Transformadores, a sonoridade do núcleo

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A.Sim
Membro Novato
# set/16 · Editado por: A.Sim
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Olá, Matec :

O Rpar é necessário para os cálculos de resposta em frequência, pois ele representa a impedância de saída efetiva ( ou equivalente ) do "gerador" que alimenta o primário do transformador. No nosso caso aqui, o gerador é a válvula de saída. Rpar não deve ser usado nos cálculos de impedância primária, pois ele é, justamente, função da impedância primária...

Nos pentodos, a resistência de placa Rp influencia muito pouco a resposta, pois geralmente a impedância primária do transformador de saída é muito menor do que Rp. Uma exceção a esse caso foi um amplificador que publiquei em outro site, o qual utilizava uma 6AW8 ( Rp = 200kohms ) utilizando uma impedância primária de 25 kohms. Nesse caso, Rp = 8 x Rpri; ainda é alta, mas não tanto quanto uma 6L6 ( Rp = 50 kohms, Rpri = 3,8 kohms, Rp / Rpri = 13,5 ).

Com triodos, que têm um Rp baixo, a influência desse parâmetro em Rpar é bem mais observável.

Recebi seu email sim. Obrigado.

Matec
Membro
# set/16
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macaco veio

Veja só, mais uma coisa para se anotar no caderninho. Rpar => mais útil para saídas que utilizam Tríodos (e provavelmente também para pêntodos ligados como tríodos).

\o/

Abs

macaco veio
Veterano
# set/16
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A.Sim

acho que vi em algum forum estrangeiro, não lembro (tinha anotado a algum tempo), mas fiz errado, é o seguinte
a perda na resistência de Rpri tem que ser menor que 3% desse modo

perda = (100% x Resfio) / Rpar + Resfio ≤ 3% para trafos de alta qualidade

no trafo hipotético seria (100 x 268Ω) / (7236 + 268Ω) ≤ 3

26800 / 7504 = 3,57 que é maior que 3 então não passou no teste, tem que recalcular.

talves até faça sentido mas pra um trafo de guitarra podia ser uns 4%

Matec

pois é, mais essa, agora tem que ver o esquema do ampli primeiro como é que esta ligado.

Eu to tentando por a coisa em ordem pra tentar ter uma sequência mais lógica e simplificada de cálculo, está tudo fora de ordem, uma confusão de anotações do que que faz primeiro. kkkk

Plate resistance - em datasheet só tem da 6V6, e na 6L6 só para SE, as outras nem tem.

Então acho que Rparalelo em push pull vai dar praticamente a mesma coisa de Zpri (uma mixaria menor) e talvez possa ser desprezado.

Além do calculo em si acho que o maior segredo está em saber onde e o que mudar num determinado cálculo de um mesmo modelo de trafo para se ter:
ou um som magro nos médios com mais graves e mais brilho, ou um som gordo nos médios, ou ainda se ter aquela característica de que quando se toca um acorde de leve o som sai limpo e quando se toca o mesmo acorde com mão pesada o som distorce.

Pois se sabe que um mesmo trafo se pode ter número de espiras diferentes, gauss diferentes, permeabilidade diferentes, concentrando-se num único material de núcleo (digamos só GNO) ter o dominio dessa coisa toda em função do som que se quer ter no final e assim poder atribuir a característica de um trafo em função disso tudo.
É isso que eu quero ver se consigo ter a noção antes de enrolar um mesmo trafo meia duzia de vezes e testar num ampli sem pre. (ou com um pré secão, sem nada)

Não é só enfiar dois trafos completamente diferentes num ampli com o pre mudando o som todo e achar que um trafo é ruim e ou outro é bom, como se julga por ai. Como dizem: ah, a distorção desse não igual a desse aqui, ah o trafo de fulano é ruim. Pode ate ser que seja, mas espera ai, como é que foi comparado? kkkk

A.Sim
Membro Novato
# set/16
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Olá, macaco veio :

perda = (100% x Resfio) / Rpar + Resfio ≤ 3% para trafos de alta qualidade

Faltaram dois parênteses na expressão, que apareceram depois :

perda = (100% x Resfio) / ( Rpar + Resfio ) ≤ 3%

macaco veio
Veterano
# set/16 · Editado por: macaco veio
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mais uma pra coleção, e essa vem popilin, segundo ele não se calcula espiras pelo ratio, se calcula por aqui ó:

