Trio sonata (Oferenda Musical) de Bach - com guitarras (Makumbator & Die Kunst der Fuge)

Autor Mensagem
makumbator
Moderador
# jun/11
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MauricioBahia

Você tramou isso tudo com o Die Kunst der Fuge só pra me confundir!

Hhehehe! Pois é, somos tão covardes que até o nick dele é: A arte da fuga

A gente bate e corre!

Hhahsahsah!

:)

overlappingcircles
Veterano
# jun/11
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MauricioBahia
engracado que essa sensacao de duas leads muito semelhantes no timbre mas diferentes na melodia foi uma das coisas que eu mais gostei na musica :)

makumbator
Moderador
# jun/11
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overlappingcircles

Eu também gosto desse "exagero" barroco.

Mas gostaria de frisar que a percepção que o Bahia teve(de uma certa confusão sonora pelos solos múltiplos no mesmo plano) não é nem de longe infundada, pelo contrário, o ouvinte "atual" normalmente se sente assim com boa parte da música polifônica, caso não esteja habituado com o estilo.

Tenho certeza que ele foi absolutamente honesto, e que realmente se sentiu "tenso" com os solos se cruzando. Espero que ele não tenha achado na minha resposta que considerei o comentário dele sem razão, pois não foi o caso!!! Entendo perfeitamente esse "efeito"

É tudo questão de background e costume(e de certo modo, até "treinamento" de ouvido contrapontístico).

MauricioBahia
Moderador
# jun/11
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makumbator: até "treinamento" de ouvido

Deixa comigo!

:)

makumbator
Moderador
# jun/11
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MauricioBahia

Cuidado, se exagerar no treino ele fica assim:

zôreia

overlappingcircles
Veterano
# jun/11 · Editado por: overlappingcircles
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MauricioBahia
huahauhuaha!!!

makumbator
o meu comentario foi no sentido da nossa percepcao musical mesmo :) e inegavel que o brother Bahia tem o ouvido bem apurado e muito bom gosto, mas a mesma musica vista de pontos de vista diferentes obteve duas opinioes ate certo ponto antagonicas, acho esse fato bem interessante ;)

makumbator
Moderador
# jun/11 · Editado por: makumbator
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overlappingcircles

é inegavel que o brother Bahia tem o ouvido bem apurado e um bom gosto inegavel

Lógico! Ele sabe que eu sei que ele sabe que eu sei disso! Hhehe!

mas a mesma musica vista de pontos de vista diferentes obteve duas opinioes ate certo ponto antagonicas, acho esse fato bem interessante ;)

Sim, e esse tipo de coisa nem depende apenas do "gosto" da pessoa, mas de outros fatores também, como o lance do costume auditivo com o estilo.

MauricioBahia
Moderador
# jun/11 · Editado por: MauricioBahia
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makumbator: Ele sabe que eu sei que ele sabe que eu sei disso!

Ainda bem que você achava que eu sabia que você sabia do que eu achava!

Abs

kiki
Moderador
# jun/11
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o foda é que o mano makumba não se conforma em fazer bem feito a música, ele ainda tem que dar uma aula sobre o assunto.

ficou muito foda.

Para quem não sabe, no contínuo barroco não se escrevia a execução completa, apenas a linha de baixo com cifras de acordes.

O executante cria de improviso o acompanhamento da mão direita do cravo(e toca a parte já escrita da linha de baixo).


com essa eu não contava. temos aí um proto-jazz!

condorco em partes com o mano Bahia:
Uma coisa que detectei de cara é a presença enfática das duas guitarras o que me causou um certo conflito. As duas estão com timbres muito similares.

o estereo deu conta de nao embolar, isso nao é problema.
não acho que tenha que destacar alguma das duas, mas poderia ter trabalho com timbres bem diferentes, acho que teria ficado mais interessante.

makumbator
É que a maioria das pessoas não está acostumada a ouvir música com trama polifônica, em virtude da "ditadura" da melodia única que temos na música há algum tempo

ouvi dizer uma historia assim, confirma ai pra mim:
parece que foi uma "politica explicita" no tempo do iluminismo de
fazer as musicas terem uma melodia dominante, o que tornava mais palatavel as musicas para o publico em geral.
em "linguagem de dia-de-semana", a musica passa a ser "assobiável".

kiki
Moderador
# jun/11
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makumbator
(mas é cifragem barroca, diferente da moderna, confiram na partitura original).

nao consegui achar essa cifragem... em qual das partituras esta?
voce sabe ler cifra barroca?

eu abri uma em alemao (escaneada), abri outra em versao mais nova, mas todas tem varias musicas dentro...

