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MMI Veterano
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# jul/15 · Editado por: MMI
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Filippo14
Entao, mas e se mandassem a maquina de CNC fazer o instrumento com essas "imperfeicoes", sera que a qualidade melhoraria pelo fato de nao ser tao "quadrado" o corte?
Ahá! Sim, tem disso e passa por isso.
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Filippo14 Veterano |
# jul/15
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MMI Entao, algumas imperfeicoes de fato melhoram a grande maioria dos instrumentos, nao sendo o que eu falei depois?
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MMI Veterano
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# jul/15
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Filippo14
Eu acho que tem um pouco de tudo. Acaso, erro, acerto... De repente acertou a frequência fundamental das peças. Mas tem manha e segredos dos luthiers, não tenho dúvidas.
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nichendrix Veterano
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# jul/15
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Filippo14 Eu acho mais que a "imperfeicao" casou muito bem com os outros componentes, ate a forma como aquele mogno especifico formou suas fibras e casou na "cagada" do instrumento ser foda. Digo isso mais pelas imperfeicoes como a 335 do nichendrix tem do que pelas manhas de determinados luthieres
Cara o MMI que tem mais experiência que eu nesse mundo custom e mais conhecimento de luthieria do que eu que me corrija, mas parte da manha do bom luthier é perceber quando o instrumento está pronto. Saber que embora esteja com o braço ou o tampo ou o que for exatamente dentro da forma, que ainda existe algo um peteleco fora de lugar alí e fazer o ajuste preciso. Acho que essa, entre outras, é uma das grandes diferenças entre os luthier fodas e os só bons e foi isso que eu vi na Dunamiz e na Cassias aqui, essa sacada que o molde do instrumento é só um guia e que cada peça de cada instrumento é única nesse sentido, até porque ali era um ser vivo antes, não tem dois iguais.
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SkyHawk Membro |
# jul/15
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nichendrix Eu identifiquei isso na Dunamiz e no Cassias, meu estilo e instintos levam ao Dunamiz e por isso vou ter um intrumento deles, espero que ainda esse ano.
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Fugitivo Veterano |
# jul/15
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nichendrix
vc deve ser bem exigente com os guitarras, fiquei curioso em conhecer elas. Tem umas fotos pra mandar pra gente?
Não sei se você ja postou naquele tópico "Qual o seu setup?"
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nichendrix Veterano
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# jul/15
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Fugitivo vc deve ser bem exigente com os guitarras, fiquei curioso em conhecer elas. Tem umas fotos pra mandar pra gente?
Cara, eu nem são tão exigente assim, tipo, não comparado com outros caras que conheço bem mais exigentes, aqui no fórum tem alguns que eu nem me comparo, mas já tenho tempo e experiência o suficiente pra ter algumas particularidades de gosto.
Acho que parte dessa "exigência" é nunca ter tido tanto apelo pela marca, ao contrário da maioria, que as marcas famosas são algo inacessível, eu sempre tive acesso a essas coisas. Por exemplo, a maioria aqui fala do sonho de ter uma Les Paul, minha primeira Les Paul Studio eu ganhei com 14 anos de idade. Com 16 já tinha além dela, uma ES-135, uma Strat Plus e uma Epiphone Sheraton, entre os 19 eu já tinha adicionado uma Jem, uma Soloist, uma Tele American Standard e uma Gibson SG Standard ao bolo.
Como nenhum desses instrumentos era inacessível pra mim, a marca nunca foi o principal atrativo na hora de comprar, sempre prestei muito mais atenção ao som e à pegada do que ao nome no Headstock.
Sobre fotos, eu acho que pelo menos de algumas deve ter foto por aqui pelo FCC. Com certeza tem da 335 porque acho que até criei um tópico pra ela.
Não sei se você ja postou naquele tópico "Qual o seu setup?"
Cara provavelmente tem uma listinha do que tenho lá sim. Mas eu não tenho nada de fodasticamente diferente não. Tem umas guitarras feitas por encomenda, como uma Washburn e uma Seizi Tagima, mas a maioria é bem padrãozão, Fender, Gibson, até uma Squier da série original de 82 (as JV, que na época tinham qualidade superior às Fender Americanas) tem no bolo. A marioria foi depois tunada por mim e por alguns luthiers que eu sei que fazem um bom trabalho.
