Rodas de bebês rejeitados ressurgem na Europa

Autor Mensagem
sallqantay
Veterano
# mai/13


Um sistema comum na Idade Média para abandonar filhos indesejados ressurgiu com força na Europa nos últimos dez anos, mas com nova roupagem.

Diferente das rodas de bebês rejeitados de outros séculos, o equipamento moderno difere dos cilindros de madeira instalados em paredes de conventos ou igrejas medievais.

Nos equipamentos antigos os bebês indesejados eram depositados pela parte de fora e depois girados para dentro dos estabelecimentos.

Embora tenha a mesma finalidade, o novo sistema consiste em uma espécie de berço aquecido, monitorado por enfermeiras e disposto em locais próximos a hospitais com fácil acesso da população.

A prática, entretanto, continua sendo duramente criticada pela ONU, uma vez que violaria os direitos das crianças.

Em Berlim, por exemplo, uma placa localizada ao final de uma rua de um bairro tranquilo chama atenção de moradores e visitantes, apontando para um caminho entre as árvores.

Na placa, lê-se a seguinte mensagem "Babywiege" (berço).

No final deste caminho, há uma escotilha de aço com uma alça. Dentro dela, uma espécie de berço, com cobertores para acomodar o recém-nascido, possivelmente indesejado pela família.

O local é seguro e a temperatura ideal para um bebê. Há também uma carta deixada pelos responsáveis pela instalação do berço, caso o depositante se arrependa de sua decisão e queira a criança de volta.

Duas vezes por ano, alguém - possivelmente uma mulher - percorre tal trajeto até os fundos do Hospital Walfriede. Para fontes ligadas ao tema, trata-se, normalmente, de um caminho sem volta. A criança indesejada crescerá sem nunca conhecer a mãe.

O processo é anônimo, ou seja, não se conhece a identidade do depositante, por mais que tal prática seja mais comum entre as mães. Mas é justamente este argumento - o de confidencialidade - que é criticado por quem condena a iniciativa.

Crítica

Críticos afirmam que a roda pode ser usada por pais inescrupulosos ou até cafetões para pressionar as mães a abandonar seus bebês.

"Estudos na Hungria mostram que não são necessariamente as mães que depositam seus filhos nessas caixas, mas, por outro lado, parentes, cafetões, padrastos e até mesmo os pais biológicos", disse em entrevista à BBC Kevin Browne, da Universidade de Nottingham.

"Como o processo é realizado no anonimato e não inclui qualquer aconselhamento psicológico à mãe, cria um precedente perigoso tanto para a mulher como para a criança", acrescentou.

Para o estudioso, ao facilitar o processo de abandono de um bebê, as mães ficam menos suscetíveis a receber a ajuda necessária em uma situação de grande trauma emocional e, até mesmo, de risco para sua saúde.

Não há consenso, contudo, sobre o argumento levantado por Browne. Partidários da medida afirmam que estão oferecendo a mães desesperadas uma maneira segura de abandonar filhos indesejados.

Recentemente, uma mãe alemã foi condenada por atirar seu filho recém-nascido da janela do quinto andar de um edifício.

Crescimento

Situações como essa impulsionaram a prática da "roda" moderna na Europa Central e Oriental, desde os países bálticos, passando por Alemanha, Áustria, Polônia, Hungria, República Tcheca até a Romênia.

A lei de alguns desses países encoraja o sistema. Na Hungria, por exemplo, a legislação foi alterada para permitir que a iniciativa fosse considerada legal, nos mesmos padrões da adoção, enquanto que o abandono de um recém-nascido continua sendo considerado crime.

Kevin Browne, da Universidade de Nothingham, acredita que a tendência de crescimento é maior em países com passado comunista ou majoritariamente católicos, onde o estigma da mãe solteira ainda é muito forte.

Para Gabriele Stangl, do Hospital Waldfriede em Berlim, que recebe dezenas de recém-nascidos por ano, a prática moderna da "roda" salva vidas, e, diferentemente do que pensa Browne, também aumenta os direitos das crianças.

Segundo ela, o sistema conta com todas as facilidades de uma maternidade comum. Uma vez que o bebê é depositado no berço improvisado, um alarme soa e uma equipe de médicos chega para checar o estado de saúde do recém-nascido.

A criança, então, é tratada no hospital e nutrida até ser encaminhada ao sistema legal de adoção. Neste período inicial, as mães têm o direito de buscarem de volta seus filhos caso se arrependam. Porém, uma vez feita a adoção, não há mais recurso.