Viola pomposa
ihihihihihihihihihi

MauricioBahia
Moderador
# jun/11
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kiki: Viola pomposa

Viola poposuda?

Se for, é paixão nacional! :)

makumbator
Moderador
# jun/11 · Editado por: makumbator
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kiki
com essa eu não contava. temos aí um proto-jazz!

tenho amigos que estudaram em Haia, na Holanda(foco dos "redescobrimento" da música antiga), e todos eles contam que os especialistas sempre fizeram várias pontes entre o barroco e o jazz.

A questão da improvisação é um exemplo. No barroco, como no jazz, improvisar era arte muito valorizada. A questão é que obviamente ficaram apenas as partituras da época(obviamente não se podia gravar o aúdio), então muita gente pensa que nego na época não improvisava. Aliás, se o cidadão não soubesse composição e improviso, não era considerado músico(não tinha essa de "executante", todo mundo tinha que compor).

Isso se reflete nas partituras, que são muito "peladas" de indicações. Tem o básico, pois se esperava que o músico conhecesse o estilo e unisse sua personalidade ao tocar, criando um pouco junto do compositor(que é o que se faz no jazz).

O Sigmund Kuijken (holandês professor de violino,um dos mestres de música antiga, e profundo amante da caipirinha...hehehe) faz vários paralelos entre os estilos, e para ele, os baixos do barroco são praticamente walking bass jazzístico. É por isso que barroco em estilo de jazz casa tão bem. Pois os fundamentos são até certo ponto parecidos.


Outra coisa parecida, é que o swing do jazz tem um paralelo no barroco francês, pois nele também se altera os ritmos de certas figuras, para criar um caráter mais "movido". E isso não aparece na partitura original(assim como o swing do jazz).

Vejam só:

http://www.youtube.com/watch?v=J_Mp2o--poQ&feature=related



http://www.youtube.com/watch?v=3N-wfsxEhl8


http://www.youtube.com/watch?v=4xng_QbhHGY&feature=related



http://www.youtube.com/watch?v=hjaPvdFaJZc&feature=related



mas poderia ter trabalho com timbres bem diferentes, acho que teria ficado mais interessante.

Sim, seria uma possibilidade(inclusive, no original os timbres são mais diversos, uma vez que é uma flauta e violino). O problema é que acho que tanto eu quanto o root acabamos indo naturalmente para timbres parecidos...hehehe!


o foda é que o mano makumba não se conforma em fazer bem feito a música, ele ainda tem que dar uma aula sobre o assunto.

ficou muito foda.


Agradeço os elogios!

ouvi dizer uma historia assim, confirma ai pra mim:
parece que foi uma "politica explicita" no tempo do iluminismo de
fazer as musicas terem uma melodia dominante, o que tornava mais palatavel as musicas para o publico em geral.
em "linguagem de dia-de-semana", a musica passa a ser "assobiável".


Aí não sei, pois o contraponto na época era palatável(e o barroco nem é o extremo do estilo contrapontístico). Não sei até que ponto esse tipo de coisa influiu. Mas o fato é que já no rococó os contrapontos foram aos poucos sendo suprimidos(os filhos mais novos de Bach, por exemplo, consideravam o barroco já ultrapassado). Passou-se a trabalhar mais em uma única melodia(o que é ótimo também).

O resultado é que a música ficou mais idiomática(ou seja, mais ligada ao instrumento para o qual foi escrita). O barroco era pródigo nas transcrições, pois é uma música mais "abstrata", que fica um pouco além das características de cada instrumento.

No romantismo, por exemplo, nunca se poderia transcrever(a sério) um concerto de volino para a flauta(ou o piano), mas no barroco isso era corriqueiro. Esse é um dos fatores do barroco soar tão bem com guitarra, pois no fundo, ele funciona com qualquer coisa.

nao consegui achar essa cifragem... em qual das partituras esta?
voce sabe ler cifra barroca?


