar que vai sair fazendo tudo certinho, e se iludir que aquilo que está saindo do amplificador não é um monte de barulho pior que de guitarrista iniciante...

A minha maior idiotisse foi:

SE SEGURA NA CADEIRA MOLECADAAAA

Pega um monte de arquivo guitar pro de bandas como Cradle of Filth, Children Of Bodom, Rammtein, System of a Down, e CIA.
Tirar várias e várias músicas, e não se tocar que a afinação era em Drop .-.
Eu mesmo tenho vontade de voltar no tempo e me dar uma paulada com braço de guitarra na cabeça.
Ainda lembro do meu irmão falando um dia
Achei que era um barulho de patrola na frente de casa, e era tu tocando guitarra. Lógico, imagina o som de notas de Drop sem a guitarra estar Drop.
Bom, quem nunca foi burro que atire a primeira pedra.

Por minha parte existiu uma evolução monstra, e isto só veio acontecer por meio de cobrança, quando você está em uma banda e é cobrado, e principalmente não arrega, você evolui muito, ainda mais quando faz aulas.

Entrei pra uma banda de Thrash com gurisinhos 16 anos mimados e iludidos achando que iam conquistar o mundo com suas músicas de "estourar os tímpanos" das pessoas, eu tinha 23 anos.
Aí eles falavam que eu tinha que ser o novo Marty Friedman kkkkkkkkkkkk, que tinha que fazer solos rápidos, e chamar a atenção do público, e sabe, apesar de ser uma banda tosca onde os caras erravam tempo, o vocalista era péssimo, foi bom pra mim aprender.
Gravamos uma música, e eu acho o solo dela (que eu fiz) foda pra caralho, e me orgulho disso. Já a música, nunca tive coragem de colocar na minha playlist.

Pra quem quiser ouvir, coloque seus tímpanos em risco:



Meu solo em 3:36

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