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AtalaBukas Membro Novato |
# set/15
Pra botar mais lenha na fogueira de um assunto que tem causado bastante barulho por aqui, um artigo que sintetizou muito o que já vinha percebendo ao longo do tempo, desde que me tornei músico e compositor. Alguns trechos abaixo. Concordam? Discordam? Deixem suas reflexões.
"Em uma série de palestras sobre a canção e seu suposto “fim”, José Miguel Wisnik definiu a estrutura de certa música atual como sendo um tipo de “canção expandida”, que tem como exemplos paradigmáticos os trabalhos do Radiohead e do Los Hermanos. Segundo o crítico, a característica principal desse modelo de canção é não possuir um “centro” identificável, um núcleo que estruture as diversas camadas de significação, configurando-se quase como canções desestruturadas que se organizam ao redor de impulsos que se multiplicam e sobrepõem, numa espécie de transposição cancional da lógica da música eletrônica. Creio que no caso do Radiohead é relativamente simples reconhecer essa “expansão”, ou “inorganicidade” constitutiva - a sobreposição de elementos soltos indeterminados - cujo sentido é levar o ouvinte a acompanhar os diversos impulsos, muito mais do que organizar uma forma consistente e organicamente articulada. Os elementos da canção ficam meio que à deriva, gerando certa sensação de gratuidade, que pode ou não assumir um sentido mais amplo – no caso do Radiohead, creio que eles usam essa forma expandida e inorgânica para representar uma visão sombria da vacuidade da vida contemporânea, de grande força estética."
"Diga-se de passagem, esse é um conflito bastante caro a uma geração que tem acesso a todo tipo de material sonoro via internet sem, contudo, ter acesso a nenhuma das experiências que tornaram possível aquela matéria. Uma relação virtualizada com a experiência corresponde a um sujeito que “sabe” de tudo, mas não domina nada. Esse dado por si só não é bom nem ruim, mas algo do espírito de época, ligado as novas condições dos sujeitos posicionarem-se no mundo e com as quais a arte tem que se haver. Com o fim da Indústria Fonográfica tal como constituída até os anos noventa, saí de cena aquele ultra-sujeito quase monstruoso que tudo pode (cujo exemplo mais acabado é Michael Jackson) para dar lugar a esse outro que mal se sustenta seu próprio peso, o ser chafurdado no vazio de sua existência – o último grito de agonia a se ouvir da boca desse sujeito foi o de Kurt Cobain: depois dele só restaram ruídos abafados de agonia."
Evidentemente que tal postura, a busca deliberada por uma posição de insignificância tratada como esclarecimento bem intencionado e fofo, não se deve meramente a um posicionamento existencial, mas é também uma tomada de posição dentro de um mercado cada dia mais incerto. Para ficar no caso brasileiro, digamos que a linha estética que nos acostumamos a classificar como MPB, ligado ao movimento que fez artistas e intelectuais de classe média aproximar os valores da alta cultura com a canção popular, desde o início foi dependente dos altos-investimentos da Indústria Fonográfica, tanto em termos de produção (a produção dos discos de artistas de MPB sempre foi mais “cuidadosa” e cara do que dos cancionista ligados à música romântica e brega, com exceções óbvias, como Roberto Carlos) quanto em estratégias de divulgação e distribuição. Esses artistas sempre foram produtos mais caros que, como tal, dependiam de altos investimentos de mercado para manter sua integridade artística. Com o fim desse vínculo umbilical, provavelmente por falência múltipla de órgãos, diversas estratégias foram adotadas. As periferias, por exemplo, tentaram forjar novos vínculos comunitários que sustentassem movimentos estéticos originais, menos verticalizados, em que enfim pudessem produzir e se reconhecer. Outros artistas, por sua vez, optaram deliberadamente por produzir o equivalente sonoro do silêncio, reduzindo sua produção ao modelo de canção de elevador. Uma música com espírito de agregado, como o paradigmático José Dias, de Dom Casmurro, que não desagrada ninguém, não faz escolhas. Compositores que são a favor da natureza, a favor da vida, das mulheres, dos gays, do livre mercado, das escolhas individuais, desde que defendidas pelas pessoas certas, e nos momentos adequados. Compositoras que defendem o empoderamento feminino e criticam a gordofobia dos machos cisgênero, enquanto expõe orgulhosa (sem nunca ter pegado um cara gordo) o seu namorado branco, forte, bonito e cult . É a favor de tudo e de todos, pois seu maior talento é engrossar a fileira da maioria.