Só recentemente que comecei a olhar esse mundo de instrumentos custom com mais "carinho", quando era mais novo achava que isso tudo era frescura.
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MauricioBahia Moderador |
# jul/15
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nichendrix: Cara, no teste cego a maioria das pessoas nos ultimos 40 anos acha que Stairway To Heaven foi gravado com Les Paul e EDS-1275 (SG double neck), plugada num paredão de Marshall Plexi 1959 de 100W. Só que foi gravada com uma Telecaster e uma Fender Electric XII em dois amps Supro, um de 5W e um de 15W.
Adoro essa história pois, sendo talvez a música mais executada ha história do Rock, ilustra magnificamente bem que o ser humano percebe muita coisa baseado na atuo-sugestão. Enfim, a realidade não é evidente, mas surpreendente, ainda mais quando lidamos com nossos 5 sentidos "básicos" (olfato, visão, audição, tato e paladar). Em outras culturas, ainda há outro sentido, que é o conjunto destes 5.
Já devo ter comentado isso aqui, hehe, mas vale a pena reforçar.
o/*
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SkyHawk Membro |
# jul/15
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Gostei muito desse vídeo, vai bem na linha de meu pensamento sobre física, materiais, madeiras, captadores, etc. Foge do radicalismo, é coerente e pragmático.
Suspeito do que muito do que se fala nele tem implicações nos segredos que o MMI comenta algumas vezes, desculpe minha ousadia se estiver errado
http://youtu.be/HOr2NpHLoWY
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JJJ Veterano
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# jul/15
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SkyHawk Suspeito do que muito do que se fala nele tem implicações nos segredos que o MMI comenta algumas vezes, desculpe minha ousadia se estiver errado
Talvez não haja muita concordância entre eles, porque esse cara aí do vídeo é um dos defensores mais ferrenhos da pouca (ou nenhuma) influência da madeira do corpo em guitarras sólidas. Mas, em outros aspectos, pode ser que o MMI concorde...
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SkyHawk Membro |
# jul/15
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JJJ Nesse video ele é bem ponderado, inclusive em relação a madeira. Mais pelas propriedades do que pelo tipo em si, faz referências a dureza, veios, corte, secagem, etc.
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MMI Veterano
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# jul/15
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SkyHawk
De forma geral é isso mesmo. Tem coisas que ele não explicou direito ou eu não entendi direito ou sei lá o que, talvez tenhamos ideias diferentes, mas basicamente é isso aí.
Até pouco tempo eu achava que a madeira do corpo fazia pouca diferença. Mas cheguei a conclusão que não é tanto assim, tem alguma coisa no corpo que muda bastante que não é tão desprezível.
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MauricioBahia Moderador |
# jul/15
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MMI: Até pouco tempo eu achava que a madeira do corpo fazia pouca diferença. Mas cheguei a conclusão que não é tanto assim, tem alguma coisa no corpo que muda bastante que não é tão desprezível.
Tá se referindo ao corpo sólido, certo?
ABS!
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MauricioBahia Moderador |
# jul/15
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SkyHawk
O vídeo é legal. Em suma ele diz que nada é exatamente igual e, por isso, tudo interage de forma relativa no produto final, seja numa escala imperceptível (madeira da mesma espécie e até do mesmo tronco) ou mesmo numa bastante perceptível, como na altura dos captadores.
E, devido a esse conjunto de diferenças, duas guitarras idênticas a olho nu, podem soar diferentes.
Eu entendi isso!
:)
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Nefelibata Veterano |
# jul/15
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JJJ MauricioBahia MMI
Vendo o vídeo, o que eu entendi é: ele não diz que a madeira não faz diferença; ou ainda, que a espécie da madeira não faz diferença. Ao contrário.
Pra ele, a madeira faz diferença sim, mas a espécie da madeira por si só é irrelevante e que diferenças peças da mesma espécie de madeira podem soar totalmente diferentes. Por isto ele diz que "tonewood" é balela. Segundo o mito do "tonewood" a madeixa X tem o timbre X. Ocorre que isto não é verdade e o timbre depende das características de cada peça individual de madeira, que varia dentro da mesma espécie (maple, mogno, jacarandá...)
