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Lelo Mig Membro
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# jun/14 · Editado por: Lelo Mig
Nos anos 90 a febre Van Halen, Malmsteen, Steve Vai e Satrianni (para citar só os mais populares) assolavam nosso mundo guitarristico e nos deixavam, os mais velhos, criados na escola setentista, de cabelos em pé.
Afinal, não éramos capazes de tocar daquela forma. Não sem antes parar, retomar estudos e exercícios, reaprender algumas coisas e suar muito, mas muito mesmo. Alguns de nós, como eu, não estavam dispostos a tal recomeço, por uma série de motivos das quais não importam agora. Assistíamos aos moleques, a esta nova geração que chegava, com sua velocidade e técnica, seus licks violentos, hammers, tappings, técnicas de alavanca com um misto de surpresa, admiração, certa inveja e um pouco de incompreensão.
Sabíamos, no fundo, apesar de metermos o pau, afinal é isso que fazemos quando somos “superados”, que perderíamos nosso lugar.
Ficamos rendidos...
Certo dia, estávamos num bar no bexiga em São Paulo. Eu, guitarrista ultrapassado, um baixista de minha geração e um grupo de pessoas.
Entre elas um guitarrista, na época o melhor tecnicamente que eu já havia visto, capaz de cuspir todo repertório dos mestres acima citados com a perfeição, técnica e velocidade de suas gravações originais em studio. Era muito bom guitarrista e isso era inegável.
Mas, era falastrão... Criticava tudo o que ouvia, achava todo mundo ruim e tecnicamente deficiente. Se auto proclamava “músico”, com a ironia de que todos nós e os demais não fôssemos... Seríamos, talvez, apenas “tocadores”!
Havia um cantor, conhecido meu, que se apresentava no Bar. Havia ouvido muitos elogios ao garoto e resolveu chamá-lo para uma canja, para quem não sabe, hábito muito comum em bares. Ele aceitou.
Subiu ao palco, empunhou a guitarra e ouviu do vocalista: João Bosco – Papel Marchê -“Fá!”
A casa caiu! Percebendo sua aflição, na tentativa de ajudar o baixista sussurrou: “Fá sexta e Nona!”
Aí que f... De vez! Papel Marchê só não virou Papel Higiênico porque o baixista meteu os acordes no baixo cinco cordas, o batera firulou mais do que o usual, o saxofonista simplificou seus temas optando por destacar as notas mais evidentes da harmonia e assim ofuscaram as tímidas tentativas de enfiar uns power acordes e pentatonicas que insistiam em não encaixar.
Naquele dia, percebi que alguma coisa era deficiente na formação dele. Percebi também que meu espaço estava garantido entre os “F6(9)”, “A7(b13)”, “E7(b9/13)”, entre outros acordes presentes nesta e em tantas outras canções.
Neste dia, o baixista que estava comigo me disse a frase:
"Cara, bota uma coisa na tua cabeça... existem músicos e guitarristas de rock e, acredite, a grande maioria dos guitarristas de rock não são músicos, afinal, eles não sabem tocar, nem avaliar nada que não seja rock!"
Frase esta que gerou algum desconforto num tópico do FCC que a citei.
Mas, creio que agora, com esta historinha, fique clara a ideia da frase no contexto.
Então, meus queridos, vocês sabem que adoro Rock, é meu gênero favorito e especial. E não há mal algum em querer/saber tocar só Rock. E para tal, quase nunca precisará saber centenas de acordes complexos, ritmos variados, arpeggios e cadencias diferentes. Raramente precisará sair do confortável 4x4.
Não há problema algum nisso. Mas, ressalte sempre que: Você é um guitarrista de Rock", apenas.
Se quer ser músico, vai ter de ouvir e aprender outras coisas.
Abraço! (vou vazar porque a pohadaria vai vir braba... hehehe)!
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nivekk Membro Novato |
# jun/14
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Então cara, só li verdades kkk. A maioria dos friteiros q vemos por ae sabem tudo de escalas, porém não se ligam no básico, groove e acordes (não que eu seja la essas coisas kkk).