http://www.chicpop.com.br/#!O-fofo-naufrágio-humano-da-MPB-neoindie/cm bz/55c3c8970cf2be396baa16df
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entamoeba Membro Novato |
# set/15 · Editado por: entamoeba
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Não gosto desse olhar psicanalista, marxista, adorniano, que se presta a confundir e permite que se dilua asneiras em meio a impressões procedentes. Mas o tema é bom e, no geral, compartilho das impressões do autor do texto.
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Casper Veterano
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# set/15
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Eu não tenho contato suficiente com MPB para emitir qualquer tipo de opinião. O autor do texto completo do link, que eu imagino ter contato com esse universo, emite suas opiniões de forma, eu diria, preconceituosa.
Essa frase é muito boa:
"...esse é um conflito bastante caro a uma geração que tem acesso a todo tipo de material sonoro via internet sem, contudo, ter acesso a nenhuma das experiências que tornaram possível aquela matéria..."
Qualquer um que de alguma forma tenta ser original sabe como isso é complicado.
Mas esse não é o problema do texto. O problema é não aceitar que existe segmento de público para todo e qualquer tipo de música, inclusive para bunda-molismo e véio-broxismo. Por exemplo, eu acho o trabalho da Banda do mar questionável, não é o que eu aprecio, nem por isso fico militando contra. Tem gente que gosta, e essa variedade de gostos que torna o mundo interessante.
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pianoid Veterano |
# set/15
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creio que eles usam essa forma expandida e inorgânica para representar uma visão sombria da vacuidade da vida contemporânea
uma bela e lírica descrição de lixo
gosto do Wisnik por seu clássico livro O som e o sentido
fato é que a canção tradicional era como um poema estrófico com métrica regular. Sobreviveu em música por mais tempo do que na literatura, onde versos livres (sem métrica ou ritmo regular) e brancos (sem rimas) se consolidaram entre modernistas "atonais" ou sem talento. Música está sempre atrasada em relação aos respectivos movimentos literários...
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Casper Veterano
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# set/15
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Caro pianoid:
Tenho que discordar. Radiohead é sensacional, no meu ponto de vista. E falo com certo conhecimento de causa: tenho toda discografia e ouço com regularidade.
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entamoeba Membro Novato |
# set/15 · Editado por: entamoeba
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pianoid uma bela e lírica descrição de lixo
Não passou nem perto disso!
Hoje, faz muito mais sentido ouvir Radiohead do que Bach ou Mozart. A música (parte dela) ganhou em autoconsciência e amadureceu como linguagem, explorando territórios que não podiam ser alcançados com as regrinhas de outrora. Sei que você não gosta disso e lamento. Tua percepção datada inviabiliza a compreensão dessa evolução.
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pianoid Veterano |
# set/15
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A música ganhou em autoconsciência e amadureceu como linguagem, explorando territórios que não podiam ser alcançados com as regrinhas de outrora.
música onisciente de 3 acordes para mentes expandidas por ácidos
amadurecer: fazer bandinha poprock pra adolescentes kkkkk
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entamoeba Membro Novato |
# set/15 · Editado por: entamoeba
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pianoid música erudita hoje: chá de afetação para senhorinhas frígidas.
Como já expliquei e você se recusa a enxergar (por birrinha): a música de hoje é muito mais do que aquilo que pode ser escrito em notações. Se você só percebe três acordes, a limitação é tua!
Em tempo, amadurecer como linguagem é se tornar mais efetiva, é se tornar capaz de dizer mais.
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pianoid Veterano |
# set/15
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chá de afetação para senhorinhas frígidas
se música clássica pra você se resume a Canon em D/Ré e Danúbio Azul... concordo plenamente kkkk
Se você só percebe três acordes o que mais você percebe? ilumine este pobre ignorante
não quero monopolizar outro tópico falando sobre música clássica. Fale o que você ouve em Radiohead exatamente, além dos 3 acordes. E por favor, nada de literatura, só música
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entamoeba Membro Novato |
# set/15
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pianoid E por favor, nada de literatura, só música
Essa distinção só ocorre na sua cabeça. A letra serve para dizer junto. Não é uma obra a parte!
