Qual a diferença da Les Paul de 57 pra de 59

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JJJ
Veterano
# mar/14
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MMI
uma signature andou saindo com captadores Ron Ellis, ultra bem feitos, fiéis e cheios de segredinhos. Dizem ser espetaculares estes captadores.

Cara, criei um tópico baseado nessa sua frase...

http://forum.cifraclub.com.br/forum/3/313817/

MMI
Veterano
# mar/14 · Editado por: MMI
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EduJazz
erico.ascencao

Eu chutaria no mínimo uns US$20k.

Bem mais que isso. As Gibson reissue Tom Murphy de 2002-2003, algumas de 93 das últimas que ele fez como empregado da Gibson, que foram feitas de Brazilian Rosewood e são consideradas das melhores, chegam a passar de 15 mil dólares. Os americanos adoram estatísticas e porcentagens, fazer "rankings" também. Eles definem que as de 58 até 60 a Collectibility Rating: A+. Essas melhores Murphy`s tem uma avaliação atual de até 10% do valor da original. Disso se conclui que uma valor inicial, muito chutado, poderia começar próximo de 150 mil dólares.

A questão é que tem muitas variáveis. Depende do estado, do grau de originalidade, da integridade, de quem tocou nela, de onde está. Esta guitarra sofreu um refinish, o que perde algum valor, mas os captadores e ferragens estão originais. Não sei sobre o case dela. Ela não é uma 58 burst, ainda é goldtop, o que também cai um pouco (bem pouco). Só que ela está no Brasil, o que quer dizer que vale entre 60 a 100% a mais do que os americanos avaliariam em dólares, por estar aqui.

Quem tiver interesse nesse mercado vintage, a revista Vintage Guitars faz anualmente uma edição extra com a lista de preço que é referência no mercado.

EduJazz
Veterano
# mar/14
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MMI

Obrigado, professor!

Ao que me parece, a coisa deixou de ser apenas uma guitarra, assim como um Van Gogh deixou de ser apenas uma pintura. É um ativo comercial.

MMI
Veterano
# mar/14
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EduJazz

É um ativo comercial.

Isso que fez disparar os preços. Se você olhar a página da Vintage Guitars que postei, eles fazem "the 42 Guitar Index", que mostram um gráfico ali. Note que em 2001 o index estava em 300.000 dólares, chegou a 1 milhão em 2008. Ou seja, quem tinha guitarras deste index em 2001 pode desfrutar dela por 7 anos e ainda viu seu patrimônio aumentar mais de 3 vezes. Melhor que ações, que não dá para usufruir, é só papel.

Foi essa visão de aplicação financeira um dos motivos que fez esse mercado disparar. A esses preços praticamente não são mais instrumentos musicais, vários músicos famosos pediram para a Gibson, por exemplo, uma reedição porque não podem se arriscar nas turnês com algo tão caro. Virou um ativo comercial mesmo. Aqui no Brasil mesmo sei de empresários que aplicam dinheiro nisso, especialmente o tal "caixa 2", já que tem liquidez, o mercado não é tão formal e controlado, tem segurança.

clguitar
Membro
# abr/14
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MMI
Aproveitando o tópico: as Gibsons Historic selecionadas para a Yamano para o mercado japonês realmente eram superiores, ou era só uma questão da tampa de maple mais bonita?
Entendo que, depois de 2006, a parceria com a Yamano acabou. Ainda assim, tem guitarras à venda que dizem ter sido escolhidas para a Yamano. Você tem informação sobre isso?

Obrigadão!

MMI
Veterano
# abr/14
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clguitar

Muito já se falou sobre essas guitarras. Para quem não sabe... A Yamano era a distribuidora da Gibson para o Japão. Algumas lojas e distribuidores especiais, como a Yamano, a Wildwood (um colega do fórum está indo pegar uma lá), Music Zoo etc. podem fazer pedidos especiais, linhas especiais, com suas specs. Através da Royal, por incrível que pareça, a Two Tone teve uma micro-série especial aqui. Por causa do mercado japonês ser mais exigente, o controle de qualidade era mais apurado e pediam guitarras impecáveis, mais rigoroso que para o mercado americano.

