Afinal música é universal, será? II - o tópico da treta

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entamoeba
Membro Novato
# dez/14
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Boa, Ismah!

Ismah
Veterano
# dez/14
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Vejam que chegamos a um conceito de que a cultura é resultado do meio em que se vive, e o que nos influencia.

Assim concluo o porque o (pseudo) funk carioca, o sertanejo (dito) universitário, e demais fazem sucesso: exposição. Malta (uma ótima banda, com um péssimo som, do ponto de vista técnico) pode sim ser a porta de entrada de gêneros como o rock, hard rock e demais "pedras", ao playlist do brasileiro.

Logo também, seria plausível dizer que não existe lixo musical. Meu objetivo com esse tópico não é divulgar música (que considero) ruim, mas evitar de desmerecer qualquer um que faça um som.

Vejo uma contradição enorme no tópico sobre o cara ter Gilnei Parson como ídolo. Claro que não é o cara mais estudado do planeta, mas tampouco, o menos desmerecido disso. A exemplo, meu ídolo nas acúticas, mal e porcamente faz pestanas.

Marquezin
Veterano
# dez/14
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Sempre tive comigo que o momento e estado emocional da minha pessoa em determinada época ou situação exercia grande influência na minha capacidade de discernir o que é bom ou ruim pra se ouvir.

Alguns exemplos do meu ponto de vista e meu gosto musical.

1 - Algum tempo atrás estava "enrolado" com uma mulher.
Por algum motivo e não sei como eu me sentia extremamente confortável ouvindo um funk do tal MC Bola.
Funk é algo que eu praticamente abomino musicalmente, mas essa música me fazia/faz lembrar da pessoa.

2 - Eu adoro canto Gregoriano, mas sou Ateu.
Bom isso é até comum, canto gregoriano é algo incrivelmente relaxante, mas no meu caso, eu chego a ser extremo no que diz respeito a minha opinião, tanto sobre a igreja como religião.
Mas me faz lembrar da minha mãe, que é católica. Veja, poderiam me chamar de hipócrita se retirar a característica emocional da pauta.

3 - Detesto Pitty, quando escuto a voz dela chega a doer as b****. Mas gosto da voz dela nas músicas "Me Adora" e "Fracasso" (bizarro mas é verdade...kkkkk).
Me faz lembrar da época em que estava morando em Floripa.

4 - Gosto de ouvir PitBull quando estou no meu carro com minha irmã quando ela está dirigindo (ela gosta do som dele).
Eu tenho a opção de simplesmente trocar de música (o carro é meu, escuto o que quiser), mas por algum motivo me agrada ouvir. Quando eu estou dirigindo não escuto isso nem a pau, mas não tira a minha ideia de que ele é um grande cantor.

5 - Detesto Beatles, o timbre e a voz deles são horríveis em minha opinião, e me trás lembranças de uma época ruim da minha vida. Mas adoro diversas versões de músicas deles tocadas por outros artistas, muitas delas me trazem boas lembranças. Nada que me digam vai me fazer mudar de ideia, mas eu sei a importância que tiveram pra música e ainda assim não gosto deles.

6 - Detesto Dream Theater, as músicas deles são longas e chatas pra c******.
Mas acho "In The Name Of God" uma das melhores músicas que já ouvi, e só suporto ouvir essa música (já tentei escutar outras mas não consegui). Mas essa em especial me faz lembrar de acontecimentos de mais de 10 anos atras. E muitos que gostam poderão dizer que existem músicas melhores que essa.

Alguns dos músicos que citei são conhecidos por uma parte das pessoas como sendo excelentes músicos e outros como sendo medonhos musicalmente. Citei mais experiências ruins por que são poucas, experiências boas eu tenho de sobra...rs

Com isso, minha opinião é a de que é muito difícil dizer que algo é bom ou ruim baseando-se somente na característica técnica da música.
Por esse meu ponto de vista, qualquer música pode ser taxada por minha pessoa como boa ou até mesmo ruim dependendo do momento que escuto e o que ela me faz lembrar ou sentir.

