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MMI Veterano
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# fev/15
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Filippo14
Explica a diferença gritante de uma strato de mogno e uma tele de rosewood...
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NeoRamza Veterano |
# fev/15 · Editado por: NeoRamza
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A madeira faz MUITA diferença, com certeza.
Não sei se seria MUITA, mas independe de fazer muita ou pouca diferença não há porque relacionar diretamente que a madeira mais cara é a que dá melhor som. Pode ser que sim, pode ser que não.
Mas aí a pessoa dizer que dá diferença no som mudar apenas a madeira da escala, eu já acho exagero, há não ser que fosse uma fretless.
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MMI Veterano
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# fev/15
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NeoRamza
não há porque relacionar diretamente que a madeira mais cara é a que dá melhor som.
Entenda... No mundo capitalista, o fornecedor de madeiras vai valorizar a madeira melhor, vai cobrar mais caro. Então os fornecedores graduam em 1A até 5A, eventualmente 1st grade e 2nd grade, refletindo diretamente no preço. É uma questão de oferta e procura, as mais procuradas serão mais caras. Assim é a vida, não vejo porque não ser assim.
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Fugitivo Veterano |
# fev/15
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MMI você que manja do assunto, me de uma esclarecida
vamos pegar pro exemplo o mogno. Quando nós olhamos as especificações de uma les paul, vai estar escrito: Body = Mahogany tanto para uma epiphone, condor, vintage quanto para uma gibson (standard/custom).
Eu sei que muito o que se paga por uma gibson vem do nome dela. Então te pergunto, esqueça as ferragens, analisando somente o "mahogany", a diferença de qualidade de extração da natureza e produção do corpo são tão absurdamente diferentes?
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JJJ Veterano
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# fev/15
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Filippo14 E o que explica uma strato de ash soar tão diferente de uma de alder? As demais pequenas diferenças. Se forem TOTALMENTE iguais, sendo a madeira a ÚNICA diferença, não soarão tão diferentes assim.
krixzy A minha strato também esta com hambucker Os mesmos? Creio que não. Ainda assim, temos as demais diferenças.
se a madeira não faz tanta diferença risca aqui também A madeira da ESCALA faz muito mais diferença que a do corpo. A madeira da escala perpassa uns 75% da área útil das cordas e entra em contato direto ao apertarmos uma casa.
MMI A madeira faz MUITA diferença, com certeza. Faz, mas não é muita. Vários testes assim o demonstram.
Filippo14 Se a madeira não fizesse diferença, todas as guitarras de linha de um mesmo modelo teriam o mesmo som, não teriamos que ter medo de comprar as cegas uma guitarra, de uma marca conceituada por exemplo. Se a madeira não influenciar, o mundo da guitarra seria muito menos complexo, a variavel que muda o som de uma strato para outra, de uma lp para outra é sempre a madeira (seguindo sempre o mesmo modelo).
Existem "n" interesses mercadológicos e ideológicos envolvidos, cara...
A TODOS
Respeito a opinião de todos, porém mantenho a minha...
Eu acredito que a madeira do corpo faça alguma diferença, sim. Mas todos os experimentos sérios (com algum rigor científico) que vi, mostram que a diferença (se há) é mínima. Pessoas "dizem" que faz, "acreditam" que faz, mas, pela minha formação, provas científicas me convencem muito mais do que palavras ou achismos. Fico com a ideia expressa no site da Seymour Duncan, que me parece a mais correta e é mais ou menos assim: a madeira não adiciona nada ao som, apenas absorve um pouco de frequências, e como cada tipo de madeira tem um "perfil acústico", cada uma absorve um determinado espectro específico, "retirando" alguma ressonância daquelas frequências específicas, o que afeta (no meu modo de ver, ligeiramente) o som.
Alguns vão dizer que já viram duas stratos com "tudo igual" soando completamente diferentes "só por causa da madeira". Acredito que elas pensem assim, mas não deve ser verdade, pois QUALQUER "micro diferença" em partes cruciais (como a altura dos captadores, por exemplo) pode ser a explicação da diferença sonora, muito mais do que a madeira. Para se ter CERTEZA, precisa se fazer um experimento científico: a mesma guitarra, com RIGOROSAMENTE TUDO igual, exceto a madeira. Quando vi testes assim, a diferença (se há) é pouca.
