Poemas e poesias :)

Autor Mensagem
Christina Amaral
Veterano
# dez/07
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Jiuvaskala
sim sim!! eu vi lá!! votei nele!!
eheheh

eeeee \o/
heuahuehauhe

Jiuvaskala
Veterano
# dez/07
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Christina Amaral

puxa....eu pensado que fora das aulas nunca mais veria um poema desses....
ehehhee

Christina Amaral
Veterano
# dez/07
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Jiuvaskala
puxa....eu pensado que fora das aulas nunca mais veria um poema desses....
ehehhee


heheh... que coisa, não? O.o

ZXC
Veterano
# dez/07 · Editado por: ZXC
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TEMPOS SOMBRIOS

Realmente, vivemos tempos sombrios!
A inocência é loucura. Uma fronte sem rugas
denota insensibilidade. Aquele que ri
ainda não recebeu a terrível notícia
que está para chegar.
Que tempos são estes, em que
é quase um delito
falar de coisas inocentes,
pois implica em silenciar
sobre tantos horrores.

(Bertolt Brecht)


A DANÇA DA PSIQUÊ

A dança dos encéfalos acesos
Começa. A carne é fogo. A alma arde. A espaços
As cabeças, as mãos, os pés e os braços
Tombara, cedendo à ação de ignotos pesos!

É então que a vaga dos instintos presos
— Mãe de esterilidades e cansaços —
Atira os pensamentos mais devassos
Contra os ossos cranianos indefesos.

Subitamente a cerebral coréa
Pára. O cosmos sintético da Idéa
Surge. Emoções extraordinárias sinto...

Arranco do meu crânio as nebulosas.
E acho um feixe de forças prodigiosas
Sustentando dois monstros: a alma e o instinto!

(Augusto dos Anjos)

Mauro Lacerda
Veterano
# dez/07 · Editado por: Mauro Lacerda
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Uma música minha... chama-se A Batalha.


Quer tentar fugir?
Ponha-se de pé e corra de si.
Sonho de sol...
Correr da batalha não acalma a alma!
O que é agora de tão velho, novo se parece.
Dance o sonho com a mulher de branco
Ao vento.
Conheça seu lado sombrio.
Tente chegar ao mais fundo,
Lamacento poço
Onde o gosto por voltar é a solução.



Abraços.

ZXC
Veterano
# dez/07
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15 MINUTOS

Te vejo...
Tanta coisa para falar,
Mas quinze minutos não bastam para me saciar.

Tanto tempo
Tantos pensamentos
Mas quinze minutos não bastam para parar com os formigamentos.

Formigamentos que começam no peito
E se espalham pelo corpo
Por entre minhas veias
Pela alma...

Alma que estava morta,
Alma que desistiu de existir,
Alma que agora sente o fluido de Eros, Philos e
Se enche de Apage

Onde o invento de infinitas palavras não descreve
A eternidade de quinze minutos ao seu lado.
Onde não procuro a certeza de te manter junto a mim,
E sim aproveitar a chance...

A chance que quinze minutos bastam
Para mostrar que ainda
Te quero...

( Cristian Wissmann)

Mauro Lacerda
Veterano
# dez/07
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Mais uma poesia minha, chama-se Timidez e Palco: a Arte!
É mais para o lado da psicanálise...


O desejo, na análise, é convocado.
Para o palco da vida é intimado.
A repetição do sintoma é colocada á prova.
Desfaz-se a maquiagem, e o rosto nu não ri.

Quando falta a platéia
quando cessam os aplausos
ecos de suas próprias palmas
já não há sentido, há o ridículo.

Na frente, de pé, no som mudo
o gozo escorre com a gota
da lágrima que pinga
num baque surdo, no palco.

O enrredo que outrora brilhava
de fantasmas agora se compõe
e descalço, o frio chão
ensurdesse com seu grito certeiro.

Porque atuar já não pode
não há forças para erguer a cortina
não há riso nem choro
apenas um pedaço de não se sabe o quê.

As roupas vão caindo
o vento carrega até o suor da testa
e no mais vazio silêncio
apenas um pedaço de não se sabe o quê.

Na presença da ausência
a voz cala, não há ouvidos nem bocas
apenas um murmúrio cardíaco
daquele pedaço de não se sabe o quê.

Com a vista cansada se deita
para poder entender
que diabos é aquilo
aquele pedaço de não sei o quê.

Força o ouvido, tenta ver com atenção
cansado, sofrido, só lhe resta
aquela vontade de encostar
no pequeno pedaço de não sei o quê.

