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Alexandre Lavignoso Veterano |
# abr/11 · Editado por: Alexandre Lavignoso
Irei entrar no estudo violento de campos harmônicos, mas antes eu preciso tirar algumas dúvidas, sei que para entender plenamente esse assunto é preciso que se tenha em mente intervalos, escalas modos gregos etc...
Então vamos seguir o raciocínio. A) Tonalidade:
É o fenômeno harmônico que reguem a formação das escalas. É um sistema de sons baseados nas escalas maiores, menor harmônica, menor melódica e menor natural. Ao ouvir uma escala observe que os sentidos das notas repousam em certos graus, devido a atrações que uns exercem sobre os outros. O repouso absoluto é feito no I grau (função Tônica), centro de todos os movimentos.
B) Tom:
É a altura onde se realiza a tonalidade, já que existe uma série de tons em diferentes alturas. Por exemplo: se a tônica de uma música for a nota Lá, quer dizer que a tonalidade se realiza no tom de Lá (maior ou menor).
Como se vê, filosoficamente existe diferença entre tonalidade e tom. Na pratica, porém, eles se confundem, tendo o mesmo significado. Exemplo: tonalidade de Ré maior ou tom de Ré maior.
C) Modos gregos:
Mantendo as mesmas notas de uma escala qualquer, e mudando os intervalos de lugar teríamos uma nova escala, pois os novos intervalos serão alterados, ou seja, podemos chegar à conclusão que se a escala tem 7 notas, então eu posso ter 7 escalas diferentes, com as mesmas notas. Sabendo disso deu - se nomes para tais mudanças que são os chamados modos gregos .
D) Modo:
Modo é a maneira pela qual se constrói uma determina escala, ou seja, se dissermos que estamos em um modo maior, significa que esta obedece a uma escala maior, e não que desta se constrói uma outra classificação interválica de uma mesma escala.
Então a 1ª pergunta é, porque trabalhar com modos Gregos?
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Gaiteiro15 Veterano |
# abr/11
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Então a 1ª pergunta é, porque trabalhar com modos Gregos?
Sonoridades diferentes e estilo.
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LeandroP Moderador |
# abr/11
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Alexandre Lavignoso
Dê uma lida: http://forum.cifraclub.com.br/?action=busca&ordenacao=1&q=modos+gregos &boolean=1&forum3=1&forum4=1
Tem muita coisa sobre o assunto.
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Alexandre Lavignoso Veterano |
# abr/11
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Beleza, agora a segunda pergunta: O que são funções harmônicas? tem alguma coisa relacionada com isso?
1º Grau Tônica 2º Grau Supertônica 3º Grau Mediante 4º Grau Subdominante 5º Grau Dominante 6º Grau Superdominante 7º Grau Sensível
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LeandroP Moderador |
# abr/11
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Alexandre Lavignoso
O que são funções harmônicas?
Uma função diatônica ou simplesmente função, na música tonal, é o papel específico e reconhecido de cada nota e acorde em relação à tonalidade.
Se pudéssemos eleger alguém para ser o precursor daquilo que chamamos "Harmonia Funcional" este seria Jean Philippe Rameau. Sua obra teve como adeptos e seguidores diversos músicos contemporâneos e de gerações futuras, cujo um dos principais expoentes foi Hugo Riemann, que adaptou e inovou a teoria harmônica de Rameau, alterando e introduzindo novos princípios e conceitos, originando assim, em 1887, sua teoria funcional, criada para analisar a música tonal de uma maneira diferente daquela criada por Rameau. A importância dos baixos dos acordes passam a dar lugar as funções tonais de tônica (estável), dominante (instável) e subdominante (meio estável - ponte de ligação entre ambas).
Partindo desse princípio, os acordes que aparecem em uma determinda tonalidade podem ser interpretados como funções tonais ou variações dela (dominantes secundários, diminutos dominantes, acordes de empréstimo modal, entre outros), e não mais como modulações passageiras.
Essa teoria veio a ser publicada no Brasil pelo compositor, professor e musicólogo alemão, naturalizado brasileiro, Hans-Joachim Koellreutter.
Nos EUA, conforme o desenvolvimento dos gêneros popular e clássico, criou-se uma harmonia particular a cada estilo e começam a surgir novas idéias, baseadas nessa nova concepção de harmonia. A teoria funcional de Arnold Schoenberg, por exemplo, apresenta os conceitos de três funções tonais básicas: tônica (indica repouso/resolução), subdominante (indica afastamento da tônica) e dominante (indica tensão/direcionamento para a tônica).