Ele até dá vários exemplos explicando como a peça de madeira em particular faz diferença e que isto exclui a tese de que determinada espécie deveria ter um timbre específico.
Dadas duas guitarras idênticas, mesma marca, série, hardware, elétrica, "madeiras" (espécies), mas que soam diferentes. Pq? Ele diz que é pq as propriedades da madeira de cada uma é diferente, apesar de serem da mesma espécie. Ou seja, a madeira faz diferença, mas a espécie não é determinante, pois dentro da espécie existe uma variança muito grande. Hence, tonewood is bullshit.
Daí ele dizer q conta mais a habilidade do luthier em identificar, conhecer e trabalhar a madeira e as propriedades particulares de cada peça e corte de madeira pra fazer soar assim ou assado.
Em resumo, ele não é defensor que "a madeira" não faz diferença, mas sim que a espécie, considerada tonewood, não faz diferença de maneira genérica.
eaheuaheuah não sei se embolei mais ou se esclareci a confusão euaheuahe
Abraço
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MMI Veterano
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# jul/15
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Nefelibata
Pra ele, a madeira faz diferença sim, mas a espécie da madeira por si só é irrelevante e que diferenças peças da mesma espécie de madeira podem soar totalmente diferentes. Por isto ele diz que "tonewood" é balela. Segundo o mito do "tonewood" a madeixa X tem o timbre X. Ocorre que isto não é verdade e o timbre depende das características de cada peça individual de madeira, que varia dentro da mesma espécie (maple, mogno, jacarandá...)
Ele até dá vários exemplos explicando como a peça de madeira em particular faz diferença e que isto exclui a tese de que determinada espécie deveria ter um timbre específico.
Dadas duas guitarras idênticas, mesma marca, série, hardware, elétrica, "madeiras" (espécies), mas que soam diferentes. Pq? Ele diz que é pq as propriedades da madeira de cada uma é diferente, apesar de serem da mesma espécie. Ou seja, a madeira faz diferença, mas a espécie não é determinante, pois dentro da espécie existe uma variança muito grande. Hence, tonewood is bullshit.
Foi o que eu entendi disso. Mas o JJJ tem razão, acho que ele tem outros vídeos polêmicos e que não concordo muito (mas não é disso que estamos tratando).
Logo no começo ele fala que diferenças mínimas ele considera que não é diferença, só considera diferenças maiores. Acho que o propósito desse aparte é justamente para sugerir que tonewood e a questão da espécie faz uma diferença menor.
Nem tem como discordar que dentro de uma mesma espécie a madeira varia muito e por isso falar em timbre específico da tonewood fica complicado. Também tenho a convicção que o trabalho do luthier conta muito e leva a sonoridades interessantes, eventualmente até meio que sem querer. E é aí que entram os "segredos" que penso ser ao que você se referiu inicialmente.
Mas ainda não acho que o conceito de tonewood seja tão desprezível assim. Não dá para ser tão radical, toda vez que uma afirmação nesse sentido é radical tem quase que a garantia de estar errada. Para mim Tonewood é uma generalização e como generalização é correta. É simples, não tem madeira que "cante" como um jacarandá da bahia, é o máximo em tonewood. O ébano e talvez o cocobolo se aproximam, mas não igualam.
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JJJ Veterano
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# jul/15
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MMI acho que ele tem outros vídeos polêmicos
Pois é. Ele tem uns vídeos muito incisivos quanto a isso, onde costuma se aferrar ao lado meramente eletromagnético da interação corda/captador e aos pontos de apoio das cordas e diminuir a importância de todo o resto (sempre em guitarras sólidas, que fique claro). Agora, esse vídeo aí é mais recente... talvez ele tenha revisto algum conceito, sei lá... vou ver com calma pra entender.
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nichendrix Veterano
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# jul/15
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MauricioBahia
Cara percepção é algo muito falho e por mais "independentes" que os 5 (ou 6) sentidos sejam, a nossa percepção não se forma só com um deles, se forma pelo processamento de todos. Por isso que não boto fé em teste cego, porque o entendimento do mundo não é feito só com o ouvido.