Na palma da mão recolhe
mãos de tantas palmas perdidas
e assusta-se, calado
com aquele pedaço de não sei o quê.

Não sabe se direito pode ver
tenta não crer, não pode reconhecer
não é possível, o que é,
aquele pedaço pequeno de ser.

Custa a aceitar
mas não há nada mais a fazer
é, sim, realmente ele,
aquele pedaço de não sei o quê.

Que com cada olhar lançado
tende a crescer, sem nem saber
como os dois vão fazer
para se entender.

Cresce rápido, pela atenção
com que o perplexo olhar dispensa
já é grande, alto, igual
o nu ator que não pode entender.

O eco ressoa, o olhar corresponde
o amor brilha e circula
o sangue volta, e o ator agora
já pode entender.

Ele segurava um espelho diferente
aquele que roupas não vê.
Um tímido olhar agora pode
usar o palco para a arte.

Não há aplausos, mas agora há vida.

Jiuvaskala
Veterano
# dez/07
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O Vampiro
Charles Baudelaire

Tu que, como uma punhalada,
Entraste em meu coração triste;
Tu que, forte como manada
De demônios, louca surgiste,

Para no espírito humilhado
Encontrar o leito e o ascendente;
- Infame a que eu estou atado
Tal como o forçado à corrente,

Como ao baralho o jogador,
Como à garrafa o borrachão,
Como os vermes a podridão,
- Maldita sejas, como for!

Implorei ao punhal veloz
Que me concedesse a alforria,
Disse após ao veneno atroz
Que me amparasse a covardia.

Ah! pobre! o veneno e o punhal
isseram-me de ar zombeteiro:
"Ninguém te livrará afinal
De teu maldito cativeiro.

Ah! imbecil - de teu retiro
Se te livrássemos um dia,
Teu beijo ressuscitaria
O cadáver de teu vampiro!"

ZXC
Veterano
# dez/07
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REVELAÇÃO
Eu me esqueci no armário.

Pensei estar vivendo,
estudando, trabalhando, sendo!

Pensei ter amado e odiado,
aprendido e ensinado,
fugido e lutado,
confundido e explicado.

Mas hoje, surpreso,
me vi no armário embutido
calado, sozinho, perdido, parado.

(Fabio Rochawww.fabiorocha.com.br )

REVELAÇÃO
Eu me esqueci no armário.

Pensei estar vivendo,
estudando, trabalhando, sendo!

Pensei ter amado e odiado,
aprendido e ensinado,
fugido e lutado,
confundido e explicado.

Mas hoje, surpreso,
me vi no armário embutido
calado, sozinho, perdido, parado.

(Fabio Rochawww.fabiorocha.com.br )

ZXC
Veterano
# dez/07
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Despedida

Sinto a despedida no ar
As lágrimas já começam a cair
Meu coração suspira devagar
Não se vá minha felicidade

Passamos tantos momentos juntos
Momentos inesquecíveis
Talvez seja por isso
Que não consigo soltar de tua mão

Viver sem tuas palavras
Como poderei...
Tardes vazias
Apenas lembranças tuas restarão

Mas quem pode com o destino
Que nos une com tamanha força
E utiliza desse mesmo artifício
Para nos separar

Adeus minha felicidade
Espero encontrar-te novamente
Desejo-te toda a alegria do mundo
Pois, sinto-me consolado
Vendo-te feliz
(L.Ribeiro)

Jokerman
Veterano
# dez/07
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REVELAÇÃO
Eu me esqueci no armário.


mas é uma bichona...
sai do armário, mona!

ZXC
Veterano
# dez/07
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Jokerman

Se não gosta de poesia....vê o filme do Pelé. ehehehehehe

Jokerman
Veterano
# dez/07
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ZXC
Eu gosto de poesias.
só não gosto de poesias melosas... curto coisas do estilo Gregório de Matos.

Jokerman
Veterano
# dez/07
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ZXC
E prefiro o filme do Garrincha. ;)

ZXC
Veterano
# dez/07 · Editado por: ZXC
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Jokerman

só não gosto de poesias melosas... curto coisas do estilo Gregório de Matos.

Também gosto na literatura barroca, das poesias líricas, sacras e satiricas de Gregório de Mattos. Aliás foi um "grande e querido amigo" aqui do forum, que me indicou sua leitura...
Mas nem por isso critico o gosto individual de quem posta aqui.

