E o livre mercado?

Autor Mensagem
Kensei
Veterano
# set/08


Pô, 200 bi US$ é dinheiro hein? Isso sim é intervenção;
Um abraço do Keynes.

NoAlarms
Veterano
# set/08
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O brasileiro pagou quase isso em reais em imposto só nesse ano.
/estamosnamerda

Jio-kun
Veterano
# set/08
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Google diz:

Você quis dizer: Mercado Livre ?



Mas que 200 bi US$ é dinheiro, isso é. :P

jimmy vandrake
Veterano
# set/08
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UFA ! Se os caras não tamassem essa medida a coisa ia ficar muito feia pra muita gente.

NoAlarms
Veterano
# set/08
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jimmt vandrake
A coisa já está feia pra muita gente =P

brunohardrocker
Veterano
# set/08
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Não estou por dentro.

DrBrodsky
Veterano
# set/08
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Mi isplica?

maizena e o um
Veterano
# set/08
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O livre mercado por várias vezes já demonstrou não aguentar o tranco em muitos momentos.

Kensei
Veterano
# set/08
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Bom, foi capa de todos os jornais do mundo de ontem:


"EUA criam ajuda de US$ 200 bi a imobiliárias

Governo anuncia pacote para salvar as duas empresas que dominam o setor de crédito destinado à compra de imóveis

Gigantes do mercado estão sob intervenção federal, por tempo indeterminado, e já funcionam como se fossem duas estatais



O governo dos Estados Unidos anunciou ontem um pacote de salvamento de até US$ 200 bilhões para as duas empresas que dominam o setor de crédito imobiliário do país, a Fannie Mae e a Freddie Mac. Esse valor será usado para eventualmente comprar ações preferenciais das gigantes do mercado, que estão desde ontem sob intervenção federal e já funcionando como se fossem duas estatais. Ficarão nessa situação por tempo indeterminado.
Depois de concluída, essa operação de resgate deve ser a maior da história dos Estados Unidos. No primeiro semestre, o recorde já tinha sido estabelecido com a participação do Federal Reserve (BC dos EUA) bancando uma operação de venda do banco de investimento Bear Stearns para o JPMorgan. Nessa ocasião, o Fed teve de empenhar US$ 29 bilhões.



Folha de São Paulo de ontem;

jimmy vandrake
Veterano
# set/08
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Não sei a área de atuação profissional de vcs, mas para mim o mês de Agosto me quebrou as duas pernas e umas 3 costelas. Foi feia a coisa. O ano vinha realmente muito aquecido, de repente parou.

Kensei
Veterano
# set/08
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jimmt vandrake Lembro de ter lido que vc trabalha com máquinas pesadas né.. creio que nesse setor (olhando apenas internamente), qualquer ajuste pra cima na SELIC deve impactar de sobremaneira nas vendas. E foi o que aconteceu né...

Kensei
Veterano
# set/08
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Ps: creio no livre-mercado, só não creio na auto-regulação e alguns blás, blás, blás...

Kensei
Veterano
# set/08 · Editado por: Kensei
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http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi0809200807.htm

VINICIUS TORRES FREIRE

Mercado de mentiras e seqüestros


Atendendo a pedidos do mercado, EUA estatizam quase metade do mercado de financiamento imobiliário