Bom, isso é como eu (único indivíduo) reage (que é até certo ponto incomum na maioria das pessoas), mas como seria isso em um grupo?
Penso que um grupo pode reagir de forma diferente de um indivíduo, mas em minha opinião ele não vai fugir muito da forma como me descrevi.

Acredito que se somar a influência cultural do meio como mencionou o Ismah no post acima + determinado grupo de pessoas tendo as mesmas experiências (musica), é provável que nesse grupo os indivíduos tenham sensações diferentes mas gostem ou não da música pelos mesmos motivos (afinal eles estão compartilhando o mesmo momento e experiência que pode ser bom ou ruim). Aqui, a influência cultural e o meio desempenham um grande papel nos números positivos ou negativos, afinal são eles que estarão afetando os indivíduos, pois é a soma dos dois que vai reunir pessoas em comum, criar a música e o pano de fundo de emoções dessa primeira audição.

Esse grupo, pode acabar exercendo uma influência a um segundo ou mais grupos, que podem gostar ou não da música por uma experiência totalmente diferente do primeiro, desse ponto em diante passa-se a ser uma bola de neve.
Vai se sobressair a maior quantidade de opiniões positivas ou negativas a partir do ponto zero (primeira audição), e desse ponto em diante, não importa se a música é realmente boa ou ruim, é o que o grupo vencedor numericamente pensa. Se 2 milhões de pessoas dizem que uma música é boa e um grupo de 10 indivíduos diz que é ruim não importa, numericamente ela passou a ser boa, mesmo que tecnicamente ela seja ruim (e mesmo numericamente ela pode acabar sendo classificada como boa tecnicamente).
É... eu sei isso é confuso...rs

Bom, sei que é uma ideia um tanto simplista da minha parte, afinal existem grupos ou indivíduos que escutam ou fazem determinadas coisas não por que gostam, mas por que tem como alvo outros motivos.
Seria o caso de alguém ouvir forró não por que gosta, mas por causa de mulher ou bebida ou até mesmo por causa de uma ligação com um segundo grupo/indivíduo, que realmente gosta daquilo pelos motivos que mencionei (experiência de momento). Esse primeiro indivíduo/grupo, seria o que quer se manter próximo, seria o tal do "junto com a galera" ou "moda da hora", mas ainda assim se enquadraria dentro do grupo que gosta ou não de alguma coisa.

Um Abraço!

AtalaBukas
Membro Novato
# dez/14
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Marquezin
Por algum motivo e não sei como eu me sentia extremamente confortável ouvindo um funk do tal MC Bola.
Funk é algo que eu praticamente abomino musicalmente, mas essa música me fazia/faz lembrar da pessoa.


Bom isso é até comum, canto gregoriano é algo incrivelmente relaxante, mas no meu caso, eu chego a ser extremo no que diz respeito a minha opinião, tanto sobre a igreja como religião.

Com isso, minha opinião é a de que é muito difícil dizer que algo é bom ou ruim baseando-se somente na característica técnica da música.
Por esse meu ponto de vista, qualquer música pode ser taxada por minha pessoa como boa ou até mesmo ruim dependendo do momento que escuto e o que ela me faz lembrar ou sentir.


Achei muito interessante seu ponto de vista, e totalmente válido. Gostaria de ressaltar, talvez algo que passe despercebido, que você analisou de modo mais sociológico e cultural, uma parte da música relacionada com a fisiologia do ser humano, na Grécia antiga, chamavam de Ethos. Quem tiver paciência, leiam um pouco desse artigo, dá uma ideia de que essa discussão sobre o papel da música e o poder que tem sobre as pessoas não é tão recente assim:

http://www.raf.ifac.ufop.br/pdf/artefilosofia_12/%2817%29Diego%20mesti .pdf

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# dez/14
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Marquezin
Achei teu ponto de vista bem realista, e humano, porque tirou a medição da qualidade musical de parametros como técnica, quantas dissonâncias tem na harmonia, quão bem usados foram os intervalos na melodia, etc... A música lida antes de qualquer coisa, com emoções e invocações de sentimentos, uma música simples pode ser a melhor do mundo pra alguém que a houve com simbolismo.