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NeoRamza Veterano |
# fev/15
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MMI Concordo com você, mas as mais procuradas não são necessariamente mais caras, pois aí entra uma terceira variável que é a disponibilidade. As vezes uma planta não é rara apenas porque foi muito explorada, mas porque é da característica de crescimento dela. O maple por exemplo é extremamente usado e não é caro. É claro que no mundo capitalista o empresário vai tentar valorizar o que é mais raro/caro, para lucrar mais, cabe ao consumidor fazer a análise disso. Há casos em que isso é verdade mesmo, o ébano por exemplo é liso, não poroso e de cor única, na minha opinião excelente para fretboards, mas infelizmente não nasce por aí como maple.
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NeoRamza Veterano |
# fev/15 · Editado por: NeoRamza
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JJJ Eu acredito que a madeira do corpo faça alguma diferença, sim. Mas todos os experimentos sérios (com algum rigor científico) que vi, mostram que a diferença (se há) é mínima. Pessoas "dizem" que faz, "acreditam" que faz, mas, pela minha formação, provas científicas me convencem muito mais do que palavras ou achismos. Fico com a ideia expressa no site da Seymour Duncan, que me parece a mais correta e é mais ou menos assim: a madeira não adiciona nada ao som, apenas absorve um pouco de frequências, e como cada tipo de madeira tem um "perfil acústico", cada uma absorve um determinado espectro específico, "retirando" alguma ressonância daquelas frequências específicas, o que afeta (no meu modo de ver, ligeiramente) o som.
Alguns vão dizer que já viram duas stratos com "tudo igual" soando completamente diferentes "só por causa da madeira". Acredito que elas pensem assim, mas não deve ser verdade, pois QUALQUER "micro diferença" em partes cruciais (como a altura dos captadores, por exemplo) pode ser a explicação da diferença sonora, muito mais do que a madeira. Para se ter CERTEZA, precisa se fazer um experimento científico: a mesma guitarra, com RIGOROSAMENTE TUDO igual, exceto a madeira. Quando vi testes assim, a diferença (se há) é pouca.
Concordo completamente com você. Gostaria apenas de adicionar que apesar da madeira não influenciar tanto na sonoridade influencia bastante do sustain, e na forma do decay desse sustain. Quanto a sonoridade em sí a diferença é muito pequena, e aperece mais ou menos dependend do tipo da captação. De resto, as diferenças sonoras são mesmo coisas relacionadas às partes metálicas ou elétricas.
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boblau Veterano |
# fev/15
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Vou só informar a minha experiência:
Sou apaixonado pelas PRS 513 pelo fato de terem 5 singles. Odeio humbuckers.
Toda vez que tenho oportunidade de ver, testar as 513 eu faço. Fui para a Alemanha e entrei em uma loja que vende PRS. Quando vi, eles tinham várias 513. Mas o que chamou a atenção foi que havia uma com o corpo em ash e braço em mogno escala rosewood, uma com o corpo em mogno e braço em maple e uma artist package com corpo em mogno e braço em mogno e rosewood e duas "normais" com corpo em mogno, braço em mogno e rosewood, parecidas com a minha.
Ferragens idênticas, cordas idênticas, amplificador idêntico, cabos idênticos, captadores idênticos e o prego tocando (que sou eu) idêntico. (por favor, os que acreditam que a PRS não é capaz de fazer guitarras idênticas, podem questionar o que quiserem...)
São quatro guitarras completamente diferentes e as duas iguais eram muito iguais. E o diferente é somente a madeira.
Mas era muito diferente....
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vintagentleman Veterano |
# fev/15
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Galera,
Então, domingo, depois do almoço, passo dar uma olhada no Fórum e me deparo, chocado, com uma RIDÍCULA discussão sobre se a madeira influencia na "qualidade" sonora dos instrumentos ou causa diferenciação entre eles.
É sério isso gente? Nessa altura do campeonato? Aqui? Lugar de muitos profissionais e hobbistas experientes?
Alguém aqui toparia comprar uma guitarra de material laminado? Ou talvez compensado? Vai por uns Seymour para ficar "joinha"?
