Sonata "Facile" (Do Grande Mestre Mozart)

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    Sashsiam_2
    Veterano
    # mar/07 · Editado por: Sashsiam_2


    Comecei a aprender essa música ao piano, e me apaixonei por ela à primeira vista (bem, no caso seria à primeira escutada). Considerada uma das sonatas de mais fácil execução composta pelo tio Amadeus, ela encanta pela simplicidade.. A grande quantidade de escalas e arpejos elementares pode fazer algumas pessoas a acusarem de ser pouco criativa, mas ela é simplesmente adorável. Essa é a melhor palavra para descrevê-la: adorável. Do jeito que só Mozart sabe fazer.

    E então, o que vocês acham? Escutem-na no link abaixo:

    http://www.geocities.com/dragonballentrada/classicas/05.htm

    Pode demorar um pouco para começar, dependendo da velocidade da conexão. A gravação peca um pouco na velocidade dos ornamentos e deixa amúsica num andamento um pouco mais lento do que seria adequado, mas vale a pena mesmo assim.

    Ata
    Veterano
    # mar/07
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    Sashsiam_2
    Eu, particularmente gosto das sonatas de Mozart que já li. Não estudei nenhuma, até porque não toco piano ainda. Essa aí, particularmente é bastante graciosa e leve. Isso pode ser um elogio, ou uma crítica. Não a considero um primor de composição, mas também, classicismo não é, nem de longe, algo que me chame a atenção. Baixo de Alberti, arpejos, modulação a tons vizinhos, nada de mais.

    fernando tecladista
    Veterano
    # mar/07 · Editado por: fernando tecladista
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    ela acaba sofrendo um certo desinteresse de outros músicos porque é uma sonata que praticamente qualquer estudante de piano passa por ela

    mas pela obra em si eu gosto, junta simplicidade e beleza, adoro tocar o segundo movimento

    Sashsiam_2
    Veterano
    # mar/07
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    O segundo movimento também é bom, mas o primeiro é insuperável. Como você disse, junta simplicidade e beleza, e por isso é às vezes desprezada, porque tem pessoas que acham que só o que é complexo e cheio de nuanças pode ser bonito. Adoro tocar esse primeiro movimento, mas os trinados arrancam meu couro.

    O que acontece coom essa sonata é parecido com o que acontece com o segundo movimento da Sonata ao Luar. Vejo muito pouca gente falar dele, apesar de ser fantástico.

    Ken Himura
    Veterano
    # mar/07
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    Mozart é foda cara, classicismo é impecável... As sonatas são belíssimas! Mas, minha preferida ainda é o conjunto inteiro da Flauta Mágica, aquilo é uma obra-prima total.

    Só que agora eu tenho entrado muito de cabeça em microtonalismo, música clássica indiana e grega antiga, e música moderna (vanguarda principalmente). Cada dia que passo fico cada vez mais fascinado. =]

    Sashsiam_2
    Veterano
    # mar/07
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    Ken Himura
    Até gosto da Flauta Mágica, mas não simpatizo muito com ópera em geral. Aquelas sopranos (desculpem a grosseria) parecem que têm um apito nas gargantas, realmente não dá. Mas sou fascinado pelo musical O Fantasma da Ópera. Gosto de orquestra, mas o piano é insuperável. E Mozart também.

    Tigher
    Veterano
    # mar/07 · Editado por: Tigher
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    "classicismo não é, nem de longe, algo que me chame a atenção. Baixo de Alberti, arpejos, modulação a tons vizinhos, nada de mais."

    Discordo, cada compositor em seu período e estilo de composição, cada um com suas emoções e sentimentos, acho Mozart um exemplo de graciosidade.
    Mas enfim, é sua opinião, e a respeito.

    Ata
    Veterano
    # mar/07
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    Tigher
    Mas enfim, é sua opinião, e a respeito.

    \o/

    O que não significa que eu considere ruim. Apenas acho outros períodos e estilos mais interessantes.