Acho que a moral que temos que tirar do tópico, é não sermos Idiotas e ficarmos criticando as coisas sem um propósito, apenas pela burrice de crer que qualidade musical se resume a padrões complexos.

obs: Perdão pelos dois xingamentos, mas eu quis expressar bem o que penso de quem não entende o Sentimento alheio.

Talli95
Membro Novato
# dez/14 · Editado por: Talli95
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Nada haver esse negócio de segregação musical.

Ismah
Veterano
# dez/14
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Talli95

Fale mais.

entamoeba
Membro Novato
# dez/14
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Por que em outras formas de arte o juízo estético é melhor aceito do que na música?

rcorts
Veterano
# dez/14 · Editado por: rcorts
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entamoeba
Por que em outras formas de arte o juízo estético é melhor aceito do que na música?

Provavelmente purismo. Se considerar música erudita por exemplo, não generalizando é claro, mas o "juízo estético" tem muito mais peso do que na música popular.

O problema quando essa discussão é trazida para o campo do popular. É um paradoxo muito grande pois a própria noção de popular já carrega consigo o conceito de cultura do povo, que nasce meio que sem regras, onde a única regra é fazer parte do seu cotidiano, da sua realidade, do que lhe é familiar, que lhe representa, que cria identidade.

Veja bem, não estou dizendo que aprecio funk carioca proibidão ou funk ostentação, mas que é um produto cultural que cria identidade para determinados grupos, não tem como negar isso.

Enfim, eu tenho todo direito de não gostar de funk, aliás detesto. Mas não tenho direito de afirmar que rock é melhor que funk por exemplo, pois pode ser melhor para mim, mas não para o cara que adora fazer a dança do passinho lá no morro da Roçinha. Pra esse cara provavelmente funk é alto astral e rock é uma porcaria barulhenta.

EDIT: aliás, isso já foi discutido em outro tópico, então sinto que estou apenas chovendo no molhado.

Lelo Mig
Membro
# dez/14 · Editado por: Lelo Mig
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entamoeba

"Por que em outras formas de arte o juízo estético é melhor aceito do que na música?"

Creio que é porque a maioria das outras "artes" não são tão populares e massificadas quanto à música.

As pessoas são bombardeadas com 60 músicas por hora a vida toda.

Quantas esculturas elas vêm durante a vida? Quantas pinturas? Quantas vezes vai ao teatro? Lê quantos livros?

O cinema, em grau menor, desde o advento da TV, produz merda em massa também. Acredito que a grande maioria aqui curta um filme do tipo: "Transformers" ou "X Men" sem dor na consciência ou se achar um idiota... mas, pergunte a um crítico de cinema ou cineasta de "arte" o que ele acha de uma merda destas?

Nós, "músicos", nos sentimos no direito de eleger o que é bom musicalmente, mas assistimos filmes "pop", feitos para empresas enriquecerem, lemos livros de "pseudo literatura" tipo Paulo Coelho (que deve ser em literatura o equivalente a Anita em música)... sem problema algum.

A música deixou de ser arte há muito tempo... mas é dolorido para nós músicos aceitarmos isso.

Como diria Antônio Abujamra (não lembro exatamente a frase, mas é mais ou menos isso).

"A música é a mais promíscua das artes!"

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# dez/14
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Lelo Mig
acho que pegou meio pesado. creio que não da pra se ter um perfeito juízo julgador em qualquer arte, fora que muitas vezes, o valor de apreciação artistica muda do produtor para o consumidor.