Ontem teve um show aqui de duas bandas, uma os caras tocam ou ligado em linha ou em amps pequenos, tipo um Plexizinho desses de 18W ligado numa 1x12. Puta timbre foda de Plexi, quando os caras da outra banda entraram, o guitar estava com um Plexi de 100W com 4x12, na boa, eu percebia muito mais a diferença dos dois amps, com a pressão do som "no peito" do que no ouvido, até porque no ouvido eram bem próximos.
SkyHawk JJJ MMI Nefelibata
Sobre "Tonewoods" eu até entendo e concordo com parte do que ele diz, mas com outra não.
Por exemplo, dizer que a influência de madeira no som de instrumento sólido é minima se comparada aos acústicos, está até bem certo. Só que dizer que não existe diferença de características diferentes pra diferentes madeiras é burrice, é ignorar o fato de que cada espécie tem características físicas/químicas específicas, logo respondem de forma diferente ao mesmo estímulo. Logo eu não levo a sério se o cara decide ignorar as leis da física.
Sobre madeiras da mesma espécie ter características diferentes, isso é meio obvio, eram seres vivos que viviam em condições diferentes, duas arvores lado a lado vão ser diferentes, uma pode pegar mais sol e a outra mais chuva, e qualquer coisa minima dessas vai fazer com que sejam diferentes.
Dito isso não é difícil imaginar que essa variação, que é grande, permite que uma madeira entre no terreno timbristico da outra dependendo de como a arvore cresceu. Não é difícil imaginar que um maple bem duro, dê um som muito na praia de um rosewood não tão duro, tanto entra que usam o baked mapple como substituto de rosewood em escalas.
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MauricioBahia Moderador |
# jul/15 · Editado por: MauricioBahia
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Nefelibata: eaheuaheuah não sei se embolei mais ou se esclareci a confusão euaheuahe
hehe. Ele explica pra gente tirar nossas conclusões! A minha foi aquela do post anterior. :D
nichendrix: Cara percepção é algo muito falho e por mais "independentes" que os 5 (ou 6) sentidos sejam, a nossa percepção não se forma só com um deles, se forma pelo processamento de todos. Por isso que não boto fé em teste cego, porque o entendimento do mundo não é feito só com o ouvido.
Concordo plenamente. Foi basicamente o que disse numa postagem anterior, aqui. Se vendo e ouvindo, já complica, na imaginação a coisa vira bagunça! hehe
Abs
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Nefelibata Veterano |
# jul/15
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nichendrix
Só que dizer que não existe diferença de características diferentes pra diferentes madeiras é burrice, é ignorar o fato de que cada espécie tem características físicas/químicas específicas, logo respondem de forma diferente ao mesmo estímulo.
O que eu entendi é que ele não quer dizer isto. Pra ele tem sim diferenças entre as espécies, ele até fala dessas diferenças. Ele só é contra dizer que todo rosewood, e.g., vai soar da mesma forma.
Pq o "mito" é basicamente este: vc quer um som assim? pegue a madeira X. Pra ele, tem que pegar a madeira X com as características certas pro som almejado.
Vendo outros vídeos dele acho que a encrenca dele não é com o tonewood em si, mas com a maneira com que as grandes corporações guitarrísticas se valem desse "senso comum" pra ganhar dinheiro vendendo guitarras meia boca como se fossem boas somente pq são de alder+maple+rosewood. A guitarra acaba sendo meia boca por causa da madeira meia boca, dentre outras coisas.
Abraço
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nichendrix Veterano
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# jul/15 · Editado por: nichendrix
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Nefelibata O que eu entendi é que ele não quer dizer isto. Pra ele tem sim diferenças entre as espécies, ele até fala dessas diferenças. Ele só é contra dizer que todo rosewood, e.g., vai soar da mesma forma.
Eu conheço os videos dele, mas na boa, isso é coisa que qualquer mínimo de bom senso vai te dizer, não?
Pq o "mito" é basicamente este: vc quer um som assim? pegue a madeira X. Pra ele, tem que pegar a madeira X com as características certas pro som almejado.
Isso daí é meio paranoia, tipo, você não determina característica de madeira por um exemplar, você especifica pelos valores médios, isso daí já foi medido diversas vezes por órgãos competentes. Então se tu for olhar numa ABNT da vida e te disser que os parâmetros de madeira X são esses, esse é o valor médio, então vai ter madeira que vai dar mais ou menos em relação aquilo, e inclusive vai ter madeira ruim que vai variar acima da margem de erro desses levantamentos.