Madeira é um fundamento do instrumento. Chame um médium e pergunte pro Stradivarius. Ele já sabia.
Sem madeira boa, game over. Pode colocar o captador projetado pela NASA. Pode colocar o nut de osso de tiranossauro, a ponte de platina. Não adianta.
Não estou falando que não serão desenvolvidos materiais sintéticos que poderão até superar a madeira. Mas hoje ainda não.
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MMI Veterano
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# fev/15 · Editado por: MMI
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Fugitivo
Body = Mahogany tanto para uma epiphone, condor, vintage quanto para uma gibson (standard/custom).
Por "mahogany" pode ser Swietenia macrophylla, Swietenia mahagoni, nato, os mognos africanos e um montão de espécies mais pelo mundo ( olha na wiki). Este termo não se limita a um gênero muito menos a uma espécie.
analisando somente o "mahogany", a diferença de qualidade de extração da natureza e produção do corpo são tão absurdamente diferentes?
De certa forma são sim, dependendo do que você possa classificar como "absurdamente". Para tonewoods, de forma simplificada, importam a densidade, a velocidade de propagação do som e o índice de janka (dureza). Existe uma variabilidade dentro da mesma espécie, comparando espécies diferentes vai variar mais ainda. Por isso, se você se limitar a Swietenia macrophylla, vai ver que dá para fazer uma guitarra (peguemos uma Les Paul para exemplificar) bem leve até uma extremamente pesada. A Les Paul precisa ter o peso dentro de certos limites para ter as características sonoras adequadas, não dá certo se for muito mais leve nem muito mais pesada. Em virtude disso que a Gibson faz os furos, as câmaras e as sólidas, para ter o peso dentro da faixa. Só aí tem uma diferença, não sei se você chamaria as 3 linhas de "absurdamente diferentes", mas mesmo assim daria para ser mais diferentes ainda.
JJJ
Vários testes assim o demonstram.
Confesso minha ignorância desses tais testes, nunca vi. Confesso que não fico procurando provas científicas contra o óbvio, não preciso de provas que o branco na verdade é preto. Nunca vi evidências anedóticas nem trabalhos científicos sérios demonstrando isso de forma geral em guitarras. Sei apenas de 2 trabalhinhos (mais evidências anedóticas mesmo) que não conseguiram demonstrar diferença no corpo de guitarras sólidas especificamente, o que é muiiiiiiito longe de provar que madeira não faz diferença em guitarra de modo geral. É muito fácil, a partir de uma evidência anedótica, chegar numa falácia: por exemplo, é muito fácil provar "cientificamente" que o Sol e o universo todo gira em torno da Terra, é só desconsiderar uns dados.
NeoRamza
O maple por exemplo é extremamente usado e não é caro
Depende do maple. O de padrão 5A é bem caro sim. O birdseyes, a figuração, o spalted elevam o preço. O engraçado disso é que o plain maple costuma ter sonoridade superior, mas os guitarristas valorizam mesmo o figurado que tem sonoridade pior geralmente. Com toda certeza eu e praticamente todo mundo aqui prefere uma Les Paul burst com tampo figurado que uma plain.
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MMI Veterano
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# fev/15
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boblau
Ferragens idênticas, cordas idênticas, amplificador idêntico, cabos idênticos, captadores idênticos e o prego tocando (que sou eu) idêntico. (por favor, os que acreditam que a PRS não é capaz de fazer guitarras idênticas, podem questionar o que quiserem...) São quatro guitarras completamente diferentes e as duas iguais eram muito iguais. E o diferente é somente a madeira. Mas era muito diferente....
Pois é... Muda bastante. Eu mesmo falei ali atrás de strato de mogno e tele de rosewood.
Ontem mesmo, a tarde, estava com umas teles - uma mais tradicional, outra em rosewood. A mesma construção, com madeiras diferentes. Elas receberam diferentes captadores (os mesmos!) e soam absurdamente diferentes. É tão óbvio que não precisa de método científico... kkkkkkk
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JJJ Veterano
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# fev/15 · Editado por: JJJ
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boblau
Se os braços eram diferentes, já melou tudo. Estou me referindo somente ao corpo.
vintagentleman
Cara, começaram a falar e ai ferrou... kkkkkk Agora, o Stradivarius não entra no jogo, né?... Acústico é óbvio que a madeira interfere! Sem madeira boa, game over? E as guitarras de acrílico, resina, fibra? Não sai som? Se a madeira fosse taaaaaaaaaaao fundamental assim, era de se esperar que o som dessas guitarras fosse uma bosta. E não necessariamente é assim, embora algumas possam ser, mas por serem ruins de tudo...
