Por que a virtuosidade não me atrai mais?

Autor Mensagem
mordekinhas
Membro
# nov/15


Quando comecei a tocar guitarra, sempre quis desenvolver sweeps, aqueles padrôes irados e tudo que for ligado a fritação. Já faço aula a um tempinho e aprendi técnica e teoria, comecei a desenvolver o meu sweep(apesar de não estar 100%, ainda falta muito pra ficar direito), várias escalas, padrôes, vários licks, etc. Por um bom tempo o Kotzen, Gilbert e Petrucci foram minhas principais influências, porém, não me sinto mais a vontade fazendo isso, não me sinto músico! Eu toco algumas músicas do tipo e não me sinto como um guitarrista de verdade. Pô olha só o Dave Murray do Iron, os solos dele são repetitivos, só penta e algumas escalas junto e tudo com ligados e isso tudo pra mim soa muito mais foda do que as coisas que eu falei mais acima. Saudade da época em que ele era minha principal influência.

Um dia desses estava falando com um amigo meu sobre isso, ele disse que seria idiotice eu limitar o meu jeito de tocar, que eu aprendi tanta coisa pra nada!

Surgem ideias fodásticas na cabeça quando eu faço só uma penta estilo Murray, o feeling é mais evidente, eu realmente toco com a alma, me sinto aquele guitarrista de verdade. Apesar de saber mais ou menos, a virtuosidade não me atrai mais. Oque vocês acham? Já passaram por isso?

RafaelBernatto
Veterano
# nov/15 · Editado por: RafaelBernatto
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“A música deu origem a todas as técnicas que uso. Quando eu sento para aprender a tocar alguma coisa... não é porque eu quero aperfeiçoar uma técnica. É porque eu quero ouvir como uma ideia vai soar.”
~Pat Martino

[...] a aquisição de técnica por si só não é um caminho para musicalidade. A expressão é o que importa, sejam quais forem os meios. Se você quer passar horas e horas praticando sua técnica, o faça; por necessidade, todos nós precisamos passar um tempo nisto. Mas quão mais complicada a técnica, mais atenção sua mente precisará dar a ela. O foco aqui é tocar sem ter que pensar em técnica. O foco de todos deveria ser tocar com o espírito adequado.
Técnica é o que nos permite articular com eficiência e claridade. Mas primeiro precisamos de algo a dizer. Às vezes um músico com técnica imperfeita tem mais a dizer que um músico com técnica impecável.

~Philip Toshio Sudo, no livro Zen Guitar

Kallau
Veterano
# nov/15
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Acredito que o que o RafaelBernatto quer dizer com a segunda citação é o seguinte:

Como você próprio diz que sua técnica pra fritação não está 100%, talvez essa seja a causa de você não conseguir se expressar dessa fora.

Tocar mais lentamente, com calma, com clareza já de seu domínio, então você foca 100% de sua concentração e espírito pra expressar suas ideias. Já na fritação você precisa reservar uma parcela da sua concentração para que sua técnica saia de acordo com o que você deseja.

Acredito que com o tempo, você terá mais habilidade, desenvoltura e maior capacidade de colocar suas ideias em técnicas avançadas.

Podemos pegar B. B. King com exemplo. Ao longo do tempo ele foi sendo mais econômico com as notas, mas não por isso deixou de tocar com a alma e passar 100% do que queria.

É uma questão de mindset. Nosso mindset está configurado para que achemos que uma velocidade absurdamente alta seja sinal de qualidade e de um bom instrumentista, mas já cansei de ver inúmeros virtuoses da guitarra não despertar 5% do feeling e emoção que, por exemplo, Stevie Ray Vaughan ou o próprio B. B. King desperta em mim.

Acho que como músico, temos que aprender a saber nos expressar de todas as formas possíveis, mas como se expressar, vai depender do seu estilo e de como você QUER fazer isso.

RafaelBernatto
Veterano
# nov/15 · Editado por: RafaelBernatto
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Kallau

Acredito que o que o RafaelBernatto quer dizer com a segunda citação é o seguinte:
Como você próprio diz que sua técnica pra fritação não está 100%, talvez essa seja a causa de você não conseguir se expressar dessa forma. [ ... ]


Talvez... Acho que o importante pra ele nesse momento é não se preocupar em "ter que utilizar as técnicas"... Elas irão ser utilizadas quando forem necessárias...