Se você não for confiar nesses valores médios vai comprar madeira como? Mandar o cara testar uma por uma antes de comprar? Pensa na escala por exemplo duma Fender ou Gibson (nem vou falar de fábrica chinesa e coreana que fazem pra trocentas marcas diferentes), qual a viabilidade de testar cada peça de madeira pra saber exatamente qual combina com qual?
E nem estamos falando que essa madeira vai ter que secar, nem do tipo de secagem, nem do tipo de corte, nem do tipo de armazenamento, nem do tipo de manipulação. Enfim, lugar pra essa variação ocorrer é o que não vai faltar.
Então quem fabrica, especialmente em escala industrial, vai se confiar mesmo é no valor de referência para aquela madeira e na confiabilidade do fornecedor em fornecer madeiras na qualidade especificada. As vezes acho que podem até fazer algum controle estatístico de qualidade, mas tenho minhas dúvidas.
A parada é outra pra uma empresa que só faz por encomenda, por exemplo a Benedetto, a Dunamiz, etc. eles compram só o o filé, mas fazem isso porque a escala deles é muito pequena. Aí dá pra você ter 100 peças de rosewood e ficar fazendo tap em outras 100 peças de maple até achar uma que case.
Vendo outros vídeos dele acho que a encrenca dele não é com o tonewood em si, mas com a maneira com que as grandes corporações guitarrísticas se valem desse "senso comum" pra ganhar dinheiro vendendo guitarras meia boca como se fossem boas somente pq são de alder+maple+rosewood. A guitarra acaba sendo meia boca por causa da madeira meia boca, dentre outras coisas.
Cara, tirando Jacarandá da Bahia, Mogno, Ébano, Pau Brasil e afins, que são madeiras nobres e que são realmente caras, a maioria dessas madeiras é muito barata e muito vagabunda.
Maple e Alder, são basicamente uma praga nos EUA e no Canadá, lá são duas das madeiras mais usadas pra fazer carvão ou pra usar como lenha em fornos, lareiras e afins. O Leo Fender e o George Fullerton nunca escolheram Alder porque soava melhor, tanto que a maioria dos protótipos deles era em Walnut, Poplar, Cédro e afins, mas a ideia era fazer guitarra barata, e as únicas madeiras baratas em quantidade abundante que tinha um minimo de qualidade pra instrumento eram Alder e Maple, que como era usado pra fazer carvão e outras coisas, eles conseguiam comprar a preço de banana.
Pra você ter noção o preço de um bloco de 4x4 poelgadas de alder da melhor qualidade é 3,65 dólares pra quem compra mais de 300 unidades. Se tu pegar 3 toras dessas e colar tu tem material pra fazer fácil uns 10 corpos de guitarras. Madeiras "superiores", mogno sul-americano (que seria o melhor mogno), o bloco já é 7,82 dólares pra mesma quantidade, Walnut é 7,14 dólares. Já madeiras realmente top, são muito mais caras, Jacarandá Hondurenho, já é 16,56 dólares, Wenge 16,55 dóalres. Já as madeiras insanamente superiores, como Cocobolo, Jacarandá da Bahia ou Pau Brasil, estão fácil na casa dos 50-60 dólares ou mais por tora.
Então fica a pergunta esse padrão aí alder/maple/rosewood é realmente alguma coisa de especial (seja em preço ou em timbre), se você compara com outras madeiras usadas em instrumentos, ou será que é usado só porque é fácil de conseguir por um preço bom?
Qualquer discussão sobre, existem exemplares bons e ruins da mesma madeira, fica meio sem sentido quando você trabalha na escala que esses caras trabalham.
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Nefelibata Veterano |
# jul/15
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nichendrix
Concordo integralmente contigo.
Só estava passando minha impressão sobre o vídeo do cara e a opinião que me pareceu ele tentou exprimir. Normalmente esse cara é citado (de maneira errada na minha opinião) como defensor de que "a madeira não faz diferença no timbre."