As historics, como todas as outras, sofrem com uma certa flutuação, tem sempre as melhores e piores. Eu não sou especialista nessas Yamano, mas pelo que ouvi dizer e li na net, também tem melhores e piores. Na média elas vão ter tops mais figurados, mas basicamente é cosmética, porque no som até onde eu sei são bastante similares às outras. Eu não pagaria a mais por ser Yamano...

Marco A. SDD
Veterano
# abr/14
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2 U_U

clguitar
Membro
# abr/14
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MMI
Obrigado

maspn
Veterano
# abr/14 · Editado por: maspn
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engraçado....

"reissue" cópia... reedição...

pelo que vi nos fóruns internacionais são nada fiéis as originais.
primeiro pela emenda longa do braço, depois de 68 ficou menor... até o que se tem hoje...
depois pela madeira, qualidade dos materiais, a perca do imã dos captadores paf... etc...

MMI
Veterano
# abr/14
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maspn

Complicado isso...

Algumas coisas, como o jacarandá da bahia, hoje não é mais tão simples e impossibilitou a produção em escala com esta madeira. Alguns detalhes são diferentes sim, algumas coisas precisam envelhecer para ter o efeito dessas guitarras de mais de 50 anos. Mas sim, são cópias daquelas guitarras, dentro do que é possível hoje, dentro do que eles se propõe a fazer. Falar que não são nada fiéis às originais é meio injusto, muita coisa é bastante fiel, a maior parte. Mas nem vale a pena discutir isso, alguém pode achar que é fiel ou não é, mais ou menos não pode ser... Bom, eu diria que são fiéis neste caso, apesar das diferenças.

Alguns detalhes não são possíveis hoje, como algumas técnicas empregadas, como a pintura. Se fossem fazer igual ao que faziam hoje, o dono da empresa seria preso e a fábrica fechada. São outros tempos, outra realidade, o mundo mudou. Mas eram feitos sem muito controle, sem muitas normas e parâmetros. Muita gente diz, e eu acredito e faço coro, que as guitarras atuais são melhor fabricadas que as daquele tempo. Existem especificações muito mais rígidas, então acredito piamente que se pegarmos 10 R9 de hoje, vão ser na média melhores que 10 LP59 há 50 anos atrás. Ou seja, numa escala industrial, acho que as reissue são muito próximas do melhor que se pode imaginar hoje.

clguitar
Membro
# abr/14
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MMI
Tem um video no youtube da fabrica da Fender nos anos 50. Ninguém usava máscara, neguinho fumava no trabalho e até o cara que pintava as guitarras estava sem camisa. Se fosse hoje, Leo Fender estaria preso. Mas acho que essa tosquice adicionava mojo às guitarras, segundo os saudosistas, hahaha

erico.ascencao
Veterano
# abr/14
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maspn
engraçado....
"reissue" cópia... reedição...
pelo que vi nos fóruns internacionais são nada fiéis as originais.

É aí que reside a diferença entre as RI e as NOS/VOS, certo?

MMI
Veterano
# abr/14
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erico.ascencao

É aí que reside a diferença entre as RI e as NOS/VOS, certo?

Não.

Por NOS se entende como um termo da Fender. Começou quando a Fender "encontrou" um depósito cheio de madeiras, corpos e braços, bem antigo. Então apesar de novo (new), era um "old stock", mas hoje não passa de um termo marqueteiro de vendas da Custom Shop.

Por VOS se entende como um termo da Gibson. Em 94, com a saída de Tom Murphy da empresa e crescimento do mercado de relic, precisaram dar um jeito para terem guitarras com aparência de velhas. O Tom Murphy continua até hoje, mas oferece um número bem limitado porque ele faz pessoalmente, a mão, os preços dispararam. Criaram as VOS, um pouco mais baratas, com alguns specs antigos e um leve relic, feito na fábrica mesmo. As VOS então passaram a ser "a versão de entrada" (se é que se pode dizer isso) das reissue.