    Sashsiam_2
    Veterano
    # mar/07
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    Cada um tem seus recursos. Bach tinha as polifonias dele, e sabia usá-las (é preciso entender do riscado para combinar vozes distintas de maneira harmônica). Mas o que eu admiro em Mozart é o fato de ele pegar ferramentas simples (baixo de Alberti, arpejos, modulação a tons vizinhos, nada de mais) e fazer lindas melodias. Fazendo uma comparação grosseira (bem grosseira mesmo): Bach é o cara que estudou engenharia, sabe tudo de arquitetura, fez um monte de cálculos complicados e por fim ergueu um imenso e imponente castelo. Mozart é o cara que empilhou alguns tijolos de barro e fez uma casinha singela e hospitaleira, que não deixa nada a dever ao castelo em beleza.
    Ata, você gosta da casinha mas admira mais o castelo, eu e o
    Tigher admiramos muito o castelo mas gostamos mesmo é da casinha.

    PS.: Ata, apesar de você não ter mencionado Bach nesse tópico, sei que é dele que gosta, como deixou claro em outros tópicos. Isso não é uma crítica, apenas um esclarecimento para a viagem acima.

    fã de mp3
    Veterano
    # mar/07
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    Sashsiam_2
    Interessante analogia. Usaria essa: as composições de Mozart são como bolos de aniversário: doces, gostosos, mas depois de um certo tempo enjoam. Só depois de um certo tempo "abstêmio", voltam a ser doces e gostosos.

    The-eXtremist
    Veterano
    # mar/07 · Editado por: The-eXtremist
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    Interessante analogia. Usaria essa: as composições de Mozart são como bolos de aniversário: doces, gostosos, mas depois de um certo tempo enjoam. Só depois de um certo tempo "abstêmio", voltam a ser doces e gostosos.

    Eu acho exatamente a mesma coisa. Tem algumas músicas que ao escutar pela primeira vez são graciosas, legais, etc, mas após algumas escutadas ja enjoam. Para mim, se enquadram nesse contexto as músicas do classicismo, principalmente as de Mozart. Com algum porém, a obra dele não me desperta interesse, não sei o motivo. Esses dias vi um pianista brasileiro (famoso até, mas esqueci o nome) dizer pra se desconfiar de qualquer um que se diz "pianista" e hesite em tocar/ter em seu repertório obras do "mestre". Pelo que já disseram, pode-se imaginar que o grande trunfo de tal compositor é construir "castelos de baralho" (castelo pela suposta "grandiosidade" da música e baralho pela simplicidade das técnicas/ferramentas ). Pelo pouco que sei, só a "ultima fase" de composição de Mozart possui uma maior profundidade/elaboração musical. Até então, grande parte da música era destinada a, genericamente, entreter as elites da época. ( e talvez ainda mantenha pouco da função original...hehehe) . Não sei, pessoalmente ainda não descobri o valor da música de Mozart, talvez mais pra frente quem sabe.

    Obs: outras composiçoes que são, para mim, muito interessantes a primeira vista (primeira "ouvida" né) e que enjoam rapidamente (tavez por serem "melosas" demais) são os Noturnos de Chopin. Quando comecei a tocar piano queria de qualquer forma tocar algum, mas apos tocar algumas paginas não aguentei mais nem tocar nem ouvir.... apesar de ser do período Romântico, por ora meu preferido.

    É isso!! até mais!
    Abraços

    Sashsiam_2
    Veterano
    # mar/07
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    The-eXtremist
    Mas é isso aí mesmo. Eu quero me divertir quando escuto música, e Moart é o mestre nesse assunto. As melodias são graciosas e leves, para esquecer dos problemas e mergulhar num campo florido (essa foi foda). Quando eu quero mais reflexão, mais emoção, eu vou a Beethoven, Chopin ou Lloyd Weber (apesar de fazer musicais, ele tem algumas coisas fortes. Point of No Return, do Fantasma da Ópera, é bastante profunda e emocionante depois que se aprende a escutá-la).
    As músicas de Mozart devem ser apreciadas com uma certa moderação. Eu ouvi e toquei tanto a Marcha Turca que não vejo mais tanta graça nela.

    Ata
    Veterano
    # mar/07 · Editado por: Ata
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    Sashsiam_2
    =)

    Bem, de Bach eu gosto, afinal, sendo organista e pretendende a cravista, se não gostar dele estaria no instrumento errado. Na verdade, na área errada. Deveria tentar algo na construção civil.