Também não vou monopolizar o tópico, o papo aqui é outro!
Fale o que você ouve em Radiohead exatamente
Texturas complexas e com significado. Mas, se pudesse ser dito não seria música!
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pianoid Veterano |
# set/15
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A letra serve para dizer junto. Texturas complexas e com significado.
fascinante e profundo
não, letra é literatura. Ao invés de cantar uma música, tente apenas entoar: ainda é a mesmíssima música...
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Casper Veterano
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# set/15
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Caro pianoid:
Nem Bach e nem Mozart foram artistas tão completos como o Thom Yorke, que além de músico e poeta,é dançarino:
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Insufferable Bear Membro |
# set/15
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Esse papo de que radiohead não tem estrutura nas músicas é besteira pura o negócio é que eles não tem estrutura para alguém que só entende sonatas, sonetos e canções.
Tem muita análise sendo feita em coisas do tipo que parecem ter estruturas livres onde eventualmente acabam encontrando o que traz a consistência na peça, mas isso geralmente requer um pouco mais de esforço do que encaixar a música numa das subdivisões que existem desde os tempos antigos e que nunca mudaram.
Outra coisa é entender a apreciar a música não só pela sua harmonia/melodia/ritmo mas também ouvir coisas que foram estraçalhadas pela cultura ocidental em defesa de um sistema mais homogêneo. É o tipo de coisa que faz alguém que só ouviu música clássica durante a vida inteira estranhar quando ouve algo tradicional do oriente, ele simplesmente não consegue ouvir nada além de harmonia/melodia e ritmo e aí toda a sutileza que torna a música apreciável não é percebida por ouvidos mal acostumados.
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makumbator Moderador
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# set/15
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pianoid não, letra é literatura. Ao invés de cantar uma música, tente apenas entoar: ainda é a mesmíssima música...
Não é não. Música (que no fundo é uma linguagem) quando cantada é 100% letra e 100% "música". Assim como ópera não é um teatro com música rolando no fundo.
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pianoid Veterano |
# set/15
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makumbator, às vezes você força a barra para ser popular
música é sucessão de notas, não de letras. Tire as letras e ainda é música, embora no caso de música popular realmente vá embora uns 90% do que torna música tão pobre palatável...
quando quiserem discutir música, estamos aí
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pianoid Veterano |
# set/15
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Bach e nem Mozart foram artistas tão completos como o Thom Yorke, que além de músico e poeta,é dançarino
casete, não brinca?
eu to me fodendo para letras e você acha que dança vai mudar alguma coisa? nem letra, nem dança, nem show de luzes, nem motoqueiros no palco são música
de resto, nem conheço esse pulha
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makumbator Moderador
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# set/15 · Editado por: makumbator
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pianoid música é sucessão de notas, não de letras.
Não é não. Música é muito mais que sucessão de notas. Essa é uma definição muito pobre! Sem contar que errônea, uma vez que não leva em conta nem o silêncio (tão importante quanto o som). Sua definição serve para definir quando muito uma escala, mas não música. E exercício de escala não tem valor musical, mesmo sendo "uma sucessão de notas"
makumbator, às vezes você força a barra para ser popular
Ah, e você não? Senhor classicismo...hahaha!
Tire as letras e ainda é música,
Não é mais a mesma música.
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Insufferable Bear Membro |
# set/15 · Editado por: Insufferable Bear
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música é sucessão de notas, não de letras. Tire as letras e ainda é música É disso que eu falo.
Uma cabeça bitolada parou de ouvir a música e só ouve notas. Música não é mais "sons" é o símbolo que representa os sons na partitura. Quando se ouve alguém cantando você esquece de toda a sutileza envolvida na produção do som e se ouve voz como se ouve um piano ou violino. Aí quando um cara como Stockhausen em Stimmung ou Alessandro Bosetti compõem se baseando em sons e não em notas esse cara não percebe o que faz a música ser interessante porque ela vai muito além do que ele é capaz de perceber.
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Casper Veterano
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# set/15
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Caro pianoid:
Claro que a dança muda. Muda tudo! Aprenda alguma coisa com o mestre:
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entamoeba Membro Novato |
# set/15
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pianoid fascinante e profundo
Só para quem se dispõe a pensar...
