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GuitarHome Veterano
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# out/09
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Pra mim ou a guitarra é boa e tem um timbre bom independente da madeira ou não usada ou não e acabou. Independente se ela for de estrume ou de plástico, eu não fico procurando guitarra só buscando guitarras de mogno, alder ou ash....
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nichendrix Veterano
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# out/09 · Editado por: nichendrix
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MundoGuitarra Vixe, deve ser um trampo danado arquear as L5.
Na verdade o tampo e fundo, e também as laterais de uma L5 e de qualquer outra guitarra carved, não são arqueados em fôrmas. Pega-se um bloco de madeira e vai escavando ele, literalmente esculpindo as partes do instrumento, da mesma forma como é feito nos violinos, violoncelos, violas e contra-baixos acústicos de qualidade.
Esse processo tem a vantagem de produzir uma ressonância acústica excepcional, mas tem a desvantagem de ser totalmente artesanal, trabalhoso, demorado e que tanto desperdiça muito material (pois as lascas de madeira resultantes do processo vão pro lixo ou virar matéria prima pra aglomerados ou mesmo virar serragem), como também tem o fato de que demora muito tempo para treinar um Luthier pra fazer este serviço, já que a parede de uma semi-acustica varia de 2 a 3,5 mm de espessura (dizem que as realmente fodas, como as D'Aquistto ou D'Angellico tinham paredes de espessuras ainda menores).
Por isso na decada de 40 a Epiphone desenvolveu um novo metodo para fazer Semi-Acusticas, que é baseado em laminado de 3 folhas, vc pega uma folha bem fina de Maple, corta no formato e tamanho corretos, e bota em uma fôrma levemente menor, e aperta, isso faz a folha arquear, então vc cola mais 2 folhas nela pra ficar com a espessura correta. o mesmo é feito pro fundo e pras laterais. (um processo similar é usado pra fazer a lateral de violões).
Isso poupa tempo, pois é muito mais rapido que desbastar manualmente a madeira, economiza material, pq da peça que vc faria um tampo, vc faz bem mais peças (economizando grana), e tem a vantagem de que qualquer pessoa com treinamento adequadona feitura de laminados consegue fazer, o que é leva bem menos tempo que treinar um aprendiz de luthieria em técnicas de machetaria pra escavar a madeira.
Não sabia, nessas semi-acústicas as faixas, fundos e tampo, etc. são todos maciços?
Como disse, na linha da Gibson, só recordo dessas 4 guitarras semi-acusticas que citei que são completamente escavadas. As duas outras são a ES-336 e a CS-339, mas ambas são semi-sólidas. Essas guitarras são feitas de madeira maciça escavada até adiquirir a forma do instrumento.
A questão que acho pertinente é a seguinte: é razoável equacionar o método de superposição de peças maciças com a construção de chapa de madeira com lâminas bem finas, coladas e prensadas (o bom e velho compensado)?
Cara, do ponto de vista técnico, qualquer metodo de construção que use a colagem de 3 ou mais peças de madeira afim de obter um resultado que combine a característica das madeiras usadas, é um laminado colado de madeira. Não importa se ele é feito com peças de mogno e imbuia de 10cm de espessura ou com laminas de 0,5mm de caixeta e cedro.
Laminados colados de madeira são na verdade uma familia de derivados de madeira. Todos seguem o principio de serem peças feitas de laminas de madeira coladas. E existem diversos tipos de laminados o compensado é apenas um deles, onde você cola as partes sobrepostas via de regra são de espessura inferiores a 3mm e os veios das partes sobrepostas são dispostos um contra os outros (formando angulos de 90º), o que comfere maior dureza à madeira.
Como eu disse, eu mesmo errei em chamar todo laminado de compensado, pois é verdade que todo compensado é um laminado, mas nem todo laminado é um compensado.
O motivo da minha comparação é que as limitações e vantagens dos laminados para o uso em instrumentos musicais são comuns para todos os tipos de laminados, pois apesar de cada tipo de laminado ter uma construção que busca atingir resultados específicos, todos seguem os mesmos princípios. Obvio cada construção de laminado vai enfatizar ou ameninzar alguns dessas limitações para o uso em instrumentos. A principal limitação presente nos laminados que é independente da construção usada, é que a madeira vai vibrar menos e de forma menos eficiente que a madeira maciça, mas via de regra terá uma resistência muito maior (o que é uma vantagem em alguns casos).
