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ana cris. Veterano |
# out/08
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eduardo_du Ah, de tarde eu estudo, terças e quinta a noite eu tenho inglês, o tempo que me sobra dou aulas de inglês no CCAA, me convidaram esse ano, fiquei surpresa mas foi legal, passei nos exames e tal. Eu sou adiantada na escola, mas sempre que me perguntam eu digo que AINDA estou no segundo ano, então esse ano faço vestibular pra física, se passar talvez já começe sem fazer o terceiro :) É mais ou menos isso meu dia-a-dia.
Na verdade, lótus é o nome de uma flor aquática muito linda e eu acho lindo o nome, não sei exatamente porque usei como título desse poema... Sei lá, eu ando muito triste ultimamente, já não escrevo como antes, devo estar me isolando do mundo. E sabe de uma coisa? Seus poemas são lindos, tem alguma coisa neles que atraem os meus olhos, sinto vontade de ler.
Uhm, solitária sou eu! "Eu abri meu coração, como se fosse um motor E na hora de voltar, sobravam peças pelo chão." um Beijo.
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EnrickAlves Veterano |
# out/08 · Editado por: EnrickAlves
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ana cris. Sabe uma coisa que eu aprendi esses dias (pode te ajudar a ter mais idéias para criar poemas, e é o que eu espero).
"Há mais que o simples ser em cada coisa....." Reflete um pouco sobre essa frase, pelo menos quando eu fiz isso minha visão poética aumentou...
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MauricioBahia Moderador |
# out/08
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Frágil
Sincera e frágil. A vida que me deram. A sombra que me segue. Seu olhar inevitável. A chuva que me cerca. A cerca do seu quintal. Que voou na ventania. E perdeu-se para sempre.
Sincera e frágil. Sua voz serena. O sereno da madrugada. E o balanço das árvores. O quebrar das ondas. Qualquer beijo seu. A imensa paixão. A paz que me causou.
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MauricioBahia Moderador |
# out/08
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Esqueça
Estar presente. É necessário estar. Ser presença de espírito. Carne e osso maciço. É isso, é assim, é preciso. Como fonte que jorra na fogueira. Jasmim que nasce em trepadeira. Em precipícios dá vertigens. Queima como fuligem de lareira. Que acende a noite inteira. Amedronta e adormece. Por ser gigante, estremece. De carinhos se envaidece. E o que há de ontem, Que não merece, Por ser amor. Tudo esquece.
Abs a todos!!!
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eduardo_du Veterano |
# out/08
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ana cris. Ana, não sei porquê, pode ser cisma minha, mas acho que sei teu desalento. Eu gosto de falar das pessoas, do mundo em meus poemas Ana, gosto de falar sobre a inocência e pureza da putrefação dos sentidos nossos. É um como se tivéssemos infinitas corcovas furadas. Somos sedentos, e a arte de beber muitas vezes engole sem sentir na língua o gosto da vida, do amor.
É isso o que me leva a escrever, hoje.
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eduardo_du Veterano |
# out/08 · Editado por: eduardo_du
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ana cris. Que legal, eu sempre quis falar inglês fluentemente. Mas vou me dedicar primeiro ao grego e latim. Eu faço vestibular pra filosofia mês que vem na estadual, e em dezembro na federal. Beijo.
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eduardo_du Veterano |
# out/08
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MauricioBahia Cara que lindos os teus poemas! Tá de parabéns Mauricio, e seja bem vindo, teus poemas serão assiduamente lidos por mim. Abraço.
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MauricioBahia Moderador |
# out/08 · Editado por: MauricioBahia
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eduardo_du
Obrigado!
Vou começar a ler as poesias da galera e participar mais do tópico!
Abs
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eduardo_du Veterano |
# out/08 · Editado por: eduardo_du
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Outrora.
Dentro do caule cégo, Reza por luz a águia. Absolve-se do todo, Binóculo teleguiado. Absorve, depois morre, A luz da fotossíntese. Floresce e grita: O que me fica?!
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ana cris. Veterano |
# out/08
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eduardo_du Filosofia *-* Deve ser um curso bem interessante! Mas nada me faz não amar física em primeiro lugar!
Hoje quero escrever, e vou! Posto depois pra você. Obrigada, um Beijo!