Cara, minha vida mudou quando comecei a tocar gaita de boca, fui apresentado ao blues de verdade, onde muitas vezes nem guitarra tem, e quando tem, é um elemento secundário, servindo de base para a voz e a gaita, depois disso meu modo de tocar guitarra mudou drasticamente, perdi o interesse em tentar tocar rápido, hoje quando faço algum solo, tento fazer aquilo ter algum sentido, e não impressionar os outros.
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Luis A. Membro Novato |
# jun/14
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Lelo Mig
Cara, quanto aos fundamentos da musica, essa baixista (Carol Kaye, uma das mais influentes no rock) faz uma critica à geração atual, dizendo q esta é limitada em certos aspectos por nao estudar standards..... Ela ainda conta q introduziu muita coisa de samba na musica pop fingindo q era rock rsrsrsr
Confere ai, abraço.
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Marthin87 Veterano |
# jun/14
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Vou me interpretar o falastrão neste inverno. Não sabe tapping? Que guitarrista é você?
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Arimoxinga Veterano
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# jun/14 · Editado por: Arimoxinga
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sou guitarrista de rock!
o/
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RDias Veterano |
# jun/14
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Concordo com o texto, disse tudo. Porém acho que isso se aplica a outros estilos também. Um guitarrista especializado em outro estilo (MPB, blues, jazz) também vai passar sérios apuros se tiver que tocar algo fora da sua especialidade. Por isso que pra ser músico mesmo tem que dominar a teoria e passar por diferentes estilos, aí sim vc pode dizer que honra a profissão.
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Die Kunst der Fuge Veterano |
# jun/14
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Blé.
A postura desse guitarrista descrito no tópico sem dúvida é desagradável, porém, a colocação do baixista é essencialmente a mesma que a do guitarrista: Escolher uma habilidade arbitrária e dizer que quem não a possui não é "músico".
Pra uns esta tal habilidade é subir e descer escalas, pra outros é fazer acordes complexos, pra outros é ler partituras complexas à primeira vista, pra outros é tocar de ouvido e saber acompanhar os outros sem ensaio prévio, para outros é saber improvisar fugas...
É até compreensível, mas tá aí uma coisa que vale a pena se policiar, essa de ficar apontando os dedos e dizendo: Fulano é músico, ciclano não é...
Ao meu ver, se o guitarrista citado deve ser "condenado", deveria ser pela falta de humildade, não pela deficiência técnica que ele apresentou, que aliás, nem vejo por quê foi citada.
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Ismah Veterano |
# jun/14 · Editado por: Ismah
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Lelo Mig
Cada vez me convenço que tem algo de errado comigo. Talvez porque venha do teclado com uma boa pitada de piano (a vontade de aprendê-lo eu sempre tive), mas nunca me apeguei a empilhar 500 notas em um minuto.
Mas ainda assim percebi que eu era um idiota, quando me vi no palco, com uma guitarra na mão, tendo dificuldades em tocar feijão com arroz. Tudo que eu sabia era Bb maior, e o ritmo da música. Sorte minha foi o baixista gritando as notas.
Verdade seja dita, velocidade, técnica etc, não matam. Mas não servem pra nada se vc não tiver o ouvido, a intuição, lógica quase que matemática da música...
Faz quase um ano que troquei meus hábitos. Músicas praticamente, só de ouvido (ainda prefiro tirar solos no teclado), no máximo o tom copiado de algum lugar...
Larguei de ouvir das bandas de estúdio e passei a ouvir as bandas de estrada (que é onde eu julgo estar a música verdadeira)... Troquei de ouvir algumas bandas com o ao vivo perfeito (performance 10, show 0), e passei a ouvir bandas genéricas (performance -3, show 13).
Hoje me sinto muito mais desenvolvido. Sem aquela de "nunca tirei essa, vamo a outra?". Pode não sair a original, mas mesmo mastigado, engana bem.
EDIT: tem mais dois tópicos com esse nome, mas o único que trouxe sentido ao título, foi esse.