Ao contrário do que muita gente pensa, que para confecção de laminados (inclusive compensados), só se usa madeiras de baixa qualidade, você pode usar madeiras de lei, inclusive tone woods pra construir laminados, essa é a base da construção sanduiche, da construção de semi-acusticas e também da construção de tampos e laterais de violão feitos com madeira laminada.
Tem uma coisa que acho q não tem muita disputa, a principal finalidade do uso de madeira compensada em guitarras de corpo sólido é simplesmente reduzir o custo final, ponto, nem entro no mérito do timbre aqui; veja bem, quando digo "principal finalidade do uso" me refiro a quantidade de produção mesmo. Afinal, convenhamos, laminados de madeira de primeira linha são exceção.
Isso é uma verdade na maioria dos casos.
Como disse, alguns tipos de construção só são possívels em nível não artesanal, se você usar laminados, como é o caso da Semi-Acustica, leva-se meses pra fazer uma semi-acustica carved, e se vc quiser fazer em grande quantidade necessitar-se-a de uma equipe muito numerosa e altamente bem treinada.
O principal ponto de redução de custo nesse processo, ao menos em instrumentos de alto nível como na construção Semi-Acusticas, não é por se usar uma madeira de qualidade inferior e sim na redução da mão de obra e no nível necessário para a realização do serviço. Uma ES-175 tem uma madeira de qualidade similar às L5 CES.
A diferença é que o Luthier treinado pra fazer uma L5 ganha horrores, precisa dedicar muito tempo à cada instrumento que faz, além de ter levado anos de treino para chegar neste ponto. O Luthier que faz o laminado da ES-175 precisa de muito menos treino, ganha muito menos (já que ele provavelmente só faz o laminado e outro luthier é quem vai fazer a montagem), além de que num dia ele faz dezenas ou centenas de partes exatamente iguais.
É aí que mora tanto a redução de custos, no uso de mão de obra mais barata, aliados à ganhos de escala.
Já na construção de instrumentos mais baratos, são outros 500, pois são produzidas em larga escala, portanto não há redução de custos de mão de obra ou ganhos de escala com o uso de laminados, portanto a motivação é realmente a redução de custo de matéria prima.
Também aqui é que mora o perigo, alguns instrumentos até tem qualidade legal, como muitas das Fender Japan que são feitas de laminados de tone woods, laminados de madeiras próprias para instrumentos, em geral com camadas bem grossas (na minha JV cada camada tem em média 4mm), com 11 laminas chega-se na espessura média de uma Strato, como é feita de uma tonewood, pelo padrão de cor, veios, parece Alder. Então há alguma perda em relação à um instrumento maciço da mesma madeira, que embora significativa, não atrapalha tanto o desempenho do instrumento.
O problema é mesmo instrumentos de baixissimo custos, Epiphones Special, Tonantes e afins... porque em geral usam laminados feitos com madeira de baixissima qualidade e cuja execução no processo de feitura, também não é lá das melhores. Isso sim é problema e creio eu seja o motivo do Bertola dizer que toda guitarra de laminado ser ruim.
Como disse, não encaro isso como verdade pois há laminados de maior qualidade e instrumentos excelentes feitos com eles, afinal quem vai duvidar da construção de uma Semi-Acustica da Gibson, Gretsch ou Ibanez.
E aí fica outra questão
Teria o uso de madeira compensada em guitarras (de corpo sólido!!) outra finalidade que não fosse a redução do custo final?
Há sim, a função inicial da construção de laminados, é criar uma peça de madeira que una as características de 2 tipos de madeira em uma unica peça, fazendo-a se comportar em algum ponto entre as duas peças. Isso surgiu na construção e na movelaria, e tentava-se aliar a resistência, densidade etc.
Obvio descobriu-se que era possivel obter o mesmo resultado com tone woods, criando-se peças que além da união das propriedades fisicas, também tem sonoridade que tenha propriedades das duas madeiras. Um exemplo característico é usado o tempo todo nas Les Pauls, embora ela não seja considerada um laminado (pois só tem 2 laminas sobrepostas), ao se colar o mogno e o maple consegue-se um instrumento cuja sonoridade e tocabilidade tem propriedades das duas madeiras, os agudos do maple e os graves do mogno, um sustain muito grande e um som doce e musical.