Olhando para todos os períodos artisticos, nota-se a frequente mudança de valores e parametros de julgamento. O pintor expressionista achava que a idéia impressionista era limitada, e que queria mais liberdade, e isso continuou muito, cada hora mudando o foco e a idéia do momento. Até que finalmente hoje vivemos a liberdade máxima artisticamente, com público pra Tudo, ainda mais com a internet. O Artista nunca teve tanto publico e liberdade como agora. E se algumas pessoas descobriram nisso um mercado, era esperado. De qualquer maneira, se o propósito do cara não é "nobre" e ele esta produzindo algo apenas para lucrar, não vejo porque reduz o valor de apreciação que aquilo tem. Antigamente usavam técnologia ultrapassada para produzir filmes com idéias simples, que são super bem recebidos pelos críticos, mas só não enchergam que só pode-se desenvolver técnologia cinematográfica por causa dos investimentos e lucros encima desse mercado. Arte mesmo é ver um maldito trem vindo na nossa direção, mas ver um homem alado voar, ou um homem que manipula o metal a bem prazer, não. Cara, não é bem assim. Fora que as idéias dos filmes que você falou, vem dos quadrinhos, que no meu gosto pessoal, é uma uma tremenda forma de arte. Sobre o adjetivo que tu usou para encaixar esse tipo de conteúdo, prefiro não comentar. rs

Mas foi dito varias vezes, tudo é questão de gosto, e você tem o direito de não gostar.

E a música nunca deixou de ser arte.

Lelo Mig
Membro
# dez/14 · Editado por: Lelo Mig
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Wuju Wu Yi

Cara, você precisa (de boa, não é critica negativa), melhorar sua interpretação de textos ou, talvez seja, ler sem o cunho de "gosto pessoal" limitando esta interpretação.

Em que lugar eu digo "não gosto"?

Vou tentar te explicar melhor:

Nós músicos, nos julgamos aptos a dizer que determinada música é ruim. No entanto, assistimos filmes ou lemos livros, que a classe profissional entendida "diz que é ruim", seja por critérios técnicos, de conteúdo e etc."

Ou seja, muitos dizem que Calypso é um lixo e se acham aptos a defender sua opinião, baseada em critérios técnicos. No entanto, se um cineasta te provar que Tranformers é uma droga do ponto de vista cimenatográfico e que seus efeitos visuais, para a "arte cinematográfica" equivalem ao mesmo que Kurt Cobain destruir a bateria, você não deixará de assistir este tipo de filme porque é uma diversão e entretenimento.

Se pode haver cinema e literatura de entretenimento, porque esperamos que a música seja feita somente com critérios técnicos e artísticos subjetivos?

Resumindo... a grande maioria ouve música como quem assiste Transformers... tá nem aí para critérios técnicos, conteúdo, roteiro ou mesmo qualidade dramática do ator.

Fosse assim, Vin Diesel tava catando papelão na rua.

shoyoninja
Veterano
# dez/14
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Bom eu já argumentaria o seguinte Lelo, se o "ponto de vista cinematográfico" classifica um filme que produz resultados financeiros como "droga". Para que serve esse "ponto de vista cinematográfico"?


Não vejo como o simples fato de a música ser uma forma de arte com alto valor de entretenimento faça com que deixe de ser arte. Entendo então que para ser arte, tem que ser chato.

E aí o Paulo Coelho vira um gênio hehehehehe.

rcorts
Veterano
# dez/14
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Wuju Wu Yi

A coisa tá em alto nível por aqui, até irmãos Lumiére entraram na jogada. Concordo em gênero, número e grau com sua opinião.

Quem determina O QUÊ é arte?
Existe arte independente de uma manifestação de vontade do seu produtor, ou livre de interpretação e identificação pelo seu consumidor?
Como arte cria significado para uma pessoa e para outra não?
Se nem todos os consumidores pensam igual ou apreciam as mesmas coisas porque haveria de um produto ser tido como arte e outro não?

A confusão já começa quando alguém entende arte por meio de um conceito fechado e acha que pode definir o que É e o que NÃO É arte.

Enfim, por isso algumas pessoas vão fazer Engenharia. É fácil o cara fazer uma medição e dizer que o concreto não terá resistência física adequada para segurar uma estrutura de X andares. Por isso muitas vezes as áreas de Humanas são tão improdutivas. Enquanto o Engenheiro já construiu 2 prédios e está partindo para o terceiro o cara das humanas ainda tentando entender se a capa do livro que leu 10 anos atrás pode ou não ser conceitualmente chamada de arte.

entamoeba
Membro Novato
# dez/14 · Editado por: entamoeba
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O papo dá umas desandadas, mas tá indo... rs. Só acho que a gente conseguiria clarificar bem mais as ideias se evitasse NOMES FEIOS.