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pianoid Veterano |
# set/15
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parece que Wagner conseguiu seu intento: a obra de arte total
mais algumas gerações sem educação ou conceitos para frente vão chamar a uma salada audio-olfato-visual de música e não vão ter mais nomes próprios para dança, literatura, poesia ou cinema
para que categorizar quando se pode ter tudo no HD?
quando ao Sr. macumbador, esperava mais de alguém que supostamente conhece composição. Parabéns para Você é a mesma sequência de sons (e silêncios, para ser pedante) quer você cante, quer entoe sem letras, quer toque no piano ou qualquer outro arranjo. Quanto à letra? Originalmente era Goodmorning to all. Letra não é música, embora você possa usar sua voz como instrumento.
e popularidade é o exato oposto a que minhas opiniões almejam
abs
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pianoid Veterano |
# set/15
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Casper pelo menos tu chama de dança, não música
nem vi, nem ligo
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AtalaBukas Membro Novato |
# set/15
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Bacana que o tópico está rendendo um pouco!
entamoeba Não gosto desse olhar psicanalista, marxista, adorniano, que se presta a confundir e permite que se dilua asneiras em meio a impressões procedentes. Mas o tema é bom e, no geral, compartilho das impressões do autor do texto.
Realmente, esse olhar dá impressão de que se coloca tudo em importância maior do que a música propriamente dita. Mas não podemos esquecer que as produções artísticas de determinadas épocas sempre estão em sintonia com atitudes, comportamentos vigentes na sociedade, que podem ou não se refletir na produção cultural.
Casper Eu não tenho contato suficiente com MPB para emitir qualquer tipo de opinião. O autor do texto completo do link, que eu imagino ter contato com esse universo, emite suas opiniões de forma, eu diria, preconceituosa.
O José Miguel Wisnik é um bom compositor, tem trabalhos interessantes, inclusive com Ná Ozzetti, então ele, de certa forma, está inserido e em contato com o meio, mas acredito que ele seja mais musicólogo do que músico. Então, de certa forma, é outro tipo de visão, e é preconceituoso. Eu não chego a tanto, mas em muitos aspectos, principalmente sobre o que leva a geração atual à produzir a música que hoje escutamos, estou de acordo.
Mas esse não é o problema do texto. O problema é não aceitar que existe segmento de público para todo e qualquer tipo de música, inclusive para bunda-molismo e véio-broxismo. Por exemplo, eu acho o trabalho da Banda do mar questionável, não é o que eu aprecio, nem por isso fico militando contra. Tem gente que gosta, e essa variedade de gostos que torna o mundo interessante.
Com certeza, sempre vai existir público pra tudo, mesmo que seja a música mais ridícula e tosca do mundo. A atitude de militar contra eu não faço pessoalmente, com quem quer que ouça esse tipo de som. Não acho que devemos expurgar, qualquer estilo musical que seja, nem ser preconceituoso ou intolerante. Mas, como medir se o público consumidor, daqui 4 ou 5 anos, vai gostar das mesmas músicas, se essas músicas e bandas tem menos anos de vida que isso? A banda MPB "indie", digamos, mais famosa de hoje e lembrada majoritariamente pela maior parte da população é, sem dúvida, Los Hermanos, que já tem mais de 15 ou 20 anos quase. E não tem nada a ver com o que é feito hoje, e ainda é a que mais lota shows e causa burburinho na mídia, e referência pra todos os alternativos desde então. É tempo suficiente? Hoje, se constroem muitos públicos específicos, para vertentes musicais mais diluídas ainda, e já se taxa como "novo estilo musical". Se pegarmos o sertanejo universitário e o funk carioca, por incrível que pareça, tem uma linha evolutiva, muita história por trás que desembocou no cenário atual. Será que, daqui 10 ou 15 anos, os fãs de Mallu Magalhães, Cícero, Baleia, Tiê estarão fiéis ao que eles representam, ou eles representam algum movimento musical, mesmo? Eu ouvi e tive a mesma impressão do autor do texto.
Mas quero ressaltar que, esse mesmo cenário que vivemos hoje, não foi diferente nos anos 60, 70, 80 ou qualquer outra época. Também existiram bandas idolatradas e muitas apostas, e no fim, lembramos e ouvimos pouco mais que 5 ou 6 grupos (estou generalizando uma certa quantidade, mas claro que são mais, mas não todas das inúmeras que existiram), que acabaram por se tornarem mais influentes e importantes, no conjunto da música pop mais veiculada na mídia.