O mesmo princípio vale por exemplo para um instrumento em construção laminada do tipo sanduiche. Como os instrumentos da Alenbic. Ao se fazer o laminado com camadas 3 ou 5 camadas grossas de tone woods maciças, vc consegue uma sonoridade que alia o melhor das duas madeiras, nesse caso ainda facilita o uso das propriedades fisicas das madeiras, possibilitanto instrumentos com sonoridade diferenciada e maior resistência, bem como o uso de construções alternativas.
Por exemplo, braços inteiriços em instrumentos sempre foram problemáticos, mesmo a construção semi-solida parte do principio de um braço inteiriço feito de várias partes coladas, o que faz com que se torne difícil atingir as casas após o troculo do instrumento (ponto de cola do braço com o bloco central), com um instrumento feito de laminado, você pode usinar a peça inteira à vontade, pois esse tipo de construção aceita peças de madeira com seções de diferentes espessuras, diametros, curvaturas e formatos, por isso você vai ver um baixo Alenbic, Tobias ou Fodera com acesso facilitado até virtualmente a ultima casa. Isso é possível com outras costruções, mas em geral não de forma tão eficaz, ou quando é tão eficaz a execução de tal design é bem mais trabalhosa.
No fim há laminados e laminados e compensados e compensados.
Uma curiosidade é que braços de instrumento seguem um princípio similar à dos compensados (colar madeiras com veios dispostos perpendiculares entre si), pois é isso que dá a resistência necessária à tensão das cordas como o MMI falou.
MMI Quer saber? Esquece Norma Técnica, já que na concepção de uma guitarra strato, lespa, baixo, semi-acústica ou acústica não entram as normas nacionais, toda a concepção veio de fora.
Aqui você se engana, as normas pra construção de laminados em vigor no Brail obedece aos padrões ISO (Já que a ABNT é um dos membros fundadores da ISO), então são normas que via de regra sofre pouca ou nenhuma variação em todos os paises signatários.
Portanto não faz diferença onde é feito o laminado (ao menos dentro dos paises membros da ISO), os principios e técnicas são os mesmos, pois as normas técnicas são as mesmas. A qualidade final é outra história, pois cada lugar estabelece seus padrões de qualidade. Mas a forma de medição desses padrões também atendem a uma norma com equivalente ISO.
Então, compensado = plywood, certo?
Sim.
É fato que tem guitarras de compensado melhores e piores, assim com de madeira também. Em geral um instrumento bom de compensado é pior do que um bom de madeira.
Isso é verdade, em termos de timbre puro e simples a madeira maciça sempre leva vantagem pq a vibração tende a ser mais uniforme, em compensação os laminados tem algumas vantagens em termos de resistência e de usinagem que são muito mais trabalhosos de se fazer em madeira maciça, já dei o exemplo do arqueamento do tampo, fundos e laterais das Semi-Acusticas e da junção braço corpo ou na confecção de braços inteiriços, ou criação de sanduiches de madeira com sonoridade unica por misturar características de várias madeiras diferentes.
Então no fim da construção é sempre uma equação de fatores, há vantagens e desvantagens nas duas situações. O luthier vai sempre equacionar quais dessas vantagens é interessante/necessária ou não durante o projeto do instrumento.
Mas no timbre seco, só da madeira, maciço via de regra leva vantagem por conta da vibração uniforme.
Boa parte dos instrumentos de compensado são bem ruinzinhos.
Isso é a grande verdade, embora como tenha dito, há instrumentos de boa qualidade também, embora em um numero esmagadoramente menor.
Claro, tem as semis que são outra história.
Ou não, eu não acho que sejam outra história, tem muita gente que tenta justificar isso, mas a verdade é que tem coisa que só é possível ou é infinitamente mais fácil de se fazer com laminado, semi-acusticas e construções sanduiche são exemplos, e só o preconceito das pessoas é que fazem elas acharem que por ter uma construção específica para instrumentos, em busca de características tonais unicas é que as impede de aceitar que podem dar o nome que der ou a justificativa que for, do ponto de vista puramente técnico, são feitos de laminados.
Obvio isso se justifica pelo estigma dos laminados em decorrência de seu uso em produção de moveis e instrumentos de baixo custo.
GuitarHome Pra mim ou a guitarra é boa e tem um timbre bom independente da madeira ou não usada ou não e acabou. Independente se ela for de estrume ou de plástico, eu não fico procurando guitarra só buscando guitarras de mogno, alder ou ash....
No fim esse é o unico parametro 100% confiável, se soa bem ou não.