MMI
Cara, não vou discutir mais. Pensamos diferente. Fazer o quê? Tá na boa. Agora, se alguém me mostrar um teste realmente científico onde a mesmíssima guitarra (não duas do mesmo modelo) soarem muito diferentes se APENAS a madeira do corpo for trocada, mantidas as regulagens, alturas, afinação e cordas, eu mudo de opinião. Não tenho nenhum problema com isso.
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JJJ Veterano
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# fev/15 · Editado por: JJJ
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Segue um dos estudos entre vários que já vi/li:
http://www.guitarsite.com/news/music_news_from_around_the_world/electr ic-guitar-wood-myth-busted/
Os que, ao contrário, "provam" que a madeira faz muita diferença que vi até hoje são sempre na base do blá blá bla ou mostram duas guitarras diferentes e dizem que faz diferença, como aquele vídeo patético da Andertons, onde nem o guitarrista era o mesmo! kkkkk
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MMI Veterano
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# fev/15 · Editado por: MMI
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JJJ
After two months of testing, a La Trobe University researcher finds that electric guitar sound is unaffected by the body of the instrument.
Parei aqui. por isso perguntei se existe algo que passa perto de afirmar um absurdo desses.
Está cheio desses exemplos onde só a madeira muda. Mas isso aí não prova absolutamente nada que madeira não afeta o som.
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boblau Veterano |
# fev/15
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JJJ
Se vc ler com atenção, somente uma guitarra tinha o braço diferente. Todas as outras eram em Mogno e Rosewood.
O problema do paradigma é este. A pessoa se nega a enxergar outra realidade daquele que ela montou na realidade dela. Mal lê o que está escrito e já se fecha em sua verdade absoluta.
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krixzy Veterano |
# fev/15
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Não sei dizer com certeza, mas um comentário de um cara ai dessa pesquisa faz muito sentido, primeiro que nenhum aparelho de som consegue captar todas as frequências que o ouvido humano é capaz de detectar, e também é meio estranho que mesmo depois de tantos anos se construindo guitarras e estudando os luthier's continuem acreditando na madeira.
Então há somente duas questões pra pensar:
Ou realmente não existe aparelho preciso o suficiente pra detectar as mesmas frequências que o ouvido humano, e por isso o teste não mostra o resultado correto nas pesquisas.
Ou realmente não faz diferença nenhuma e as grandes marcas e luthier's sustentam essa ideia pra manter os preços altos em guitarras em que dizer ser feitas com a madeira da melhor qualidade.
Acho que comprando uma chinesa de madeira bem vagabunda, mas com boa construção, e colocando todas as ferragens e caps tops de uma guitarra top, e ai então colocar ela lado a lado com uma top, vai tirar essa dúvida, mesmo que não soe idêntica, mas pela qualidade sonora saberemos se a madeira é tão importante pra qualidade do som.
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NeoRamza Veterano |
# fev/15
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MMI Depende do maple. O de padrão 5A é bem caro sim. O birdseyes, a figuração, o spalted elevam o preço. O engraçado disso é que o plain maple costuma ter sonoridade superior, mas os guitarristas valorizam mesmo o figurado que tem sonoridade pior geralmente. Com toda certeza eu e praticamente todo mundo aqui prefere uma Les Paul burst com tampo figurado que uma plain.
É exatamente isso que estou dizendo. Todo mundo quer maple figurado porque é mais raro e consequentemente mais caro, mesmo que o plain top soe melhor. Você só confirmou o que eu disse.
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john Norum Veterano |
# fev/15
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Se madeira não tivesse Influência a Gibson estaria fazendo guitarras de compensado, vocês do cifraclub se acham os doutores da guitarra....... pegue uma guitarra de compensado e uma de mogno com as mesmas peças e testem em um mesmo amp....