Nsec = Npri √ ղ x Zsec / Zpri

onde ղ = eficiência ( entre 0,9 a 0,95 )

assim no exemplo hípotético supondo 0,98 de eficiência (sendo bastante generoso)

Nsec = 2504 √ 0,98 x 8Ω / 8000Ω = 78,3 espiras e não 83,4 como calculado antes usando ratio com o Rparalelo (e usando o Zpri dava 80).

e olha que na fórmula dele tem o Zpri mesmo e não o Rpar.

O detalhe é que enquanto menor a eficiência menos espiras no secundário (e eu já li por ai neguinho mandando aumentar uma ou duas espiras pra compensar perdas!)

Essa nem o A.sim sabia

Sabe nada esse Popilin (eu menos ainda). kkkk

Mauricio Luiz Bertola
Veterano
# set/16
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Tópico técnico de excepcional qualidade!
Parabéns à todos \o/!

A.Sim
Membro Novato
# set/16
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Olá, macaco veio :

98% de rendimento ? Põe generosidade nisso !

macaco veio
Veterano
# set/16
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A.Sim

ah, se for com uma lâmina GO trafo tem que ficar bom assim, mas como é com uma GNO vamos por ai uns 0,93. Misturar a eficiência ai vai me atrapalhar o espelho lá da impedância no primário, mas afinal, pra compensar tem que aumentar ou diminuir espiras? ajuda ai, no caso é compensar perda no ferro porque perda no cobre já foi compensada com o uso do Rpar.

a fórmula acima vai diminuindo espira e a outra fórmula que eu conheço vai é aumentado!

Nsec = (Vsec x Nprim) / ( VPrim x √ ղ )

Nsec = 5,65v x 2504 / 165V √ 0,98 = 86,6 (aumentou)

alias, minha conclusão sobre Rparalelo é a seguinte:

pegando o trafo hipotético como exemplo

P = V² / Z então 283²V / 8000 = 10 W (SE é 40% apenas mas é só pra exemplo)

Fazendo com Rpar 283²V / 7236 = 11 W (a dissipação da válvula é 12 W )

O que foi feito na realidade foi aumentar a potência artificialmente diminuindo o valor de Z (8000) para compensar a perda do fio do primário por causa de um trafo ruim com muita perda no cobre. Ora pois! Rparalelo é um truque sujo, assim não vale, o valor real de Z é 8000 aqui no exemplo, e não 7236. O trafo tinha que ser pra 8000. Tinha é que engrossar o fio pra ter menos perda.

Rparalelo não serve pra guitarra, Os Soldanos da vida e mesmo os Marshalls calculam a potência com máximo de dissipação da válvula (acho que até passam) e o dono que se dane trocando válvula de 6 e 6 meses (kkkk). Se baixar o Z num amplificador desses estoura a válvula.

Num hi-fi tudo bem, se calcula com míseros 0,7 x Pdissipação da válvula!

A.Sim
Membro Novato
# set/16
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Olá, macaco veio :

Em um transformador de saída, a perda no ferro é composta de duas parcelas: uma que permanece constante com a frequência ( correntes parasitas ) e outra que diminui com a frequência ( histerese ), ver págs 24 e 25 do Martignoni. Em transformadores pequenos, a perda no ferro é pequena em relação à perda no cobre e pode ser desconsiderada - especialmente se o núcleo for GO.

Matec
Membro
# set/16
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Acabo de sair do meu primeiro mergulho sério no Radiotron Designer's Handbook e ainda me sinto enganado.

Creio que quem recomenda o capítulo 5 para um neófilo não quer que o cara aprenda nada. Não vou dizer que achei fácil, e nem tampouco é um compêndio de física quântica. Mas achei confuso. Não muito didático.

Leva até a crer se pode calcular um ótimo transformador em 8 passos

Até onde vi, assim como no tio Waldir, não há fórmula para se calcular a seção magnética.