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ana cris. Veterano |
# out/08
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Formidável Escampar
Agora vês meu dilema Insolúvel, incansável Na malícia sem fim, deleita Sim, foste um, foste único Mas agora vês meu sofrer Infinito, interrupto, indispensável
Então, entendes, meu olhar Sombrio, aos teus olhos Debaixo da chuva a molhar Descanso-me, detesto-me Pois das tuas mãos escorrego
Deixe-me ver a verdade Dê-me me tua boca e se renda Expanda horizontes vastos Atrás de espelhos planos Esqueça-te até mesmo dos pássaros Que não cantam em minha janela.
(Escampar – Serenar (o tempo); deixar de chover)
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ana cris. Veterano |
# out/08
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eduardo_du Muito lindo teu verso. E, olha, quem diria, consegui escrever um nova poesia. Espero que goste!
Tenha um bom dia! Beijo :)
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eduardo_du Veterano |
# out/08 · Editado por: eduardo_du
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ana cris. Ficou lindo Ana, tomara que tu melhore... Eu não gostei do meu último verso, ficou fraco. Beijo, obrigado e tenha você um ótimo.
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ana cris. Veterano |
# out/08
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eduardo_du Também não gostei muito do último verso... mas foi o que saiu :) Obrigada, até mais.
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POSITIVE Veterano |
# out/08
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Vontade de que o amanhã nasça mais do que colorido Que raios não sejam somente os do sol Mas também os do seu sorriso.
E que a noite a única luz não seja somente a do Luar Porque não existe brilho maior que o do seu olhar.
Ass: brega from hell.
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ana cris. Veterano |
# out/08
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POSITIVE Gostei desses versos! São seus?
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eduardo_du Veterano |
# out/08
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POSITIVE Sinceros, gostei cara.
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eduardo_du Veterano |
# out/08 · Editado por: eduardo_du
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ana cris. Você tenque me ensinar a escrever sonetos :/ Eu tenho medo de tentar e não conseguir. Beijo.
O QUE SÃO OS POEMAS, SONETOS, A POESIA EM SÍ PARA VOCÊS AMIGOS(AS)? Sei que soa clichê a pergunta, mas é proposital para as respostas não o serem. Abraços.
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ana cris. Veterano |
# out/08
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eduardo_du Escrever soneto te prende muito a regras! Mas o básico é: dois quartetos e dois tercetos que rimem e decassílabos... o resto é com você! A desvantagem é o limite, mas sonetos são muito bonitos! Boa sorte, eu sei que você consegue! Beijão ;*
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cuma Veterano |
# out/08
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A tristeza é a descoberta de que não passava de vaidade A incerteza é a solução de alguém que não dispõem-se enxergar a maldade A solução Uma união Entre entrega e batalha Entre faca e navalha Entre beijo e rancor Lágrimas e amor.
Mais uma das farofadas que eu escrevo hahaa.
eduardo_du
Legal ter conversado com tu cara no msn, flws
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ana cris. Veterano |
# out/08
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cuma Então, né, eu ainda estou viva! Saudades, Marcelo, demais! Eu tenho acumulado coisas pra te contar... E eu adorei o teu verso, espero um dia poder ler meu poema 'perdido' :) um Beijão. Adoro você!
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POSITIVE Veterano |
# out/08
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ana cris. Gostei desses versos! São seus?
Muito Obrigado! São sim hehe, estava tentando alguma coisa, aí do nada saiu isso.
eduardo_du Sinceros, gostei cara.
São bem sinceros, obrigado!
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ana cris. Veterano |
# out/08
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POSITIVE É assim mesmo, a gente começa escrevendo como quem não quer nada e descobre o que pode fazer. "Cada palavra é um tiro, e eu tenho muita munição" :) Bem vindo!
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ana cris. Veterano |
# out/08
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eduardo_du Ana, não sei porquê, pode ser cisma minha, mas acho que sei teu desalento. Eu gosto de falar das pessoas, do mundo em meus poemas Ana, gosto de falar sobre a inocência e pureza da putrefação dos sentidos nossos. É um como se tivéssemos infinitas corcovas furadas. Somos sedentos, e a arte de beber muitas vezes engole sem sentir na língua o gosto da vida, do amor. Quero que um dia me conte o que é.
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ana cris. Veterano |
# out/08
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cuma
QUANDO ACORDEI
Pensar, que em certa manhã Aprendi a razão de tudo De que adianta tanto estudo E depois descobrir que a vida É bem mais complexo que minha filosofia vã
Vejo, que apreciar o que tenho É reavivar um velho sonho é romper a cerca entre a mentira e a verdade entre a ilusão e a realidade
Enfim, percebo, quanta felicidade possuo E quanto mais a desprezo Mais ela vem a mim E agora vejo que cada vez mais O que era um deserto, se torna um jardim
Quando acordei Um sonho recomecei Os meus erros aceitei E a mim mesmo perdoei.