Ele tem um vídeo só sobre essa escala industrial e escolha da espéciede madeira pelas marcas e a conclusão é apenas preço de mercado e facilidade de trabalhar a madeira (como vc disse). Depois disso entra o marketing pra endeusar estes tonewoods.
Ele cita Korina por exemplo, que foi "abandonado" pela gibson pq ficou mais caro com o tempo.
O próprio felipe da dunamiz me disse que eles não trabalham com alder pq é ruim pras máquinas e ferramental; o ash é mais fácil de trabalhar e dá um resultado até melhor que o alder.
Abraço
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nichendrix Veterano
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# jul/15 · Editado por: nichendrix
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Nefelibata
Eu entendo o que você falou, mas é a mesma coisa que vez por outra eu falo a respeito do que eu digo aqui, tem que ter bom senso na hora de filtrar essas informações, percepção é algo capcioso e muda pra caramba com o tempo. Eu acho também que o cara tem que ser realista, se o cara faz uma alegação muito forte, a prova dele tem que ser igualmente forte.
Ele tem um vídeo só sobre essa escala industrial e escolha da espéciede madeira pelas marcas e a conclusão é apenas preço de mercado e facilidade de trabalhar a madeira (como vc disse). Depois disso entra o marketing pra endeusar estes tonewoods.
O lance é que eu não vejo o marketing endeusando essas tonewoods. Tipo o que eu vi ao longo da vida foi pessoas endeusando certos instrumentos por algum motivo (algumas vezes com fundamento outras sem nenhum) e para tentar explicar porque esses instrumentos são "melhores". Aí vem a leda de que combinação de madeira X ou Y é melhor, que long tenon faz uma grande diferença (o que quase 100% dos luthiers honestos vão te dizer que não).
Obvio, a industria não é burra, se ela sabe que o cara quer guitarra de mogno e maple e braço colado com long tenon, que se dane, ela vai te dar aquilo e vai falar de todas as vantagens que ela encontrar. Só que é raro ver marca tentando vender um instrumento como realmente melhor só porque tem aquela madeira. Mas que vão te dizer que meu mogno é melhor que o do vizinho, não tenha dúvidas.
O próprio felipe da dunamiz me disse que eles não trabalham com alder pq é ruim pras máquinas e ferramental; o ash é mais fácil de trabalhar e dá um resultado até melhor que o alder.
Acho que no fim é a questão do custo-benefício, se tu tem uma madeira mais difícil de trabalhar que não agrega nada que outra mais fácil de trabalhar, qual tu escolhe?
Porque violino não é mais feito de pau brasil só o arco? no século XVI, violino, rabeca e afins realmente muito bons eram feitos de pau brasil, o instrumento inteiro. Só que uma hora pau brasil era caro, difícil de trabalhar e uma boa combinação de ótimas peças de spruce e maple conseguiam o basicamente mesmo resultado, some-se a isso o fato de pau brasil ter ficado muito difícil de obter, enquanto spruce e maple tinha dando no meio da canela na Europa. Onde nesses instrumentos que o desempenho do pau brasil ainda não foi superado? Nos arcos, tanto que até hoje são feitos de pau brasil.
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Nefelibata Veterano |
# jul/15
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nichendrix
O lance é que eu não vejo o marketing endeusando essas tonewoods. Tipo o que eu vi ao longo da vida foi pessoas endeusando certos instrumentos por algum motivo (algumas vezes com fundamento outras sem nenhum) e para tentar explicar porque esses instrumentos são "melhores". Aí vem a leda de que combinação de madeira X ou Y é melhor
Olha, eu até vejo, em maior ou menor escala. O mais correto seria dizer que estas fabricantes surfam esta onda de "senso comum", do que fazem o advertising em cima. Mas quando a guitarra tem alguma coisinha a mais neste quisito já vira destaque no "anúncio" do instrumento pelo fabricante.
Tipo: Pau ferro, ébano ou rosewood BR na escala; SX anunciando Ash nas suas guitas; Fender que coloca "select alder/ash" nas linhas de guitarras mais caras.
E nas descrições dessas guitarras nos sites e eventos sempre vem acompanhado de "tonewood XXXXX for the tone assim/assado".
Eles próprios ajudaram a criar este senso comum do tonewood. Escolheram ao longo do tempo as madeiras mais convenientes do ponto de vista comercial e industrial e depois entra justificar isto falando do timbre.