Vamos colocar as opiniões, pessoal! Só quero suscitar questões, indagar nossos conceitos. Olha, eu não sou o maior entendedor desse assunto, nem pretendo ser, mas como faço parte e atuo (ou, pelo menos, tento) nesse meio, tenho minhas considerações, possivelmente posso falar alguma bobagem, mas minha opinião é baseada no que vivo e observo diariamente. O importante também é variedade de pontos de vista!
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makumbator Moderador
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# set/15 · Editado por: makumbator
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pianoid quando ao Sr. macumbador, esperava mais de alguém que supostamente conhece composição. Parabéns para Você é a mesma sequência de sons (e silêncios, para ser pedante)
Eu é que esperava mais de você! Um dito apreciador dizer que música é apenas uma sequência de sons me parece muito reducionista! E nem digo que precisa sempre citar a definição de dicionário Grove (ou afins), mas também não precisa rebaixar tanto assim a música. E sim, dizer que música também é silêncio não é pedante, ao contrário, é básico.
Parabéns para Você é a mesma sequência de sons (e silêncios, para ser pedante) quer você cante, quer entoe sem letras, quer toque no piano ou qualquer outro arranjo.
É a mesma sequência de sons (e silêncios) pra ficarmos no básico, mas sem a letra e seu contexto não é a mesma música.
Quanto à letra? Originalmente era Goodmorning to all. Letra não é música,
Também é música, (que é mais que uma sequência de sons)
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Lelo Mig Membro
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# set/15
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AtalaBukas
Indo direto ao assunto... Nem vou perder tempo na discussão clássico x popular, que de tão ingênua beira a imbecilidade... vamos ao contexto do tópico, com relação ao popular.
Meu problema com o popular atual é que ficou etérea demais.
Antes, a música popular brasileira tinha um "mote regional"... e gostando ou não era um diferencial. O canto de um povo e seu lugar.
Letras e músicas faziam referência a uma cultura social e geográfica... influências de outros e outrem e modernidade são bem vindos, mas não pode desfigurar o sabor original.
Este pop "universalista" não têm lugar... é um coco sem cheiro.
Posso respeitar e até apreciar Radiohead... mas eles são ingleses. É cultura de branquelo depressivo com amarelão e bolor, nascido na umidade britânica.
Brasileiros metidos a londrinos sempre foram um porre!
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Ismah Veterano |
# set/15
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Minha opinião...
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GRRS Veterano |
# set/15
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Lelo Mig
Sua frase: Este pop "universalista" não têm lugar... é um coco sem cheiro sintetizou minha opinião sobre o tema hahauhauhaua
Pra mim o grande problema desse tipo de som é a exacerbação do 'easy listening'. Não que 'easy listening' seja ruim, é que penso que ao se fazer musica que apela a todo mundo, que seja palatável a todo mundo, que seja bonitinha e facinha de se ouvir, feita por gente jovial saudável e de bem para gente jovial saudável e de bem, você acaba com algo tão insipido e efêmero que se perde a identificação do artista com o público...
Sei lá, isso no meu ponto de vista, né... Sendo um gênero considerado popular, com certeza devem existir pessoas que se sentem contempladas e felizes ao presenciarem o equivalente sonoro de uma parede em branco
Abs
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Mauricio Luiz Bertola Veterano
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# set/15
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Minha opinião: https://www.google.com.br/search?q=entediado&espv=2&biw=1600&bih=809&s ource=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAYQ_AUoAWoVChMIxNyYqKySyAIVQYOQCh3ZNAaP #imgrc=y1AHSqxQjpTv3M%3A
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entamoeba Membro Novato |
# set/15
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Não que 'easy listening' seja ruim
Mas deveria tocar somente em salas de espera, elevadores, supermercados...
É uma pena que esse conceito tenha sido esquecido!
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Calime Veterano |
# set/15
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Mauricio Luiz Bertola
Tô bem na msm....discutir esse tipo de assunto hj pra mim é bastante sacal. Mas sobre a "mpb fofa", admito que existem algumas coisas que gosto.
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