Frase sobre tocar rápido (bateristas vão querer me matar):
Fritar a 500 semínimas por minuto, é como solo de bateria: ninguém entendeu, todos aplaudiram veemente.
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MMI Veterano
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# jun/14
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Lelo Mig
Eu também vou jogar pedra no telhado dos outros e sair correndo, mesmo sabendo que meu telhado é de vidro... kkkkkk
A questão é que a música como nós conhecemos é de apenas 12 notas, simples, ridiculamente simples. Só que elas se unem e viram algo extremamente complexo, um assunto a meu ver que é infinito. Pelo menos eu, que curto e estudo o assunto desde os 6 anos (sem muito afinco, tem muita gente mais nova que estudou muito mais que eu aqui), não vejo o fim, na minha opinião é tão grande que é infinito mesmo.
Em vista disso, acho que o cara que fala que domina a música como este falastrão mencionado vive num mundinho limitado que não consegue enxergar ao seu redor. Só que de toda forma, limitados todos somos. É difícil achar quem domine de fato muita coisa. E não há nada de errado reconhecer a limitação e ter a simples aspiração de subir e descer escalas a mil por segundo. Ou de querer tocar apenas rock, que de fato é muito especial, com todas as limitações que isso possa representar.
Mas eu já vivi essa situação que você descreveu várias vezes, não foi uma só. Aproveitando o que o Die Kunst der Fuge disse, Pra uns esta tal habilidade é subir e descer escalas, pra outros é fazer acordes complexos, pra outros é ler partituras complexas à primeira vista, pra outros é tocar de ouvido e saber acompanhar os outros sem ensaio prévio, para outros é saber improvisar fugas... Essa tal habilidade pode ser dominar tudo isso e muito mais. Conheci pouca gente capaz disso... Sem exceções, os que mais se aproximavam disso se diziam, humildemente, músicos medianos. Mas via de regra, dominar algo como acordes complexos e chord melody, ajuda o músico a tocar todos os estilos, o rock inclusive.
Na verdade, o problema não é SER limitado, porque todos somos. O problema é VER o assunto de forma limitada.
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Ismah Veterano |
# jun/14
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MMI Na verdade, o problema não é SER limitado, porque todos somos. O problema é VER o assunto de forma limitada.
+1 (por isso eu era um idiota)
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INNARELLI Membro Novato |
# jun/14
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na verdade, acho a minha guitarra uma coisinha de louco, delicinha, gotosinha e é só minha.
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Christhian Moderador
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# jun/14
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Lelo Mig Neste dia, o baixista que estava comigo me disse a frase:
"Cara, bota uma coisa na tua cabeça... existem músicos e guitarristas de rock e, acredite, a grande maioria dos guitarristas de rock não são músicos, afinal, eles não sabem tocar, nem avaliar nada que não seja rock!"
Partindo desta premissa, um violinista que especializa-se em música barroca ou até mesmo em Gypsy Jazz, não é músico? Ou um "João Bosco" que não consegue cantar uma peça de Puccini não pode ser considerado cantor? Pra mim, trata-se apenas de uma questão de gênero e linguagem musical.
Já o fato do guitarrista em questão não saber botar uma sexta e uma nona num acorde é um problema primário e básico dele e não do músico que especializa-se em determinada linguagem ou estilo.
Generalização é o 'argumento-horóscopo' de quem quer parecer ter algum conteúdo - e, obviamente, me refiro ao seu amigo baixista, autor da frase - e não a você, antes que entenda mal... rs. Inclusive, se foi assim mesmo que ele falou ("Cara, bota uma coisa na tua cabeça"), a linguagem dele só reforça essa posição. Se eu quisesse generalizar, te aconselharia a manter distância desse tipo de gente... mas melhor não. =)
Abraços!
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PGilbert Veterano |
# jun/14
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Po, eu tenho uma história parecida com a sua, porém ao contrário.
Uns amigos me chamaram para montar uma banda de Rock'n Roll clássico. Era um repertório com AC/DC, Led Zeppelin, Joan Jett etc.
Tinha eu e um outro guitarrista (formado no conservatório Souza Lima e amante de jazz).