Como vc disse, mas de outra forma, guitarrista não quer comprar instrumento feito dum material que não seja o melhor para o timbre. Ou, vice-versa, guitarrista não quer comprar instrumento cujo material foi escolhido por ser barato.
De resto concordo em tudo novamente.
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nichendrix Veterano
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# jul/15 · Editado por: nichendrix
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Nefelibata Olha, eu até vejo, em maior ou menor escala. O mais correto seria dizer que estas fabricantes surfam esta onda de "senso comum", do que fazem o advertising em cima. Mas quando a guitarra tem alguma coisinha a mais neste quisito já vira destaque no "anúncio" do instrumento pelo fabricante.
Tipo: Pau ferro, ébano ou rosewood BR na escala; SX anunciando Ash nas suas guitas; Fender que coloca "select alder/ash" nas linhas de guitarras mais caras.
Cara, aí é que está, marketing é mais inteligente que isso, em geral. Usando teus 3 exemplos...
Se o lance for Brazilian Rosewood, Ebano ou Pau Ferro na escala, isso aparece no anúncio porque são madeiras caras e raras. Jacarandá da Bahia (o tal Brazilian Rosewood) e Pau Brasil (Pernambuco wood ou Brazilwood) tem sua comercialização considerada ilegal no mundo inteiro e equivale a tráfico tentar passar com um instrumento com essas madeiras. O preço delas também é absurdo comparado com as outras, uma única tora delas custa fácil 15-20x o de uma madeira mais comum como por exemplo o Maple. Então se tu vê a PRS dizendo que botou uma guitarra com escala de Jacarandá da Bahia, ela basicamente está dizendo eu sou o único ou um dos únicos no mundo que conseguiu legalizar uma pequena quantidade disso.
Ash é uma madeira barata e o lance da SX falar de Ash nas guitarras está muito mais ligado ao fato de ela usar madeira sólida e não laminada, de qualquer forma, assim como o Maple, que também é barato, ele não é tão barato quanto Alder. O Solid madeira X é mais importante que o nome da madeira aqui.
Já o select é um apelo a questão de qualidade, o cara que paga mais caro, não quer ouvir que a guitarra dele foi feita de madeira usada pra fazer carvão, quer acreditar que de alguma forma o alder dele é especial e não o mesmo Alder que ele joga na churrasqueira ou na lareira. Novamente o pulo do gato não é o nome da madeira é o Select no meio.
Enfim, as marcas se aproveitam sim dessas percepções, se aproveitam também do fato de que guitarristas em especial tem uma certa propensão a achar que existe algum componente mágico no som e não que é quase uma matemática.
Se você for pra virtualmente qualquer outro instrumento o foco é muito maior nos aspectos técnicos, instrumento é só algo que tem que acompanhar o aspecto técnico para que o conjunto funcione bem, mas a gente tende a dar muito valor a parte material do que a maioria dos outros instrumentistas.
Como vc disse, mas de outra forma, guitarrista não quer comprar instrumento feito dum material que não seja o melhor para o timbre. Ou, vice-versa, guitarrista não quer comprar instrumento cujo material foi escolhido por ser barato.
Guitarrista gosta de ilusão, especialmente no rock, as pessoas querem meio que viver uma realidade alternativa e ficam procurando pelo em ovo para explicar porque aquela Les Paul Jimmy Page #2 não deu o som do Page.
Nem precisa sair do mundo da guitarra, pega o mundo do jazz mais tradicional, aí você pega um tipo de música que quer apenas o timbre, o instrumento só deve ter algo se ele melhorar o som, se não melhorar é firula, é acessório.
Tu raramente vê um cara desses discutindo se o luthier X ou Y usa técnica X ou Z pra escavar o tampo (até se discute isso, mas não é o foco), em geral tu quer saber qual o som característico do luthier X e do luthier Y. Essa lógica também é muito comum em violinos, baixos, violoncelos.
Então na maioria dos outros instrumentos, especialmente acústicos, o luthier pode fazer o instrumento de madeira de caixa de verdura que ninguém reclama, o Benedetto por exemplo, foi um que fez isso, fez uma guitarra do mesmo pinho usado em caixa de verdura, é uma guitarra de alguns bons milhares de dólares e tem o som que se espera de uma guitarra feita por ele, que é o que quem compra guitarra dele realmente quer.