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MauricioGT- Veterano |
# out/09 · Editado por: MauricioGT-
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nichendrix
Você é O kra +1
Edited: hehe não precisa duas coisas do mesmo ne : P
Você é O kra²
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nichendrix Veterano
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# out/09
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MauricioGT-
Valeu cara, as vezes ajudar a responder perguntas aqui me ajuda a desanuviar a cabeça de problemas e do meu projeto de pesquisa... hehehehhehehehe
Mas eu estou no aguardo das considerações do Bertola, já que boa parte do que falei, foi usando por base o conhecimento do estudo de Materiais de Construção da época da minha graduação em arquitetura (nem tem como negar que sai no tapa pra pegar o seminário de madeiras... eheheheheheh). O Bertola tem muito mais experiência em estudar luthieria, e com certeza vai discordar de algumas partes, e gostaria de ver os argumentos dele, porque no fim eu também tenho muito a aprender e ele com certeza pode corrigir os erros das informações que dei, bem como complementá-las.
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Penta_Blues Moderador |
# out/09 · Editado por: Penta_Blues
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Bom dia!!!
guitartube Não há nenhuma interpretação pessoal no texto que vc destacou, já que se trata de uma constatação científica de que as ondas sonoras se propagam através das vibrações moleculares e, portanto, quanto mais moléculas, mais propagação do som. Agora, se no seu "Segundo Grau bem feito" o ar possui moléculas mais agrupadas que a madeira, ou que a madeira possui um vácuo por onde o som não se propaga (na minha escola ensinaram que o vácuo era o único meio por onde o som não se propaga)... É isso aí. Sua "Air Guitar" deve soar melhor que qualquer uma de minhas guitarras... Boa viagem!!!
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LeandroP Moderador |
# out/09
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Penta_Blues
... ar possui moléculas mais agrupadas que a madeira,...
Só se for um "vácuo sólido" (levando em consideração os neutrinos °.° )
hehauehaue só pra botar mais pilha no assunto °.°
Tá legal... tô aprendendo muito.... preciso terminar de ler.
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nichendrix Veterano
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# out/09
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MauricioGT-
Cara, na boa, edita e corta pelo menos metade quote que tu fez do meu post, pq toda vez que vejo um erro e vou editar, eu acho que o teu é o meu e fico perguntando kd o edit... hehehehehehehehhe
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Penta_Blues Moderador |
# out/09
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Boa tarde!!!
LeandroP Só se for um "vácuo sólido" (levando em consideração os neutrinos °.° ) Cara, vc achou isso?!!! Tô procurando há um tempão! Aposto que está no mesmo livro que explica a tal "coersão (sic) molecular"...rsrsrsrs Acho que eu preciso reciclar o meu Segundo Grau...rs Valeu!!!
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Mauricio Luiz Bertola Veterano
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# out/09
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nichendrix Cara, em seu têxto acima vc atinge a meta, que é não confundir a técnica de "laminação", ou seja, a colagem de tipos distintos de madeiras para a obtenção de um timbre "composto" ou distinto, ou mesmo para aumentar a resistência estrutural de um braço, com compensado. Este (compensado) não constitui uma "laminação", mas sim é um composto de folhas de madeira fina coladas em altas pressões e temperaturas à serragem misturada à cola. Por conta dessa característica desse material, a transmissão ótima das vibrações sonoras fica muito prejudicada. Quanto à construção de semi-sólidas com peças de compensado (mesmo) ou lâminas finas de madeira maciça, vc está correto em seu "histórico" e descrição. Na verdade o corpo (e o braço) de uma semi-sólida são construídas de tal forma, e com a presença de um bloco central de madeira maciça, que todo o "sistema" "vibra" de uma forma totalmente diversa de uma sólida, proporcionando aquele timbre característico das semi-sólidas. Assim, a presença de partes de compensado numa guitarra como essa, não é "prejudicial" ao timbre e à sustentação (claro, que com o uso de lâminas maciças moldadas, o timbre fica "melhor"). Abç
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nichendrix Veterano
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# out/09 · Editado por: nichendrix
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Mauricio Luiz Bertola De qualquer forma eu falei de compensado e laminado porque o compensado é considerado um tipo laminado colado de madeira pela NBR 7190/97.
Basicamente o que diferencia os diferentes tipos de laminados é a técnica usada pra fazê-lo, já que todos seguem o mesmo princípio.
Mas que bom que chegamos a um denominador comum. Eu já tentei fazer algumas Semi-Solidas, mas nunca deu certo, é necessário muito conhecimento, sem estudo específico não rola. Ao contrário das 2 Telecasters que fiz, que ficaram até razoáveis dada a falta de recursos e experiência.