No entanto, alguns livros e cursos lançados no Brasil carregam essa nova concepção de harmonia como harmonia funcional, que apesar da semelhança com Riemann, que analisa músicas eruditas européias, como Bach e Mozart, mantém o mesmo nome.
Livros de Harmonia funcional como o de Almir Chediak, tratam de harmonia funcional baseada em cifras e escalas modais, diferente de Riemann. No livro de Ian Guest (harmonia II), ele faz uma introdução as teorias das funções de Riemann, porém não cita fontes.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Funcionalidade_diat%C3%B4nica
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Alexandre Lavignoso Veterano |
# abr/11 · Editado por: Alexandre Lavignoso
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LeandroP Então na realidade quando agente está estudando campos harmônicos é mais importante 1º entender as funções harmônicas do que modos gregos certo? porque de acordo com as funções agente vai percebendo auditivamente a maneira pela qual se estabelece a relação tonal de cada nota e automaticamente determinar qual é o grau Tônico que está sendo desenvolvido cada escala.
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LeandroP Moderador |
# abr/11
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Alexandre Lavignoso
Perfeitamente!
Os modos revelam as tensões disponíveis pra cada grau (escala/acorde).
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Alexandre Lavignoso Veterano |
# abr/11 · Editado por: Alexandre Lavignoso
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Ok, terceira pergunta: Se eu estudar campos harmônicos e todas as matérias que estão envolvidas no assunto, eu serei capaz de transcrever qualquer música, exatamente como o compositor(a) a criou mesmo se eu só tiver o audio de um CD?
4ª Se eu for capaz de fazer isso, eu posso ser considerado um compositor?
5ª Porque que uma música pode ser composta dentro de mais de um campo harmônico, é verdade que uma música só pode ser composta com no máximo 4 campos?
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LeandroP Moderador |
# abr/11
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Alexandre Lavignoso
Somente os campos harmônicos não, mas já é um bom começo. Tem muito mais ao estudar harmonia. Depende também da sua percepção.
Já leus esses tópicos?
http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/72393/ http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/110544/ http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/85902/ http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/64422/ http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/44993/ http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/112788/ http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/47978/
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Alexandre Lavignoso Veterano |
# abr/11 · Editado por: Alexandre Lavignoso
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LeandroP Já li sim esses tópicos, é que pelo fato de estarem com uma carga muito grande de informações ficam o tanto quanto complicados para alguém como eu, que estudo por conta própria. Eu organizo meus estudos de acordo com o grau de dificuldade e também de importância, para que eu não fique perdido. Tipo tu sabes e eu sei que em música tudo está interligado e que cada assunto e cada matéria merece um determinado tipo de atenção e que devemos começar do inicio do mais simples para depois irmos introduzindo o mais complexo e tal.
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Alexandre Lavignoso Veterano |
# abr/11
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5ª Porque que uma música pode ser composta dentro de mais de um campo harmônico, é verdade que uma música só pode ser composta com no máximo 4 campos?
Fiz essa pergunta porque na nossa música a ocidental só existem 4 escalas principais as quais são construídos os Campos Harmônicos: Maior natural, Menor natural, Menor harmônica e Menor melodica certo?
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LeandroP Moderador |
# abr/11
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Não sei disso e jamais pensaria nisso também. O que me interessa é: se eu conheço as regras eu posso quebrá-las se for conveniente.
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Alexandre Lavignoso Veterano |
# mai/11
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Não sei disso e jamais pensaria nisso também. O que me interessa é: se eu conheço as regras eu posso quebrá-las se for conveniente.
O que é isso? Não faz sentido quebrar regras afinal você teve o trabalho para conhece - lá não?
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LeandroP Moderador |
# mai/11
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Alexandre Lavignoso
Não faz sentido quebrar regras afinal você teve o trabalho para conhece - lá não?
Você verá que faz sentido sim.
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Alexandre Lavignoso Veterano |
# mai/11
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LeandroP Você verá que faz sentido sim.
Tá pode ser, mas eu ainda não posso quebra - lás.
Agora já não tenho tantas dúvidas. Vlw.
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LeandroP Moderador |
# mai/11
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Alexandre Lavignoso
Eu não tinha lido essas perguntas: 4ª Se eu for capaz de fazer isso, eu posso ser considerado um compositor?
Não, mas poderia compor com as mesmas ferramentas que utilizou pra transcrever.
5ª Porque que uma música pode ser composta dentro de mais de um campo harmônico, é verdade que uma música só pode ser composta com no máximo 4 campos?
Eu não posso afirmar isso porque me falta este conhecimento. Eu vejo os tons nas armaduras de clave, nos acidentes. Por exemplo, uma música com 2 sustenidos na clave está no tom Ré maior/Si menor. Se for em Si menor e com base na menor melódica ou harmônica, eu escrevo o acidente só quando ele realmente aparecer na melodia ou harmonia. Vejo como maior ou menor.