O GOVERNO dos EUA estatizou quase metade do mercado de financiamento imobiliário. Não foi estatização? Hum. O governo americano tem agora 80% das ações preferenciais das duas maiores empresas do ramo, botou para fora seus diretores, nomeou os novos, cancelou os dividendos dos acionistas e, divertidíssimo, as proibiu de fazer lobby no Congresso. Qual o nome disso? Se fosse na Venezuela, seria estatização, certo? Antes de alguns detalhes, porém, algumas conclusões: 1. O governo Bush, "antiestatista", termina com a maior intervenção do Estado na economia americana desde a Grande Depressão dos anos 30. Mas os lucros ficaram com quem criou a lambança financeira; 2. O governo procura evitar mais quebradeiras. Sim, este é um caso de "risco sistêmico" -o risco de a quebra de instituição financeira importante provocar um dominó de falências que prejudica até quem nada tem a ver com o pato. Mas o "racional" e "eficiente" mercado financeiro oligopolizado ("muito grande para quebrar") tem o monopólio da desculpa esfarrapada "técnica". Merece o privilégio sistêmico de ser socorrido quando ameaça todo o resto da economia, mas não paga por isso nos tempos de bonança. O outro nome dessa desculpa, "risco sistêmico", é seqüestro: se você não pagar o resgate, eu mato todo mundo; 3. O mercadismo critica de boca cheia "instituições capturadas por grupos de interesse", os quais "politizam a gestão econômica em busca de rendas". Vivem a dizer que "instituições como bancos centrais e agências" têm de ser "independentes" e "técnicas", que o Estado não deve subsidiar empresas etc. Divertido é que, para essa gente, os "rent seekers", os seqüestradores das instituições públicas e devoradores de subsídios e impostos, são sempre os outros -nunca a finança. E agora? Ah, ah, ah. Mostrem-me um liberal. O governo americano estatizou as duas maiores financiadoras imobiliárias do país a fim de evitar que elas "desmoronassem", como dizia ontem um ex-diretor do Banco Central americano. Freddie Mac e Fannie Mae, como são apelidadas, têm ou garantem US$ 5,6 trilhões do mercado de dívida imobiliária americano, de US$ 12 trilhões. Se quebrassem, poderia ocorrer um "tsunami financeiro", como dizia na quinta Bill Gross, diretor do maior gestor de fundos de renda fixa do planeta, o Pimco (US$ 850 bilhões). Gross pedia ainda que o governo dos EUA comprasse papéis imobiliários podres no mercado. Ontem, além de estatizar Freddie "Fraudy" Mac e Fannie "Phony" Mae, como eram reapelidadas as empresas, o governo anunciou que vai comprar papéis imobiliários. Gross, que tem muitos desses títulos, se dizia ontem "sorridente". O que fazem Freddie e Fannie? Grosso modo, concedem, compram e revendem financiamentos imobiliários. Isto é, negociam títulos de investimento que têm como fonte de renda a prestação da casa própria (títulos lastreados em hipotecas, "mortgage backed securities", ou MBS). Os calotes na prestação da casa própria e a perda de valor de tais títulos estão na origem da crise financeira e bancária que jogou areia nas rodas da economia mundial. Se Freddie e Fannie fossem à breca, a economia iria ao brejo. O que pode acontecer? Quem entende muito disso dizia ontem que pode tanto haver festa no mercado como mais medo. Bancos, fundos, hedge funds, BCs pelo planeta e outros detentores e/ou inventores da complexa dívida imobiliária americana podem respirar um pouco. Por ora, ao menos, o círculo vicioso de desvalorização pode ser atenuado. O fato de o governo ter ordenado que as empresas financiem mais hipotecas pode ajudar a derrubar os juros da prestação, que não caíram com a crise e os cortes do Fed. Mas muita ente acha que a crise não vai parar enquanto os compradores de casas endividados não receberem ajuda direta. Outros lembram que muito banco tinha ações de Freddie e Fannie, que nesta segunda devem valer menos do que pó-de-traque queimado. Mas o mais importante de tudo é: o governo americano diz e repete que não vai deixar a peteca cair.
vinit@uol.com.br

brunohardrocker
Veterano
# set/08
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Esse ano realmente não é um ano pra investimento arriscado, e o que vejo aqui é muita gente comprando carro e camionete nova. Como se tudo estivesse indo bem.

jimmy vandrake
Veterano
# set/08
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O Brasil não está muito diferente disto aí. O que muda é que aqui são os carros que estão financiados, se a economia der uma desaquecida muita rápida, a quebradeira vai ser grande. E acho que o governo não vai se dar o trabalho de socorrer os bancos.
No caso dos EUA, o governo não tinha outra alternativa, se deixa quebrar perderia a credibilidade dos investidores, criaria uma das piores crises economicas de toda história da economia dos EUA, além de uma recessão interna sem tamanho. Já que investiu U$200 bi, tinha mesmo é que tomar estas empresas como garantia, e futuramente quando normalizar a situação serão privatizadas novamente.