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Mauricio Luiz Bertola Veterano
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# out/09
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nichendrix É verdade. Uma boa opção é construir guitarras com o bloco principal escavado nas laterais e com um tampo (de madeira maciça) colado (tipo "chambered"), elas tem um comportamento intermediário entre as semi-sólidas e sólidas, além de ficarem bem mais leves. Abç
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nichendrix Veterano
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# out/09
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Mauricio Luiz Bertola Uma boa opção é construir guitarras com o bloco principal escavado nas laterais e com um tampo (de madeira maciça) colado (tipo "chambered"), elas tem um comportamento intermediário entre as semi-sólidas e sólidas, além de ficarem bem mais leves.
Quem sabe um dia eu me arrisque de novo... eu gosto de fazer essas experiências de vez em quando. Ainda mais agora que tá fácil conseguir tensor e outras partes que antigamente eram difíceis.
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SAULO FLORESTEIRO Veterano |
# out/09 · Editado por: SAULO FLORESTEIRO
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Penta_Blues
Sempre vc!!! Detonou.. valeu.
guitartube Para sua iguinorãncia de segundo grau, leia este trecho de um artigo científico:
Todo corpo possui uma frequência natural de vibração. Este corpo, quando percebe um som, gerado por uma fonte qualquer, na mesma frequência da sua frequência natural, entra em ressonância e vibra. Nas guitarras, as partes de madeira possuem sua frequência natural de vibração e quando recebem o estímulo produzido pela vibração das cordas entram em ressonância, seja em função do som fundamental ou de seus harmônicos. Esta ressonância possui uma velocidade de decaimento, sendo esta uma importante característica no som do instrumento, pois é esta que define o tempo em que o som se sustentará. A madeira, apesar de possuir de 5 a 10% da densidade dos metais, tem uma velocidade de propagação sonora semelhante aos mesmos. Os princípios de ressonância e propriedades de radiação do som na madeira foram aplicados durante séculos na construção de instrumentos musicais em madeira, antes mesmo de serem cientificamente comprovados (SLOOTEN & SOUZA, 1993).
Mauricio Luiz Bertola Depois me passa seu mail, vc havia me pedido algum material sobre MLC (Madeira laminada colada) - eu achei uma apresentação muito boa, porém técnica, mas consegue-se entender bem as propriedades e aplicações das MLC's.
Abraços.
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Mauricio Luiz Bertola Veterano
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# out/09
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SAULO FLORESTEIRO mlbertola@hotmail.com Abçs e muito obrigado.
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Rod Turtle Veterano |
# out/09
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nichendrix Num fui eu que falei isso não cara!
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nichendrix Veterano
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# out/09
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Rod Turtle
Resolvido...
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MundoGuitarra Veterano |
# out/09
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nichendrix
haha, fui eu!
Na verdade o tampo e fundo, e também as laterais de uma L5 e de qualquer outra guitarra carved, não são arqueados em fôrmas. Pega-se um bloco de madeira e vai escavando ele, literalmente esculpindo as partes do instrumento, da mesma forma como é feito nos violinos, violoncelos, violas e contra-baixos acústicos de qualidade.
Que legal, valeu pelas informações! Isso sim dá trabalho! hehehe Achava que as faixas laterais fossem moldadas mesmo.
abraço
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GuitarHome Veterano
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# out/09
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nichendrix Ótimo texto cara, você realmente sabe o que fala!
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Rod Turtle Veterano |
# out/09 · Editado por: Rod Turtle
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guitartube Cara, só olhar que uma guitarra tem muito mais sustain que um violão.
nichendrix Mauricio Luiz Bertola
Não seria possível fazer uma semi-acústica de madeira maciça usando a mesma técnica que é usada para fazer o drop top,em que se dobra a madeira?
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nichendrix Veterano
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# out/09
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MundoGuitarra Achava que as faixas laterais fossem moldadas mesmo.
Cara, elas ate são, tipo o luthier só escava até um certo ponto, na hora da junção das duas faixas com o tróculo e culatra, o instrumento vai pra fôrma (até pq aí não teria como fixar a cola). Nessa ida para a forma, é que se dá a forma final. é muito difícil se dobrar uma lamina de madeira de 2,5mm no formato de uma guitarra (é uma espessura consideravelmente maior que a de um violão plain top), por isso ela é previamente escavada em um formato semelhante, depois vai pra forma para que pegue o formato da guitarra, nisso que se feixa as faixas com o tróculo e a culatra, em seguida cola-se o tampo e o fundo.