    Mas meu favoritos são... hum... err... na verdade, nem eu sei do que gosto. Posso considerar que gosto de tudo que possa ser interpretado com alguma profundidade. Eu gosto do que eu toco, porque posso estudar a harmonia de forma mais profunda e "colocá-la" no meu ouvido. Eu gosto na verdade de quase tudo, quando toco, mas, no geral, prefiro algo rico em imprevisibilidade. Sinto uma enorme realização estudando Bach, imaginando Cesar Franck, escutando Stravinsky, lendo Mozart, olhando pra uma partitura de Schoenberg.

    Ken Himura
    Veterano
    # mar/07
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    Mas ei! Bach não é o matemático que afirmam que ele era. Só porque as pessoas não sabem interpretar bem (há exceções, como o João Carlos Martins, por exemplo), não podemos pensar que era assim. Johann era um genial improvisador, chegando a ser mais admirado por seus improvisos que por suas obras mesmo.

    E música barroca não é nem um pouco dessa frieza que todo mundo clama!

    Sashsiam_2
    Veterano
    # mar/07
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    Alguém toca/tocou/está aprendendo essa sonata? Qual a experiência com o piano? Como está se saindo com a peça?

    Ata
    Veterano
    # mar/07
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    Sashsiam_2
    Ela me parece boa para praticar escalas \o/

    Também me parece que para tocá-la é necessário um toque bastante solto, não apenas abaixando o dedo, mas também puxando ele. Estou enganado?

    Sashsiam_2
    Veterano
    # mar/07
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    me parece que para tocá-la é necessário um toque bastante solto, não apenas abaixando o dedo, mas também puxando ele
    Me desculpe, mas não entendi o que você quis dizer. Essa música é como tudo no piano, o dedo abaixa (pelo menos no meu ponto de vista, qualquer movimento "extra" que não cause uma real mudança de sonoridade ou não facilite a execução deve ser descartado).

    Ela me parece boa para praticar escalas
    Tem que praticar escalas antes se quiser fazer bonito nela.

    Ken Himura
    Veterano
    # mar/07
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    Também me parece que para tocá-la é necessário um toque bastante solto, não apenas abaixando o dedo, mas também puxando ele. Estou enganado?
    Isso mesmo. Toques curtos e rápidos, bem ao estilo Mozart.

    Ata
    Veterano
    # mar/07 · Editado por: Ata
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    Sashsiam_2

    me parece que para tocá-la é necessário um toque bastante solto, não apenas abaixando o dedo, mas também puxando ele

    Não vou afirmar nada, mas lembro de ter lido sobre esse toque solto, puxado, usado de Mozart a Schubert.

    Ata
    Veterano
    # mar/07
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    Sashsiam_2

    Ela me parece boa para praticar escalas

    Ah, meu caro, não confunda ADQUIRIR técnica com PRATICAR a técnica, não confunda, seria danoso à compreensão.

    Sashsiam_2
    Veterano
    # abr/07
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    A cada dia eu vejo que essa sonata exige bem mais do pianista do que pode parecer. Tem muita coisinha para eplorar, as articulações do período clássico, o destaque da melodia principal, o pedal (dá para botar pedal nela sim, fica muito bom) a variação dinâmica bem executada...quando essa sonata é bem tocada (digo BEM tocada, não execuções "padrão" como a do link que eu botei) ela é simplesmente maravilhosa. Grande parte dos estudantes de piano faz o "feijão-com-arroz" nessa sonata e passa para coisas mais complicadas. Eu pretendo continuar tocando-a e melhorando-a durante anos, até me tornar um pianista pelo menos razoável. Essa sonata realmente vale a pena, Mozart é o cara.

    pianoid
    Veterano
    # abr/07
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    A sonata facile de Mozart é belíssima e sua mais famosa sonata, à propósito.

    Muitas das melhores músicas no repertório são terrívelmente simples. Complexidade não é requisito para boa música, como muitas hipercomplexas composições seriais mostram.

    Por outro lado, quem vive de exibir seus dotes malabarísticos no piano acaba deixando muita boa música de fora de seu repertório simplesmente por elas não exigirem muito de seu potencial. deprimente...

    Ken Himura
    Veterano
    # abr/07
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    Complexidade não é requisito para boa música, como muitas hipercomplexas composições seriais mostram.
    Discordo sobre a parte do serialismo. A criatividade é o que conta, não a complexividade/simplicidade.

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