...

É importante aprender técnica? Sim, claro... Principalmente se você quer tocar algum estilo... Mas a hora de compor... É a hora de se expressar... O importante é ter algo a dizer... E dizer da melhor maneira...

O que seria essa "melhor maneira"?... Acho que a palavra é "suficiente"... Nem longo nem curto, só o suficiente; nem notas demais nem de menos... Nem alto nem baixo...
O suficiente para você transmitir o que quer transmitir...


... É como aquele cara que aprendeu uma "palavra bonita" (complexa e pouco usada) e quer usar sempre que possível... Vão soar ridículas algumas vezes...


Lá vai citação: (rs)
Meus dedos nunca foram rápidos. . . Eu simplesmente aprendi mais com o que estava em minha mente do que estava em meus dedos. Há muito tempo eu aprendi que uma nota pode percorrer um longo caminho se for a nota certa, e irá provavelmente “chicotear” o cara com vinte notas.
-Les Paul


Se fosse pra eu dizer tudo que gostaria nesse momento eu teria que escrever um livro... Mas esse livro já foi escrito.. O link tá lá em cima...

Resumindo: Acho que mais importante que saber tocar uma técnica" é entender o que ela significa.

Ao escrever... por exemplo... Mais importante que saber várias "palavras difíceis" é ter sensibilidade para poder utilizá-las... Ter humildade para retirá-las quando necessário... Ter a destreza (que se consegue com treino) para apresentá-las corretamente... E por aí vai...

Kallau
Veterano
# nov/15
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RafaelBernatto

Mas foi exatamente isso que quis dizer.

Por ele não estar com a técnica 100%, ele não consegue se expressar de forma natural usando essa técnica, pois precisar se esforçar para que a técnica funcione da forma como deveria.

Como disse: Com o domínio dessa técnica, ele conseguirá expressar o que quer usando-a, mas não que seja necessário o domínio dessa técnica para tal.

De nada adianta falar mil palavras por minuto, se não for pra dizer algo que bata na alma, que desperte uma emoção ou sentimento.

RafaelBernatto
Veterano
# nov/15 · Editado por: RafaelBernatto
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Kallau

É que eu já tô pensando em outra coisa rsrsrs....

Não consigo concordar facilmente com essa ideia/fluxo de que quando ele dominar essas técnicas avançadas ele automaticamente estará habilitado a se comunicar através delas...

Às vezes... ou quase sempre, o "aprendizado" do "espírito" (sensibilidade) não acompanha o ritmo do corpo ou da mente, algum sempre aprende ou mais "cedo" ou mais tarde;

Por exemplo: Eu gosto de compor... E tenho músicas que nem consigo tocar... Mas me sinto confortável o fazendo... Eu "ouço" (na minha mente) e me soa certo.. correto... interessante... musical...

Não considero tão simples... essa relação/link... mente-corpo-"espírito"

mordekinhas
Membro
# nov/15 · Editado por: mordekinhas
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Acho que não me expressei direito: o problema não é muito a "velocidade" e sim ao uso exagerado de técnicas e escalas. Sempre quando vinha alguma ideia na cabeça eu tentava bolar umas firulas bem doidas em cima, tentava preencher com todo as técnicas e teoria que eu tinha em mente e, por fim, eu acabava perdendo a ideia, coisa que uma boa penta ou escala maior/menor e uns ligados não resolvesse. Não sei vocês mas quando comecei a entrar na teoria mais a fundo, comecei a ficar meio preso, como se a música tivesse "regras" a serem seguidas. A teoria é muito importante claro, mas o problema é que quando eu bolava alguma coisa, o feelling do momento dava lugar para os padrões teóricos que eu tinha aprendido, como se a música tivesse um sentido lógico mas não!!! Música é LIVRE! Como o Kallau disse: a maioria sabe fritar mas quase nem um tem pelo menos 5% de feeling. O SRV tem uns solos bem rapidinhos com um puta feelling.

Ismah
Veterano
# nov/15
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mordekinhas

Cara, vc foi ensinado do modo "errado" ao que me parece... Vc sabe tocar blulululu (que o Marc Snow tanto fala) e se esqueceu de aprender onde quando e como aplicar.