Benedetto, Knotty Pine
Enfim, o cara que procura timbre, até se liga nessas coisas, mas como uma referência muito por alto, o cara que compra por outros motivos, vai se ligar se é long tenon, short tenon, se é mogno hondurenho, ou se é Cocobolo, etc.
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MMI Veterano
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# jul/15
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JJJ
Agora, esse vídeo aí é mais recente... talvez ele tenha revisto algum conceito, sei lá... vou ver com calma pra entender.
Finalmente deve ter aprendido alguma coisa. Huahuahuahuahua
Nefelibata
Tem uma questão nisso...
A Fender menos, mas a Gibson tem que se reinventar a cada ano. É reissue, reissue weight relief, reissue Tom Murphy, VOS, Colector`s Choice (trocentas), true historic, signature...
Todo ano precisam inventar um detalhe, tirar algo e colocar outra coisa, para dizer que é a melhor reedição de vintage que já fez. Não importa que tenha valor ou não em relação ao timbre, mas tem que instigar e mexer com a cabeça da galera.
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SkyHawk Membro |
# jul/15
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Nefelibata Vc entendeu o video muito bem, foi exatamente isso o ponto central. Tudo faz diferença, a madeira em si faz, mas não um tonewood genérico e sim cada peça individualmente. O timbre segundo o video é um conjunto complexo onde a construção no sentido mais amplo é responsável pelo resultado final. Até o formato dos saddles fazem diferença e cada componente tem um efeito entre absorção e reflexão de ondas. O mais interessante é que não existem dois instrumentos iguais, nem se feitos pela mesma pessoa pois os componentes variam em suas próprias essências.
O que achei interessante foi a relativização da eterna briga de madeira vs eletrônica. Eu sou um defensor que em corpos sólidos a madeira é um importante suporte e que trabalhar os componentes e a construção leva a excelentes resultados, mas no detalhe faz sentido que tudo interfere na dinâmica final de um instrumento. Também deve-se relativizar o peso de cada componente no setup total, quando instalamos captadores de ganho alto ele puxa para sí uma ênfase tonal reduzindo a importância das demais peças, em captadores de baixo ganho o resto aumenta seu peso relativo.
O interessante é o conceito de limite funcional, entende-se que a partir de um certo ponto onde se atinge um certo grau de eficiência operacional, eventuais exageros e excessos deixam de fazer sentido técnico. Gostei do exemplo do braço da guitarra no video, também faz sentido.
No geral esse video dá uma organizada na discussão e apresenta de maneira coerente pontos importantes sem radicalismos.
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Nefelibata Veterano |
# jul/15
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MMI
Todo ano precisam inventar um detalhe, tirar algo e colocar outra coisa, para dizer que é a melhor reedição de vintage que já fez. Não importa que tenha valor ou não em relação ao timbre, mas tem que instigar e mexer com a cabeça da galera.
Pois é... E por último a Gibson apostou no effeito "Apple": Cobrar bem mais caro pelo que a concorrência oferece até melhor, pq só uma Gibson é uma Gibson.
Ps.: te agradeci e respondi no tópico da Dunamiz lá, mas a resposta ficou perdida pra trás no tópico euaheuahe.
Abraço
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MMI Veterano
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# jul/15
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Nefelibata
Ps.: te agradeci e respondi no tópico da Dunamiz lá, mas a resposta ficou perdida pra trás no tópico euaheuahe.
Eu tinha lido mas não tinha notado a importância dos fatos. Nem esquenta, não precisa agradecer. Fico contente e isso já me satisfaz bastante.
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JJJ Veterano
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# jul/15
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MMI Todo ano precisam inventar um detalhe, tirar algo e colocar outra coisa, para dizer que é a melhor reedição de vintage que já fez. Não importa que tenha valor ou não em relação ao timbre, mas tem que instigar e mexer com a cabeça da galera.
Pode ter um milhão de designações e parangolés, mas, pra mim, falando em termos de Les Paul unicamente, tudo se resume a gold top (com P90, claro), Custom (preta, claro) e Standard (sunburst, claro)... hehehe
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