Arrependimento

Não são raros os casos das mães que decidem voltar atrás em sua decisão. Uma delas contou à BBC que, como engravidou muito jovem e não tinha o apoio do pai da criança, ficou em estado de choque após o nascimento e decidiu colocar o filho na "roda". Ela, entretanto, se arrependeu uma semana depois.

Em uma única "roda" em Hamburgo, no norte da Alemanha, 42 bebês foram abandonados na última década. Desse montante, 17 mães contataram os organizadores e 14 buscaram de volta seus filhos.

"Em 1999, cinco bebês foram abandonados na cidade e três deles morreram", disse Steffanie Wolpert, uma das fundadoras do sistema de Hamburgo. "Então, nós pensamos em um jeito de contornar essa situação e permitir a sobrevivência dessas crianças", acrescentou.

Mas os críticos, como o Comitê das Nações Unidas para os Direitos das Crianças, não estão convencidos dos benefícios do sistema. Eles alegam que a iniciativa é um retrocesso às práticas medievais.

Segundo Maria Herczog, uma psicóloga infantil que integra o comitê, uma alternativa mais eficiente à "roda" moderna seria entender e ajudar as mães em circunstâncias difíceis.

"Essa prática envia uma mensagem errada às mulheres de que têm o direito de continuar escondendo a gravidez, dando a luz em circunstâncias pouco conhecidas e abandonando seus bebês", disse Herczog.

bica: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/06/120626_roda_europa_cr escimento_lgb.shtml

DrZaius
Veterano
# mai/13
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com todas as facilidades
pqp

brunohardrocker
Veterano
# mai/13
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Partidários da medida afirmam que estão oferecendo a mães desesperadas uma maneira segura de abandonar filhos indesejados.

Como tem aberração nesse mundo, pqp.

sallqantay
Veterano
# mai/13
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brunohardrocker

acho mais digno que aborto

Black Fire
Gato OT 2011
# mai/13
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o livre mercado de bebês acabará com isso.

sallqantay
Veterano
# mai/13
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Black Fire

devil boy 2014

brunohardrocker
Veterano
# mai/13
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sallqantay

Também acho, porque tem gente se oferecendo a abriga-los até que encontrem um lar.

laerte_a7x
Veterano
# mai/13 · Editado por: laerte_a7x
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Por que pessoas insistem em ter filhos dos quais não vão cuidar?

Jack Kerouac...
Veterano
# mai/13
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no aborto a criança sofre menos. justamente porque não sofre.

DrZaius
Veterano
# mai/13
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Jack Kerouac...
Se alguém te matar com um tiro de fuzil na nuca tu também não vai sofrer.

Jack Kerouac...
Veterano
# mai/13
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DrZaius

mas eu não sou um feto.

sallqantay
Veterano
# mai/13
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laerte_a7x
Por que pessoas insistem em ter filhos dos quais não vão cuidar?

consequências do sexo

Jack Kerouac...
no aborto a criança sofre menos. justamente porque não sofre.

você já foi um feto? Já agradeceu à sua mãe por não ter te abortado?

DrZaius
Veterano
# mai/13
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Jack Kerouac...
O que é feto?

Jack Kerouac...
Veterano
# mai/13
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DrZaius
sallqantay

caras, até a 12ª semana o feto não sente nada ou tem consciência, raciocínio, sentimento... é o que eu considero o limite pro aborto. fim.

Black Fire
Gato OT 2011
# mai/13
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eu considero
Funde sua própria civilização.

Jack Kerouac...
Veterano
# mai/13 · Editado por: Jack Kerouac...
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Black Fire
Funde sua própria civilização.

mas eu não estou sozinho dentro da civilização em que eu vivo, uai. e se há alguma mãe que pensa da mesma forma, eu sou a favor de que ela tenha esse direito sobre o próprio corpo.

por que a moral deve ser considerada como fator maior sobre a ciência?

