Duvida Sobre Potência de Cabeçotes e Caixas

Autor Mensagem
Ticoulat
Veterano
# jul/11


Então, eu estou com essa dúvida aqui: se eu tenho um cabeçote de 40w, por exemplo, e quero ligar ele em uma caixa, ela precisa ter 40 watts tbm? O que acontece se tiver mais, ou menos do que a potencia do cabeçote? Pela busca eu entendi que a caixa precisa aguentar a impedância do cabeçote, está certo?

Fred_Wylde
Veterano
# jul/11
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Ticoulat
seguinte, imagine um cabeçote de 40 watts
e compra uma caixa de 100 watts
esses 100w q a caixa tem, na verdade é a maxima potencia que ela aguenta sem danificar os falantes
Ou seja, sempre precisa ter uma folga entre o cabeçote e a caixa para garantir (a caixa tendo o maior valor logicamente).

vamos supor q ao invez de comprar uma caixa de 100w vc compre uma de 30w
quando vc colocar seu cabeçote no volume maximo, vc vai arrebentar o(s) falante(s) da caixa.

agora a impedância funciona o seguinte:
seu cabeçote tem uma saida de 8 ohms.
então vc deve ligar uma caixa com 8 ohms nessa saida
pois se vc ligar uma caixa de 4 ohms, vc queima seu cabeçote.
e se ligar uma maior, vai ter menos volume e o som mais xoxo.

acredito q seja isso que vc queria saber.

se falei alguma besteira me corrijam

abraço

Ticoulat
Veterano
# jul/11
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Era isso mesmo, obrigado!

seusaraiva23
Veterano
# jun/12
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Desculpem a minha ignorância, mas tenho algumas dúvidas bem básicas.

Tenho um amp da berhinger (PMP518) com imped minina de 4 ohms e que dá as seguintes potencias:
100 w a 8 ohms
180 W a 4 ohms

Supondo que eu tenha 02 Cx 250 W (8 ohms) e 01 Cx 250 W (4 ohms).

Ligando as duas de 8 ohms em paralelo daria 500 W a 4 ohms. Ou seja, muita caixa pra pouco amp, esta situação danifica o amp?

Posso uma ligar Cx de 4 ohms e outra de 8 ohms? Isso daria uma potencia de 500 W e impedancia final de 6 ohms?

Alguem sabe me dizer se a potencia do meu amp é suficiente para levar voz e violao em barzinhos?


Obrigado.

Buja
Veterano
# jan/20
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Pessoal, posso tirar uma duvida com voces.

Sim, pesquisei no forum, li, entendi bastante coisa, mas tem algo bem controverso:

Tenho uma potencia com 2 saidas que chamam de Canal "A" e Canal "B".
"A" tem 2 saidas de 8 ohms e
"B" tem 2 saidas de 8 ohms.
Ok, então sao 4 saidas de 8 omhs. Imagino que seja pra fazer um stereo.

Canais "A" e "B" entregam:
90w a 4 omhs. So pode usar 1 das saida pra uma caixa de 4 ohms, nunca duas caixas de 4 ohms.
54w a 8 ohms. Pode usar 2 caixas de 8 ohms, uma em cada saida.

Ta, agora vem a duvida controversa:

Vejo comentarios aqui, dizendo que tenho que plugar 1 caixa 4 ohms de 90w. E dizem mais, que a caixa pode até ser maior, 150w, 200w.
Ja o manual diz que a caixa deve ter metade da potencia do canal, ou seja, so posso ligar ali 1 caixa 4 ohms de 45w ou menos.
E 2 caixas de 25w ohms.

E ai?
Esse amp era usado pra sonorizar muito eficazmente uma igreja com 150 membros, um salão com 10x30m!
E eram usadas 4 caixas grandes com falantes de 12". (nao sei que wattagem).
Nao faz o menor sentido que essas caixas passivas grandes, tinham somente 25w de potencia.

É isso mesmo as ligaçoes?

Se alguem puder dar um pitaco, agradeço demais.

Ramsay
Veterano
# jan/20
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Buja
Do jeito que vc postou, tá complicado de se entender.
Mas, saiba que caixa com potência a mais é sempre bem vinda pra qualquer amp.

Buja
Veterano
# jan/20 · Editado por: Buja
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Valeu por responder brother.

O esquema do power é o seguinte (arredondando os numeros pra facilitar):

Pelo manual, eu posso usar 4 caixas de 8 ohms, e cada saida dessa terá ~50w.


+---------------+
| |=-----Canal-A---Saida-1--(8-omhs)--- |Auto falante 1|
| |=-----Canal-A---Saida-2--(8-omhs)--- |Auto falante 2|
| Amp |
| |=-----Canal-B---Saida-1--(8-omhs)--- |Auto falante 3|
| |=-----Canal-B---Saida-2--(8-omhs)--- |Auto falante 4|
+---------------+



Ou posso fazer assim, usar 2 caixas, e cada saida dessa terá ~80w.