Se for isso, é grave, mas tem cura rsrs
Basta deixar de lado tudo que vc sabe de escalas e começar do zero, a TOCAR MÚSICAS, sem procurar encontrar raciocínio... Toque só na escala cromática.

Eu estou em fase final de re-adaptação a isso. Devido a pouco tempo livre, fazia só exercícios... Quando vi, até a Ballade pour Adelaine tava a 200BPM.

alan.bassplayer
Membro Novato
# nov/15
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mordekinhas

Sempre quando vinha alguma ideia na cabeça eu tentava bolar umas firulas bem doidas em cima, tentava preencher com todo as técnicas e teoria que eu tinha em mente e, por fim, eu acabava perdendo a ideia, coisa que uma boa penta ou escala maior/menor e uns ligados não resolvesse

O nome disso é feeling cara, a música expressa o sentimento ou estado de espírito do compositor. Dominar a técnica é importante para executar com segurança aquilo que o seu sentimento pedir naquele momento, mas isso não quer dizer que toda a técnica que você possui deve ser aplicada a todo momento, muitas vezes o menos é mais.

Kallau
Veterano
# nov/15
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Acredito que sua pergunta ta mais que respondida já mordekinhas.

Em suma:

Música é uma forma de expressar seus sentimentos. Se você não tem a técnica ou conhecimento suficiente, não conseguirá expressar da forma que deseja.

Portanto, estude para que você consiga expressar esses sentimentos da forma que melhor entender. Seja com apenas a escala cromática, com 1 shape da pentatônica, com 10 escalas diferentes na mesma música, com o que preferir.
O objetivo é sempre o mesmo: Dizer com notas o que seu cérebro pensa com palavras.

mordekinhas
Membro
# nov/15
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Pois é já responderam a pergunta uahsuahs

É isso então, cabe a mim compor do jeito que as minhas ideias fiquem mais evidentes.

Obrigado por opinarem.

RafaelBernatto
Veterano
# nov/15 · Editado por: RafaelBernatto
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Ismah

IssaÊ

alan.bassplayer

Yep.

Kallau

Aham

mordekinhas

Sim!

rsrs
-

Mais uma pra refletir:

"Um não-músico fica entusiasmado ao fazer música e fica bastante feliz em sentar ali e bater uma nota o dia inteiro. Não-músicos realmente ouvem às vezes, porque aquilo é a única coisa disponível a eles."
Brian Eno

Lelo Mig
Membro
# nov/15 · Editado por: Lelo Mig
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mordekinhas

Sabe o que eu acho mais interessante e ao mesmo tempo estranho nessa geração de vocês? Esta preocupação com o que se esta fazendo, antes de se fazer.... explico.

Se você ouve um solo lendário do rock (não os 99% que são insignificantes musicalmente, mas aqueles épicos, que independente de fáceis ou difíceis, são marcantes e inesquecíveis), pode ter a certeza, que o guitarrista apenas o compôs.

Ele apenas o criou, melódicamente, sentindo nota a nota, fazendo a transição, passagens, dinâmicas, movido apenas pelos dedos, ouvidos e coração.

Se é uma escala maior, menor, pentatonica, um modo lócrio que foi estuprado por um modo jônio... nada disso importa ao compor.

O estudo, o conhecimento é importante para entender. A técnica é fundamental para executar. Os dois juntos dão ferramentas para trabalhar.

Mas, uma composição, apenas sai. Apenas jorra, apenas exprime seus sentimentos e necessidades.

Um solo bom é um solo bom. Se ele é uma penta ou uma cromática, se ele é fácil ou difícil, não têm a miníma relevância...

... prá quem escuta, menos relevância ainda!

Se opinião de guitarrista valesse alguma coisa, Kurt Cobain não seria muito mais famoso e popular que John Petrucci.

killeryoda
Membro
# nov/15
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quando eu comecei eu queria aprender eruption... ontem eu aprendi blue bossa e fiquei extremamente feliz, e quanto a eruption, nunca tive paciência praquilo

erico.ascencao
Veterano
# nov/15
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mordekinhas

Vejo isso como sinal de amadurecimento - não o fato de "gostar de coisas mais lentas", mas sim de valorizar a música acima da técnica.