No nosso primeiro ensaio tocamos You Shook Me All Night Long, e esse guitarrista de jazz disse: "Pode deixar que o solo eu faço de improviso".
Na hora do solo, o cara fez um solo de "jazz" na música do AC/DC e ficou uma porcaria. Todos nos olhamos, paramos e começamos de novo. Chegou no solo e de novo ele fez solo jazzístico. Acabou que o solo dessa música passou pra mim, que fiz minhas pentatônicas de guitarrista de rock e o som saiu.
Se partir do raciocínio do seu amigo, guitarristas com formação em jazz são apenas guitarristas de jazz, não conseguem tocar um solo do AC/DC.
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renatocaster Moderador
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# jun/14
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E se fosse o contrário? Se chamassem o João Bosco para uma "canja metal", seja na guitarra ou nos vocais, ele se sairia bem? Todo mundo tem seus limites.
A postura do guitarrista citado no texto realmente é condenável, mas o fato dele não ter se saído bem nessa canja do João Bosco é devido as limitações do mesmo, e não do estilo que ele está atrelado em si.
O Christhian simplesmente resumiu o que estou querendo dizer nessa frase:
Já o fato do guitarrista em questão não saber botar uma sexta e uma nona num acorde é um problema primário e básico dele e não do músico que especializa-se em determinada linguagem ou estilo.
Resumo da ópera: O guitarrista se deu mal porque é um falastrão que pensava que se garantia no instrumento, e não pelo fato de ser um guitarrista de rock.
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Van_Lorien Veterano |
# jun/14
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Muito legal o texto e o debate gerado, fazia tempo que eu não via algo assim no fórum.
Como disseram, dificilmente alguém especializado em um estilo X, vai ter a mesma fluência em um estilo Y e outros, pode até saber tocar ele, se virar bem, mas não da mesma forma com que ele tocaria o Y. Não só na música, acho que essa "limitação" ocorre em todas as áreas.
Mas sobre a questão "guitarrista ou músico", acho que não sou nenhum dos dois, gosto de brincar com a guitarra mas não me considero guitarrista e sei muito pouco sobre teoria musical pra ser considerado músico.
Abraços!
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renatocaster Moderador
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# jun/14
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Van_Lorien
sei muito pouco sobre teoria musical pra ser considerado músico.
Esse é o ponto: O que é ser músico? É quem sabe tudo de teoria, de acordes, de escalas, etc? Eu honestamente não classificar isso de maneira precisa, teoricamente falando. Eu sei de ver, de ouvir, etc. E isso independe do estilo, gênero ou habilidades que o sujeito em questão tem ou deixa de ter.
Só sei de uma coisa, com todo o respeito com quem concorda e compartilha dessa opinião: Ler que guitarrista de rock não é músico é foda de aturar. Na boa. Então vá dizer isso pro Paul Gilbert, pro John Petrucci, pro Malmsteen, pro Steve Vai, pro Satriani, pro Van Halen, pro Blackmore, pro Little Richard, etc.
Reúnam todos eles numa sala, e diga: "Olha, tudo isso que vcs já compuseram até os dias de hoje não pode ser chamado de música, sabem porquê? Por que vcs não são músicos, são apenas "guitarristas de rock". Fala sério...
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EduJazz Veterano
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# jun/14 · Editado por: EduJazz
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Eu me considero, na melhor das hipóteses, um "guitarreiro".
Sou familiarizado com rock, é lá que está minha raiz (a despeito do nick), e acho que não faria muito feio na canja que o Lelo Mig narrou, até porque tive minha fase mais bitolada no "jáis" e na música brasileira.
Mas também teve uma vez que eu apanhei feio numa canja: me chamaram pra acompanhar um cara num bolero, mais especificamente isso:
Fiz o solo do início, coisa mais linda. Na hora da canção propriamente dita, quem disse que eu consegui acompanhar? A harmonia é até simples, mas era uma realidade rítmica que eu não estava habituado, e simplesmente não saiu um violão que prestasse pra acompanhar.