Tu poderia ter indicado sua preferência, postando uma dele que tu gostasse, por exemplo. Ou mesmo indicando suas poesias...

Já que tu não postou ...essas são para você.
Se tiver interesse em ler Seleção de obras poéticas de Gregório de Mattos, entra no link abaixo, que no item 596 vai encontrá-lo para baixar.....
http://www.alessandromartins.com/2007/08/22/os-1000-livros-mais-procur ados-no-dominio-publico-para-baixar-gratis/


Gosto dessa por, expor de modo peculiar a prática de sua maledicência

REPROVAÇÕES

Se sois homem valoroso,
Dizem que sois temerário,
Se valente, espadachim,
E atrevido, se esforçado.

Se resoluto , arrogante.
Se pacífico, sois fraco,
Se precatado - medroso,
Se o não sois - confiado.

Se falais muito palreiro,
Se falais pouco, sois tardo,
Se em pé, não tendes assento,
Preguiçoso, se assentado.

E assim não pode viver
Neste Brasil infestado, Segundo o que vos refiro
Quem não seja reprovado.



TRECHO

A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar.

Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um bem freqüente olheiro,
Que a vida do vizinho e da vizinha
Pesquisa, escuta e espreita ,
Para o levar à praça e ao terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos sob os pés dos homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia,

Estupendas usuras nos mercados,
Todos os que não furtam muito pobres
E eis aqui a cidade da Bahia.


Esqueci de dizer... eu prefiro o Pelé ao Garrincha tá? Mas respeito seu gosto futibolístico...ehehehehehe

:)

Villts
Veterano
# dez/07
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Cade o meu!?

Huaheuahaeuahe

ZXC
Veterano
# dez/07
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Villts

Taí.....ehehehehe

Olha a poesia que eu fiz na prova da recuperação. m1

"Avistava o horizonte
Uma lágrima caia de seu rosto.
Havia um rosto deformado
e uma expressão de angústia.

Assinou sua carta,
cheirou seu último pó.
E em seu último salto
uma expressão de sorriso era visível."

(Villts)

cuma
Veterano
# dez/07
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MANHÃ SEM FIM

Quando o sol de cada dia entrar
vejo seu olhar
volto a me apaixonar
Meu amor
nunca deixarei de te amar

Mais o tempo vai passando
lagrimas vão rolando
o sentimento vai acabando
a fonte doamor acaba secando
e somente o triste sabor da saudade acaba restando.

Só desejo somente
que pelo menos por um instante
esqueça desse sentimento marcante
que infelizmente não durou o bastante

E o sonhador que sou
Enfim percebi,
que o fim jah chegou
nossa linda historia, acabou!

puts, esse poema ficou meio farofa, mas no dia q escrevi ele tava com uma puta raiva, e o unico jeito de descarregar foi escrever...................................

Horcruxes
Veterano
# dez/07 · Editado por: Horcruxes
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Ganhei um concurso na minha cidade com essa:

HOMENAGEM AO BRASIL E AOS BRASILEIROS
Cantemos, agora, à verdade
À decência e à honestidade
Que nos faltam em nosso Brasil
Pois amamos o que não temos
E sonhamos com o que perdemos
Nessa sociedade senil.

Vivemos onde a justiça
É tardia, falha, incapaz.
Procuramos pelos responsáveis
E tentamos viver em paz
Mas nós mesmos somos hipócritas
E não vemos o erro em nós
Nós erramos em nossas escolhas
E, por isso, estamos todos sós.

Nossa sociedade é falsa,
O nosso progresso, enganoso
Nossos representantes, ineptos
E o nosso povo, orgulhoso
De manter os mesmos velhos erros
E achar que está tudo bem
E pensar que uma escolha errada
Não irá fazer mal a ninguém.

A vocês, corja de ladrões
Corruptos e enganadores
Nós oferecemos nosso trabalho
E vocês a nós, simples favores
Mas não posso deixar de notar
Quanta culpa nós temos também
Porque nós escolhemos vocês
E isso, a vocês convém.

Por isso, me revolto demais
Porque nada mais posso fazer
Além de me queixar sobre o mundo
E nem tenho o direito de escolher
Aqueles que me representarão, mas
Ao menos, posso escrever.

Sou jovem, mas sei o que quero
E o que quero é um país mais decente
Por isso, canto à honestidade
E a um povo mais consciente
Um povo que saiba que a vida
É uma troca equivalente
Em que colhemos aquilo
Que plantamos, somente.