Filippo14
Veterano
# jun/14
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MMI

Já li esse tópico milhares de vezes e acho impressionante quantos detalhes existem nessas guitarras. Ai que eu me pergunto, quando você compra uma Gibson no lugar de uma handmade, você paga mais caro por todo esse conhecimento, sofisticação e história ou as handmade como Dunamiz, N. Zaganin tambem fazem as les pauls réplicas das antigas com esses long tenon, wiring etc?

Abração

MMI
Veterano
# jun/14
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Filippo14

Nem sei se falei de todos os detalhes... kkkkkkk

as handmade como Dunamiz, N. Zaganin tambem fazem as les pauls réplicas das antigas com esses long tenon, wiring etc?

Depende. A Music Maker, a Zaganin de certa forma são linhas, isto é, uma customização é mais difícil e menos interessante para eles fazerem. A Dunamiz faz uma a uma, eles até acham interessante que uma não seja igual a outra. Até onde sei, na Dunamiz todas são long tenon, os captadores são totalmente individualizados (o wiring também), tudo pode ser discutido. O que eu sei é que eles tem 3 tipos de LP, com preços diferentes, e alguns detalhes só disponibilizam no modelo top, como o tensor de ação única vintage. Resta saber a disponibilidade de peças e o conhecimento de detalhes para que sejam colocados em prática. Já o Cassias, que não faz uma réplica de LP, faz um modelo dele, conhece bastante e discute detalhes, mas não gosta de usar esse tipo de tensor vintage e prefere trastes de inox. Mas tudo pode ser conversado com esses que fazem individualmente.

Filippo14
Veterano
# jun/14
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MMI

Imagina quantos detalhes ainda existem então!!!

Eu faço esse questionamento por que muita gente diz que Gibson hoje é cagada comprar, por que guitarra handmade é até melhor e tal, mas vai saber quantos segredos as guitarras ícones possuem. Será que os handmade conhecem esses segredos? Alguém fazer uma les paul em casa provavelmente vai ter uma construção nos detalhes totalmente diferente de uma les paul da gibson de nível top, e esses pequenos detalhes é que dão a complexidade do timbre, pelo menos a meu ver. Cada micro detalhe individual altera quase nada, mas o conjunto de todos esses detalhes, desde a escolha das peças de madeira, até o wiring, tensor vintage, os capacitores e potenciometros específicos, o ajuste do braço no corpo da guitarra e tantos outros que fazem o som se tornar tão complexo e maravilhoso. Falam que as réplicas da Dunamiz são das melhores, comparação com as melhores do mundo e tal, e se eles forem de fato tudo isso, deve ser por causa desses detalhes.

Abração

MMI
Veterano
# jun/14
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Filippo14

Problemático este questionamento... rs

Eu faço esse questionamento por que muita gente diz que Gibson hoje é cagada comprar, por que guitarra handmade é até melhor e tal, mas vai saber quantos segredos as guitarras ícones possuem.

Eu não acho cagada. Existem variados propósitos, modelos, necessidades. Um pessoal aqui do fórum fala muito em "custo x benefício", então quando fala em Gibson geralmente se refere a uma Studio ou no máximo dos máximos uma Traditional. Mas estes são os modelos básicos da fábrica (pelo menos dos que levam o logo da Gibson). Em virtude dos altos preços que chegam aqui, os luthiers colocam um preço um pouco abaixo da Gibson de referência, em geral de uma Std ou Traditional. E fica que na maioria a intenção é fazer uma guitarra boa, mas mais barata que a referência importada. Em geral a customização, detalhes de projetos etc. ficam em segundo plano, no máximo a pintura que parte para este lado. E é o "custo x benefício" que manda, já que se for o mesmo preço de uma referência, o cidadão vai na referência. Mais ainda, as handmades nacionais são péssimas de negócio na hora da revenda, ao menos comparativamente.

