Guitarras Gibson Custom (de onde vêm as madeiras atualmente)?

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JJJ
Veterano
# fev/15 · Editado por: JJJ
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MMI
Como disse o nichendrix, " (a madeira) tem influência sim no resultado final, o que nem precisa de um teste de laboratório muito rigoroso pra comprovar, é um conhecimento tão básico que é considerado por quase todo mundo como autoevidente".

Pois é cara... nesse coisa de "autoevidente" eu não entro, desculpe.

Ok. Pegue uma Gibson Custom 57 VOS e uma R8 ou R9, com os mesmos captadores (linha PAF, atualmente vem com burstbuckers), de forma que sejam basicamente guitarras iguais nos componentes. A diferença é grande, de forma que pode levantar ou baixar cordas e captadores, pode mudar a tensão do braço, pode mudar potenciômetros. Se quiser pode fazer a mesma coisa com uma tele com madeiras usuais e outra em rosewood. Mexa a vontade, elas não vão chegar perto de se aproximarem.

Concordo. Por isso que eu insisto que uma experiência válida teria que ser com a mesma guitarra, só mudando a madeira do corpo e não em duas guitarras diferentes.

Agora, na boa, pra botar uma pedra... Bota uma distorção e vai pro meio da banda. O que sobra de diferença? :)

Filippo14
Veterano
# fev/15
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JJJ

Agora, na boa, pra botar uma pedra... Bota uma distorção e vai pro meio da banda. O que sobra de diferença? :)

Dependendo do amp, a diferença é brutal.


A questão para mim é a seguinte, tudo muda. Todos os componentes da guitarra, todos os componentes dos cabos, pedais, amplificadores, microfones, etc. Tudo tem uma influencia, o número de variáveis é imensa, portanto fica complicado julgar algo tão subjetivo como sonoridade através de afirmações do que altera muito e do que altera pouco.

Um som limpo de guitarra sempre vai ser um som limpo, a questão é que cada mini detalhe de todos esses fatores vão alterar esse som limpo, desde o corpo da guitarra até os capacitores dentro do amp, passando pela montagem do cabo que está sendo utilizado.

Para ter um som bom, os detalhes não importam, para ter um som maravilhoso, os detalhes são fundamentais.

A questão ai começa a entrar inclusive no fator financeiro da coisa, quanto custa cada detalhe e quanta diferença ele irá proporcionar?

Por isso que é complicado tentar copiar totalmente o som de alguém, não é apenas o conjunto amp-pedais-guitarra. Nem isso é o suficiente pois cada amp varia (os capacitores como disseram ai em cima tem uma margem), assim como os pedais e a guitarra, e é ai que entra a magíca da coisa, nunca é igual.


Voltando ao assunto posterior do tópico. Não vejo razões para o corpo não influenciar no timbre. Se tudo influencia, por que o corpo foge dessa regra?

Uma dúvida, o mogno utilizado nas Gibsons tem uma densidade média específica, que no fim gera um peso graças ao tamanho uniforme de todos os corpos de Les Paul. Qual a razão dos chambereds na guitarra se pelo que eu entendi o importante é a densidade da madeira? É só para manter o padrão de peso dos instrumentos?


Abração

MMI
Veterano
# fev/15
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JJJ

só mudando a madeira do corpo e não em duas guitarras diferentes.

Cara, mas de novo???? rs

Se você só muda o corpo, você não está mudando o braço e a escala. Você só está variando o ponto menos sensível. A melhor explicação do funcionamento de guitarras sólidas é a do Cantilever do Yasuhiko Iwanade, nela fica claro a pouca influência do corpo. Daí, com uma análise grosseira, não pode concluir que se o corpo não altera em guitarras sólidas, então nenhuma madeira muda coisa alguma em qualquer tipo de guitarra. É descabido.

Se você muda o corpo, é impossível manter a mesma altura de captadores, de cordas, de nut... Tem sim que mudar tudo. E nesse caso, é impossível e é sim autoevidente, de tão gritante. Não dá para fazer uma tele usual ficar igual a uma de rosewood, pode mexer parâmetros de pots, alturas etc.