*na verdade eu tirei segundo lugar, mas dá na mesma*

ZXC
Veterano
# dez/07
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Silêncio

Queria poder sentir teu beijo,
Teu corpo, teus abraços
Para te dizer que realmente te amo,
Te quero, te curto, te venero e te tenho o
maior carinho, pois só posso revelar
algo se sentir você perto de mim
me beijando, me tocando, me sentindo.

Mas fico com o teu amor no mais puro silêncio...

(Darlan Amador)

juju
Veterano
# dez/07
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Jiuvaskala
Muito boa a poesia.. Adoro o Baudelaire..
O que mais vc me recomenda dele? Algo mais ou menos nessa linha.. E aquele lado meio gótico dele tb.

Ah. E pra galera que postou, vlw! Li um monte de coisa que não conhecia.

Manda mais coisa aí,gnt.. :)

juju
Veterano
# dez/07
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Jiuvaskala
Muito boa a poesia.. Adoro o Baudelaire..
O que mais vc me recomenda dele? Algo mais ou menos nessa linha.. E aquele lado meio gótico dele tb.

Ah. E pra galera que postou, vlw! Li um monte de coisa que não conhecia.

Manda mais coisa aí,gnt.. :)

ZXC
Veterano
# dez/07
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Ninguém pode construir em teu lugar
as pontes que precisarás passar,
para atravessar o rio da vida
- ninguém, exceto tu, só tu.


Existem, por certo, atalhos sem números,
e pontes, e semideuses que se oferecerão
para levar-te além do rio;
mas isso te custaria a tua própria pessoa;
tu te hipotecarias e te perderias.

Existe no mundo um único caminho
por onde só tu podes passar.
Onde leva? Não perguntes, segue-o
(Nietzsche)


" RETRATO "

" Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face? "

( Cecília Meireles)

197873
Veterano
# dez/07
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Poeminho do contra

Todos esses que aí estão
Atravancando o meu caminho
Eles passarão...
Eu passarinho!

Mário Quintana

anonymous4
Veterano
# dez/07
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Uma vez escrevi uma redação quase que totalmente em decassílabo. Mas to com preguiça de postar! o/

ZXC
Veterano
# dez/07
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anonymous4

Coragem pequeno gafanhoto......

anonymous4
Veterano
# dez/07
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ZXC

Paciencia grilo falante!

ZXC
Veterano
# dez/07
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LIVRO DE LEITURA "

" O mais singular livro dos livros
É o Livro do Amor;
Li-o com toda a atenção:
Poucas folhas de alegrias,
De dores cadernos inteiros.
Apartamento faz uma seção.
Reencontro ! um breve capítulo,
Fragmentário. Volumes de mágoas
Alongados de comentários,
Infinitos, sem medida.
Ó Nisami ! - mas no fim
Achaste o justo caminho;
O insolúvel, quem o resolve ?
Os amantes que tornam a encontrar-se. "

(Goethe )


O ÚLTIMO POEMA "

" Assim eu quereria o meu último poema.
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais.
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas.
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume.
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos.
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação. "

( Manuel Bandeira )

Horcruxes
Veterano
# dez/07
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ZXC
\o/\o/
Manuel Bandeira é foda msm! Valeu!

Vou citar um dos meus poetas favoritos, Fernando Pessoa. Na minha opinião, o melhor heterônimo dele é Álvaro de Campos, e agora vou apresentar a vocês um dos poemas da última fase dele.

Soneto
Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.

O ar que respiro, este licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.

Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei

Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.


E o que talvez seja o mais conhecido dele, dessa vez como Fernando Pessoa mesmo...

Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


Bem, amigos, por hora essa é a minha contribuição. Se eu encontrar outro que valha a pena, posto aqui, tá?

ZXC
Veterano
# dez/07
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Horcruxes

Adoro a Autopsicografia, sei ela de cor desde pequena.

Essa eu adoro....e um dia desses esqueci a autoria e uma pessoa aqui do forum me lembrou....

POEMA EM LINHA RETA

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Fernando Pessoa
(Álvaro de Campos)


A ARANHA "

" A ARANHA do meu destino
Faz teias de eu não pensar.
Não soube o que era em menino,
Sou adulto sem o achar.
É que a teia, de espalhada
Apanhou-me o querer ir...
Sou uma vida baloiçada
Na consciência de existir.
A aranha da minha sorte
Faz teia de muro a muro...
Sou presa do meu suporte. "

( Fernando Pessoa )

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