Enfim, a polêmica é interessante, e me traz uma frase que meu finado avô dizia sempre, meu pai também diz, e eu quero poder dizer pros meus filhos: nunca ache que você chegou lá, porque atrás de morro tem morro.
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Van_Lorien Veterano |
# jun/14
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renatocaster Concordo contigo. Ao meu ver, músico é quem sabe música e sabe fazer música, logo, todos esses guitarristas de rock que tu listou, são muito mais que guitarristas de rock, são músicos. Ótimos músicos, diga-se de passagem.
O que eu quero dizer é que eu não tenho conhecimentos musicais pra poder me intitular músico. Todos esses guitarristas que tu citou tem um conhecimento musical, seja teórico ou seja técnico, invejável, tornando eles muito mais que guitarristas.
EduJazz Eu me considero, na melhor das hipóteses, um "guitarreiro".
Me incluo nessa. Não sou nem guitarrista de rock pois não tenho toda a técnica e conhecimento para o estilo, apesar de ser o meu favorito e também não sou músico por ter conhecimentos musicais bem limitados.
Só gosto de tocar as músicas que eu gosto e improvisar algumas coisas mesmo.
Abraços!
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clguitar Membro |
# jun/14
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Não acho "guitarrista de rock" algo depreciativo, sinceramente. E consigo ver a diferença entre alguém que é "músico" (tem uma formação e uma capacidade de execução mais abrangentes) e um "roqueiro" (que se especializa naquelas doideiras e firulas características do estilo).
O triste dessa história do OP é o cara ser falastrão e não perceber o universo de música que ele não domina.
O que me ocorre é que esse tipo de guitarrista fica no meio do caminho entre "guitarrista de rock" e "músico" e não convence como nenhum dos dois. O cara manja escalas e arpejos demais para ser um Keith Richards da vida, mas não acompanha um "standard" relativamente simples porque sua formação é só de "solista" e não de integrante de banda.
Ao mesmo tempo, o sujeito adota postura de "músico de verdade", o que acaba fazendo com que perca a "atitude" e a "autenticidade" que geralmente se buscam no rock.
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kekotenko Veterano |
# jun/14
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Opa! O papo aqui está interessante. Vou acompanhar e ver se chegam a uma conclusão final. hehe..
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renatocaster Moderador
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# jun/14
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Van_Lorien
O que eu quero dizer é que eu não tenho conhecimentos musicais pra poder me intitular músico.
Sim, eu entendi. Também me incluo nessa, não sou guitarrista de nada. Aliás, sou sim: Um guitarrista de merda, auhauhauha!
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RenatoSchoen Veterano |
# jun/14
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Lelo Mig
É uma questão de especialização.
Você não vai chamar um obstetra para fazer uma cirurgia no cérebro, nem um neurocirurgião para um parto. Ambos são médicos.
Esse negócio de ser ou não um Músico é muito relativo, pois na música não existe a obrigatoriedade de uma instrução formal. Se levarmos ao pé da letra, Músico seria o cara que fez o ensino superior em Música, ou o cara que trabalha profissionalmente com música???
Mas qualquer vivente pode meter as caras num violão.... isso faz dele um Músico??? Se ele for bom, ele é músico??? Se ele toca em bares, em estúdios (como sideman), em bandas... ele é músico??? Mas e se ele toca só no quarto... deixa de ser músico????
Afinal.... o que é ser Músico??? É conhecer acordes, teoria??? É dominar um instrumento em um determinado estilo (mesmo sem saber nada de teoria)??? É tocar 4 compassos de pentas???
Eu toco guitarra à 8 anos e dentro do meu limitado repertório até que me saio bem.... não sei patavinas de teoria e toco só no meu quarto. Sou músico???
Não???
Aí amanhã eu formo uma banda e de uma hora pra outra estouro na mídia, vou no Faustão, loto shows, participo de festivais, vendo discos pra caramba, fico rico.... Tá, é totalmente improvável... mas não é impossível, certo?? Então eu virei músico??? Sei lá!!!!
Na minha opinião, somos todos músicos, desde da hora que aprendemos a cantarolar um nana-nenê ou assobiamos uma canção. A música está sempre a nosso redor.