Não leve a mal... Mas lembra discussões dos "especialistas" do FCC que opinam e sabem tudo de guitarras vintage, sem nunca ter chegado perto de uma. Sem querer te magoar, porque não é crime, mas parece que você se cegou num trabalho científico de um autor que chegou a conclusão que naquele material e método ele não encontrou diferenças em se alterando madeiras do corpo em projetos de teles sólidas. Por isso concluiu erradamente que madeira não faz diferença em guitarra em nenhuma parte e nenhum tipo de guitarra, o que o autor jamais afirmou. Mas nunca colocou uma tele de rosewood ao lado de uma tradicional, nunca pegou uma strato de mogno e escala em jacarandá para botar ao lado de uma Fender tradicional, nunca pegou essas guitarras semelhantes (gibson Custom x Gibson R9) para ver se chegam perto mexendo em parâmetros pequenos. Não é altura de corda, altura de captador, altura de nut, margem de erro de pots que dão isso. Será que é por aí?

JJJ
Veterano
# fev/15 · Editado por: JJJ
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Filippo14
Dependendo do amp, a diferença é brutal.

Claro. É o que faz mais diferença. Estávamos falando só da guitarra em si.

MMI

Ah, camarada... Cansei, estamos fugindo demais do tópico e ninguém vai mudar a cabeça de ninguém. Discordamos e pronto. Ainda bem que não discutimos religião aqui! kkkkkkkkk

Bora tocar que é melhor!

EDIT: quanto ao seu último parágrafo... não, cara, não é isso. Não me ofendeu não, tranquilo. Mas toco há 35 anos, já toquei em incontáveis guitarras, já tive umas 20 guitarras (ainda tenho um monte), já montei algumas e já troquei/comparei tudo com tudo (peças, captadores, braços...) umas trocentas vezes. Nunca tive uma R9, mas acho que isso não tem nada a ver, né? kkkkkkkk
A única coisa que não fiz (que seria o ponto definitivo na minha opinião e se tivesse feito teria uma opinião mais incisiva) foi pegar uma guitarra e trocar só o corpo, mantendo tudo mais micrometricamente igual...

rcorts
Veterano
# fev/15
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Bom, realmente essa questão sobre influência de madeiras no timbre de guitarras é um desvio do assunto. Atualmente, tenho me surpreendido com Les Pauls com corpo de Basswood, porém com braço em mogno e escala em rosewood e com construção tradicional (braço colado), soando como Les Pauls, ou pelo menos muito (mas muito mesmo) próximo disto.

Enfim, não sei se uma LP com corpo de alder, mas com construção tradicional soaria como uma LP. Se estivéssemos discutindo sobre violões ou guitarras hollow-body eu diria que toda e qualquer madeira faz diferença, mas sobre guitarras de corpo sólido, hoje tenho minhas dúvidas. Principalmente de que em meio a captadores, ligações elétricas, diferentes tipos de ponte e demais ferragens a madeira do corpo seja seja a principal razão da mudança de timbre. Isso, é claro, na minha humilde opinião.

Filippo14
Veterano
# fev/15
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Aproveitando o tópico, vi recentemente um modelo de guitarra da década de 80 feita pela Gibson, é a US-1.





E aí, alguém conhecia? O que acharam?

Som de super strat (ou não hahaha)


Abração

renatocaster
Moderador
# fev/15 · Editado por: renatocaster
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Filippo14

Som de super strat (ou não hahaha)

Para mim parece ser uma superstrat de fato...só faltou a Floyd Rose mesmo, mas creio que devem ter lançado alguma variação dessa série com FR.

Evidente que foi uma tentativa da Gibson de entrar na briga com as outras fabricantes de superstrats que teve aquele "boom" nos anos 80. Mas pelo jeito, não deve ter obtido o êxito esperado. Eu nunca nem tinha visto esse modelo de guitarra antes.

MMI
Veterano
# fev/15 · Editado por: MMI
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duplo

MMI
Veterano
# fev/15
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JJJ

De forma alguma quero convencer ou mudar a cabeça de alguém. Queria apenas saber de onde vem as bases para uma afirmação tão desencontrada. Pelo visto ainda é uma conclusão errada sobre um trabalho onde não se conseguiu detectar mudança de som em corpos de teles sólidas no método aplicado, mas virou verdade absoluta para tudo que é guitarra, todas as partes. Um estrago danado que fez esse trabalho que com certeza é apenas uma evidência anedótica ( para quem não sabe o que é).