Eu nunca fui um cara técnico, e no começo do meu aprendizado de guitarra eu ficava chateado por não conseguir tocar aquelas coisas tecnicamente fuderosas. Com o tempo, o meu gosto pela música prevaleceu e eu encontrei o meu nicho no mundo guitarrístico. Continuo não sendo um shredder, mas as pessoas que eu conheço me vêm como aquele cara que toca legal e tem uma boa noção de música, percepção, sensibilidade e feeling; coisa que me deixa muito contente.

ogner
Veterano
# nov/15
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Oq é triste e real é a preocupaçao/pensamento q guitarra é unica e exclusivamente um instrumento de solos...

Me divirto MUITO mais fazendo um E7/9 com uma strato crunchando valvulas com um groove frenetico/quebrado modafóka q ficar solando...

Ismah
Veterano
# nov/15
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Lelo Mig

Aquela novela de esquecer de tocar, e querer aprender o "blu lu lu". Eu aprendi a tocar com toda a teoria, milhares de partituras para teclas, MIDI's e tal. Aprendi a fazer música quando peguei um instrumento que mal e porcamente se anota a casa a ser tocada, e o ouvido é guia porque NÃO TEM música assim em partitura, ou cifra.

E tem gente que ainda se incomoda quando digo que tem muito Zé Ruela metido a metaleiro, que Tião Carreiro sem estudo nenhum, sem drive pra sustain, etc punha dobrado na carteira, quando se fala em tocar.

ogner

"Né nóis na vaneira com drive!"

MMI
Veterano
# nov/15
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ogner

Me divirto MUITO mais fazendo um E7/9 com uma strato crunchando valvulas com um groove frenetico/quebrado modafóka q ficar solando...

Muito mais. Mas muito mesmo.

Mais ainda... Quem chama de "técnica" unicamente o fato de tocar rápido cai no meu conceito. Quer dizer que o guitarrista técnico é o que sobe e desce escalas na velocidade da luz, né? Sabe de nada, inocente. kkkkkkkkk

Drinho
Veterano
# nov/15 · Editado por: Drinho
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Virou cafona isso ai...

Nada contra, foi minha escola, e vira e mexe eu me pego fazendo coisas chatas, tento me policiar ao máximo para ser agradável e mesmo assim vira e mexe ta saindo coisa chata, virtuosa ou não.
Mas veja que a questão virtuosismo tomou um rumo que não é saudável. Posso falar dos virtuosos de rock que gosto, imagine caras com van halen, Paul Gilbert, Nuno Bettencourt, Steve morse...

Cara todos eles fazem músicas super legais porque eles sempre usaram seus recursos a serviço da música e não o contrário....
O virtuosismo se tornou uma coisa cafona e desagradável porque boa parte dos guitarristas passou a se preocupar mais com o efeito visual do que sonoro...
Mais ainda, por trás de tudo isso passou a existir uma questão de ego infantil e insuportável....
Eu falo por mim, a coisa mais legal é você se juntar com outros guitarristas ou outros músicos, banda e etc e fazer um trabalho de cooperação para mandar pra fora um puta som bonito pra quem quer que esteja ouvindo e mesmo os músicos se emocionem...
Infelizmente, para muita gente o objetivo passou a ser mostrar quem toca mais...
E a grande verdade é que foda-se quem toca mais, era soh ver o BB king com quase 90 anos, já com dificuldade física de operar um show trazendo lágrimas aos olhos de povos e raças mundo á fora....

axleWs
Veterano
# nov/15
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Só pra opinar:

Concordo que a técnica deve servir para se expressar (e eu sofro com isso, já que com a minha falta de técnica não me deixa expressar).

Acho que é simples assim.

Um exemplo de iniciante (meu):
Sempre torci o nariz quando "tocava" alguma escala começando nos bordões (E ou A) e descendo mais rapidamente, para mim, soava uma tentativa ruim e idiota de ser shredder, nunca casando em nada que eu tocava.

Comecei a reparar, que seguindo os mesmos desenhos (ou padrões) mas começando nas cordas mais agudas, como D ou até mesmo na G, conseguia me expressar melhor com o queria/quero dizer nos solos (claro, no estilo que atualmente me proponho a tocar).

Só um exemplo, de aplicação da técnica às suas necessidades musicais (não quero ofender nada nem ninguém).

Jube
Veterano
# nov/15
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ogner
Oq é triste e real é a preocupaçao/pensamento q guitarra é unica e exclusivamente um instrumento de solos...