Eu sei ler, mas não tenho fluência para sair tocando com a devida criatividade que o sistema pede.

Aqui uma explicação básica:

http://pt.scribd.com/doc/7300479/Cifra-Barroca

O legal dessa cifragem é que ao contrário da cifra moderna, ela te dá o "voicing" do acorde. Além dos números e símbolos, usa-se certos termos em escrito para dizer que deve se fazer acordes parados, linhas mais contrapontísticas, apenas a nota do baixo, etc...

kiki
Moderador
# jun/11
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há, ganhei mais uma aula gratis!

Sim, seria uma possibilidade(inclusive, no original os timbres são mais diversos, uma vez que é uma flauta e violino). O problema é que acho que tanto eu quanto o root acabamos indo naturalmente para timbres parecidos...hehehe!

pois é, foi nisso que eu pensei. acho que ganharia em destaque pra cada linha.

eu lembro de uma musica do bb king que tinha um grande solo entre ele (com aquele som gordo de semiacustica) e alguem que usava uma tele bem naquele cap do braço. dava um contraste tremendo, eu achei muito bom (opinião tendenciosa de telecasteiro).

O resultado é que a música ficou mais idiomática(ou seja, mais ligada ao instrumento para o qual foi escrita).
legal, nunca tinha pensado nisso...

Aqui uma explicação básica:
http://pt.scribd.com/doc/7300479/Cifra-Barroca


legal!

acho que vi essa dai (no final daquelas em alemao).
interessante que essa cifra se apoia no tom da clave, ou seja, ela parte do principio que tá no tom.
a cifra "moderna" permite abstrair completamente o tom.

makumbator
Moderador
# jun/11 · Editado por: makumbator
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kiki

dava um contraste tremendo, eu achei muito bom (opinião tendenciosa de telecasteiro).

Fica mesmo bem legal a característica de telecaster contra um som mais gordo.


interessante que essa cifra se apoia no tom da clave, ou seja, ela parte do principio que tá no tom.
a cifra "moderna" permite abstrair completamente o tom.


Sim, tanto que a harmonia contemporânea foge muito desse sistema de cifragem(nesse ponto a cifra moderna é melhor), mas ela é perfeita para determinar uma harmonia tonal tradicional(e com os voicings já predefinidos).

Claro que ela obriga o músico a saber mais a fundo harmonia, pois ela é menos "mastigada"(a cifra moderna não te obriga necessariamente a saber a fundo harmonia, pois com essa última pode-se decorar desenhos no braço para cada acorde mais usado).

Mas ambas servem bem para seus propósitos

CaioWT
Veterano
# jun/11
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Caramba, muito bom mesmo, parabéns (:

makumbator
Moderador
# jun/11
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CaioWT
Caramba, muito bom mesmo, parabéns (:


Valeu camarada! Obrigado por ouvir e comentar aqui no tópico!

tomcykman
Veterano
# jun/11
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não rola um vídeo não?

Die Kunst der Fuge
Veterano
# jun/11 · Editado por: Die Kunst der Fuge
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Bigtransa

Ahaha valeu amigão :)
Brigado pelo comentário.

Natis

Nossa, que coincidência feliz, né?
Fico feliz que tenha gostado e fico feliz que você toque Bach ao piano!
Poste algo pra gente ouvir algum dia ae.

Gilberto Juba

Valeu, o vídeo ainda está por vir!

MauricioBahia

Graande Bahia, valeu pelo comentário.
Bem o makumbator já falou bastante sobre a intenção sonora, mas eu, como cientista, gostaria de tirar uma espécie de "controle" do assunto, você acha o mesmo da gravação usando os instrumentos originais, flauta e violino (peguei o primeiro vídeo que apareceu no youtube)?

axleWs
TG Aoshi
Insomniac_

Brigadão, galera, fico muito feliz em receber os comentários de vocês, 3 pessoas que eu estimo muito aqui no fórum :)

buddy guy
Veterano
# jun/11
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makumbator
Die Kunst der Fuge


Excelente,no mínimo !!

makumbator
Moderador
# jun/11
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tomcykman
não rola um vídeo não?

No futuro até faremos um vídeo. No momento acho que o Root está impossibilitado de gravar imagens.


buddy guy

Agradeço as palavras camadara! Valeu pela presença!