Olha o que eu encontrei :) Um lindo poema seu, pato!
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cuma Veterano |
# out/08
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ana cris.
mtas saudades suas, to loco pra gente conversar......adoro vc querida, Bjosss!!
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ana cris. Veterano |
# out/08
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O Corvo de Edgar Allan Poe
Em certo dia, à hora, à hora Da meia-noite que apavora, Eu caindo de sono e exausto de fadiga, Ao pé de muita lauda antiga, De uma velha doutrina, agora morta, Ia pensando, quando ouvi à porta Do meu quarto um soar devagarinho E disse estas palavras tais: "É alguém que me bate à porta de mansinho; Há de ser isso e nada mais."
Ah! bem me lembro! bem me lembro! Era no glacial dezembro; Cada brasa do lar sobre o chão refletia A sua última agonia. Eu, ansioso pelo sol, buscava Sacar daqueles livros que estudava Repouso (em vão!) à dor esmagadora Destas saudades imortais Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora, E que ninguém chamará jamais.
E o rumor triste, vago, brando, Das cortinas ia acordando Dentro em meu coração um rumor não sabido Nunca por ele padecido. Enfim, por aplacá-lo aqui no peito, Levantei-me de pronto e: "Com efeito (Disse) é visita amiga e retardada Que bate a estas horas tais. É visita que pede à minha porta entrada: Há de ser isso e nada mais."
Minhalma então sentiu-se forte; Não mais vacilo e desta sorte Falo: "Imploro de vós - ou senhor ou senhora - Me desculpeis tanta demora. Mas como eu, precisando de descanso, Já cochilava, e tão de manso e manso Batestes, não fui logo prestemente, Certificar-me que aí estais." Disse: a porta escancaro, acho a noite somente, Somente a noite, e nada mais.
Com longo olhar escruto a sombra, Que me amedronta, que me assombra, E sonho o que nenhum mortal há já sonhado, Mas o silêncio amplo e calado, Calado fica; a quietação quieta: Só tu, palavra única e dileta, Lenora, tu como um suspiro escasso, Da minha triste boca sais; E o eco, que te ouviu, murmurou-te no espaço; Foi isso apenas, nada mais.
Entro co'a alma incendiada. Logo depois outra pancada Soa um pouco mais tarde; eu, voltando-me a ela: Seguramente, há na janela Alguma coisa que sussurra. Abramos. Ela, fora o temor, eia, vejamos A explicação do caso misterioso Dessas duas pancadas tais. Devolvamos a paz ao coração medroso. Obra do vento e nada mais."
Abro a janela e, de repente, Vejo tumultuosamente Um nobre Corvo entrar, digno de antigos dias. Não despendeu em cortesias Um minuto, um instante. Tinha o aspecto De um lord ou de uma lady. E pronto e reto Movendo no ar as suas negras alas. Acima voa dos portais, Trepa, no alto da porta, em um busto de Palas; Trepado fica, e nada mais. Diante da ave feia e escura, Naquela rígida postura, Com o gesto severo - o triste pensamento Sorriu-me ali por um momento, E eu disse: "Ó tu que das noturnas plagas Vens, embora a cabeça nua tragas, Sem topete, não és ave medrosa, Dize os teus nomes senhoriais: Como te chamas tu na grande noite umbrosa?" E o Corvo disse: "Nunca mais." Vendo que o pássaro entendia A pergunta que lhe eu fazia, Fico atônito, embora a resposta que dera Dificilmente lha entendera. Na verdade, jamais homem há visto Coisa na terra semelhante a isto: Uma ave negra, friamente posta, Num busto, acima dos portais, Ouvir uma pergunta e dizer em resposta Que este é o seu nome: "Nunca mais." No entanto, o Corvo solitário Não teve outro vocabulário, Como se essa palavra escassa que ali disse Toda sua alma resumisse. Nenhuma outra proferiu, nenhuma, Não chegou a mexer uma só pluma, Até que eu murmurei: "Perdi outrora Tantos amigos tão leais! Perderei também este em regressando a aurora." E o Corvo disse: "Nunca mais." Estremeço. A resposta ouvida É tão exata! é tão cabida! "Certamente, digo eu, essa é toda a ciência Que ele trouxe da convivência De algum mestre infeliz e acabrunhado Que o implacável destino há castigado Tão tenaz, tão sem