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vintagentleman Veterano |
# fev/15
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Pessoal,
Olhem, é foda...
Babaquice de internet tem de monte pra defender que o governo da Dilma é o melhor do mundo, e nem por isso eu acredito, porque no meu cotidiano vejo justamente o contrário.
Agora eu trabalhei em marcenaria, com meu tio que é alemão e trabalha artesanalmente com isso, coisa de pai para filho. Cresci por lá, cheirando serragem.
Depois de velho, montei umas guitarras, comprei outras tantas. Faz uns anos que eu curto, mais que tocar, esse lance de customizar.
Já tirei captadores caros recém instalados em guitarra de basswood porque ficou horrível o som. Numa de freijó ficou excelente.
Tragam-me estudos de Harvard, Oxford, USP que seja, afirmando que madeira não significa nada numa guitarra. O quê?
Não acharam no Google?
Que coisa, hein?
Façam me o favor. Deixem o Lester Polsfuss e o Leo Fender repousarem tranquilos o sono da eternidade. Eles fizeram por merecer.
E aguardem os avanços da tecnologia na substituição da madeira. Isso é uma necessidade. Já vejo seus netos tocando maravilhosas guitarras de aramida, fiberglass e fibra de carbono.
E serão boas, com certeza.
Mas aí farão um leilão de uma dessas Gibsons do MMI, de madeira MESMO, pelo equivalente hoje a US$ 200.000.
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NeoRamza Veterano |
# fev/15
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john Norum
Ninguém disse isso dessa forma. Se puder leia melhor as postagens.
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JJJ Veterano
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# fev/15 · Editado por: JJJ
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MMI boblau vintagentleman
Beleza, caras... cada um com sua opinião. Se todos pensassem igual, o mundo seria muito chato...
O que eu sei é que todos os testes que foram feitos de uma forma minimamente científica, dos quais eu fiquei sabendo, concluíram que a influência da madeira do corpo é pouco significativa. E, muitas vezes, quem fez o teste tinha a opinião prévia de que encontraria diferenças óbvias!
Eu tenho formação tecnológica e acredito em testes científicos. Eu sei que isso tira um pouco da "magia" da coisa, mas... paciência... pra mim, enquanto não fizerem um teste rigoroso que realmente comprove alguma diferença evidente, continuo achando que não há.
Agora, enfatizo que a madeira não pode ser "vagabunda", porque ela tem importância estrutural na construção da guitarra e também no visual (que, pra mim, é importante). Ah, sim, a tradição também pesa. Então eu quis que minhas duas SGs e minha Les Paul fossem de mogno, mesmo achando que não faria grande diferença se fossem de basswood, por exemplo.
No mais, fico por aqui, porque não tem sentido brigar por isso, meus caros...
Abraço a todos!
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boblau Veterano |
# fev/15 · Editado por: boblau
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Eu já contei isto aqui em algum outro tópico, mas vou repetir resumidamente, já que o vintagentleman se referiu a instituições que teriam condições de apresentar teses confiáveis e ainda não o fizeram e trabalhei um pouquinho com isto e entendi o porque:
Minha esposa fez mestrado em linguística defendendo a tese de análise eletroacústica da voz em distúrbios fonológicos e o laboratório usado foi o do IPT e a tese na FFLCH da USP, depois da sua graduação em fonoaudiologia na USP.
Como me interessei muito pelo assunto, já que mexia justamente com os softwares de análise acústica que hoje são amplamente utilizados em estúdios de gravação eu ajudei no que pude inclusive fazendo visitas constantes ao laboratório do IPT e tendo contato com os livre docentes da área.
Depois de tudo feito, ficou absolutamente claro que por enquanto, não há formas de se analisar o espectro audível de forma a que se identifique todos os harmônicos e frequências complexas, como por exemplo da voz humana ou de instrumentos musicais.
Isto é profundamente estudado pois teria uma utilização fantástica nos processos de identificação e segurança - para que lembrar de senhas se você pode falar com um caixa eletrônico?
Portanto, a razão para não haver teses confiáveis neste assunto é porque ainda não há tecnologia para isto.