Um outro exemplo em Ré menor. Se for uma melodia ou harmonia de um Ré dórico (menor), eu coloco apenas os acidentes da clave e só utilizo o acidente característico do modo quando ele aparecer - que neste caso desaparece porque Ré dórico não tem acidentes - uso a figura do bequadro sobre o VIº grau do Ré - nota Si. E se a música modular eu mudo a clave conforme o tom.
Alguém com conhecimento pode confirmar ou corrigir o que eu disse porque eu não tenho certeza sobre esses métodos.
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Alexandre Lavignoso Veterano |
# mai/11
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Tipo pra construir uma escala diatônica agente tem que usar intervalos diatônicos, ou seja, quando as alterações são formadas por notas diferentes. E também não se pode ter # e b na mesma escala.
Então na escala diatônica Natural a lei de formação é: T,T,S,T,T,T,S C,D,E,F,G,A,B Só que em C# ficaria C#,D#,E#,F#,G#,A#,B#
Mas em D# isso não estaria teoricamente correto né? D# F G G# A# C D
Como ficaria?
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AFSVilela Veterano |
# mai/11
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Alexandre Lavignoso Mas em D# isso não estaria teoricamente correto né? D# F G G# A# C D
Como ficaria?
Eb F G Ab Bb C D Eb
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LeandroP Moderador |
# mai/11 · Editado por: LeandroP
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Alexandre Lavignoso
Esta é a escala de D# maior:
D# - E# - F## - G# - A# - B# - C## - D#
Só não acho certo a armadura de clave com dobrado sustenido.
A alternatica seria como disse o AFSVilela, em Eb maior:
Eb - F - G - Ab - Bb - C - D - Eb
Enquanto a escala de D# tem 9 sustenido, a escala enarmônica em Eb tem apenas 3 bemóis... Bem mais simples pensar em Eb do que em D#.
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Alexandre Lavignoso Veterano |
# mai/11
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Ah é esqueci que existem 5 acidentes, então por isso que em geral cola - se o 8º grau só a título de referência e na prática quando executamos uma escala também temos que tocar a 8ª né.
Agora deixe - me ver se eu entende bem os assuntos aqui discutidos. Exemplo uma música está no Tom de G o campo harmônico será: G7M - Am7 - Bm7 - C7M - D7 - Em7 - F#m7(5b) Quando tá meio diminuto é a mesma coisa que m7 e quinta diminuta, ou só m com quinta diminuta?
Significa que essa tal música só poderá ter em sua melodia e harmônia esses acordes e essas notas? (Salvando que poderá ser alterada em altura quando necessário).
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Alexandre Lavignoso Veterano |
# mai/11
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Como que acontece a relação melódica dentro do campo harmônico?
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LeandroP Moderador |
# mai/11
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Alexandre Lavignoso Quando tá meio diminuto é a mesma coisa que m7 e quinta diminuta, ou só m com quinta diminuta?
Se for apenas a tríade menor com quinta diminuta, o acorde é diminuto. Quando entra o VIIº grau (o intervalo de 7a), então este tem que ser diminuto também (abaixa-se meio tom da 7a menor). Quando a 7a é menor, o acorde é "meio-diminuto". A tétrade diminuta depende da 7a ser diminuta também.
F# diminuto
tríade: F#dim ou F#° tétrade: F#dim7
F# meio diminuto tríade: não se aplica tétrade: F#m7(b5) ou F#ø
Significa que essa tal música só poderá ter em sua melodia e harmônia esses acordes e essas notas?
Claro que não. Você pode até se manter no tom se preferir, mas pode mudar de tonalidade mesmo que momentaneamente.
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LeandroP Moderador |
# mai/11
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Algumas progressões com acordes do campo harmônico de Sol maior:
G7M - Bm7 - C7M - D7
Bm7 - Em7 - Am7 - D7 - G7M
Am7 - D7 - G7M - Em7
Em7 - Am7 - D7 - G7M - C7M - G7M - Am7 - D7
Agora o que fazer quando acontecer uma coisa assim:
G7M - Bm7 - C7M - D7 - G7M - Bm7 - C7M - Cm7 - Bm7 - E7 - Am7 - D7
Notou algum acorde "estranho"?
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Alexandre Lavignoso Veterano |
# mai/11 · Editado por: Alexandre Lavignoso
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Então fudeu, tu tá me dizendo que isso F#m7(5b) significa três coisas. se eu for usar Tríade eu faço isso: F#m/5- (F#,A,C) Se for tétrade: F#m7/5- (F#,A,C,E) Ou isso F#m7-/5- (F#,A,C,Eb) O intervalo de 7ª MENOR diminuido de um semitom equivale a um intervalo de 6ª maior não?