pausa, nem fadiga, Que dos seus cantos usuais Só lhe ficou, na amarga e última cantiga, Esse estribilho: "Nunca mais." Segunda vez, nesse momento, Sorriu-me o triste pensamento; Vou sentar-me defronte ao Corvo magro e rudo; E mergulhando no veludo Da poltrona que eu mesmo ali trouxera Achar procuro a lúgubre quimera. A alma, o sentido, o pávido segredo Daquelas sílabas fatais, Entender o que quis dizer a ave do medo Grasnando a frase: "Nunca mais." Assim, posto, devaneando, Meditando, conjecturando, Não lhe falava mais; mas se lhe não falava, Sentia o olhar que me abrasava, Conjecturando fui, tranqüilo, a gosto, Com a cabeça no macio encosto, Onde os raios da lâmpada caiam, Onde as tranças angelicais De outra cabeça outrora ali se desparziam, E agora não se esparzem mais. Supus então que o ar, mais denso, Todo se enchia de um incenso. Obra de serafins que, pelo chão roçando Do quarto, estavam meneando Um ligeiro turíbulo invisível; E eu exclamei então: "Um Deus sensível Manda repouso à dor que te devora Destas saudades imortais. Eia, esquece, eia, olvida essa extinta Lenora." E o Corvo disse: "Nunca mais." "Profeta, ou o que quer que sejas! Ave ou demônio que negrejas! Profeta sempre, escuta: Ou venhas tu do inferno Onde reside o mal eterno, Ou simplesmente náufrago escapado Venhas do temporal que te há lançado Nesta casa onde o Horror, o Horror profundo Tem os seus lares triunfais, Dize-me: "Existe acaso um bálsamo no mundo? "E o Corvo disse: "Nunca mais." "Profeta, ou o que quer que sejas! Ave ou demônio que negrejas! Profeta sempre, escuta, atende, escuta, atende! Por esse céu que além se estende, Pelo Deus que ambos adoramos, fala, Dize a esta alma se é dado inda escutá-la No Éden celeste a virgem que ela chora Nestes retiros sepulcrais. Essa que ora nos céus anjos chamam Lenora!" E o Corvo disse: "Nunca mais." "Ave ou demônio que negrejas! Profeta, ou o que quer que sejas! Cessa, ai, cessa!, clamei, levantando-me, cessa! Regressa ao temporal, regressa À tua noite, deixa-me comigo. Vai-te, não fica no meu casto abrigo Pluma que lembre essa mentira tua, Tira-me ao peito essas fatais Garras que abrindo vão a minha dor já crua." E o Corvo disse: "Nunca mais." E o Corvo aí fica; ei-lo trepado No branco mármore lavrado Da antiga Palas; ei-lo imutável, ferrenho. Parece, ao ver-lhe o duro cenho, Um demônio sonhando. A luz caída Do lampião sobre a ave aborrecida No chão espraia a triste sombra; e fora Daquelas linhas funerais Que flutuam no chão, a minha alma que chora Não sai mais, nunca, nunca mais!
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ana cris. Veterano |
# out/08
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eduardo_du Por onde anda você? Sinto sua falta :)
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eduardo_du Veterano |
# out/08 · Editado por: eduardo_du
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ana cris. Se me perguntar por onde andei, no tempo em que você sonhava... De olhos abertos te direi, amigo eu desesperava... A tua pergunta me lembrou um trecho de uma música do Belchior... :) Também senti, eu desapareço nos fins de semana! Ah! e vivenciei ótima sexta-feira! Fiquei sozinho em casa, compramos uma vodka no intervalo de meus estudos, tomamos após aqueles em casa, vários amigos e dvd's de bandas... Quando tocou Ramones, embriagados, pogávamos em roda punk, no meio do sala, recitávamos Vinicius de Moraes em alta e branda voz, depois ainda nos arriscamos a algumas garrafas de cerveja, servidas aos lábios sem copo algum, foram-se os amigos para suas respectivas casas, e eu acordei na minha que já estava, sem saber como. Boa sexta-feira, abraço de retirada aos tempos que nós sabíamos não voltaríam, não teriam e temiam. Eu queria te contar isso :) Abraço e beijo, Ana.
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eduardo_du Veterano |
# out/08
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ana cris. E putz! Magnífico poema o que tu postou.
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