Vejam bem, eu não estou tirando nenhuma conclusão sobre o assunto, somente repassando o que vi e ouvi de quem entende muito mais que eu.
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MMI Veterano
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# fev/15
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JJJ
Para concluir, porque não dá para entender essa posição nem fazendo força.
O que eu sei é que todos os testes que foram feitos de uma forma minimamente científica
Não se pode concluir nada de forma "minimamente científica". Como disse ali atrás, evidências anedóticas podem ser válidas ou não, mas podem levar a falácias. Isso é método científico, o mais básico possível.
concluíram que a influência da madeira do corpo é pouco significativa
Se um sujeito qualquer conclui que em determinada metodologia, em corpos sólidos de guitarras de determinado padrão, ele não conseguiu achar diferenças, não quer dizer de forma nenhuma que a madeira não faz diferença na construção de guitarras. Chega a ser um enorme absurdo essa conclusão, uma falácia enorme. Simplesmente significa que naquela metodologia não se conseguiu provar diferenças, o que pode significar que vai ter diferença em outra metodologia ou mesmo não tem diferença, mas os estudos são ultra limitados a madeiras de corpos sólidos unicamente. Se a conclusão final não é que a madeira do corpo não influencia no som de forma assertiva, menos ainda se pode afirmar que a madeira do braço e da escala também não fazem diferença.
Dito isso, é muito simples comprovar as diferenças. Vá numa luthieria e troque os braços e corpos por madeiras diferentes, mas de igual construção. Ou mesmo, como falei, pegue uma tele normal e outra igual, só que inteira de rosewood, com os mesmos captadores, verá que a diferença é enorme. Mais fácil ainda, compare guitarras da mesma marca, mesmo ano, mesma linha, mesmo tipo e vai ver que há diferenças. Ainda assim, você pode acreditar que não há diferenças em madeiras, mas não pode afirmar e muito menos justificar se apoiando em "testes científicos", mesmo porque não existem testes científicos afirmando isso.
Parei aqui...
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nichendrix Veterano
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# fev/15
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JJJ
Não li a discussão inteira, mas é algo que já vi tantas vezes que dá pra pegar o bonde andando de boa... kkkkk
Essa de que madeira não tem nenhuma influência no som ou influência mínima no som é conversa pra boi dormir e falo isso cientificamente mesmo.
Querendo ou não a adequação de um material é feita pelas propriedade físicas e quimicas dele ao trabalho que vai desempenhar. Então a madeira é um material que tem sua densidade específica, tem sua porosidade, sua capacidade de transmissão de forças (que é diferente pra cada tipo de força) e por aí vai. Logo ela tem influência sim no resultado final, o que nem precisa de um teste de laboratório muito rigoroso pra comprovar, é um conhecimento tão básico que é considerado por quase todo mundo como autoevidente.
Como cada madeira tem propriedade físicas e químicas diferentes, cada madeira reage de forma diferente à aplicação de forças, essas forças por sua vez são convertidas em vibração e estas amplificadas para se conseguir o som, seja por uma bomba de ar (violões) ou por meio elétronico (elétricas). Por exemplo, madeiras muito porosas e de baixa densidade como balsa tem uma resistência muito baixa, elas transmitem muito bem forças de baixa intensidade, que no som se traduz em sons de baixa frequência, mas em geral tem um grande amortecimento de forças de alta intensidade (em som, altras frequências), elas também tem pouca resistência à cisalhamento, mas são relativamente boas em compressão e aceitam relativamente bem a tração. Isso basicamente diz que a única aplicação de balsa pra guitarras é como bloco central de semi-sólidas feitas de madeiras de alta densidade, como o Maple, que por isso tende mais a agudos, com a balsa no bloco central, você consegue amortecer marte das frequências agudas, ajudando a deixar o som do instrumento mais grave.
Agora dito isso, não significa que a madeira seja o melhor material ou que outros materiais não apresentem desempenho similar ou mesmo melhor. Por exemplo, isso tudo se aplica muito melhor a semissólidas e violões do que a guitarras sólidas, o efeito da madeira no som delas tende a ser realmente minimizado, o que não quer dizer que seja inexistente. do ponto de vista de transmissão de forças metais e polímeros como acrílico são muito melhores pra transmitir a força de vibração das cordas do que a madeira é, já que a densidade é muito maior. Só que no fim em geral a tradução nisso em som não é considerada muito agradável ao ouvido da maioria dos guitarristas.