Então começa assim:
- Pega-se um punhado de chapas de núcleo tal, que forma uma pilha dessa altura.
- Aí calcula-se assim e assado.
- E verifica-se pela fórmula se esse transformador ficou bom...
- Chiiiíí não ficou bom.
E pronto.
-Volte ao começo e leia o que é dito nas entrelinhas até entender o que poderia estar errado. E comece tudo de novo.

Creio que e daí que começa todo o enguiço. Assim como todos os outros, essa bíblia dos transformadores dá margem à várias interpretações. Nada muito prático, nem objetivo.

Vou continuar lá, pra ver se aprendo "O Camilho da Illuminação "
Abs

macaco veio
Veterano
# set/16
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- Chiiiíí não ficou bom.
E pronto.
-Volte ao começo e leia o que é dito nas entrelinhas até entender o que poderia estar errado. E comece tudo de novo.


kkkkkkkkkk, e mais ou menos por ai, kkkkk, pode ter certeza de uma coisa todas dividem √ P / F daí pra frente é por sua conta. kkkk
A do Francisco singer 15√ P/F tem dado bons resultados aqui nos meus cálculos para SE, já 10√ P/F para PP sugerido por ele tem ficado meio grande, pra PP fico com a do Martignoni 7,5√ P/F. Geralmente aumentando um pouquinho no empilhamento, isso pra guitarra, pra hi-fi acho que nenhuma da.

Mas a melhor do Radiotron eu acho que é essa afirmação na pag 208
" As a general rule, the output transformer should have the largest core which is practicable or permissible having regard to cost or other factors. A large core of ordinary silicon steel laminations is usually better than a small core of special low-loss steel". Da pano pra manga essa frase.

ou seja, a fórmula para o núcleo é: o maior possivel, mas ele sugere o peso por watts e volume por watts mas não especifica esse peso pra qual material e mesmo se especificasse não é nada prático.

A.Sim
decidi, não vou nem acrescentar nem diminuir espiras.

A.Sim
Membro Novato
# set/16
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Olá, macaco veio :

Mas a melhor do Radiotron eu acho que é essa afirmação na pag 208
" As a general rule, the output transformer should have the largest core which is practicable or permissible having regard to cost or other factors. A large core of ordinary silicon steel laminations is usually better than a small core of special low-loss steel".


É isso mesmo. Eu ainda complemento com a afirmação do Dr. Martignoni, pag. 79 :

"A escolha de um núcleo muito grande traz o emprego de poucas espiras e, por conseguinte, um aproveitamento não equilibrado do transformador. Um núcleo pequeno obriga o uso de enrolamento com muitas espiras, o que provavelmente não permite sua entrada na janela do transformador. O núcleo bem escolhido é aquele que permite o emprego de bobinas que entram justas nas janelas. "

boblau
Veterano
# set/16
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A.Sim
Matec
macaco veio

esta discussão é tão complexa que leio atentamente, mas não consigo acompanhar o raciocínio.... rsrsrsrsrs

será que algum de vcs (ou todos) poderiam dar uma pequena opinião no tópico onde estou em dúvida? Neste aqui http://forum.cifraclub.com.br/forum/10/308036/

a pergunta é simples: é seguro reduzir a potência de um amplificador de 100 Watts com 4 EL34 pela metade, retirando duas válvulas e ajustando o bias?

Detalhes estão no tópico.

Grato de antemão

Matec
Membro
# set/16 · Editado por: Matec
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Olá Srs

Retomando o tema das fórmulas MVM , eu resolvi investir por outro sentido, ou seja através de engenharia reversa de transformadores comerciais.

Existem algumas informações em sites que se pode considerar confiáveis. Então colhendo informações sobre o número de espiras, e dimensões do núcleo pode-se chegar também , com "matemática reversa"(rsrs) às tão procuradas "fórmulas secretas" \o/.

Pelo que vejo, um bom começo é pegar a fórmula de seção magnética do Singer, com a fórmula básica do Bmax do Martignoni. Pelo menos para saídas PP dá um excelente resultado.

Abs

macaco veio
Veterano
# set/16
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A.Sim

A afirmação do Martignoni esta perfeita mas a do Radiotron não me parece bem explicada, muito genérica e dá uma interpretação errada. Na realidade não é o maior possivel, é justamente o contrário, é o menor possivel que consiga a cobrir todas as exigencias de correntes e fios calculadas sem deixar espaço de sobra demasiado.