+---------------+
| |=-----Canal-A---Saida-1--(4-omhs)--- |Auto falante 1|
| Amp |
| |=-----Canal-B---Saida-1--(4-omhs)--- |Auto falante 2|
+---------------+



A duvida é:

Qual 'wattagem' das caixas devo usar, digamos para o primeiro esquema (4 caixas)?

Tem que diga que preciso colocar um falante de no mínimo 50w, porque qualquer falante
com menor potencia do que isso o amp estouraria ele.
Eu poderia colocar falantes de 100w por exemplo,
pois o amp mandaria 50w pra ele, e ta tudo ok, ele trabalharia liso.

Ja.....há que diga que só posso usar falantes de no máximo 25w né.
Isso porque dizem que o falante deve ter metade da potencia que o amp manda.
Ou seja, amp manda 50w, falante de 25w.
E dizem mais: que o amp pode mandar até 100w por exemplo para um falante de 25w.
Por que 25w do falante nao é a potencia maxima que ele aguenta. É a potencia minima.
Ou seja, um falante de 25w aguenta trabalhar com amps maiores, de 100w por exemplo.


É ai minha duvida:
Boto falantes menores e eles trabalharão a 'plenos pulmões', ou boto falantes maiores, e eles trabalharão relaxados?

Ramsay
Veterano
# jan/20
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Buja
No esquema de cima com 4 caixas, em cada uma delas vc deverá utilizar um alto falante de 8 ohms e 75W (isso dá uma folga de 21W em relação a potência de saída de 54W de cada canal, o que impede o alto falante de queimar).

No esquema de baixo com 2 caixas, em cada uma delas vc deverá utilizar um alto falante de 4 ohms e 120W (isso dá uma folga de 30W em relação a potência de saída de 90W, impedindo o alto falante de queimar).

Sendo que a potência especificada de qualquer alto falante é sempre a máxima que ele suporta e nunca a mínima, ou seja, um alto falante de 25W suporta no máximo uma potência de 25W. Potências acima desse valor queimam o alto falante.

Buja
Veterano
# jan/20
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Poxa brother, muito obrigado mesmo.
Sanou uma dúvida enorme. Agora sei no que investir!

Acho que será bacana confeccionar uma caixa 4x12" com falantes de 75w-8Ω.
Seria mais legal do que 4 caixas 1x12".

HortaRates
Membro
# jan/20
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Ramsay
Buja
Essa questão é um pouco confusa... Eu já li toneladas de material sobre amplificadores e alto falantes, mas no mundo de instrumentos músicas. E sempre se fala em deixar a uma folga boa entre a potência do alto falante e a do amplificador, justamente pra evitar queimar.

Mas eu juro que já vi gente conversando sobre som automotivo falando que a potência do alto falante era pra ser menor que a do amplificador. Pelos meus entendimentoa de elétrica, não faz o menor sentido. Mas que eu já vi, já vi.

acabaramosnicks
Membro Novato
# jan/20 · Editado por: acabaramosnicks
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Horta,
A medição do limite de potência é feita tacando uma onda de 1khz senoidal com menos de 1% de distorção harmônica.
Em instrumentos é comum trabalhar acima da potência nominal porque a distorção faz parte do timbre que se busca. Nesse caso, as potências são maiores do que a nominal, por isso nos gostamos de colocar folgas maiores.

Porém, se vc levar em consideração fator de crista e fator de segurança, dá pra exceder bastante a nominal. O caso clássico é os V30 de guitarra: nominal 60w, mas juro pra vc que já vi nego esmerilhar dual recto em UM V30 por bastante tempo sem dano algum

acabaramosnicks
Membro Novato
# jan/20
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Dual recto*

Buja
Veterano
# jan/20
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HortaRates
Pelos meus entendimentoa de elétrica, não faz o menor sentido. Mas que eu já vi, já vi.


Saca só:

https://www.somaovivo.org/forum/threads/duvida-amplificador-ciclotron- e-impedancia.9363/

Há um comentário ali que o cara diz veemente e convicto:

Outro detalhe que vc precisa atentar é que este amp é de baixa potência (90W @ 4 ohms/canal ou 54W @ 8 ohms/canal). Vc precisa lembrar, que o amp deve fornecer, no mínimo o dobro da potência das caixas. Se este amp trabalha com 90W, sua caixa deveria ter 45W. Vc não vai encontrar uma caixa assim. Este amp serviria para, num sistema multivias, tocar os agudos do sistema.

Acho sinceramente que o cara ta confundindo impedância com potência.

=================
acabaramosnicks


É justamente o ponto. Acho que tem gente que diz pra jogar um amp de 100w num falante de 50w justamente pra conseguir o efeito jimi hendrix natural !!! Não é meu caso rsrsrsrs.

Sem falar de gente que fala de 50w e 50rms como se fosse a mesma coisa.