No meu ponto de vista, uma Gibson Murphy ou Collectors Choice tem muito mais custo x benefício que uma de luthier. A Gibson você paga os 3 olhos e vende por mais. A de luthier você paga 1/3 deste valor, mas perde metade na hora de vender.

Será que os handmade conhecem esses segredos?

Boa pergunta. Alguns conhecem muitos detalhes, já que muito que descrevi e aprendi foi com eles. Inclusive em relação a livros recomendados para ler. Alguns podem conhecer, mas não acreditam no valor do detalhe. Ou seja, varia...

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Eu não curto muito este blog, mas recentemente me recomendaram a leitura de um teste com várias Gibson boas no "Loucos por guitarras". Como se pode notar, existe sim diferenças e essas diferenças vem desses detalhes somados, que talvez isoladamente quase nem fazem diferença...

Dos luthiers nacionais que pude conhecer as LP, os únicos que igualam ou superam uma Reissue normal são da Dunamiz e do Cassias. Mas, como disseram no blog, neste nível há pouca diferença vertical, as diferenças são mais horizontais.

Filippo14
Veterano
# jun/14
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MMI

Acho que nossos pontos batem 100% ahahahha. Eu tenho uma Gibson Custom Les Paul que eu troquei os capacitores e captadores e hoje em dia acredito que ela esteja nesse nivel que as diferenças sejam mais horizontais. Já toquei em várias guitarras leias, como uma R9 de 2003 da Yamano e é uma puta guitarra, chei de segredinhos e acho dificil alguém que não faça esses detalhes possa ter alguma guitarra que se iguale.

Esse teste deles é muito legal, eu acho que eles aumentam demais algumas coisas, mas outras são bem boas de ver. Tem uma comparação de PAFs muito boa tambem que eles fazem, ótima forma de ter uma noção mais apurada dos melhores pafs atuais.

Muita gente realmente fala que as mudanças de uma guitarra de 2000 reais para uma de 5000 são maiores que a de 5000 para uma de 12000 e por ai vai, querendo dizer que no fim as mudanças são pequenas, mas são justamente essas pequenas coisas que vão mudar o resultado final.

SRV, Hendrix, Eric Johnson e John Mayer tiravam ou tiram as proteções das molas por dizerem que o timbre altera. Se uma besteira dessas de acordo com esses caras altera o timbre, quem sou eu para falar que um tensor vintage não vai mudar nada hahahaha.


Abração

MMI
Veterano
# jun/14
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Filippo14

Esse teste deles é muito legal, eu acho que eles aumentam demais algumas coisas, mas outras são bem boas de ver. Tem uma comparação de PAFs muito boa tambem que eles fazem, ótima forma de ter uma noção mais apurada dos melhores pafs atuais.

Sim, tem uns defeitos e umas bobagens no meio. Mas no geral, muita coisa é verdadeira ali. Essa comparação de PAFs é meio complicada, vai muito de gosto. Eles ficaram numa babação pelos Jim Rolph que não é obrigatoriamente verdadeira. E existem várias outras marcas, muitos outros tops, inclusive os captadores do Edu Fullertone que na minha opinião são melhores que do Rosar, pelo menos os PAFs.

Filippo14
Veterano
# jun/14
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MMI

Gosto muito dos Seymour Duncan Antiquity, foi os que eu coloquei na minha les paul, mudou muito o som dela, definição e equilibrio foram as principais características, impressionante o que eles fizeram.

MMI
Veterano
# jun/14
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Filippo14

Pois é, vai de gosto e até mesmo da guitarra. Uma Gibson Custom realmente vai bem um SD.

Eu não sou muito fã dos SD, a não ser os Custom Shop da Maricela Juarez. Na minha opinião perdem para os Lindy, Lollar, Ron Ellis e outros. Mas depende muito...

Filippo14
Veterano
# jun/14
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MMI

Realmente, captador é algo muito particular, nas minhas fenders mesmo eu tenho dois sets da marca Van Zandt. Acho eles fenomenais, enquanto tem gente que curte muito os Lindy Frallin, Ron Ellis e por aí vai ahahah.

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