Me divirto MUITO mais fazendo um E7/9 com uma strato crunchando valvulas com um groove frenetico/quebrado modafóka q ficar solando...


Fico com a opinião do ogner, depois que comecei a tocar outros instrumentos, percebi que o solo da guitarra é 5% da música.

Jube
Veterano
# nov/15
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ogner
Oq é triste e real é a preocupaçao/pensamento q guitarra é unica e exclusivamente um instrumento de solos...

Me divirto MUITO mais fazendo um E7/9 com uma strato crunchando valvulas com um groove frenetico/quebrado modafóka q ficar solando...


Fico com a opinião do ogner, depois que comecei a tocar outros instrumentos, percebi que o solo da guitarra é 5% da música.

Soultunes
Membro
# nov/15
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Não vou postar isto direcionado a ninguem, apesar de citar alguns exemplos de nomes abaixo, minha intenção é apenas expor o que penso.

Muita gente, mas muita gente mesmo, clama por um pseudo estudo de virtuosismo no instrumento, quando na verdade.... passam longe de ter uma condição virtuose.

Indo direto ao ponto e certamente vou cometer alguma injustiça por não lembrar de mais nomes, mas aqui neste forum mesmo, frequentado por centenas, milhares de guitarristas, vejo apenas dois que considero terem atingido de fato um nivel virtuose na guitarra, indo no estilo dos exemplos de guitarristas citados pelo colega que postou esta trhread (Petrucci, Paul Gilbert, essa turma).

Meus exemplos são o Vern e o Homem Cueca.

Atingir um nivel tecnico deles exige uma dedicação ao instrumento que muita gente que acha que estuda para ser virtuoso não passou sequer perto na vida.

Tenho amigos virtuoses no instrumento que treinavam entre 6 a 12 horas diarias, de domingo a domingo.

Para esta turma, eles geralmente fazem o que querem com o instrumento.

Ai entra a segunda questão, tendo condição tecnica, fisica e teorica para fazer, sobra a musicalidade de cada um.

Os dois exemplos que citei são de guitarristas com tecnica apuradissima e muita musicalidade, gosto de tudo que ouvi de ambos (digo, do Vern e do Cueca).

Soultunes
Membro
# nov/15
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Acho engracado quando leio posts de gente dizendo que já foi fritador e talz, mas quando você ouve ou ve um suposto video da epoca que o cara se dizia virtuose, ve que era apenas esforçado. Não estou falando deste forum, isso é geral na net.

Eu mesmo ja soltei destas perolas, lembrando da minha fase inicial na guitarra e meu gosto pelo heavy metal, mas nunca tive uma rotina de 10 horas diarias rs...

É o principio de Pareto aplicado ao instrumento.

Você pode atingir 80% com 20% do esforço, mas para atingir os 20% finais precisara dos 80% de esforço.

Chega num nivel da tecnica que para suplantar é só ficando com o instrumento horas e horas diarias durante um bom tempo, fora isso, é tudo balela.

Drinho
Veterano
# nov/15 · Editado por: Drinho
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Vern e o Homem Cueca

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

caracoles bicho...... esses ai você desenterrou....

eles tocavam muita guitarra mesmo (nao sei se ainda tocam)

por onde será que andam?


Mas agora falando sério....
Eu acho bem comum você encontrar virtuosos de instrumento hoje em dia, não precisa de nada muito especial além do constante treino, ser virtuoso é dominar o instrumento fisicamente, não tem nada a ver com o fator musical que é extremamente subjetivo, petrucci é um monstro da guitarra, eu não aguento escutar nem 2 minutos....Eu pessoalmente, embora respeite bastante quem praticou muito e domine bastante não vejo isso como fator de valor. Eu entendo como valor do ser humano que foi disciplinado e se dedicou, mas não há o menor valor de consumo para mim e no fim das contas a gente se mete a montar banda, fazer musica e etc para tentar gerar valor á alguem.
Realmente fico embasbacado quando escuto um trecho muito legal de uma musica e fico pensando: Cara como é que o cabra pensou nisso? Caiu super bem (e muitas vezes pode ser uma coisa sofisticada e complexa de ser tocada!) a fato de ser simples ou não, não é fator determinante para acionar o emocional ... o dificil é acionar o emocional