Black Fire
Gato OT 2011
# mai/13
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Jack Kerouac...
Onde está sendo discutido algum assunto que diga respeito a ciencia?

landlord
Veterano
# mai/13
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sallqantay

Cara, de tanto você defender essa ideia já fico com peso na consciência só de masturbar e dar descarga.

sallqantay
Veterano
# mai/13
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Jack Kerouac...
por que a moral deve ser considerada como fator maior sobre a ciência?

a ciência é incapaz de arbitrar sobre questões éticas/morais, ela só serve de escada para argumentos de autoridade

Jack Kerouac...
Veterano
# mai/13 · Editado por: Jack Kerouac...
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Black Fire

aqui mesmo. cientificamente, até a 12ª semana o feto não sente nada ou tem consciência, raciocínio, sentimento.

se a sua moral diz que não podemos terminar ou danificar a vida de seres sem sistema nervoso (quanto mais os que o possuem) por pura conveniência, espero que tenha como dieta o frutarianismo.

sallqantay

mas a ciência dá a base para a argumentação dos dois lados.
se você me disser que depois da 12ª semana não se pode matar um feto, posso até concordar com você, graças à base cientifica envolvida.

sallqantay
Veterano
# mai/13
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Jack Kerouac...

por isso que ela é inútil

Black Fire
Gato OT 2011
# mai/13
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Jack Kerouac...
A ciência diz que o sistema nervoso passa a existir após a 12º semana, ponto. Ela não tem mais nada a dizer a respeito da questão, inventar que a vida começa com o sistema nervoso é uma arbitrariedade sem sentido, fazer analogia com "a morte é quando para o sistema nervoso, então a vida é quando ele começa" é uma coisa tão boçal que acho que nenhum abortista sério usaria ela. Essa argumentação está no mesmo nível de dizer que o ser humano só passa a ter direito a vida quando consegue raciocinar, ou viver por si próprio. Qual o problema de matar uma criança que ainda não sabe que está viva?

De qualquer forma, me indique um artigo científico que explique quando a vida começa, fiquei curioso.

Jack Kerouac...
Veterano
# mai/13
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sallqantay

você realmente tá dizendo que não se prova quem está certo e quem está errado pela razão/lógica/ciência?
que se 51% da população for a favor de uma decisão estúpida meramente pela questão moral, os outros 49% mesmo se possuírem argumentos racionais, lógicos e científicos devem ser desconsiderados?

por favor, diga que não é isso e que simplesmente você está comparando moral X moral.

Black Fire
Gato OT 2011
# mai/13
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Jack Kerouac...
Velho, você nem sabe o que é ciência, nem sabe o que é moral, e acha que está em condições de discutir ambas, vá estudar um pouco.

sallqantay
Veterano
# mai/13
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Jack Kerouac...

razão/lógica/ciência?

isso são coisas bem distintas, eu só sei que a ciência é incapaz. E no fundo o que importa é o que as pessoas acham, seja isso o que for (por isso que um estado central baseado em uma democracia representativa é um lixo danoso que dá margem a todo tipo de merda)

Jack Kerouac...
Veterano
# mai/13 · Editado por: Jack Kerouac...
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Black Fire

jogar sujo é sacanagem.
em momento nenhum eu disse que a VIDA começa a partir da 12ª semana, não tente distorcer o que eu escrevi.

disse simplesmente que as sensações, emoções e raciocínio só existem com o sistema nervoso, e ele só se desenvolve a partir de tal época. não podemos matar uma criança que não sabe que está viva porque esta criança, apesar da ausência do raciocínio, SENTE e possui EMOÇÕES.

Felippe Rosa
Veterano
# mai/13 · Editado por: Felippe Rosa
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Jack Kerouac...
Só uma coisa, a neurulação(fase de formaçao do SNC/SNP), no embrião humano começa por volta da 3ª semana, DrZaius, sabe dizer se a partir desse ponto existe alguma consciência primitiva ?
O que você diz ser essa pura conveniência ?

se a sua moral diz que não podemos terminar ou danificar a vida de seres sem sistema nervoso (quanto mais os que o possuem) por pura conveniência, espero que tenha como dieta o frutarianismo.

Não foi para mim, mas queira ou não é um ser humano que vai ser igual a eu e você, não é o mesmo de um animal. Mas para vocês eu sou suspeito pra falar dessas coisas...

landlord
Veterano
# mai/13
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Na dá para discutir o tema, quando as pessoas defendem uma manifestação celestial e irracional. Tudo vai para a moral e ética, que todo mundo gosta de citar mas pouco seguir.

Black Fire
Gato OT 2011
# mai/13
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Jack Kerouac...
Então a arbitrariedade é mais sem sentido ainda, o critério passa a ser emoções e sentidos? Como assim? O que uma única célula nervosa sente? Como você sabe quando alguém começa a sentir emoções? Um coma profundo, por exemplo, é razão pra legitimar o assassinato? Me mostre o artigo científico que dá respaldo a isso.

sallqantay
Veterano
# mai/13
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Black Fire

slash et. al. define a supremacia do feeling sobre outras formas

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