Se tem dúvida vá num curso de engenharia de materiais que é um ramo da engenharia onde só se estuda isso, isso daí é conhecimento básico de física e de materiais, coisa bem de comecinho de curso mesmo.
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Iversonfr Veterano |
# fev/15
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Não li a discussão inteira, mas é algo que já vi tantas vezes que dá pra pegar o bonde andando de boa... kkkkk (2)
O tópico até que tava indo bacana até entrar na velha "madeira influencia o timbre" rs. Apenas para ajudar o time dos céticos como o JJJ rs, minha experiência no assunto foi trocando o escudo de duas teles custom que eu tenho/tive que eram idênticas, com braços Mighty Mite e ferragens Gotoh. Um corpo é de cedro e o outro mogno. Sinceramente não vi diferença nenhuma tirando o peso. Diferença real vi quando eu botei um Hotrails na ponte de uma Fender Mexico que eu tive, ou qd eu girei os botões de EQ do meu ampli. Talvez eu tenha uma percepção muito grosseira timbristicamente falando, mas realmente pra mim tanto faz a madeira do corpo. Sendo bonita, seca e aguentando estruturalmente com o monte de rasgo que a gente faz nela, tá excelente. E se mudar o timbre por mínimo que seja, girando 0,5 ponto os knobs do ampli ou até mesmo o tone da guita, fica bala.
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vintagentleman Veterano |
# fev/15 · Editado por: vintagentleman
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Iversonfr
Cedro e Mogno são duas madeiras excelentes. Fica difícil mesmo perceber uma diferença gritante.
Valeria o mesmo raciocínio para imbuia e freijó, todas na mesma linha "encorpada".
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nichendrix Veterano
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# fev/15
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Iversonfr
Isso faz sentido, o cedro que a gente usa aqui é o Cedro do Libano, a densidade dele é 580 kg/m3, Mogno depende da variedade mas vai de 500 a 850 kg/m3, sendo a maioria ficando entre 500 e 650. Então as propriedades das duas madeiras tende a ser próxima.
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JJJ Veterano
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# fev/15
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Só pra fechar (espero! kkkkk)...
Quanto a não haver forma de medir adequadamente o espectro sonoro: acho estranho, pois ferramentas de análise espectral existem há muito tempo. Mas não vou duvidar do boblau, porque não sei, então deixo em aberto essa possibilidade que ele citou. De qualquer forma, sempre se pode gravar o "antes" e o "depois" e ouvir (com o ouvido humano mesmo) e comparar.
No entanto, o corpo vibra acusticamente. Pode ser (não posso afirmar com certeza, mas faz algum sentido) que a vibração do corpo da guitarra, sendo transmitida ao guitarrista, acabe levando a alguma percepção sinestésica diferente aos ouvidos (alguma relação entre tato e audição). Isso realmente seria indetectável a uma máquina ou mesmo ao ouvir a gravação posteriormente, sem o contato com o corpo da guitarra. Sutil, mas pode ser...
Quanto ao fato de comparar duas guitarras em tese "iguais", não tem jeito, não bate mesmo. Se se quer fazer uma experiência válida, tem que ser a mesma guitarra, só trocando o corpo. Disso eu não abro mão. O MMI está cansado de dizer que, mesmo em guitarras top, tem que experimentar várias delas (teoricamente o mesmo modelo) até achar uma excelente. Por quê? Porque QUALQUER mudançazinha boba nos componentes elétricos ou na regulagem ou na construção, faz diferença.
Outro dia fui trocar um potenciômetro de 250K. Tinha um saquinho deles aqui. Fui medir. Um dava 260, outro 268, outro 248... e por aí vai. Todos os componentes elétricos tem o que se chama de "tolerância". É um percentual de variação aceitável de suas medidas elétricas, dentro da especificação do componente. Some-se vários deles (que fazem parte da guitarra) e teremos uma variação significativa entre duas guitarras "do mesmo modelo". Quando o componente é de ótima qualidade (não era... rs), a tolerância é menor, mas sempre há. A regulagem de altura dos captadores é outra coisa que faz diferença fundamental. Coloque os captadores UM MILÍMETRO pra baixo ou pra cima, ou pra dentro ou pra fora, ou prum lado ou pro outro e teremos uma sonoridade diferente. Troque a espessura ou a marca das cordas e terá uma diferença monstra. Troque a ponte ou altere sua altura, o nut, os trastes... enfim... não há como se usar duas guitarras diferentes, se o objetivo for ver o quanto a madeira do corpo influencia.
