Lelo Mig
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# jan/15
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fernando tecladista
"você não faz ideia do que foi a caganeira do sertanejo nos anos 90"
entamoeba
"Nos anos 90 as pessoas tinham vergonha de ouvir sertanejo..."
Ambos estão corretos em seu ponto de vista, mas é melhor precisar um pouco o cenário da época, para que os mais jovens não tenham uma visão distorcida.
Até o início dos 80, sertanejo não atingia a classe média/alta urbana. Mas assim como a chamada MPB Brega, era sucesso entre a classe pobre, nos campos e em alguns redutos.
Prova disso é que Milionário & Zé Rico já estavam milionários e ricos...rs, e até filme para cinema fizeram nos anos 70. Amado Batista, por muitos anos foi o maior vendedor de álbuns do Brasil (batendo Roberto Carlos várias vezes) e Odair José (sim, ele mesmo) é, por incrível que pareça, um dos compositores mais censurados pela ditadura militar, junto com Chico Buarque e Taiguara. Todos eles gravavam pelas grandes gravadoras, as "majors". Só não tocavam em "FM".
Foi justamente por perceber estes números gigantescos e pela esperteza de Chitãozinho e Xororó, que perceberam que aquela "roupagem" de boiadeiro não colava nos centros urbanos e investiram numa sonoridade mais country/pop, com direito a guitarras e teclados, que o sertanejo entrou.
O sucesso de Chitão & Xororó, abriu a porta para uma leva de duplas, as FMs passaram a tocar, e assim como ironiza Lulú Santos, o Brasil ficou parecendo uma "Guadalajara" dos anos 50, porque, nesta música sertaneja, ainda eram muito presentes a influência das guarânias, harpas paraguaias e trumpetes.
Mas, claro, o Rock Brazuca dominava o cenário. Então, é óbvio que há um "ranço" de ciúmes nas palavras de Lulú.
Afinal, o Rock Brazuca passou a dividir nas rádios, TV e shows, um espaço que antes eram só deles.
E sejamos honestos, ninguém queria perder a coroa.
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