Essa construção deriva dos violões arch-top, a diferença comparado com os poucos arch-tops que vi, é que eles tem as paredes bem finas (no limite inferior de espeçura duma semi-acustica), pois não tem que fixar captadores, potenciometros e afins.
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MundoGuitarra Veterano |
# out/09
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nichendrix
é muito difícil se dobrar uma lamina de madeira de 2,5mm no formato de uma guitarra...
...por isso ela é previamente escavada em um formato semelhante, depois vai pra forma para que pegue o formato da guitarra, nisso que se feixa as faixas com o tróculo e a culatra, em seguida cola-se o tampo e o fundo.
É isso aí, era o que eu imaginava. Informações excelentes!
abraço a todos
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nichendrix Veterano
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# out/09 · Editado por: nichendrix
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Rod Turtle Não seria possível fazer uma semi-acústica de madeira maciça usando a mesma técnica que é usada para fazer o drop top,em que se dobra a madeira?
Eu nunca vi drop top em semi-acusticas, as guitarras que vi com drop top são sempre sólidas, aí só o Bertola pra responder. Mas eu tenho a impressão que desse jeito o tampo quebra.
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Rod Turtle Veterano |
# out/09
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nichendrix Sim, a questão é se é possível utilizar a técnica de drop top para arquear a madeira.
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guitartube Veterano |
# out/09
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SAULO FLORESTEIRO
Vou responder a vc para não dizer desconsiderei a sua réplica.
Os princípios de ressonância e propriedades de radiação do som na madeira foram aplicados durante séculos na construção de instrumentos musicais em madeira, antes mesmo de serem cientificamente comprovados (SLOOTEN & SOUZA, 1993).
Séculos? Fala sério cara. Os caras construiram guitarra sem saber de porra nenhuma. Fender era um deles, construiu pra ganhar dinheiro. Isso rolava pra qq instrumento de madeira, ninguém ligava pra teoria que envolve isso, só a prática interessava.
Quem construiu guitarra se baseando nisso? Qual a marca? Qual modelo? Que fabricantes consultam esses caras que vc mencionou para determinar o que fazer em termos de guitarras?
Vou te responder: NENHUMA, Pq? Pq este assunto não é estabelecido formalmente e não existe um mesmo procedimento padrão de testes, é complexo e contraditório.
Eu fiz uma busca e encontrei um paper do SOUZA, identifiquei que ele não mede o instrumento pronto, mede um elemento do produto e alguns parâmetros do mesmo, que podem até serem sufocados por outros mais importantes na hora da construção. Eu já li papers muito mais especializados que testavanm a guitarra como um todo e concluiram coisas contrárias ao que é afirmado.
Existem vários Eng. Florestais, inclusive PhDs no próprio IBAMA que não acreditam em Tone Woods (inclusive acham ridículo este termo). Da mesma maneira que existem trabalhos a favor, existem trabalhos de lado oposto a esta teoria que vc referenciou, eu mesmo já li vários, que mediram a guitarra e não pranchas, e não identificaram nenhum ponto harmônico ressonante.
Existem caras que pegam pranchas de madeira e metem o ultra-som numa frequência que vibra até defunto e avaliam os resultados de velocidade de propagação, mas quando a freq. se eleva, o volume cai e aí meu amigo, já foi um parâmetro importante pro espaço. Na prática guitarra trabalha no limite audível e não ultra-som, e com uma porrada de considerações inclusive a limitação de freq das cordas, propagação de energia das cordas para as ferragens, flexão do braço, captadores, trates,..... Eu há muito tempo atrás conversei com Eng. de Materiais/Físicos sobre este assunto e eles foram enfáticos em dizer que não compartilham desta caracterização mencionada. A minha posição é de descrédito, agora este é um direito meu, e que vc tem que respeitar sem ofensas. Meu segundo grau tbm hehehehehehe.
No final das contas, quem manda o som é o guitarrista e não a madeira da guitarra. Toquei com uma de MDF num V_AMP2 por um bom tempo e tirei timbres que muita gente não tira com Fender num Twin.
As pessoas merecem enxergar os dois lados da moeda, decidir qual é o correto, já passa a ser problema delas.
Me despeço por aqui.
Desculpe os erros de port. mas estou com pressa pq vou me divertir após um longo dia de trabalho.
Flw!!!!!