Não entendi, não vi referências, não vi evidências. Mas deixa para lá.

Junae
Veterano
# fev/15 · Editado por: Junae
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desta eu realmente não sabia....
começando a gostar mais do plaintop avermelhado da minha guita....kkkkkk...(ainda não comparei com uma com top figurado para poder tirar a dúvida....)
Mas que os flametop s são lindos, isso são....rs


"O maple por exemplo é extremamente usado e não é caro

Depende do maple. O de padrão 5A é bem caro sim. O birdseyes, a figuração, o spalted elevam o preço. O engraçado disso é que o plain maple costuma ter sonoridade superior, mas os guitarristas valorizam mesmo o figurado que tem sonoridade pior geralmente. Com toda certeza eu e praticamente todo mundo aqui prefere uma Les Paul burst com tampo figurado que uma plain".


edalko
Veterano
# fev/15
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O pior é ter toda essa discussão sobre madeiras utilizadas, a diferenciação de sons e, ver no final, que a Gibson está usando "papel com resina" (Richlite) na escala das Gibson Custom...
Aí é pákábá ...

JJJ
Veterano
# fev/15
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MMI
Pelo visto ainda é uma conclusão errada sobre um trabalho onde não se conseguiu detectar mudança de som em corpos de teles sólidas no método aplicado, mas virou verdade absoluta para tudo que é guitarra, todas as partes. Um estrago danado que fez esse trabalho que com certeza é apenas uma evidência anedótica

Não quero continuar o papo (juro!!! kkkk), mas fiquei curioso... De qual trabalho você está falando? No link que eu coloquei não havia referencia específica a Telecaster, havia?...

rcorts
Veterano
# fev/15 · Editado por: rcorts
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JJJ

Teve um post por aqui que rolou há um bom tempo atrás (1 ano e meio a 2) que falava de um pesquisador de uma Universidade no Paraná que fez um experimento no qual se constatou que a madeira do corpo não afeta o timbre da guitarra elétrica. E o modelo utilizado no experimento: a teleca.

Tem que cavar pra encontrar... kkkk.

EDIT: Encontrei o tópico:

http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/41645/p11

edalko
Veterano
# fev/15
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Eu já conversei com um dos envolvidos no "suposto caso" da UFPR, e ele me disse que, de acordo com o experimento realizado, o corpo não influenciou MUITO no som, mas que em testes posteriores verificou-se que a madeira do braço e escala sim.
Mas se for assim, como seria possível a questão da manutenção de qualidade sonora, se a própria Gibson usa papel com resina na escala...?!?!

EU acho que na verdade tudo atua na construção do som da guitarra, todos os componentes envolvidos: madeira, liga de metal, altura das cordas, componentes dos captadores, tinta, clima, sala, cabo, amplificador, falante, dedos... enfim...

nichendrix
Veterano
# fev/15
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edalko
EU acho que na verdade tudo atua na construção do som da guitarra, todos os componentes envolvidos: madeira, liga de metal, altura das cordas, componentes dos captadores, tinta, clima, sala, cabo, amplificador, falante, dedos... enfim...

Agora estamos bem perto da resposta definitiva... kkkkkkk

JJJ
Veterano
# fev/15 · Editado por: JJJ
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rcorts

Ah, tá... Tô lembrando.
Nem foi por causa dessa pesquisa aí que falei.

MMI
Veterano
# fev/15
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Junae

Como eu falei ali atrás, os fornecedores de madeiras para luthieria graduam a qualidade da madeira e isso reflete diretamente no preço. Vai entrar no critério de graduação o tipo de corte (um quartersawn perfeito é melhor), a disposição dos veios, a densidade dos veios, o visual e a sonoridade, entre outros. A sonoridade eles avaliam fazendo o "tap tone" das madeiras, nisso o jacarandá da bahia é um absurdo.