O que chamo de nomes feios são palavras que as pessoas acham que dominam, mas não sabem direito do que se tratam. No fundo, equivale a, diante da pergunta "por que o mundo é assim?" dar a resposta "porque deus quis".

Usar a SUBJETIVIDADE como um coringa é uma arapuca!!! Basta uma questão apertar os neurônios do sujeito que a tal da subjetividade leva a culpa. A prima mendiga da subjetividade é o GOSTO e o que justifica o gosto é a LIBERDADE. Essa última é mãe ideológica de uma penca de crendices parvas.

Quando você diz que escuta o que quer, pressupõe um querer livre. Mas se a liberdade for falsa, a asserção decorrente também será.


rcorts
Quem determina O QUÊ é arte?

Quem determina o que é cachorro?

Existe arte independente de uma manifestação de vontade do seu produtor, ou livre de interpretação e identificação pelo seu consumidor?

Não e não. E nem precisa!

Como arte cria significado para uma pessoa e para outra não?

Da mesma maneira que as letras criam significado para quem sabe ler e não criam para quem é analfabeto.

Se nem todos os consumidores pensam igual ou apreciam as mesmas coisas porque haveria de um produto ser tido como arte e outro não?

Porque a arte não depende da uniformidade de pensamento do seu público. Ela apenas é!

A confusão já começa quando alguém entende arte por meio de um conceito fechado e acha que pode definir o que É e o que NÃO É arte.

Tudo o que a linguagem faz é dizer o que as palavras (grafemas, fonemas) são e o que elas não são.

shoyoninja
Não vejo como o simples fato de a música ser uma forma de arte com alto valor de entretenimento faça com que deixe de ser arte

De fato, não faz.

Lelo Mig
Concordo com parte do seu "diagnóstico". Só discordo que a música deixou de ser arte. Talvez isso valha para o Mainstream.

Arte é o que sobrou da metafísica! (O Inarelli iria gostar dessa) É um esforço para falar sobre coisas que não cabem na linguagem.

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# dez/14
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rcorts
Cara, eu ri aqui sozinho positivamente por causa do seu post, porque eu tava pensando isso agora pouco enquanto divagada sobre o assunto do tópico na cozinha. Essa comparação entre as humanas e as exatas. Realmente, é impossível criar um parâmetro de juízo nas artes igual existe na matemática, na física, e etc.. bom post. A parte da capa do livro.. haha!

shoyoninja
Sim, o pessoal costuma "tirar" do patamar de arte tudo que entretem, como se a princípio, esse não fosse o maior impulsionador da arte. Passar mensagens de forma mascarada, mexer com a mente e confundir ou aprimorar a racionalização, fazer demonstrações narcisistas de habilidade, isso é arte, e gostamos porque nos entretem.

Lelo Mig
Vou considerar seu conselho, mas preciso te dizer que o problema não é a minha interpretação. O problema foi a maneira como vc colocou seu ponto de vista.

O cinema, em grau menor, desde o advento da TV, produz merda em massa também. Acredito que a grande maioria aqui curta um filme do tipo: "Transformers" ou "X Men" sem dor na consciência ou se achar um idiota... mas, pergunte a um crítico de cinema ou cineasta de "arte" o que ele acha de uma merda destas?

Você claramente categoriza os filmes Transformes e X Men na seção de Merda cinematográfica. Eu discordo, mesmo do ponto de vista artistico e cinematográfico. Achei um comentário infeliz e de mal gosto, mas ainda assim, creio que sua intenção não foi semear discórdia, só se expressou mal.

Nós, "músicos", nos sentimos no direito de eleger o que é bom musicalmente, mas assistimos filmes "pop", feitos para empresas enriquecerem, lemos livros de "pseudo literatura" tipo Paulo Coelho (que deve ser em literatura o equivalente a Anita em música)... sem problema algum.