RodJoe
Veterano
# fev/20
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galera, e por exemplo, já casando a impedância amp/falante, amp de 60w com falante de 90w, ok funciona e tem margem de segurança, mas daria diferença no som se comparado a um falante de 60w igual o amp? (supondo falantes da mesma marca/modelo)

e aproveitando o assunto, esse amp de 60w, com impedância de saída de 8 ohm... com 1 falante de 60w/8ohm; com 2 falantes de 30w/4ohm (cada) em série ou com 2 falantes de 30w/16ohm (cada) em paralelo... vão dar diferenças sonoras? De 1 pra 2 falantes talvez seja mais óbvia, mas a ligação série/paralelo afeta?

desculpem se foram perguntas idiotas rs

Buja
Veterano
# fev/20
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RodJoe

Entendo quase nada disso. Tanto que to tirando duvida tambem, rsrs.

Mas entendo que haveria diferencia timbristica, sim, principalmente em se tratando de falantes diferentes.
Um falante maior (de maior diametro, tem polegadas) tem mais graves.

Então, 1 falantes de 60w, 12", tem que ter mais graves que 2 falantes de 30w 10".
Porem, nao sei como ficaria a sensação sonora.
Imagino que 2 falantes de 30w 10" posicionados a esquerda e direita te daria uma sensacao de amplitude (som amplo) e que poderia sentir que os graves são mais evidentes. nao que houvesse mais graves, mas pelo som melhor distribuido, poderia sentir mais equilibrio e por consequencia, mais graves.

A impedancia, nao sei ta, mas acho que nao influencia no timbre em nada. É somente a resistencia do circuito.
Sei que menor impedancia, "jogaria", maior potencia no falante. Ehhh, tipo, sei la, to tentando explicar do jeito errado.
Mas um amp de 60w com 2 canais, jogaria 30w em cada saida a 8 ohms, e jogaria sei la, 50w numa saida so a 4 ohms.
Portanto, voce poderia ter 2 falantes de 30w 8 ohms um de cada lado, distribuindo o som,
ou um falantão de 50w 4 ohms gritando alto na sua orelha cheio de graves.

É por ai que eu entendo.

ps: em tempo, diferenca no som, estou falando de timbres, nao de volume.

Ismah
Veterano
# fev/20
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RodJoe
daria diferença no som se comparado a um falante de 60w igual o amp?

Sim, porque várias coisas mudam quando a potência admitida aumenta. Essencialmente, o de 60 W, tende a dar mais volume (SPL por Watt aplicado), em relação ao de 90 W.
Quanto mais potência aplicada, maiores as forças envolvidas. Logo, maior precisa ser a resistência mecânica do conjunto móvel, para lidar com as acelerações a que será submetido.
A ventilação da bobina, a temperatura de funcionamento, a compressão térmica, e várias outras coisas mudam... Que mudam em maior ou menor grau, a forma de construção e materiais empregados.

Também é menos custoso ter um AF mais sensível, do que aplicar mais potência. O que é pouco observado, já que o consumidor final, é levado a conclusões erradas por números grandes...

Isso tudo, se traduz em várias mudanças. Fazer AF é até fácil, contra ter que construir dois AF's iguais, mas com alguma coisa diferente.

a ligação série/paralelo afeta?

Em tese não, mas na prática sim. A impedância é uma curva que varia em função da frequência, e essa variação rotaciona a fase. Por curiosidade, o valor nominal, é onde a fase está a 0º, e se esse ponto muda, o timbre que o AF entrega muda de forma bem nítida. Normalmente, AF's iguais, com impedâncias diferentes, dá pra observar.

E essa diferença, não é tão tão relevante para AF's semelhantes, mas para diferentes, costuma ficar bom, apenas quando se capta ambos. Já tive reclamações do tipo, e não importava qual AF captado, um era grave demais, e o outro agudo demais... É relativamente raro, mas acontece.

E como tu mesmo concluiu, a diferença de 1 para 2 AF's, é amarrada a várias coisas acústicas. Por exemplo a dispersão sonora, que passa de redonda, para oblonga e/ou oval (depende a frequência) com as interferências das ondas de um AF, no outro.

Buja

Acho sinceramente que o cara ta confundindo impedância com potência.

Não, não confundiu. É relativo a forma de que se mede a potência. AF's são medidos com pink noise, e amp's com senoidal.
O AF, é medido com ruído rosa. De barbada, um AF suporta picos de 4 vezes a potência nominal. Enquanto aguenta apenas 1/4 da potência nominal, com onda senoidal pela alta potência obtida.
Ao injetar ruído rosa no amp, ele entrega 1/4 da potência nominal - valor obtido com senoidal. Sobram ainda 3/4 para transientes (picos).