Colegas
Uma fórmula que me chama a atenção e esta: perda = (100% x Resfio) / Rpar + Resfio ≤ 3%

desconsiderando Rpar e fazendo simplesmente Z para PP (com Rpar para SE), se a resistência do primário não tiver dentro dessa condição, se for pra começar um trafo do zero não ficará bom.

Tentei isolar Resfio na equação mas minha matemática ta fraca (o + ali me fud**), talvez se ainda estivesse no colegio eu saberia, assim tive que ir chutando alguns valores. ex.

Z = 3800 (caso do trafo 4003 por exemplo), chutando 100Ω

(100% x 100Ω ) / ( 3800 + 100Ω ) = 2,56

chutando 120Ω
(100% x 120) / 3800 + 120 = 3 ou seja, um trafo com Z = 3800 a resistência de primário não pode passar de 120Ω. A proposito a resistência do AG4003 e uns 92Ω.

E assim se faz para qualquer Z. Desse modo a partir do valor de resistência encontrado (para 3 ou pode se escolher menor que 3) se calcularia a metragem de fio gasta para o primário de acordo com a amperagem Ipri (calculada e com o devido acréscimo) e fio escolhido e a resistência por 1000m do mesmo na tabela.

Com a metragem e o fio escolhido, já tendo em mão calculado a espira média de alguns tamanho de lâminas (com seu núcleo formado) se calcula o número de espiras provisório (passa a metragem pra cm e divide pela espira média). Se tem Npri encontrados nas diferentes lâminas.

Se calcula a secção total do fio dos Npri provisórios para ver a regra da possibilidade de execução. Se for usar execução possivel maior ou igual a 3 a secção de Npri será 1/6 da janela. Outros 1/6 serão destinados ao secundário (supondo um bom balanceamento dos pesos dos cobres).

(Se calcular os 6/6 e multiplicar por 1,25 tem-se a medida de uma perna central ao quadrado em mm).

Seleciona o tamanho da lâmina que sua janela seja maior ou igual a secção do primário vezes 6 e que seja a mesma que foi feita o núcleo e calculado o Npri correspondente. Uma delas a janela caberá. A lâmina que couber terá o número de espiras razoavel e com o valor de resistência escolhido de acordo com a perda escolhida.

O empilhamento do núcleo pode depois ser aumentado (melhor ser retangular com empilhamento igual a perna central mais 1/8 do valor dela mesma, isto parece um padrão na maioria de trafos de audio).

Com o núcleo encontrado e número de espiras provisório baseado na resistência do mesmo, fica possivel achar o valor de B, ou então escolher um valor de B adequado e calcular o número de espiras final.

Pronto, assim eu saio fora dessas fórmulas de secção de núcleo. (ainda tenho que fazer mais vezes pra ver se dá realmente certo)

A.Sim
Membro Novato
# set/16
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Olá, macaco veio :

Uma fórmula que me chama a atenção e esta: perda % = (100% x Resfio) / ( Rpar + Resfio ) ≤ 3% ; tentei isolar Resfio na equação mas minha matemática ta fraca


Tenta Resfio = ( perda x Respar ) / ( 1 - perda )

onde perda = perda % / 100

Continuas esquecendo os parênteses no denominador da primeira fórmula...

macaco veio
Veterano
# set/16
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A.Sim

perfeito, deu certinho. obg, valeu.

Matec
Membro
# set/16 · Editado por: Matec
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Olá

Aqui um pouco mais sobre o cálculo de transformadores de áudio.

Abs

A.Sim
Membro Novato
# set/16 · Editado por: A.Sim
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Olá.

Já achei uma pérola; nem vou terminar de ler :

For the given type of core, a good limit for the total flux density is 16,000 Gauss. At this level, the transformer will remain linear.

Mais um que não sabe o que diz... pelo menos, está melhor do que o Wolpert, que recomendava 18.000 ...

Matec
Membro
# set/16
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A.Sim

Pois é, creio que eu e o MV temos muita sorte de ter um mestre mostrando a direção certa. Imagine nós, verificando todas essas pérolas e acreditando!
Não dá pra imaginar o resultado de todas essas informações!