Ai você disse que músicos julgam musicalmente a música mas caem na hipocrísia a não julgarem o cinema do ponto de vista cinematográfico, e a literatura do ponto de vista literário. Até ai eu concordo com vc. Mas não estou afirmando que anita é pior ou melhor que nada, assim como paulo coelho, isso é pessoal e subjetivo, e o máximo que dá pra julgar são detalhes técnicos que pouco importam para a liberdade de decisão das pessoas. Inclusive, não estou dizendo meu gosto pessoal sobre esses icones, estou focando na parte ética da coisa. Você deixou a transparecer que não gosta desses icones. O que é um direito seu, mas irrelevante para medir a qualidade e nível artistico.

A música deixou de ser arte há muito tempo... mas é dolorido para nós músicos aceitarmos isso.
eu digo apenas não.


Mas sim cara, eu entendi seu ponto de vista, acho que é bem por ai mesmo, a gente não pode ser hipócrita,a gente precisa saber diferenciar gosto pessoal de qualidade, e etc.. Não estou te críticando em nenhum comentário, só discutindo idéias, espero não passar uma impressão negativa para ti. Eu só não gostei da forma que vc deixou transparecer o Seu gosto pessoal disfarçado de verdade. Mas respeito vc não gostar de algumas coisas, vc tem esse direito.

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# dez/14
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entamoeba
Cara, estou com preguiça de te dar uma resposta digna e com todo o meu raciocínio, mas vou resumir dizendo que nada tem a grandeza que pensam que tem, o ser humano é um animal "bobo" que faz algumas coisas bonitas e tenta elevar tudo a nível sublime. E ainda mais "bobos" são os que veem essas coisas bonitas e acreditam que elas são sublimes.

Pra mim a Arte Toda é críticavel, e passivel de erros, muitos erros, onde Tudo se torna Equivalente a Tudo. Não consigo engolir essa idéia de coisas claramente melhores que outras de forma Absoluta. O Universo É Relativo. Tudo é questão de pespectiva.

Algo que concordo com vc é sobre a liberdade forjada, onde as pessoas são induzidas a terem preferências, Mas, o que é certo para reverter isso é as pessoas se abrirem para Tudo, e depois selecionar o que elas Gostam mais, e não se enfiar de cabeça em coisas que não lhe despertam nada, apenas por paradigma cultural ditando que aquilo é melhor.

Enfim, estou de saco cheio desse assunto, muita coisa pra escrever, muitas idéias, muitas variáveis, tenho preguiça de escrever muito.

Mas só tente não Pensar que a Verdade absoluta está bem na ponta da sua lingua ou dedos, porque provavelmente ela não esta. rsrs. E não, isso não foi uma crítica. Só uma reflexão, que faço comigo o tempo todo inclusive. Enfim..

entamoeba
Membro Novato
# dez/14
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Wuju Wu Yi
O Universo É Relativo

É? Sei não, hein?!

tenho preguiça de escrever muito.

É um bom exercício! rs


Não tô procurando "melhor" e "pior" absolutos ou dizer que há arte acima de qualquer crítica. Longe disso... só não estou disposto a chutar o balde e jogar Beethoven e o hino do Flamengo executado com arrotos na mesma vala!

A gente sabe que tem diferença! Só que tem muito neurônio pra queimar até que possamos encontrar caminhos para clarificar essas diferenças!

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# dez/14
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entamoeba
É? Sei não, hein?!
creio que sim cara. claro que deve ter uma verdade máxima, mas falando de verdades humanas...

É um bom exercício! rs
eu sei. rs mas ai tenho que decidir entre fazer outras coisas e escrever, e acabo querendo fazer outras coisas, mas certamente é um bom exercício. Eu gostaria de "gostar" de escrever mais. Tipo, ficar horas, como escritores.

Não tô procurando "melhor" e "pior" absolutos ou dizer que há arte acima de qualquer crítica. Longe disso... só não estou disposto a chutar o balde e jogar Beethoven e o hino do Flamengo executado com arrotos na mesma vala!

A gente sabe que tem diferença! Só que tem muito neurônio pra queimar até que possamos encontrar caminhos para clarificar essas diferenças!