DrBrodsky
Veterano
# set/08
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Texto MUITO interessante sobreo tema (lê quem quer)


Por Lew Rockwell e Michael Rozeff

Ludwig von Mises tinha uma teoria sobre o intervencionismo:

Ele nunca atinge seus fins declarados. Ao invés disso, ele apenas distorce todo o mercado. Essa distorção implora por correções. As correções podem consistir em duas medidas opostas: recuar o estado e liberar o mercado, ou dar passos ainda mais resolutos em direção à intervenção total. O estado quase sempre escolhe a última opção, a menos quando forçado a escolher a primeira. O resultado é ainda mais distorção, o que eventualmente leva a mais nacionalizações, que, por sua vez, levam ao destino final: estagnação e falências.

Quando você pensar sobre a atual crise das empresas Fannie Mae e Freddie Mac, você tem de se lembrar sobre a teoria de Mises sobre o intervencionismo. Os jornalistas não irão, mas você terá de, considerando-se que você de fato queira entender o que se passa.

Para tal, é necessário entender um pouco da história dessas duas empresas. A Fannie Mae (Federal National Mortgage Association) foi criada em 1938 por Franklin Delano Roosevelt, durante o New Deal. Sua função era fornecer liquidez ao mercado hipotecário. Durante os 30 anos seguintes, ela desfrutou do monopólio do mercado secundário de hipotecas nos EUA. Tornou-se uma corporação privada em 1968, para conter o déficit orçamentário do governo. A Freddie Mac (Federal Home Loan Mortgage Company) foi criada em 1970, no governo Nixon, para expandir o mercado secundário de hipotecas e, assim como a Fannie Mae, tem a função de fazer empréstimos e dar garantias a empréstimos. Tanto a Freddie Mac como a Fannie Mae, junto com outras empresas, compram (dos bancos) hipotecas no mercado secundário e as revendem para investidores no mercado aberto como títulos lastreados em hipotecas. Ambas são empresas de capital aberto.

A Fannie Mae e a Freddie Mac são conhecidas como "empresas apadrinhadas pelo governo", o que significa que elas são empresas privadas, mas com propósitos públicos. Esse tipo de empresa tem o apoio implícito do governo americano, conquanto não tenha obrigações diretas para com ele. Por causa desse apadrinhamento que elas recebem do governo, essas duas empresas conseguem financiamentos a taxas vantajosas - os credores imaginam que, em caso de insolvência, o governo ajudará essas empresas. E, devido a esses financiamentos facilitados, elas acabaram por sobre-estimular o mercado imobiliário, inflando-o a alturas inimagináveis, ao comprar hipotecas que foram securitizadas por bancos de todo o país.

Essas duas empresas não deveriam existir. Nenhuma empresa privada deveria desfrutar de linhas de crédito que levam diretamente ao Tesouro dos EUA, isto é, ao dinheiro do contribuinte. Nenhuma empresa privada deveria receber mandatos do governo obrigando-as a facilitar, através da compra desmesurada de hipotecas, o acesso da população a imóveis. Nenhuma empresa privada deveria emitir títulos que os investidores acreditam ter uma garantia implícita dada pelo dinheiro do contribuinte.

Sem o governo na jogada, não haveria como a Fannie Mae e a Freddie Mac terem crescido tanto. Os ativos e passivos dessas duas empresas totalizam $1,6 trilhão. Seu passivo fora do balanço totaliza mais de $3,5 trilhões. A dívida total, portanto, é de $5 trilhões (trilhões, com "t")! Qual é a grandeza de $5 trilhões? Ora, a dívida nacional é de $9,5 trilhões!

É quase inacreditável que essas duas empresas possam ter acumulado dívidas que chegam a mais da metade da dívida nacional. Mas isso é algo inerente a essa promiscuidade entre governo e setor imobiliário, o que gerou garantias estatais a dívidas imobiliárias do mercado privado. O mercado imobiliário é gigante, principalmente se considerarmos que ao longo do tempo o estoque de casas só aumenta. Ao dar à Fannie Mae e à Freddie Mac vantagens na emissão de dívidas, essas empresas acabaram por dominar o setor de finanças do mercado imobiliário. E não há momento melhor do que este para acabar com esse absurdo.

O presidente Bush, por sua vez, está planejando uma solução fatídica para um problema de 60 anos: a nacionalização dessas empresas. Ele quer dar garantias a essa dívida de $5 trilhões. Uma outra opção considerada é colocar essas monstruosidades sob "tutela", o que significa que o contribuinte terá de pagar diretamente pelos prejuízos.