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guitartube Veterano |
# out/09
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nichendrix
Encarnei seu espírito de escritor, hehehehehe.
Flw!!!!
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nichendrix Veterano
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# out/09
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Rod Turtle Sim, a questão é se é possível utilizar a técnica de drop top para arquear a madeira.
Cara, até dá, é a essência do top das Les Paul. Agora eu não creio que eles conseguiriam resistência mecânica suficientes para suportar o processo de arqueamento em fôrma. e se for pra fazer carved, creio eu que seja mais util fazer de uma peça única de madeira.
Mas obvio que posso estar enganado também, já que não tenho nenhuma referência a esse tipo de construção sendo usada com semi-acusticas.
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guitartube Veterano |
# out/09 · Editado por: guitartube
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Penta_Blues
Vou te responder agora com mais tempo pra poder escrever
Não há nenhuma interpretação pessoal no texto que vc destacou, já que se trata de uma constatação científica....
Se vc se desse ao trabalho de saber qual o foco da minha colocação no meu primeiro post, não estaria repetindo a mesma coisa. Vc se precipitou na sua colocação ou vc é muito bitolado. Quando eu afirmei que o som não propaga na madeira, eu me referi que ele não é condutor sonoro na guitarra ar/madeira, ou seja, quando as cordas atuam na movimentação do ar produzindo o som, estas ondas sonoras produzidas e que estão no ar, não penetram e se propagam efetivamente na madeira por estarem abaixo do potencial que sensibilize as moleculas do material em questão. Vc não enxergou esta posição e continuou escrevendo.
Primeiro que esta parede está se configurando num obstáculo e não num meio de propagação do som.
Se ele não funciona como um meio condutor sonoro, então ele não propaga efetivamenete a onda sonora, pelo menos a onda no range audível para o ser humano. Nesta mesma consideração, o ar conduz melhor o som e é permissível se comparado a madeira. No exemplo onde a madeira intercala (separa) dois interlocutores em dois meios permissíveis (ar) e ela não conduz a onda entre os meios, ou seja, é um obstáculo mesmo e não um condutor.
Segundo que seu exemplo faz referência a uma fonte sonora externa à madeira.
Sim, todo o meu raciocínio se baseia nisso. Vc nem se deu ao trabalho de saber qual foi o foco da minha afirmativa e já veio fazendo suas colocações segundo o seu próprio entendimento. A fonte é externa a madeira mas não é externa a guitarra.
o que é diametralmente diferente do que acontece numa guitarra.
Repetindo: A fonte é externa a madeira mas não é externa a guitarra.
As cordas são os agentes que geram o som no ar, e propagam sua energia vibratória para a ponte e tarrachas que repassam para o corpo,braço, etc.. ..O som gerado no ar, vc ouve com a guitarra desplugada, o som captado e amplificado é gerado no ar pelo falante. A energia vibratória das cordas e repassada aos demais elementos da estrutura, é questão em aberto onde os modelos não são consolidados e ficam a margem de estudos, neste, muitos fatores e configurações impedem uma certeza e palavra final. Eu ainda reafirmo o escrito quando postei: Isso que eu mencionei é diferente da propagação de energia das cordas para a estrutura total da guitarra. Embora eu ache que isso tenha pouca importância no som final.. Se até este ponto, vc não entendeu minha posição, vc já passa a ter segundas intenções.
É isso aí. Sua "Air Guitar" deve soar melhor que qualquer uma de minhas guitarras...
Fiquei curioso em saber como soam as suas guitarras. Grave um vídeo aí pra mim ver.
Aproveita e se vc puder, faça uma visita no meu blog e me ajude nos meus projetos, ou pelo menos comente os meus tópicos aqui no fórum. Vc deve ter conhecimento e competência pra aplicar o que sabe, pq no meu blog as minhas implementações não são copiadas de esquemas de internet não, são exclusivas e desenvolvidas em cima de teoria. Senão, pode continuar aí com esta sabedoria superficial de nerd de web, e com esta atitude se ela faz bem para seu ego.
Aí o blog: http://guitartube-electronics.blogspot.com/
flw!!!!
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Penta_Blues Moderador |
# out/09 · Editado por: Penta_Blues
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Bom dia!!!
guitartube Cara, vc é teimoso mesmo...