Então se é virtuoso ou não, loiro ou moreno... acho que não quer dizer muita coisa, assistir o G3 hoje em dia me causa mais revolta do que admiração, porque parece mais uma briga de egos do que qualquer coisa (claro que não é a intenção deles, são grandes profissionais)....

erico.ascencao
Veterano
# nov/15
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Do meu ponto de vista, por exemplo, vejo como um virtuosismo chato o estilo destes guitarristas-signature por aí: Steve Vai, Joe Satriani, Guthrie Govan, Edu Ardanuy, Kiko Loureiro, Juninho Afram. OK, a técnica dos caras é indiscutível, mas não curto muito a musicalidade nisso - talvez um pouco nos trabalhos do Joe e do Edu.

axleWs
Veterano
# nov/15
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Soultunes
O Vern continua tocando, para e volta, o cara é absurdamente fantástico em tudo que toca.

O Homem Cueca a muito tempo não ouço falar, mas mandava muito bem também, lembro até hoje da Condor CPRII que ele comprou.

Voltando ao assunto do tópico, eu imagino que se EU pudesse, queria PODER tocar como um virtuose, mas só para ter liberdade de expressão de qualquer forma que entender, e não ficar travado por falta de técnica.

Calime
Veterano
# nov/15
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MMI

Mais ainda... Quem chama de "técnica" unicamente o fato de tocar rápido cai no meu conceito. Quer dizer que o guitarrista técnico é o que sobe e desce escalas na velocidade da luz, né? Sabe de nada, inocente. kkkkkkkkk

Somos dois então...quer dizer que o saudoso BB King não tinha técnica?

Técnica é um procedimento que tem como objectivo a obtenção de um determinado resultado, seja na ciência, na tecnologia, na arte ou em qualquer outra área.

Se vc se propõe em fazer algo(seja executar um bend, tocar rápido, no tempo, de forma segura e limpa, ou até mesmo executar uma escala dentro de um andamento lento, ou qualquer outra coisa) e consegue fazê-lo, vc tem sim técnica.

Quem é mais técnico, Gilmour ou Malmnsten? Tirem suas conclusões.

MMI
Veterano
# nov/15
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Drinho

Nada contra, foi minha escola, e vira e mexe eu me pego fazendo coisas chatas, tento me policiar ao máximo para ser agradável e mesmo assim vira e mexe ta saindo coisa chata, virtuosa ou não.
Mas veja que a questão virtuosismo tomou um rumo que não é saudável. Posso falar dos virtuosos de rock que gosto, imagine caras com van halen, Paul Gilbert, Nuno Bettencourt, Steve morse...

Cara todos eles fazem músicas super legais porque eles sempre usaram seus recursos a serviço da música e não o contrário....
O virtuosismo se tornou uma coisa cafona e desagradável porque boa parte dos guitarristas passou a se preocupar mais com o efeito visual do que sonoro...
Mais ainda, por trás de tudo isso passou a existir uma questão de ego infantil e insuportável....


Bem isso. Conheço uns caras que até estão dando bastante aula por aí... Estudaram com fulano e ciclano, alucinadamente, se pede para fritar colocam duas mil notas por segundo, sobem e descem escalas que é uma beleza. Mas na hora de tocar música, não sai minimamente bem feito. Não sabem fazer uma base. São ótimos para solar sobre 3 ou 4 acordes básicos, mas se começar a inverter, botar cromatismo, acaba com a vida do cidadão que não sola nem em penta. E os caras estão aí, com patrocínio, expondo grandes marcas... Sabe quando dá vergonha alheia? kkkkkk

erico.ascencao

Do meu ponto de vista, por exemplo, vejo como um virtuosismo chato o estilo destes guitarristas-signature por aí: Steve Vai, Joe Satriani, Guthrie Govan, Edu Ardanuy, Kiko Loureiro, Juninho Afram. OK, a técnica dos caras é indiscutível, mas não curto muito a musicalidade nisso - talvez um pouco nos trabalhos do Joe e do Edu.

Concordo plenamente. A questão é que esses "originais" que você citou até passam, uns mais outros menos (bem menos eventualmente). O problema são as cópias mal acabadas... É uma praga, erva daninha. hahahahahaha

MMI
Veterano
# nov/15
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Calime

Quem é mais técnico, Gilmour ou Malmnsten? Tirem suas conclusões.

É gosto pessoal. Mas para mim, Gilmour ridiculariza o Malmsten... kkkkkkkk

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