Não importa qual seja a decisão, o fato é que não há mágica capaz de dar para todo cidadão americano, independentemente de seus meios financeiros ou de seu histórico de crédito, casas de 280 metros quadrados. Alguém, em algum lugar, vai ter de pagar por isso. E não importa qual seja o plano de resgate que o governo venha a remendar, esse alguém será você.

O diabo é que qualquer opção seria devastadora para o já calamitoso mercado imobiliário. A razão por que esse setor foi tão desenfreadamente inflado é que os bancos sabiam que Fannie e Freddie seriam capazes de comprar qualquer dívida hipotecária criada pela indústria bancária. Se essas empresas forem nacionalizadas elas não mais farão isso seguindo critérios de mercado. Isso significa que os bancos repentinamente teriam de agir com responsabilidade.

Agora, você pode pensar, se isso é verdade, então a culpa toda é dos banqueiros que vinham fazendo empréstimos irresponsáveis, acreditando que essas empresas apadrinhadas pelo governo iriam absorvê-los. Mas isso não procede. Coloque-se no lugar de um banqueiro pelos últimos vinte anos. Você tem concorrentes. Você tem de apresentar resultados. Se você não ampliar seus empréstimos, ficará para trás e passará por bobo. A concorrência vai jantá-lo. Ficar à frente das tendências de mercado significa que você tem de jogar o jogo, mesmo sabendo que ele está manipulado.

Culpe não apenas os bancos, mas também as instituições que estão jogando para outros todos os seus passivos adquiridos irresponsavelmente. E essas instituições são a Fannie Mae e a Freddie Mac. Aqui está um artigo sobre a criação da Freddie Mac. E aqui está outro sobre a criação da Fannie Mae.

Ambas foram criadas para financiar hipotecas seguradas pela Federal Home Administration (algo semelhante ao nosso Sistema Financeiro de Habitação). Ambas foram usadas por todos os presidentes como um meio para realizar esse misterioso princípio americano de que cada pessoa existente deve ser dona de um imóvel, não importa o quê. Assim, a elas foi dada a permissão para comprar hipotecas e torná-las parte de seu portfolio. Depois, nas administrações Johnson e Nixon, elas se tornaram empresas de capital aberto e passaram a vender ações. As pessoas chamaram isso de privatização, mas não foi bem isso que ocorreu. Ambas tinham acesso a uma linha de crédito direta do Tesouro americano. Ambas tinham acesso a empréstimos mais baratos do que qualquer equivalente no setor privado.

Empresas apadrinhadas pelo governo não estão sujeitas às disciplinas do mercado, como as empresas do setor privado. Seus títulos são listados como títulos do governo, o que faz com que seus prêmios de risco não sejam ditados pelo livre mercado. Elas podem se alavancar em 50-, 75-, 100-1, fazendo pirâmides de dívida sobre uma minúscula base patrimonial. Os mercados financeiros acreditavam desde há muito que essas empresas seriam salvas pelo governo em caso de insolvência. E isso as coloca em uma posição completamente diferente da de uma empresa como a Enron, a qual os mercados vigiavam de perto. O que está causando o atual pânico é o fato de os mercados terem acordado e começado a avaliar essas instituições usando padrões realmente de mercado. Freddie e Fannie estão com seus preços de mercado em queda vertiginosa, e seus títulos estão carregando prêmios de risco cada vez maiores. A Fannie Mae, que chegou a ter ações precificadas a $90, hoje tem ações valendo $10. As ações da Freddie Mac, por sua vez, caíram de $70 para $7. Novamente: essas ações despencaram drasticamente por causa dos maus investimentos que essas empresas fizeram em hipotecas, investimentos encorajados e subsidiados por políticas antigas do governo federal.

Agora que essas instituições que carregam a marca da legítima manipulação governamental entraram em colapso, a ineficiência de qualquer intervenção governamental se torna ainda mais evidente. A tentativa de restaurar essas empresas apadrinhadas pelo governo não será capaz de esconder o fracasso que elas são, sob qualquer perspectiva. O fracasso já está registrado nos mercados financeiros.