Die Kunst der Fuge
como cientista, gostaria de tirar uma espécie de "controle" do assunto, você acha o mesmo da gravação usando os instrumentos originais, flauta e violino (peguei o primeiro vídeo que apareceu no youtube)?


Acho que com a diferença grande entre os timbres da flauta e violino(do original) o Bahia não terá a mesma sensação, mas é só um palpite.

Die Kunst der Fuge
Veterano
# jun/11
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makumbator
Acho que com a diferença grande entre os timbres da flauta e violino(do original) o Bahia não terá a mesma sensação, mas é só um palpite.

Sim, é possível, neste caso o problema seria mesmo a semelhança de timbres.
Mas é possível que ele também ache confuso, mesmos endo violino e flauta, ai o problema seria com a polifonia mesmo.

E depois seria legal também ouvir uma versão só pra piano ou pra cravo, aí teríamos coberto 3 pontos importantes.

MauricioBahia
Moderador
# jun/11 · Editado por: MauricioBahia
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Die Kunst der Fuge: você acha o mesmo da gravação usando os instrumentos originais, flauta e violino (peguei o primeiro vídeo que apareceu no youtube)?

Totalmente diferente. Cara, eu acho eu o fato da flauta e violino terem essa coisa da sutileza do "fade in" e "fade out" (não sei o nome técnico disso) além de volume ter muita variação também por causa dos vibratos, de alguma forma eles parecem encaixar mais harmonicamente.

Abs

[edit] nas guitarras parece que há um "duelo" enquanto no caso dos violino e flauta, um "diálogo"... algo assim!

makumbator
Moderador
# jun/11 · Editado por: makumbator
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MauricioBahia

fato da flauta e violino terem essa coisa da sutileza do "fade in" e "fade out" (não sei o nome técnico disso)

Vc quer dizer menos ataque nas notas. Claro que tanto com arco quanto com sopro pode-se ter um ataque agressivo e incisivo como uma palhetada tradicional de guitarra, mas nesses instrumentos(principalmente no arco, utilizando-se o golpe correto + controle de pressão) a possibilidade de variação de ataque é realmente muito maior que na guitarra.

Agora falta o root encontrar uma versão gravada em apenas um instrumento(piano, cravo, órgão, etc...) para vc ouvir e dar seu parecer final sobre a questão....hehehe!

Die Kunst der Fuge
Veterano
# jun/11
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makumbator

auhuahua Usando o MauricioBahia de cobaia humana :P

Mas não achei nenhum vídeo no youtube nestas condições =/

makumbator
Moderador
# jun/11
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Die Kunst der Fuge

auhuahua Usando o MauricioBahia de cobaia humana :P

Hhashashsa! Tudo em benefício da ciência!


Mas não achei nenhum vídeo no youtube nestas condições =/


É, vai difícil achar. Nunca ouvi falar de uma versão dessa peça transcrita com todas as partes executadas em um único instrumento de teclas.

MauricioBahia
Moderador
# jun/11 · Editado por: MauricioBahia
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Die Kunst der Fuge: Usando o MauricioBahia de cobaia humana :P
makumbator: Hhashashsa! Tudo em benefício da ciência!

Estou me sentindo um rato! ... ... ... ... ...

Die Kunst der Fuge
Veterano
# jun/11 · Editado por: Die Kunst der Fuge
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MauricioBahia

meu deus, quanta fofura!!! *.*

makumbator
É, vai difícil achar. Nunca ouvi falar de uma versão dessa peça transcrita com todas as partes executadas em um único instrumento de teclas.

Pois é, podia ter pelo menos uma versão pra 2 pianos, um fazendo o baixo contínuo e o outro fazendo as duas vozes.

nichendrix
Veterano
# jun/11
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makumbator

Gostei bastante, como sempre, mandando muito bem.

makumbator
Moderador
# jun/11
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MauricioBahia
Estou me sentindo um rato! ... ... ... ... ...


Ratinho só no tapping, e por cima do braço...virtuoso!!! Hhehehe!

nichendrix
Gostei bastante, como sempre, mandando muito bem.

Obrigado amigo! Agradeço a presença e o comentário!

Die Kunst der Fuge
Veterano
# jun/11
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nichendrix
buddy guy
CaioWT

Valeu amigos!!!
Obrigado :)

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