Aplicando ao menos o dobro da potência, se extrai o máximo de SPL do sistema, e ainda sobra muito headroom, para reproduzir os picos.
O "Efeito Hendrix" está justamente no fato que o AF passa a comprimir mecanicamente os picos. Isso não causa danos a princípio.

http://www.studior.com.br/ampxfal.pdf

Vale a pena essa relação 1:1?
Eu penso que sim, mas não em todos os casos. Se opera habitualmente em altos níveis de distorção, o que já joga a potência média um pouco mais pra cima. Quanto mais distorção, mais esforços mecânicos (pelo formato de onda ser cada vez mais próximo de uma onda quadrada).
Uma relação maior que essa, ou seja, aplicar mais potência nominal, do que a potência nominal do AF, começa a ficar bastante perigoso -exatamente pelos altos níveis de distorção.
Todavia, acho difícil acontecer uma queima, mais fácil algum dano mecânico. Considerando que a caixa, normalmente não tem projeto nenhum, então são riscos que pela Lei de Murphy, podem se somar...

Buja
Veterano
# fev/20
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O "Efeito Hendrix" está justamente no fato que o AF passa a comprimir mecanicamente os picos. Isso não causa danos a princípio.

Ja achava que tu tinha ido pro tour de france e esquecido do FCC.
Que bom que voltou e deu seu parecer.

De fato, achava bem controverso essa questão.
Serviu pra sanar bem a duvida.
Parece então que o AF em geral aguenta (idealmente ou nao) um amp de maior 'cilindrada', rs, certo!?

Ismah
Veterano
# fev/20
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Buja
1 falantes de 60w, 12", tem que ter mais graves que 2 falantes de 30w 10"

Não, isso depende da frequência de ressonância do conjunto móvel (Fs). Existem subwoofers de 4", que movem a mesma quantidade de ar que AF's de 15"... Como? Trocando área de cone (Sd) por maior excursão (Xmax) - ou seja, ele tem um cone menor, mas um movimento maior, mais amplo.

Diretamente, não tem relação nenhuma com potência. Indiretamente, frequências mais graves, precisam de mais energia para serem ouvidas, como explicado pelas curvas de Fletcher-Munson.

No lado acústico, existe de fato uma interação construtiva, com soma quase completa, para todas as frequências que tiverem o comprimento de onda (λ), maior que a distância dos centros acústicos. Estes coincidem com os centros dos cones, dos dutos, dos drives, twitters... Vistos de frente... Exceto das guias de onda, ali é um pouco mais complicado.
Essencialmente, o acoplamento faz com que as duas fontes, se comportem como uma única.

Frequências com λ menor que os centros acústicos, se comportam como fontes pontuais. Ali, as interações são construtivas ou destrutivas, completas ou incompletas, dependendo da frequência, pois há diferença de fase entre as frentes de onda. Então, se forma um comb-filter, mas ele varia dependendo a posição a ser medida.

Porem, nao sei como ficaria a sensação sonora.

Não faço ideia do que seria isso...

Imagino que 2 falantes de 30w 10" posicionados a esquerda e direita te daria uma sensacao de amplitude (som amplo) e que poderia sentir que os graves são mais evidentes

Isso se dá porque quanto mais afastadas as fontes, maior a distância dos centros acústicos. Logo, apenas há interações construtivas para frequências mais baixas, e as interações destrutivas começam também mais baixo. A impressão do comb-filter, é de perdas nos médios, um efeito que muitos aparelhos simulam artificialmente para "abrir" o panorama stereo.

É somente a resistencia do circuito.

Se fosse assim, se chamaria resistência. A impedância varia em função da frequência.

Exemplo (linha de baixo)

@ 110 Hz tem 200 Ω
@ 200 Hz tem 9 Ω
@ 300 Hz tem 8 Ω
@ 950 Hz tem 11 Ω
@ 2000 Hz tem 15 Ω
@ 3000 Hz tem 18 Ω

(valores a olho, não seja preciosista)

menor impedancia, "jogaria", maior potencia no falante

Siga a Lei de Ohm: P = V²/Z

Cada vez que a impedância cai pela metade, a potência dobra. Cada vez que a impedância dobra, a potência cai pela metade. São valores proporcionais, como visto na conta... Pode-se interpretar de várias maneiras, já que potência, tensão, corrente e resistência, são ligados e proporcionais.

Para o caso acima, se admitir um amp de 100 W @ 4 Ω nominais, temos que:

100 = V² / 4
400 = V²
V = 20 Volts

Então, supondo que se tenha 20 V para os dados acima

@ 110 Hz -> P = 20² / 200 Ω = 2 W
@ 200 Hz -> P = 20² / 9 Ω = 44,44 W
@ 300 Hz-> P = 20² / 8 Ω = 50 W
@ 950 Hz -> P = 20² / 11 Ω = 36,36 W
@ 2000 Hz -> P = 20² / 15 Ω = 26,7 W
@ 3000 Hz -> P = 20² / 18 Ω = 22,22 W



NOTE-SE que esses são os valores médios. A onda varia de 0 a 20 V, e de 0 a -20 V.
Aqui também entra o que citei antes, sobre aplicar mais potência do que o nominal ao AF... Além do mais, o amp não consegue entregar 20 V para todas as frequências ao mesmo tempo, e isso não é continuo usando guitarra. Ou seja, vai ser BEM abaixo disso os valores...