Em outras palavras, não estamos vivenciando uma falha de mercado. Por gentileza, suba no telhado da sua casa ou na cobertura do seu prédio e grite isso a plenos pulmões, pois a imprensa e o governo farão o possível para culpar os financiadores e os mutuários privados por essa calamidade. A origem de ambas essas organizações está na legislação federal. Elas não são entidades de mercado. Elas há muito são garantidas pelo contribuinte. Não, elas também não são entidades socialistas, pois são gerenciadas privadamente. Portanto, elas ocupam um terceiro status, para o qual há um nome: fascismo. Como Mussolini definiu, "o fascismo deveria ser chamado de corporativismo, pois trata-se da fusão entre o estado e o poder corporativo". Realmente, é disso que estamos falando: o conluio entre estado e grandes corporações leva ao fascismo financeiro que, por sua vez, tem a inexorável tendência de se transformar em socialismo financeiro de larga escala - por conseguinte, em falências.

Ademais, o desejo governamental de que cada cidadão seja dono de um imóvel, independente dos meios utilizados para se atingir esse objetivo, só pode ser financiado através de um socialismo financeiro ou do roubo em massa. Não há nada de livre mercado na idéia de que cada um tem o direito de ter um imóvel. Livre mercado significa apenas que o seu direito como proprietário não pode ser infringido por criminosos públicos ou privados.

Para tornar esse fascismo financeiro ainda mais evidente, no domingo, 13 de julho de 2008, o Fed (o Banco Central) e o Tesouro anunciaram medidas para manter de pé as duas gigantes. Essas medidas incluem acesso a empréstimos feitos pelo Fed a uma taxa preferencial de 2,25%, aumento do acesso ao crédito junto ao Tesouro e a compra de ações dessas empresas pelo Tesouro. Ou seja: a nacionalização (socialismo financeiro) dessas empresas é praticamente inevitável.

Não obstante, essa seria uma oportunidade de ouro para liquidar essas duas empresas de uma vez por todas. E fazer isso é incrivelmente simples! Qualquer banco de investimento em Wall Street pode produzir um plano para re-estruturar essas empresas e cobrar os devidos (e caros) honorários para executar esse plano. As possíveis maneiras de re-estruturar incluem a venda dos ativos, a criação de subsidiárias e sua conseguinte venda, o spin-off de subsidiárias, e/ou a fragmentação da empresa em várias outras empresas.

Os investidores dessas empresas, tanto acionistas como aqueles que possuem títulos de dívida, não devem ser salvos pelo contribuinte. Essas duas empresas fizeram investimentos ruins comprando hipotecas ruins. Essas duas empresas também emitiram muitas dívidas para financiar esses investimentos, o que lhes gerou uma combalida estrutura financeira. O valor de seus ativos é menor do que o valor de suas obrigações, o que as torna insolventes. Elas ainda não estão falidas. Elas ainda têm o dinheiro para pagar o serviço de suas dívidas. Essas dívidas de maneira alguma são desprezíveis. Aproximadamente 11,6 por cento do dinheiro dos fundos mútuos está investido nessas empresas. Ao preço atual dessas dívidas, ainda não surgiram notícias sobre problemas com fundos mútuos. Se esses preços caírem 10 por cento, as perdas dos fundos mútuos seriam de modestos 1 por cento.

Há milhões de americanos que podem temer pela dissolução dessas empresas. Eles vão se perguntar onde e como eles conseguirão financiar suas hipotecas. Também há centenas de colunistas na imprensa que compartilham desse medo. Alguns vão tapar o nariz e defender o resgate governamental. Outros vão querer manter a interferência do governo no mercado imobiliário e até mesmo expandi-lo como questão de política pública.

Mas não há nada a temer. A quantidade de dinheiro disponível nos mercados paralelos para o financiamento de hipotecas é enorme. Ele pode ser seduzido e direcionado para as hipotecas se os juros pagos forem altos o bastante. Um livre mercado em hipotecas irá facilmente fornecer capital para mutuários com capacidade creditícia. Mas esse é também o obstáculo. O governo quer manter os juros hipotecários baixos para poder manter a indústria imobiliária funcionando e satisfazer os eleitores que estão hipotecados. O governo não quer um livre mercado em hipotecas, e isso porque nem os eleitores e nem a indústria imobiliária querem um livre mercado para o setor imobiliário. Enquanto houver um governo com poderes para interferir, a pressão para interferir irá superar o livre mercado.