Em termos de cálculo de transformadores de força, você acha que o Martignoni é mesmo um dos mais "honestos"?

Abs

A.Sim
Membro Novato
# set/16 · Editado por: A.Sim
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Olá, Matec :

O Martignoni segue sendo a mais honesta referência para o projeto de transformadores de força. Fazendo pelo cálculo dele, dá sempre certo, embora o projeto possa não ser o mais otimizado.

É importante lembrar sempre o aspecto histórico quando se fala de tecnologia : os antigos não tinham máquinas de calcular, nem computadores em casa. Não havia simuladores, como esses que temos hoje. Calcular qualquer coisa era muito difícil, e verificar um protótipo, mais ainda, pos os instrumentos eram caros e raros. Não precisamos retornar muito longe no tempo; eu tinha uns 17 anos quando decidi que eu "precisava" de um osciloscópio. Naquela época ( 1983 ) eu tive de, a duras penas, adquirir um LABO 529, valvulado, e reformá-lo, pois os osciloscópios eram raros e extremamente caros. O próprio 529 me custou caro ( é que eu ganhava pouco ). Hoje, qualquer hobbysta vai no ML e compra um duplo traço transistorizado, usadinho bom e que ninguém mais quer, moderníssimo, e paga R$ 400,00 ou até menos. Os mais abonados vão mais além e compram um desses lixos digitais. Um recurso com esse grau de sofisticação seria apenas disponível no laboratório da RCA, no tempo do Martignoni...

Com isso, não se pode esperar que uma "receita" elaborada numa época onde os recursos computacionais eram escassos proporcione resultados comparáveis aos que podemos obter hoje utilizando um simples programa que permita ajustar número de espiras, densidade de corrente, etc, sem dor e rapidamente. É importante sempre ter em mente, "quando se calcula alguma coisa usando valores medianos ( por se desconhecer os valores exatos ) o desempenho final também será mediano".

Não vamos nem considerar uma comparação com um projeto moderno feito com simulação por elementos finitos.

macaco veio
Veterano
# set/16
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For the given type of core, a good limit for the total flux density is 16,000 Gauss. At this level, the transformer will remain linear.
Putz! mesmo se for GO ate para um trafo de fôrça já é muito.
Eu abri um trafo aqui acho que de algum carregador de bateria talvez, não sei. Colocaram 17000 gauss no trafo e as lâminas não parecem nada com GO (eu fiz as contas), funcionava mas o treco esquentava que não se podia nem encostar a mão. Fiz uma derivação e enchi a janela o maximo que deu e no final ficou com 12700 gauss. continua esquentando mas agora da pra encostar a mão. Medi com o multimetro que tem medidor de temperatura (tem um cabo especial) e deu 46 graus, mas esse medidor de temperatura de multimetro é furado (acho que isso não mede merda nenhuma não, pura enganação). KKKK

Pois é, creio que eu e o MV temos muita sorte de ter um mestre mostrando a direção certa.
Com certeza, muito legal, e eu vou explorar mais um pouquinho o mestre deixando uma pergunta no ar. Eu tenho aqui já ha um tempo umas laminas GO que pretendo fazer um trafo de audio e apesar de não serem grandes têm um buracão exagerado para os parufusos, (eu queria sem buraco mas não achei), o quanto sera que isso influi na longitude magnetica pois acredito que há um desvio nas linhas de fluxo ali nos buracos (boa coisa não deve ser para audio). O que seria melhor, botar parafuso de ferro e isolado ou fazer um braket e deixar sem parafuso. Se é que isso faz alguma diferença

A.Sim
Membro Novato
# set/16 · Editado por: A.Sim
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Olá, macaco veio :

O que seria melhor, botar parafuso de ferro e isolado ou fazer um bracket e deixar sem parafuso. Se é que isso faz alguma diferença

Essa é a pergunta de US$ 1 mi... e já foi motivo de discussão acalorada em outro fórum. Isolar os parafusos de montagem ou não ?

A Schatz isola os parafusos.
A Hammond isola os parafusos.
A ClassicTone isola os parafusos.
A Edcor isola os parafusos.
A Mercury Magnetics isola os parafusos.

Meu conselho é : isole os parafusos...