Agora... chega, né?
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Rei Arthur Pendragon Veterano |
# fev/15
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JJJ ISSO. Concordo com td. Tudo tem uma variação. Aconteceu uma coisa inusitada esta semana. Um cara me ofereceu um trio de captadores texas special pra minha strato. Ele comprou dois trios para revenda. Segundo ele, havia uma boa variação na resistência entre cada um deles. Entre os necks era quase 1K!!!. Quando ele me ofereceu, ele perguntou se eu queria o mais forte ou o mais limpo. Eu ri e perguntei: Ué...mas n são iguais?
No entanto, o corpo vibra acusticamente. Pode ser (não posso afirmar com certeza, mas faz algum sentido) que a vibração do corpo da guitarra, sendo transmitida ao guitarrista, acabe levando a alguma percepção sinestésica diferente aos ouvidos (alguma relação entre tato e audição). Isso realmente seria indetectável a uma máquina ou mesmo ao ouvir a gravação posteriormente, sem o contato com o corpo da guitarra. Sutil, mas pode ser... Isso que eu estava discutindo com meu luthier... que essa impressão atinge sempre quem toca. Quem está escutando outra pessoa tocar não percebe tanto essa diferença.
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MMI Veterano
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# fev/15 · Editado por: MMI
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JJJ
Quanto a não haver forma de medir adequadamente o espectro sonoro: acho estranho, pois ferramentas de análise espectral existem há muito tempo. Mas não vou duvidar do boblau, porque não sei, então deixo em aberto essa possibilidade que ele citou. De qualquer forma, sempre se pode gravar o "antes" e o "depois" e ouvir (com o ouvido humano mesmo) e comparar.
Isso faz parte do que trabalho também. Uma análise espectral passa muito longe do que os ouvidos percebem. Para simplificar em liguagem do pessoal daqui... O telefone é um péssimo captador e reprodutor de som, extremamente limitado. Mesmo assim qualquer pessoa reconhece um monte de pessoas por um simples "alô!", inclusive vozes muito parecidas como as de irmãos. É uma minúcia tão grande que a análise de dados não é capaz de identificar pessoas com precisão.
Como disse o nichendrix, " (a madeira) tem influência sim no resultado final, o que nem precisa de um teste de laboratório muito rigoroso pra comprovar, é um conhecimento tão básico que é considerado por quase todo mundo como autoevidente".
Pode ser (não posso afirmar com certeza, mas faz algum sentido) que a vibração do corpo da guitarra, sendo transmitida ao guitarrista, acabe levando a alguma percepção sinestésica diferente aos ouvidos (alguma relação entre tato e audição). Isso realmente seria indetectável a uma máquina ou mesmo ao ouvir a gravação posteriormente, sem o contato com o corpo da guitarra. Sutil, mas pode ser...
Não, não é isso. Há, obviamente, uma percepção tátil e proprioceptiva, mas não auditiva - isso em indivíduos normais, quem tem a mesma doença de Beethoven em estágio avançado e não tratado pode ter alguma sensação autiva discreta.
Por quê? Porque QUALQUER mudançazinha boba nos componentes elétricos ou na regulagem ou na construção, faz diferença.
Ok. Pegue uma Gibson Custom 57 VOS e uma R8 ou R9, com os mesmos captadores (linha PAF, atualmente vem com burstbuckers), de forma que sejam basicamente guitarras iguais nos componentes. A diferença é grande, de forma que pode levantar ou baixar cordas e captadores, pode mudar a tensão do braço, pode mudar potenciômetros. Se quiser pode fazer a mesma coisa com uma tele com madeiras usuais e outra em rosewood. Mexa a vontade, elas não vão chegar perto de se aproximarem.
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