Quanto ao futuro, a teoria de Mises de que o governo sempre irá favorecer mais governo parece totalmente sólida.

Veja, por exemplo, John McCain:

"Essas instituições, Fannie e Freddie, foram responsáveis por tornar milhões de americanos aptos a possuir uma casa própria, e elas não irão quebrar, não iremos permitir que elas quebrem ... faremos o que for necessário para garantir que elas continuem operando com essa função."

Nem um único Democrata discorda.

Assim como ocorreu com as S&L (caixas de poupança) na década de 1980, a atual situação - em que a um colapso imobiliário se seguiram trilhões de dólares em dinheiro do contribuinte para saldar o passivo dos devedores - será citada como um exemplo de "capitalismo calamitoso", no qual as elites conseguem fantásticas fábulas de dinheiro às custas do pequenininho. A crítica será em grande parte procedente, exceto no ponto mais importante: esse tipo de fiasco não teria ocorrido em um livre mercado. Ele ocorreu porque o governo, através de sua criação de crédito e de suas garantias implícitas, tornou-o possível.

Como Hans-Hermann Hoppe já demonstrou, a democracia não funciona. Cedo ou tarde - nesse caso 70 anos mais tarde, 70 anos após Fannie Mae ter sido criada - o sistema começa a ruir. Chame-o do que quiser, socialismo democrático ou fascismo democrático ou ambos, a democracia não funciona. Ela não funciona na agricultura, nas forças armadas, no programa espacial, no sistema bancário, ou em qualquer outra parte da economia. A democracia estimula mentiras, encoraja os mentirosos, gera propinas e covardia frente aos eleitores. A democracia simplesmente não funciona, meus amigos. Cedo ou tarde, dependendo de várias coisas em particular, implosões ocorrem.

A democracia assume como premissa um público informado e educado. Mas a mídia já foi cooptada pelo sistema político. Consequentemente, ela não está vigilante e não está reportando o que deveria - e isso resulta em desastres. O que precisamos é de um grupo de colunistas que não apenas saiba discernir esses problemas óbvios, mas que também diga em linguagem clara ao público de onde eles vêm: ou seja, de um governo com poderes enormemente excessivos para tributar e legislar. E, mais ainda, que a solução jaz em uma nova fronteira, que é aquela do livre mercado.

A intervenção governamental é como um frasco de veneno mutante derramado na rede fornecedora de água. Podemos beber essa água por um bom tempo sem que ninguém realmente pareça pior. Até que um dia acordamos e todos estão desesperadoramente doentes - e culpando não o veneno, mas a água. O mesmo ocorre com a atual crise imobiliária. Os financiadores estão sendo culpados por todo o fiasco, e o capitalismo será submetido às surras de praxe, já que Freddie e Fannie são empresas de capital aberto. Mas a verdade é imutável: a razão por que tudo durou tanto tempo e ficou tão ruim é uma só: foi aquele frasco de veneno do governo.

B.Frusciante
Veterano
# set/08
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gerador de lero-lero detected

DrBrodsky
Veterano
# set/08
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B.Frusciante
gerador de lero-lero detected

Preguiça mental detected.

Chá de Uva
Veterano
# set/08 · Editado por: Chá de Uva
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DrBrodsky
B.Frusciante
Texto MUITO interessante sobreo tema (lê quem quer)
gerador de lero-lero detected
Preguiça mental detected.


bem nessa D:

Kensei
Veterano
# set/08
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Mais Mises e fantasyPQPLAnd...

maizena e o um
Veterano
# set/08
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DrBrodsky

Texto MUITO interessante sobreo tema (lê quem quer)

Li essa merda, e na minha humilde opinião não passa de balela neoliberal claramente forçada e tendenciosa. E no meio de tanta bobagem a gente é obrigado a ler a "crítica":

A democracia assume como premissa um público informado e educado. Mas a mídia já foi cooptada pelo sistema político.

Não dá pra ser feliz...