Quanto à possível influência dos furos de montagem nos cantos no percurso magnético, eu diria que existe, sim, alguma influência, pois a presença deles altera o percurso das linhas magnéticas nos cantos da laminação. Nós fizemos medidas quanto a isso no passado, mas não obtivemos nenhum resultado que desaconselhasse o uso de laminações perfuradas. De qualquer maneira, as laminações brasileiras são todas com furos no centro dos cantos, e a única fábrica que produz acabamentos para transformadores no Brasil os faz para esse tipo de laminação. Seria bom dispor de lâminas com furos ( na verdade, são rasgos ) nas pontas dos cantos, como em alguns transformadores antigos europeus, e fazer um teste, mas daí vem a pergunta - como obter os acabamentos ???

macaco veio
Veterano
# set/16
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Quanto à possível influência dos furos de montagem nos cantos no percurso magnético, eu diria que existe, sim,
Foi o que imaginei, tem-se um gap indesejado, se for um trafo SE quase que nem precisa calcular entreferro, a lâmina ja vem com entreferro KKKk.
Eu comprei da Edcor (tive que comprar um pacote pra fazer um), a lâmina deles tem os buracos no canto (não é no meio), mas achei o buraco largo (talvez pra enfiar um canudinho ali e isolar o parafuro).
Eu acho que é conveniencia dos fabricantes de so fazer lâminas com furos porque é muito mais para atender trafos de fôrça do que de audio. Sendo GO e assim trabalhando com um B mais alto para trafos de fôrça a lâmina vibra mais (e ainda GO que é fininha), mais dificil de apertar so com brackets laterais. Mas que eu me lembre de trafos de audio antigos muitos eram brackets laterais e lâminas sem furo. Eu quero fazer com bracket (não sei como é que eu traduzo isso em portugues), vou ver se entupo os buracos com uns pregos isolados só pra repor o que foi tirado da lâmina. o dificil vai ser achar pregos com 4% de silicio no ferro. KKKK

...e já foi motivo de discussão acalorada em outro fórum
Pois é, aqui a discussão é acalourada, com exceção do mestre o resto tudo é calouro. KKKK

A.Sim
Membro Novato
# set/16 · Editado por: A.Sim
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Olá, macaco veio :

Os furos não vão fazer o papel de entreferro, pois as linhas de fluxo vão seguir pela lâmina onde ainda existe material. O material é contínuo em torno dos furos, assim, não se configura "gap". A questão toda é se a seção efetiva permanece razoavelmente constante à medida que o fluxo faz a curva nos cantos e contorna o furo.

Explico : a travessa do E e o I, bem como as pernas laterais, têm a/2 de largura, que multiplicado pelo empilhamento b dá a seção geométrica do percurso magnético nos trechos retos. Acontece que, nos cantos ( onde há os furos ), o fluxo faz uma curva e a largura da lâmina aumenta até atingir 1,41 x a/2 ( exatamente no canto, a 45 graus ), a largura sendo medida sempre a 90 graus em relação à linha de fluxo. A parcela magneticamente ativa dessa largura, entretanto, é reduzida pela presença do furo. Daí decorre que o diâmetro do furo não pode ser maior do que 0,41 x a/2, aproximadamente a/5, para que não haja um "estrangulamento" das linhas de fluxo nos cantos das lâminas.

Consultando as lâminas 4HE na tabela da Tessin, por exemplo, observa-se que as lâminas de 19 mm e 22 mm têm um furo de 4,5 mm; a de 25 mm, furo de 5,5 mm; a de 38 mm, furo de 7,0 mm. Esses furos concordam razoavelmente bem com o critério apresentado.

Com relação a fechar os furos, não acredito que preenchê-los vá restaurar as propriedades iniciais da lâmina. Melhor deixar como está e usar um B um pouco menor...