(esse do PRS em 1:42, mas vale assistir todo o vídeo)


O que se diz é que os veios são como "cordas" na madeira, por onde o som se propaga preferencialmente e muito mais rápido que transversalmente a esses veios. Em virtude disso, no caso do maple, ao se faz esse "tapping", o plain tem uma performance bem superior a qualquer outro. Qualquer obstrução na condução dessa vibração vai acarretar em irregularidades na vibração, então o que dizem é que pode variar, logicamente, mas de forma geral seria plain>flamed>quilted>birdseyes>spalted. Veja, isso pode variar grandemente. Algumas madeiras figuradas inclusive não se prestam para certas aplicações, já que um quilted muito pronunciado acaba obrigatoriamente diminuindo a resistência (dureza), por exemplo, por causa dos veios interrompidos.

Como a resistência da madeira a tensões não é uma questão para tops de Les Paul, qualquer um serve. Os guitarristas tem resistência ao spalted, já os baixistas gostam, então são raras as guitarras com spalted maple (é um fungo que ataca as árvores de maple, os birdeyes são nódulos de um vírus).

Um excelente luthier sabe segredos e cuidados para construir o melhor instrumento possível. Como o Paul Reed Smith diz no vídeo acima, é óbvio que uma madeira dessa que ele mostra vai soar melhor num instrumento. Mas nenhum luthier consegue ter certeza do som que o instrumento terá quando apenas está de posse dos materiais não trabalhados. Ou seja, o bom luthier vai usar técnicas para conduzir o material para um bom rendimento sonoro.

No livro do Bob Benedetto, o primeiro capítulo é sobre "wood selection", onde ele fala de umidade, cortes etc. Diz ele que veios gordos são mais fortes que veios finos, mas "close-grained" é mais rígido que "wide-grained" (densidade de veios). Um wide-grained vai produzir um som mais aveludado, mas que pode ser compensado e trabalhado o som na escavação e no bracing. O birdseyes produz som com mais brilho, enquanto que o maple europeu, que é mais leve, dá um som mais aveludado. Mas ele ressalta que todos, seja birdseyes, quilted ou qualquer variedade de curly maple vão funcionar bem. Para provar que o que importa realmente é como a madeira é trabalhada, ele fez uma guitarra excelente de madeiras ruins: top de pinus flatsawn de construção, fundo de unmatched maple, vários nós, descoloração e rachadinhos, laterais e braço de plain maple (foto), mas é um artista fazendo seus milagres. Outro absurdo que ele fez foi escavar as duas Il teredo.

Minha opinião pessoal:
Acredito que é possível fazer excelentes instrumentos com madeiras que não sejam perfeitas, como o Benedetto provou. Porém é óbvio que se é possível fazer um bom instrumento com materiais medianos, melhor ainda se for com materiais excelentes. Ainda assim, cada vez mais acredito na habilidade, técnicas construtivas e talento do luthier na hora de fazer uma guitarra excelente, muito mais que apenas as madeiras e materiais isoladamente. Recentemente constatei que um determinado luthier faz uma guitarra sólida que simplesmente nunca vi outros tendo essa regularidade e "facilidade", altamente consistente o trabalho, que simplesmente deixa no chinelo qualquer custom shop que tenha conhecido antes - ridiculariza, por exemplo, as masterbuilt da vida e as famosas, sem exageros.

Abraço!

nichendrix
Veterano
# fev/15
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MMI
É o pessoinha em questão não só está batendo a grigalhada toda, mas fazendo isso por uma fração do preço. Está cada vez mais de cair o c* da bunda.

ogner
Veterano
# fev/15
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nichendrix
Poor@, agora bcs falam que é o gajo, né?!?!

Hehe

nichendrix
Veterano
# fev/15
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ogner
Já cantei a bola por inbox... kkkkkk

rafael_cpu
Veterano
# fev/15
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MMI

Muito legais esses vídeos.

nichendrix

As guitarras construídas por eles são lindíssimas.
Ainda vou dar uma passada por lá, quando voltar a São Paulo.

T+

MMI
Veterano
# fev/15
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rafael_cpu

Se você gostou, é porque entende inglês e provavelmente vai gostar de ouvir esta entrevista.

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