Ismah
Veterano
# fev/20
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Buja

Questão de tempo... Trabalho, algumas coisas pessoais, foco maior na música, em mecânica - tô sendo levado pra engenharia mecânica... :(

Buja
Veterano
# fev/20
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Não faço ideia do que seria isso...

Quis me referir a sensacao de ouvir uma unica fonte sonora a ouvir dois fontes distintas.

Se fosse assim, se chamaria resistência. A impedância varia em função da frequência.

Sempre pensei que ohms fosse a relacao entre tensao e corrente, a resistencia do circuito.
Me corrija francamente se eu estiver errado:

Eu sempre me questionei por que um amp que consiga entregar 100w @ 8 Ω, não deveria obrigatoriamente,
sem qualquer configuração extra,
entregar 200w @ 4 Ω, tomando que a corrente de saida do cabecote seja constante
(nao vejo porque um amp mudaria a corrente na saida).

Logo, apesar de eu achar complicado de entender porque meu amp "joga" 50w @ 8Ω e a 4Ω ele so joga 80w,
entendo que é porque meu amp realmente muda a corrente de saida. (se nao mudasse, seriam 100w na saida).
O porque disso? Para evitar que jegues como eu, coloquem justamente um AF de 100w ali, e ele sempre trabalhe no limite.
( Ja que, a visão gera é que a potencia do amp nao deve ultrapassar a potencia das caixas que receberão o amp)

Mas ele tambem nao trabalharia no limite num AF de 50w @ 8Ω?
Tambem.
Mas como normalmente se espera que o usuário va usar 2 caixas de 50w @ 8Ω, para distribuir o som,
ele nao irá "estressar" essas duas caixas (levantando o volume) como se esperaria que fizesse com apenas 1 caixa.

Logo, é justificável que o amp entregue os 50w@8Ω em cada saida, e trabalhe com uma tensao menor para uma saida de 4Ω.

Na questão das caixas aguentarem potencia maior do que a do amp, imagino que seja pela construção mas robusta, de propostio, dos fabricantes.
Imagina o amp que joga 100w. O user jegue compra um AF de 100w e joga no output desse amp.
Deveria se esperar que ele trabalhasse no limite do limite, e que em 10min ele AF estaria saindo fumaça.
Logo, o user jegue acionaria a garantia se valendo de que um AF de 100w nao deveria queimar frente a um amp de 100w.
Logo, fabricante tomando xincha e tendo que ressacir milhoes aos users jegues.

Entao, a solucao é criar falantes que suportem bem mais do que 100w sem queimar, e apenas rotularem eles de 100w.
Logo, daria pra jogar até um amp de 150w neles, que em tese nao queimariam.

Mas a afirmação "Vc precisa lembrar, que o amp deve fornecer, no mínimo o dobro da potência das caixas.", me parece bastante forçada. Irresponsável até.
Tanto porque, nao imagino um falantezinho de 15w (chinezinho e barato como é) suportando um amp de 30w no volume 10!
Vejo os fenderzinhos de 25w só, e aquilo é MUITO mais forte que um ampzinho de 15w.

Assim penso eu, podendo estar bastante redondamente equivocado.

Buja
Veterano
# fev/20
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ô sendo levado pra engenharia mecânica... :(



Tem o lado bom e o lado ruim.....rsrs....mas pelo menos tu ta bem....e vivendo. Boa noticia.

acabaramosnicks
Membro Novato
# fev/20
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Sempre pensei que ohms fosse a relacao entre tensao e corrente, a resistencia do circuito.

Isso está correto, mas quando se trata de corrente alternada (som no circuito é corrente alternada) o buraco é mais embaixo... entra também a impedância na conta. Esta é uma "resistência" que não tem um valor fixo, ela varia em função da frequência.

Quer dizer, tal falante é 8ohms. Cê pega um multimetro e mede a resistência, dá 8ohms. Cê taca 8 volts nele e passa uma corrente de? 1 amper. Cê taca uma tensão de corrente alternada, a 200Hz, com 8 volts RMS, não dá 1 amper, porquê além dos 8ohms de resistência do fio do falante tem também a reatância indutiva da bobina, e a interação mecânica do falante na caixa sobre o ímã, e por aí vai.

Eu sempre me questionei por que um amp que consiga entregar 100w @ 8 Ω, não deveria obrigatoriamente,
sem qualquer configuração extra,
entregar 200w @ 4 Ω, tomando que a corrente de saida do cabecote seja constante
(nao vejo porque um amp mudaria a corrente na saida).


acabaramosnicks
Membro Novato
# fev/20
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Buja
Vejo os fenderzinhos de 25w só, e aquilo é MUITO mais forte que um ampzinho de 15w.