Matec
Membro
# set/16
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A.Sim

Como você sabe, eu estou particularmente interessado na influência do núcleo na distorção do som, após passar pelo transformador.
Por isso tenho dado mais ênfase à saturação do núcleo do que a outros
fenômenos que ocorrem no tranformador. Para fazer isso, tenho feito vários tipos de simulações para visualizar as curvas de saturação de um possível núcleo. Principalmente fazendo as conhecidas figuras de Lissajous representando o gráfico B-H.
Depois de um tempo, muitos gráficos, e começando a entender melhor o que representa esse gráfico, começo a perceber que algumas das características dele podem estar sendo interpretadas de modo equivocado. Talvez eu esteja enganado. Por isso vou pedir um auxílio para tirar essa dúvida, e verificar o que está correto, e o que não está.

Abs

macaco veio
Veterano
# set/16
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A questão toda é se a seção efetiva permanece razoavelmente constante à medida que o fluxo faz a curva nos cantos e contorna o furo.
O que eu estou entendendo do que disse é que as linhas do fluxo acompanham o formato da lâmina. Vamos supor que fosse um núcleo de ar, as linhas formariam uma elípse ao redor do enrolamento partindo do centro, tendo tendência dessa elípse se abrir ou se perder onde não haveriam pernas laterais (porque não haveria um centro do outro lado). Ao se colocar ferro retangular, de acordo com o que disse, o ferro deformará essas linhas tendendo a um formato retangular das mesmas e onde há furos essas linhas circulariam em volta dos mesmos. Não sei se entendi certo, mas seja o fluxo em elípse ou retangular o fato é que muita dessas linhas (e mais ainda criadas pelo fato de haver ferro) não passarão somente no ferro, se fosse assim não haveria linhas cortando os fios de cobre. Desse modo muitas linhas atravessarão o interior dos furos, e ai vem duas situações;
1 - sem parafuso - muitas dessas linhas que passarão pelo furos se perderão, conseguirão continuar na mesma lâmina, ou escaparão para a lâmina adjacente.
2 - com parafuso - sendo também de ferro ele atrairá mais linhas do que o ar e sendo maciço provocará o mesmo efeito de que se o núcleo fosse maciço, ou seja perdas parasitas (mesmo isolado).
Assim, na minha conclusão que eu não sei se certa ou não, é melhor não ter parafuso, alem do estrangulamento formado pelos furos nos cantos que limitará a quantidade de gauss possivel para um nucleo a um valor mais baixo.
Agora a minha pergunta é a seguinte:
Porque que merda de livro nenhum traz um esclarecimento sobre o assunto, será que vamos ser os primeiros aqui a fazer um estudo sobre isso? Para os grandes matematicos escritores sobre trafos isso parece não ter tido relevância nenhuma.

A.Sim
Membro Novato
# set/16 · Editado por: A.Sim
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Olá, macaco veio :

As linhas que se desenvolvem no ferro acompanham o formato da lâmina por que elas são criadas pelos domínios magnéticos que foram alinhados. Pense nos domínios como pequenos ímãs ( ímãs elementares ).

Algumas linhas atravessam o furo, sim, e circulam pelo parafuso, mas a maioria vai contornar o furo porque a relutância ( dificuldade ) para atravessar o furo é grande. Vamos considerar um furo de 5 mm de diâmetro; imagine a dificuldade de uma linha de fluxo para atravessar um entreferro de 5 mm. 0,1 mm já é difícil de atravessar...

Ao se colocar um parafuso no furo, a situação melhora um pouco, mas o entreferro dentro do furo continua grande, digamos, cerca de 1mm. Quanto é a profundidade da rosca do parafuso ? E a folga entre o furo e o parafuso ?

Melhor, melhor mesmo, era não haver furo. Para minimizar o efeito do furo, seria preciso introduzir um tarugo maciço que entrasse justo na cavidade, formando com a lâmina um entreferro comparável àquele que existe entre os Es e Is. Mas daí teríamos o problema das correntes parasitas numa massa metálica maciça...

Acho que temos problemas maiores do que os furos para levar em conta.

A.Sim
Membro Novato
# set/16
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Olá, colegas :

Como andam os estudos e o desenvolvimento das fórmulas MVM ?

Matec
Membro
# set/16
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Olá.

Quanto ao MV eu não sei.
Quanto as meus "estudos" vou iniciar agora a montagem do meu transformador 50W-PP-3400ohms calculado com meu "mix" de fórmulas. A montagem servirá também para verificar as minhas conclusões sobre a utilização dos laços B-H na avaliação das características dos núcleos.

Abs

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