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LeandroP Moderador |
# mai/11 · Editado por: LeandroP
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Alexandre Lavignoso Então fudeu, tu tá me dizendo que isso F#m7(5b) significa três coisas. se eu for usar Tríade eu faço isso: F#m/5- (F#,A,C) OK Se for tétrade: F#m7/5- (F#,A,C,E) Ou isso F#m7-/5- (F#,A,C,Eb) F#m7(b5) = F#, A, C e E
O F#dim7 = F#, A, C e Eb (note que neste caso não havia outra alternativa a não ser utilizar # e b juntos)
O intervalo de 7ª MENOR diminuido de um semitom equivale a um intervalo de 6ª maior não?
Sim. A 7a diminuta e a 6a maior são equivalentes. Por isso temos apenas 7a maior ou menor. O intervalo de 7a diminuta só pode aparecer em um acorde diminuto. Em qualquer outro acorde o intervalo é sempre de 6a maior.
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Alexandre Lavignoso Veterano |
# mai/11
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LeandroP Agora o que fazer quando acontecer uma coisa assim:
G7M - Bm7 - C7M - D7 - G7M - Bm7 - C7M - Cm7 - Bm7 - E7 - Am7 - D7
Notou algum acorde "estranho"?
O Cm7 e o E7. Não entendi porque esses entraram na parada, se tenho o C7M e Em7 porque eu usaria esses outros ai?
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Alexandre Lavignoso Veterano |
# mai/11
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LeandroP O F#dim7 = F#, A, C e Eb (note que neste caso não havia outra alternativa a não ser utilizar # e b juntos) Aqui seria F#m dim7. (F# Tônica, A terça menor, C Quinta diminuta, Eb Sétima diminuta)
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LeandroP Moderador |
# mai/11
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Alexandre Lavignoso Aqui seria F#m dim7. (F# Tônica, A terça menor, C Quinta diminuta, Eb Sétima diminuta)
Você acertou o nome das notas e dos intervalos, mas errou o nome do acorde.
Não existe acorde menor diminuto, portanto não pode ser F#m dim7. O certo é F#dim7.
O Cm7 e o E7. Não entendi porque esses entraram na parada, se tenho o C7M e Em7 porque eu usaria esses outros ai?
Ficaram feios?
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LeandroP Moderador |
# mai/11
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O Cm7 é do modo paralelo de G maior, que é o G menor. Perceba que o tom é o mesmo, o que mudou foi a tonalidade (na sua primeira postagem tem uma explicação sobre tom e tonalidade).
Então o Cm7 é o IVº grau de Gm7 (tonalidade paralela ao G maior) e daí a sua origem.
Indo ao assunto do tópico, aí está uma grande importância de se pensar nos modos, que no caso o modo apropriado pra este Cm7 é o modo dórico. Da mesma forma o acorde Bm7 aparece pela segunda vez, desta vez não está representado pelo frígio mas pelo dórico também, pois está exercendo uma função de subdominante (Bm7 - E7 - Am7).
O E7 é um dominante secundário, que prepara pro acorde Lá, seja ele maior ou menor... Neste caso está um Lá menor.
Veja que os modos agora passam a ter um valor maior do que uma simples inversão de escala... Era aqui que eu queria chegar com o meu lero-lero ;)
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Alexandre Lavignoso Veterano |
# mai/11
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Os modos gregos são uma espécie de inversões da escala maior. Se tocarmos a escala de dó maior, a partir da nota dó, teremos o modo dó jônio, que nada mais é do que a própria escala natural em seu estado fundamental (continuaremos com a configuração de T T ST T T T ST). Se tocarmos essa mesma escala a partir do segundo grau, a nota ré, teremos o modo ré dórico, e obteremos assim uma nova configuração de escala T ST T T T ST T (e conseqüentemente novos intervalos) :
D - E - F - G - A - B - C - D Se quisermos montar o modo de Dó Dórico, por exemplo, basta seguir esta seqüência de intervalos T ST T T T ST T a partir da nota dó:
C - D - Eb - F - G - A - Bb - C
Fudeu. Não entendo modos gregos. Porque a escala maior é composta por intervalos justos e maiores, significa que se está mudando as coisas então já não é mais a escala maior, nem outra maneira de escrevê - la.
Então não posso falar "vou construir o modo Dó dórico apartir da escala maior de Dó."
Eu tava entendo tudo só quando aparece modos que eu não entendo.
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