Negativo, 1w é igual a 1w, não tem conversa. Se vc acha que ele "toca mais alto", isso se dá por outros N motivos além da potência.
O Ismah citou as curvas de fletcher-munson, dá uma pesquisada nisso que algumas coisas ficam mais claras. Se vc cruzar esses dados com os outros que eu te disse sobre impedância e vc ver sobre a sensibilidade do falante, tudo vai fazer mais sentido pra vc.

acabaramosnicks
Membro Novato
# fev/20
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Buja
Entao, a solucao é criar falantes que suportem bem mais do que 100w sem queimar, e apenas rotularem eles de 100w.
Logo, daria pra jogar até um amp de 150w neles, que em tese nao queimariam.

Negativo. A medição da potência é feita sob normas, se vc vai rotular diferente, pra quê normas? Pra quê padrão? Taca fogo na ISO, dane-se o "metro", aqui em casa agora a gente mede distância em palmos e a referência é a minha mão aberta.
Se vc vai usar fora da condição onde foi feita a medição norminal, sob as condições normativas, geralmente há uma ficha técnica do produto que te diz quais são as características sob outras condições, daí vai do conhecimento da pessoa saber lidar com isso e fazer seu projeto, ou então pode escolher outros dois caminhos: o primeiro é ficar no básico e deixar margem de segurança, ou brincar com a sorte na tentativa e erro.

Outra coisa, sabe aquela história de que amp valvulado de tantos W fala mais alto que transistor de mesma potência? Então... a fita é que a medição nominal de potência é feita sob uma norma, que é justamente pra comparação de potência de produtos ser justa e também pra vc saber com mais precisão o que foi medido de fato. No caso de amps, a regra é a potência máxima com menos de tantos por cento de distorção harmônica. Acontece que quando se trata de amp de instrumento, dá pra ter mais distorção harmônica sem o cara perceber e achar ruim, e em certos casos o cara até gosta (guitarristas que o digam). Daí tu pega o fenderzinho de 15w e taca o master no talo, e na prática, a saída dele está muito além dos 15w nominais, porque estes foram medidos dentro das condições normativas, e tu tá tocando fora delas.

Buja
Veterano
# fev/20
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acabaramosnicks
Saquei. To aprendendo bastante.

Mas ainda nao peguei a ideia de porque o fenderzinho de 15w, consegue, mesmo com bastante distorcao harmonica, receber mais do que os 15w sem queimar.
Significa que um AF de 15 consegue receber 30 na boa (gerando distorcao no som)?
E quanto a mais ele consegue receber? Os x% de distorcao harmonica?
E os fabricantes de AF revelam esse numero?
Acredito que nao.

Dai nao vejo de onde os caras tiram essa ideia, de que o amp tem que fornecer o dobro do AF.
Dobro porque? Sacou a duvida ?

acabaramosnicks
Membro Novato
# fev/20
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Buja
acabei de voltar ao trablaho, então vou dar uma resposta meio bosta, se tu der sorte vem o ismah completar

basicamente, tem mais fatores além da potência que faz o AF dar pau

em sistemas menos pensados como projetos e feitos mais na prática (automotivo geralmente é assim), é comum o cara dar tanto ganho na potência que ela começa a clipar (dar distorção), e daí tem outros fatores além da potência que podem levar o AF a dar pau, por exemplo, fator de crista de onda, fim de curso, o falante fica parado com corrente contínua na parte quadrada da onda, etc...

macaco veio
Veterano
# fev/20
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Mas ainda nao peguei a ideia de porque o fenderzinho de 15w, consegue, mesmo com bastante distorcao harmonica, receber mais do que os 15w sem queimar.
não só queima o alto falante como queima o integrado de saida e trafo sofre de tanto aquecimento.
Minha aluna roqueira tinha um de 15W (daqueles mais chic com efeitos digitais), no final das contas eu consegui um falante do mesmo tamanho de subwofer (o imã era do tamanho do cone) e botei nele, os agudos sumirão um pouco mas não queimou mais.
Um outro que consertei trocando o integrado o alto falante já estava até rasgado o cone, sem contar outros dois que consertei mas que os falantes ja tavam rachando o som.
15W tem tensão de saida = raiz quadrada de 15W / 8 ohms = 10,95V (feito de forma simplificada, na realidade é um pouquinho mais), socando distorção nele até quadricular a onda vai dar 10,95 x 1,414 = 15,45V elevando ao quadrado = 238,7 / 8 = 29,8W que é o máximo que este ampli vai socar de som (se o falante aquentar, esgoelando o trafo pra passar corrente nos fios e com o dissipador dos transistores quase a ponto de derreter o metal), mais do que isso os transistores cortam, não vai, o cálculo de um transistorizado é feito com onda quadrada (pra dar mais teria que aumentar a tensão do trafo). O que vai dar a diferença fazendo parecer que o valvulado fala mais alto é a presença da segunda harmônica no circuito valvulado, no transistorizado é a terceira, como a segunda é mais baixa que a terceira (é claro) em certas frequencias a segunda permanece dentro do limite do ouvido enquanto a terceira vai estar acima. Eu não tenho certeza mas acho que na válvula o sinal vai alem dos X 1,41 máximo no transistor porque a dissipação na placa (e não na junção de silicio) consegue ultrapassar.