Quando eu afirmei que o som não propaga na madeira, eu me referi que ele não é condutor sonoro na guitarra ar/madeira, ou seja, quando as cordas atuam na movimentação do ar produzindo o som, Vc foi bem infeliz nesta sua afirmação então, já que, como deve saber, o som se propaga em todas as direções, seja no ar, seja na madeira, ao contrário do que vc afirmou.
estas ondas sonoras produzidas e que estão no ar, não penetram e se propagam efetivamente na madeira por estarem abaixo do potencial que sensibilize as moleculas do material em questão. Prosseguindo, vc desconsiderou que estas ondas sonoras não estão apenas no ar, mas também na madeira, pois houve a transferência destas ondas vindas das cordas para esta através de seus apoios. E, ao contrário do que vc afirma, as cordas têm capacidade para sensibilizar as moléculas presentes na madeira, já que sem isso o corpo da guitarra não entraria em ressonância. Testes realizados têm como parâmetro o uso de frequências entre 100 e 300 Hz, o que é bem inferior ao que vc diz ser capaz de sensibilizar tais moléculas...
No exemplo onde a madeira intercala (separa) dois interlocutores em dois meios permissíveis (ar) e ela não conduz a onda entre os meios, ou seja, é um obstáculo mesmo e não um condutor. Pois é. Exatamente como eu falei. O único detalhe é que este seu exemplo não serve pra justificar o que acontece com a madeira da guitarra uma vez que nele (seu exemplo) a fonte sonora não está em contato com a madeira, e nela (a guitarra) a fonte está em contato. Seu exemplo não mostra o que ocorre numa guitarra, então não pode ser usado para justificar sua afirmativa de que madeira não propaga som.
As cordas são os agentes que geram o som no ar, e propagam sua energia vibratória para a ponte e tarrachas que repassam para o corpo,braço, etc.. ..O som gerado no ar, vc ouve com a guitarra desplugada, o som captado e amplificado é gerado no ar pelo falante. Não sei se por falta de conhecimento ou propositadamente, vc aparentemente desconsidera o funcionamento da guitarra. Ela não é um instrumento acústico e, portanto, não pode ser avaliada desplugada. O som captado e amplificado não foi gerado no ar, mas sim na guitarra. O que sai pelo falante é o resultado do caminho que se iniciou nas cordas, passou pelo corpo (como um todo) da guitarra, pelo captador, pelos cabos, pelo Pré-Amp, pelo Power e, finalmente, pelos falantes. Vamos a uma aulinha rápida, não pra vc, obviamente, mas pra quem não sabe ainda: O som de uma guitarra vem da amplificação de um sinal resultante da vibração das cordas sobre um captador. Este captador gera um campo magnético que se altera quando as cordas vibram, produzindo pequenos impulsos elétricos na sua(s) bobina(s) que por sua vez são enviados ao amplificador. O material de que é feita a guitarra exerce influência no padrão vibratório das cordas e funciona como um filtro para certas freqüências, alterando assim a forma com que as cordas modificam o campo magnético gerado pelo captador. Se modificam o campo magnético, modificam o que o captador capta e conseqüentemente o timbre.
Embora eu ache que isso tenha pouca importância no som final.. Isso é um direito seu. É sua opinião e, portanto, não a questiono. De minha parte, discordo de vc, até mesmo porque é notória a diferença entre uma Les Paul e uma Tele...
Fiquei curioso em saber como soam as suas guitarras. Grave um vídeo aí pra mim ver. Vc é meu convidado. Faço questão! Mas parafraseando o Faustão, "Quem sabe, faz ao vivo." Se passar por Campinas, me avise. Faremos uma Jam...
são exclusivas e desenvolvidas em cima de teoria. Senão, pode continuar aí com esta sabedoria superficial de nerd de web, e com esta atitude se ela faz bem para seu ego. Pois é. As minhas são desenvolvidas em cima da teoria e da prática também. Não tem coisa melhor... E só pra "massagear" meu ego, "mim" não faz nada. Quando quiser ver alguma coisa, é "pra eu ver", e não "pra mim ver".
Valeu!!!
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xl30n4rd0x Veterano |
# out/09
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O cara entra em um tópico querendo falar sobre compensado... e acaba vendo na ultima pagina é uma discussão... Penta_Blues comprei a Condor clpII... nao vou mais fazer aqueles topicos =)
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Penta_Blues Moderador |
# out/09
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Boa tarde!!!
xl30n4rd0x Parabéns pela aquisição! Estou certo de que vc irá se desenvolver bastante tocando sua nova guitarra e será mais um a constatar que madeira propaga som...rs Valeu!!!
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