Pois é, eu entendo você. Eu também não estou dizendo que não se pode ter preferências, achar gêneros melhores que outros, e etc.., mas o duro é quando o joãozinho fala mal do que o pedrinho gosta, e entra a mariazinha na discussão pq ela não gosta de nenhum dos dois, etc.. então melhor é sempre ter em mente que gosto não se discute, só se respeita. isso se ele for benigno claro. rs

Discussão é sempre bem vinda, claro, mas quando chega em impásses, pontos de discordia, e etc.. e acontece muito nesse tipo de discussão.. é melhor impor uma máxima onde todos saem ganhando.

Eu tenho meus gostos pessoais, eu sei o que considero melhor que o que, mas sei que isso é devido ao que eu conheço e vivenciei, e não pela verdade em si. Então não vou sair acusando as coisas de serem ruins, mesmo supondo que eu ache, pq no fundo, bem no fundo mesmo, não tenho base pra isso. tendo ser humilde nesse sentido.

Quando eu era mais novo, tinha aversão a samba e música sertaneja. hoje vejo que eu era bobo, e me envergonho e me arrependo disso.

Acho que nos tornamos pessoas melhores se evitarmos o preconceito, a discriminação, etc... ainda mais em música que é algo tão benigno.

shoyoninja
Veterano
# dez/14
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Usar a SUBJETIVIDADE como um coringa é uma arapuca!!! Basta uma questão apertar os neurônios do sujeito que a tal da subjetividade leva a culpa. A prima mendiga da subjetividade é o GOSTO e o que justifica o gosto é a LIBERDADE. Essa última é mãe ideológica de uma penca de crendices parvas.

Mas subjetividade é coringa, é opinião pessoal, e só.

Música, do ponto de vista objetivo:


Mas eu não gosto.

Você pode tentar justificar meu gosto por vários parâmetros, como por exemplo por que eu não estou habituado aos intervalos usados. Tenho consciência disso, mas continuo não gostando.

rcorts
Veterano
# dez/14
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entamoeba
rcorts
Quem determina O QUÊ é arte?

Quem determina o que é cachorro?


Cara, só de vc supor que essa segunda pergunta pode ter qualquer relação lógica com a primeira eu já desisti de dialogar com você. Bom dia.

rcorts
Veterano
# dez/14
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Wuju Wu Yi
A parte da capa do livro.. haha!

He he... alguém pode ler esse meu comentário e pensar que eu sou um cara das exatas criticando as humanas, mas o bom e velho arquétipo não se aplica, pois minha formação foi exatamente na área de humanas.

Lelo Mig
Membro
# dez/14 · Editado por: Lelo Mig
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shoyoninja

Sobre Curtis Roads

Vou falar uma coisa aqui que vai chover paulada.......mas tudo bem, eu aguento.

No final da década de 40, começaram a surgir estes "músicos cientistas" ou "músicos físicos quânticos" ou "músico jedi gastroenterologista" e etc. Isso é um porre.

Este negócio de música granular, música de síntese pulsar e etc, estas composições feitas à partir de equações matemáticas e/ou programas de computador.... cara, isso é uma bosta.

Neguinho estuda em Harvard, faz teses complicadíssimas, teorias mirabolantes com conceitos físicos e matemáticos que ninguém entende, para justificar suas composições cheias de ruídos e sons sem concordância onde o resultado é essa merda? Uma composição "matematicamente complexa" cujo o resultado final soa tão aleatório e caótico, que acaba ficando singelo como colocar um neném num pianinho ou dar uma metralhadora a um macaco.

Música é resultado. Se ela é chata, desconexa e pobre, não venha justificar o resultado infantil com cálculos matemáticos.

Obs: Não vou entrar no mérito da importância de existir este tipo de músico, da importância de suas pesquisas e etc. Esse é um outro ponto.

O que crítico é o cientista musical soar de forma tão ingênua e um analfabeto musical fazer música de gente grande:



shoyoninja
Veterano
# dez/14 · Editado por: shoyoninja
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Lelo, pois é, eu acho uma bela merda (Curtis Roads) também. Não me diz nada.

Mas, tem gente que acha um espetáculo.