Ismah
Veterano
# fev/20 · Editado por: Ismah
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Buja

Bem, inicialmente relaxa... Estamos entrando num campo realmente complexo, então não vai se tornar fácil do dia pra noite. Lembre que os cursos de engenharia, são os que mais tem desistentes.

Quis me referir a sensacao de ouvir uma unica fonte sonora a ouvir dois fontes distintas.

Isso como dito, é amarrado a condições acústicas, temperatura, distância das fontes e λ do que estamos analisando...

Eu sempre me questionei por que um amp que consiga entregar 100w @ 8 Ω, não deveria obrigatoriamente,sem qualquer configuração extra, entregar 200w @ 4 Ω, tomando que a corrente de saida do cabecote seja constante

Bom, isso é relativo a algumas coisas. Em primeiro lugar, quase que por via de regra amplificadores SS, são amplificadores de tensão constante. Ao modular, o transistor varia a carga, logo a corrente...
Por que assim? Por um motivo técnico: o transistor não lida bem com calor. Assim, a corrente média é muito abaixo da máxima, e a potência na saída é a mesma...

Não sou o mais entendido nessa parte, meu conhecimento é restrito a pré-amp e OpAmps... Basicamente, dependendo da topologia, podemos ter um amplificador de corrente, de tensão, ou de ambos.

Suspeito que seja por isso que o clipping é imediado, e a compressão (SAG) seja nula. Quando se chega na potência máxima, significa que a fonte já está entregando o que consegue - e a tendência é cair, por causa do aumento da temperatura, e consequente compressão térmica.
Obviamente, só se atinge potência máxima em picos / transientes... Então a onda começa a distorcer levemente, mas as consequências já aparecem.
Esse mesmo motivo é que faz um valvulado distorcer mais depois de um tempo ligado. Não tem a ver com filamentos, mas com a temperatura da fonte.

ALGUNS RAROS amps utilizam transistores como amplificadores de tensão e amplificadores de tensão e corrente, tal qual é nas válvulas. Funciona como um valvulado, com transformador de fonte e trafo de saída...

Com fontes chaveadas, amplificação classe D e por aí vai - creio ser seu caso - é mais abaixo o furo. Mesmo com um classe AB, dá pra criar um sistema de monitoramento e regulagem... Apenas isso não vale o custo, dado que os amps de instrumento são de potência extremamente baixa...

Na questão das caixas aguentarem potencia maior do que a do amp, imagino que seja pela construção mas robusta, de propostio, dos fabricantes.

Não, e tu não leu - ou não entendeu - o papper do H7/Studio R que postei. A viabilidade disso, se dá pelos métodos de aferição de potência em cada caso.

Antes de qualquer coisa, amplificação profissional é conceitualmente ao menos, com o máximo de fidelidade possível. Logo, sem distorção harmônica (já falo nela), dá pra ir mais longe.
Instrumentos, é outro papo. São cheio de não-linearidades, e coisas erradas, para fins artísticos. A principal, ao falar de guitarra, é o clipping ou distorção harmônica.

Pessoalmente, é por isso que bato muito na tecla que não se compre AF's para instrumentos visando SPL, mas sim a curva de resposta. Ter 2 ou 3 dB a mais, é quase imperceptível para ouvidos destreinados, e se resolve com o giro do knob de volume no amp. E lembrando que o dB / W / m, é obtido com 1 W... Quase ninguém usa amps de 1 W, então o volume sempre será generosamente alto... Enfim, voltamos ao tema...

A distorção harmônica é o clipping. Basicamente uma onda senoidal, é um tom puro. Uma onda quadrada é a soma de uma série específica de tons puros. Vale dizer que as harmônicas tem amplitudes específicas, e que variam - uma das coisas que define timbre é o conteúdo harmônico, que por consequência determina a forma de onda. Algo que eu aprendi sem querer, brincando com síntese sonora... kkkk

A explicação matemática é um pouco complexa, mas essencialmente uma onda quadrada, é a soma de X+3X+5X+7X+... nX... Onde a amplitude decai, com as harmônicas. Talvez o LeandroP seja a pessoa mais adequada pra explicar, caso interessar.

Todo modo, a explicação da Wikipédia gringa é bem didática, e com excelente material gráfico.
https://en.wikipedia.org/wiki/Square_wave

Esse gif postado pelo Carlos Adolphs é mais simplista mas mostra o que espero mostrar aqui: a soma de harmônicas ímpares é o que gera a onda quadrada.

GIF

Amps são aferidos com uma senoidal de 1 KHz. Senoidais tem 2 vezes* a amplitude nos picos, que na média. Se então o amp entrega 100 Wrms, ele obrigatoriamente entrega 200 Wrms nos picos. Se não fizer, é porque está distorcendo.