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Led Zé Veterano |
# jun/14
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Bom, sempre tive a certeza que músico é quem faz música e vive dela. Seja o Sea Sick Steve ou o Al di Meola. Seja o Dee Dee Ramone ou Pastorius. Assim como em qualquer profissão, existem uns melhores que os outros . Existem os que aprenderam na prática e os acadêmcos. E existem também especialistas. O cara pode ser um puta neuro cirurgião e ser incapaz de dar um diagnóstico de catapora numa criança. Por outro lado existem clínicos gerais que podem dar um diagnóstico só de olhar pra cara do sujeito mas não consegue remover uma verruga com um bisturi na mão. Cada um no seu quadrado. Todos temos pontos fracos e fortes. Diminuir cada vez mais seus pontos fracos e melhorar seus pontos fortes é que faz um ser melhor que o outro. Simples assim. Acho que não tem não motivo de discussão e o baixista do causo é um recalcado.
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kekotenko Veterano |
# jun/14 · Editado por: kekotenko
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Levado ao extremo, passarinho que canta uma melodia é músico?
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Jube Veterano |
# jun/14
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As comparações com as especializações médicas mataram a pau.
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kekotenko Veterano |
# jun/14
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Vamos ver esse negócio de especializações.
Stevie Vai é músico. O maestro é músico. O integrantes da orquestra são músicos, cada um deles executando um instrumento que adotaram como o seu preferido.
Stevie é especialista em guitarra e não precisa de uma orquestra para tocar " For The Love God". Então, porque ele está tocando com uma? Estará ele se intrometendo em uma área fora de sua especialidade?
Voltando às comparações médicas, eu diria que o conhecimento que ele tem sobre a Medicina permite que ele seja bom tanto em fazer diagnósticos, como fazer cirurgia em verrugas.
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clguitar Membro |
# jun/14
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Lelo Mig Entre elas um guitarrista, na época o melhor tecnicamente que eu já havia visto
Diz aí pra galera, quem é o guitarrista da história? Contou o milagre, aproveita e conta quem foi o santo, hehe.
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Ismah Veterano |
# jun/14
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E vá telhas voando...
Acho que ninguém (poucos ao menos entenderam) o que o Lelo Mig quis dizer...
Seguindo a analogia do RenatoSchoen, um neurocirurgião e um obstetra, são médicos. FATO.
Porém, antes de se especializarem eles tiveram uma canja do que é medicina em geral (clínica geral).
Logo, a colocação inicial se refere a dificuldade de ele chegar nas tríades puras F, A, E, e não em domar a complexidade dos mesmos...
PS: F VI e IX não seria F, B e G? F, A, E é o ciclo de 5ª (I V VII)...
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De Ros Veterano
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# jun/14
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Então, partindo da premissa dada, eu também não sou músico, pois se começam a tocar esse som do João Bosco, eu só vou ficar apreciando, não faço ideia de como tocar esse tipo de som. E quando a música acabar, é só me acordar, uhauhauhauhauhauhauh!!!
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Lelo Mig Membro
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# jun/14 · Editado por: Lelo Mig
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nivekk, Luis A., Marthin87, Arimoxinga, RDias, Die Kunst der Fuge, Ismah, MMI, INNARELLI,Christhian, PGilbert, renatocaster, Van_Lorien, EduJazz, clguitar, kekotenko, RenatoSchoen, Led Zé, Jube, De Ros.
Muito boas e inteligentes todas as participações e opiniões. O nível das argumentações me surpreenderam positivamente.
Minha ideia inicial, foi justamente essa, discutir a "formação" musical como um todo, suas deficiências e especializações, sem pré julgamento. Claro, dei uma "salgada" no tópico, com o intuito provocativo mesmo, para obter respostas, até mesmo que me xingassem... faz parte.
Apenas uma consideração, com relação ao comparativo com a medicina, que acaba virando uma pergunta:
"Todo médico, antes de sua especialização/residência, é um clínico geral, certo? Não deveria ser assim com a música?"
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