Que critério se usa para fazer "juízo estético" desse negócio?

rcorts
Veterano
# dez/14
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shoyoninja
Que critério se usa para fazer "juízo estético" desse negócio?

Receita:

um cigarro de maconha;
uma pedra de crack;
uma seringa de heroína;

kkkkk...

Julia Hardy
Veterano
# dez/14
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Wuju Wu Yi

todo mundo certamente puxa sim, mas julgo mente aberta quem consegue apreciar ou respeitar uma grande quantidade de coisas e críticar só o necessário.


Eu tb. Só acho que certas coisas não dá pra relativizar.

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# dez/14
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rcorts
Talvez até por estar dentro do grupo, vc se foque no que é importante e até se cansou de mimimi. kkkk!

shoyoninja
Lelo Mig
eu curti esse sozinho ai, mas por 2 motivos. Primeiro porque me lembra um joguinho phantastico que acabei de zerar o 1 e o 2: Mass Effect, e coisas sci-fi em geral, que eu curto. E segundo porque foi feito em 1994, e nasci nesse ano, e tenho uma tendencia supersticiosa a me forçar a gostar de coisas de 1994. kkkk. (mas não gostei da hora que aumentou o volume, quase explode meus tímpanos).

Julia Hardy
:)

Talli95
Membro Novato
# dez/14 · Editado por: Talli95
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Eu tô com preguiça de ler tudo e nem li tudo. Mas nem toda a música cheia de nheco nheco, staccato e sei lá das quantas vai ter sentimento. Sim, porque a essência da música é sentimento. Não importa se tu usar toda a tecnica do mundo sem sentir. Mas quando é aquela simples, com poucas notas que cumpre o seu papel, cantada com aquela expressão: ah eu sinto o que ele quer dizer com isso. É encantador. É tipo aquele trecho de música (Amor I love you, amor I love you, amor I love youuuu (8) ) Ela é simples, mas ao mesmo tempo tão verdadeira. Então, é isso. É tipo aquela música de duas notas (duas notas?) do tubarão chegando. Ela só é tãn tãn tãn tãn tãn o tempo inteiro. Mas toda vez que toca, você sabe exatamente o que significa !

Casper
Veterano
# dez/14
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Caros Lelo Mig,shoyoninja,rcorts:

Eu consigo achar muita coisa interessante nos gêneros
que os senhores menosprezaram (música concreta,
minimalista, eletroacústica etc). Se não me engano o
termo granular não se aplica ao tipo de música, mas ao
método de síntese de som, portanto pode-se ter
qualquer gênero utilizando-o.

Menosprezar esses gêneros baseado em uma amostra
finita é um erro grave, certamente.

Caro Lelo Mig:

...estas composições feitas à partir de equações matemáticas e/ou programas de computador....

Pois bem. Bach utilizou exatamente esses métodos, mesmo que de
forma intuitiva, quando criou seus cânones. O contraponto, nesse
tipo de composição, é criado pela manipulação do tema, que entra
em tempos, assinaturas, de trás para frente etc e se junta ao
tema principal. O que rege o comportamento do contraponto é
uma regra, ou de outra forma, um algoritmo matemático.

Não tenho como não dizer que não são obras maravilhosas,
e desafio qualquer um a uma audição, e que venha posteriormente
com um bom argumento que diminua a obra em qualquer aspecto.

Lelo Mig
Membro
# dez/14 · Editado por: Lelo Mig
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Casper

Curioso é que Bach usou de "forma intuitiva" como vc diz e só fez obra prima.
No entanto, desde a "moda" deste tipo de composição nos anos 30 prá frente, não há uma só obra de grande relevância, na verdade só merda.

Eu até gosto de algumas coisas de Edgar Varèse, Stockhausen, Iannis Xenákis e etc., mas a maioria força demais neste conceito de "fazer música com ciências", e ainda que goste de algumas obras, nenhum serve prá lavar a cueca de Bach.

E, Curtis Road, em especial, assim como alguns outros que prefiro não citar nomes para não gerar polêmica, prá mim nunca passou de um enganador.

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