DrBrodsky
Veterano
# set/08
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Kensei
maizena e o um

Se concentram em malhar o posicionamento do cara sem argumentos, mas não falam nada sobre a parte embasada em fatos explicando como a "crise do livre mercado" teve fortes bases no controle estatal.

Devil Boy
Veterano
# set/08 · Editado por: Devil Boy
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Kensei
Pô, 200 bi US$ é dinheiro hein? Isso sim é intervenção;
Um abraço do Keynes.


Citar atos de políticos como indicadores de que "o mercado não se auto-regula" e "Keynes estava certo" é o mesmo que usar o "God bless America" como evidência de que Deus existe.

Vamos supor que o governo dos EUA não tivesse emprestado dinheiro nem feito absolutamente nada para salvar essas empresas, deixando tudo para ser resolvido pela "ordem de mercado".

Tente imaginar a cena: McCain e Obama debatendo em rede nacional sobre a recessão. Obama, defensor de um mar de restrições e intervenções, pergunta: "por que o governo Bush não fez nada para impedir a falência de Freddie e Fannie? Será que o governo não se importa com o risco de a economia quebrar de vez?" McCain responde: "Não há risco nenhum. Tudo o que nós temos a fazer é esperar a mão invisível funcionar e o mercado conseguirá se auto-regular sem qualquer intervenção do Estado".

Você acha que uma cena bizarra dessas seria viável no debate político de algum lugar do mundo, por mais correto que o conceito do liberalismo econômico possa estar? Raras são as pessoas que conseguem enxergar as coisas além de uma perspectiva de curto prazo. Mais raros ainda são os políticos que conseguem isso, já que são oportunistas por definição. Em momentos de crise, as pessoas só estão interessadas em "soluções mágicas"(que na prática só pioram as coisas), não em parar para pensar e tomar a decisão mais racional para solucionar o problema. No desespero, vale tudo. Logo, o último argumento que alguém pode usar para comprovar uma teoria é uma política estatal fuleira adotada em um momento de crise, quando todos estão com os nervos à flor da pele.

Veja essa entrevista. Será que até Milton Friedman era "interventor", por ter cedido às pressões decorrentes da crise daquela época? Mesmo sabendo que aquela não era, e revelou-se não ser, a melhor opção?

Dito isso, vamos lá:

A bolha das hipotecas foi inchada e estourou por conta do excesso de liquidez no setor imobiliário(como aliás, eu já tinha falado por aqui). De onde veio esse excesso de liquidez? Da política de expansão monetária e das injeções de crédito do Federal Reserve, isto é, veio diretinho do governo. Quem repassou esse excesso de liquidez do governo para o mercado de hipotecas? Foram as duas empresas em questão, Freddie Mac e Fannie Mae, que foram fundadas pelo próprio governo e que, mesmo sendo empresas privadas, desfrutam de privilégios especiais - razão essa pela qual conseguiram dominar o setor e formar oligopólios. Como vê, o dedinho do intervencionismo está enfiado em todos os cantos dessa crise: o governo criou o dinheiro que "não existia", o governo criou o oligopólio que distribuiu esse dinheiro, o governo inchou a bolha e agora que ela estourou, querem fazer de tudo para manter essas empresas funcionando. Se conseguirem mesmo salvá-las, a tendência é que em alguns anos ocorra outra crise, já que as velhas práticas vão continuar...

Não seria muito mais prático e racional deixá-las passar por uma simples reestruturação privada, isto é, deixar o próprio mercado se encarregar desse problema? Claro, seria muito mais prático e racional agir dessa forma. Mas não seria politicamente interessante para ninguém. Afinal, o governo quer manter essas empresas funcionando com a mesma estrutura viciada de capital, imprimindo moeda para sustentar luxos para quem não pode pagar - pois é dessa forma que garantem votos. "Não existe almoço grátis." Bah.

Ps: creio no livre-mercado, só não creio na auto-regulação e alguns blás, blás, blás...

Eu também não "creio" na auto-regulação. Diante das atuais evidências sobre a forma como os oligopólios/monopólios se instalam em um setor(Freddie/Fannie, por exemplo) e de como a "regulação" estatal estimula a cartelização, corrupção e a ineficiência, eu tenho certeza da auto-regulação.

Se tiver a fim, depois dá uma olhada nesse estudo sobre o New Deal. Ele foi feito por economistas de orientação monetarista(desses que adoram injetar liquidez no mercado), usando a própria metodologia keynesiana/neoclássica. Portanto, pode-se acusar esse pessoal de tudo, menos de ser parcial.

Para resumir, eles analisam as políticas implantadas pelo Roosevelt e os efeitos que tiveram nos agregados econômicos da época(1933-1939), e chegam a duas conclusões: 1. o New Deal não fez nada além de elevar o aumento dos custos de produção, estimular a cartelização/sindicalização em massa, aumentar artificialmente a quantidade de moeda e atrofiar cada vez mais o setor privado. Enfim, consistiu numa verdadeira fórmula de auto-destruição e eliminação da concorrência, que não deu nem poderia dar nunca em uma situação de "pleno emprego". 2. usando a própria metodologia do Keynes, conseguiram estimar que, se não tivesse havido intervenção governamental, a recuperação da crise de 29(que foi causada pelo próprio governo) teria começado em meados de 1936, e não em 1942(depois que o New Deal foi abandonado). Disso aí pode-se concluir duas coisas:

- Uma vez livre da intervenção do governo, o mercado tende sempre à auto-regulação, mesmo em momentos de profunda crise econômica. Ou seja, a auto-regulação é um fenômeno real e perfeitamente quantificável.

- Se a auto-regulação nem sempre é tão eficiente quanto deveria ser, isso ocorre justamente por causa da intervenção, que dificulta a ação natural e espontânea do mercado.(afinal, foi o próprio New Deal que atrasou a recuperação econômica).

Devil Boy
Veterano
# set/08
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maizena e o um
Li essa merda, e na minha humilde opinião não passa de balela neoliberal claramente forçada e tendenciosa.

O que significa "balela neoliberal claramente forçada e tendenciosa"?

Minha experiência me diz que só o fato de alguém usar a palavra "neoliberal" já é evidência razoável de que não sabe caralhos do que está falando.

james_the_bronson
Veterano
# set/08
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Devil Boy
Tente imaginar a cena: McCain e Obama debatendo em rede nacional sobre a recessão. Obama, defensor de um mar de restrições e intervenções, pergunta: "por que o governo Bush não fez nada para impedir a falência de Freddie e Fannie? Será que o governo não se importa com o risco de a economia quebrar de vez?" McCain responde: "Não há risco nenhum. Tudo o que nós temos a fazer é esperar a mão invisível funcionar e o mercado conseguirá se auto-regular sem qualquer intervenção do Estado".

Você acha que uma cena bizarra dessas seria viável no debate político de algum lugar do mundo, por mais correto que o conceito do liberalismo econômico possa estar? Raras são as pessoas que conseguem enxergar as coisas sob uma perspectiva de longo prazo. Mais raros ainda são os políticos que conseguem isso, já que são oportunistas por definição. Em momentos de crise, as pessoas só estão interessadas em "soluções mágicas"(que na prática só pioram as coisas), não em parar para pensar e tomar a decisão mais racional para solucionar o problema. No desespero, vale tudo. Logo, o último argumento que alguém pode usar para comprovar uma teoria é uma política estatal fuleira adotada em um momento de crise, quando todos estão com os nervos à flor da pele.


Seria como dizer que o comunismo funciona: Basta "apenas" que todo mundo aceite a implantação, trabalhe em favor dela, aguarde resultados a longo prazo. Dá para imaginar maravilhas como uma pessoa escolhendo profissão por gosto e não por necessidade/oferta e sendo valorizada por trabalhar somente, não por ser "trabalhar como"...

A "falta de boa-vontade das pessoas" é um fator político que inviabilizaria qualquer sistema. Segundo você mesmo...

Black Fire
Gato OT 2011
# set/08 · Editado por: Black Fire
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Sempre a mesma tagarelagem sem sentido.

james_the_bronson
Veterano
# set/08
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Black Fire
tagaleragem

\o\ !!!

Fahrenheit
Veterano
# set/08
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Vão dormir porra.

Black Fire
Gato OT 2011
# set/08
· votar


james_the_bronson
Não sei do que você está falando.

Koisa
Veterano
# set/08
· votar


Fahrenheit

Ok..

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