Enquanto isso, ruído rosa tem fator de crista de 8 vezes. Como o limite sempre é o valor máximo para não haver distorção, com ruído rosa o mesmo amp vai entregar picos de 200 Wrms**, numa conta simples chegamos que o valor médio ouvido será de 1 / 8 disso, aka 200 / 8 = 25 Wrms.

O ruído rosa é dinamicamente (relação entre picos e valor médio) análogo a uma música muito comprimida, para os padrões dos fins dos anos 90, começo de 2000, época que isso foi estabelecido assim.

Guitarra LIMPA, tem na faixa de 32 vezes... Logo, dos 200 Wpico máximos, antes da distorção, temos só 6,25 Wrms. Só que guitarra limpa, não é como temos o som referencia. Entre outras coisas, por limitações tecnológicas, financeiras, e padrões do que era hi-fi pra época.
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Agora precisamos conceituar o que é queimar: um dano causado por excesso de temperatura.

Isso é incrivelmente raro de acontecer em AF's se o sistema não distorcer, e os cortes estiverem certos. Apesar de ser um termo genérico e muito empregado para dizer que estragou o AF.
Geralmente o AF terá algum dano mecânico - ou seja, alguma parte dele rasga. Só que aí é outra história, e normalmente é amarrado a frequência enviada.

Apesar de parecer contraditório, é mais fácil queimar um AF por falta de potência que por excesso.

Se mandar um pulso (ou seja, meia onda) de 1000 W para um AF de 100 Wrms, o cone se movimenta para frente o que der, e fica lá. Gera uma onda quadrada, o cone fica estacionado lá, até que a força que o empurra para frente cessar.

Para dentro, há um remoto risco da bobina bater no fundo do gap, e deformar com o impacto. Geralmente esse movimento é menor que para frente, o que me leva a crer que esse é o Xlim dos parâmetros TS.
O Xmax, se refere a "zona segura", já considerando uma margem de segurança - um headroom, pelo sim, pelo não.
Esse "clipping" mecânico, não danoso e ele ocorre mesmo no funcionamento normal. Poderia argumentar que isso acelera o desgaste, o que é verdade. A questão é: com que constância isso acontece?
Então, te respondo que é pra isso que se usa um limiter, de modo técnico, em aplicações sérias. Dá pra escrever um textão, só sobre isso. Acho que não vem ao caso.
Em uso doméstico / automotivo, raramente se usa todo o volume, como também o uso é menos constante. Se torna irrelevante esse desgaste extra, por ser algo realmente muito pontual. Ainda assim, alguns aparelhos tem limiter. E apesar disso, queimar a saída ou as caixas por abuso no volume, é o "defeito" mais comum, vindo do usuário final...

Há um problema mecânico, que pode se manifestar antes. O cone se movimenta, ou seja ele vai do ponto de descanso, para frente e para trás. Logo possui uma aceleração.
Com onda quadrada, mesmo que abaixo da potência máxima, ele sofre paradas bruscas o tempo todo. Isso, por si força mais, do que ter uma força que tente empurrar ele mais pra frente ou mais pra trás, do que a borda e/ou suspensão permitem.
Pode sim ser que a distorção ESTRAGUE o AF antes de QUEIMAR. É um dano muito comum nos drives.

Com onda quadrada o cone fica parado hora num extremo, hora em outro. Não importando se ela vem do amp já, ou se é por excesso de amplitude, o resfriamento seja comprometido.
O cone bombeia ar para resfriar a bobina, se ele tá parado a corrente circula e não há ar pra resfriar. Temos a receita para queimar um AF, mesmo que a potência não exceda valor rms, predeterminado pelo fabricante.
O mais comum, é a cola que une o cone e a bobina derreter. Seguido do esmalte que isola o fio da bobina, e mais remotamente a cola que une cone e chassis. Pode dar fogo inclusive, apesar de ser um evento raro.

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Não é bem ligado a sua pergunta, mas cabe dizer...
O AF é limitado na baixa frequência, pela amplitude de movimento que ele pode gerar. Lembre que cada vez que a frequência dobra, a amplitude cai para metade, e a potência se conserva. E vice-versa.

Assim, se admitir que o curso máximo são +5 mm e -5 mm, temos a amplitude máxima para qualquer onda. Para reproduzir 100 Hz*** com 5 mm de amplitude, se obtém metade da potência que para 200 Hz com 5 mm. ****

E é limitado na alta frequência, pela amplitude de movimento. Sendo a potência constante, a amplitude cai com o aumento da frequência, e também cai o quanto de ar o cone bombeia para dentro do gap. Menor fluxo de ar, implica em menos capacidade de resfriamento... Voi la, a bobina queima novamente por falta de resfriamento, mesmo sem distorção.
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Então, dentro dessas condições, o AF suporta várias vezes mais a potência nominal, se for um transiente - ou seja algo que acontece pontualmente. E é menos danoso do que se for onda quadrada.
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* Falei em vezes para simplificar. Dependendo do que se analisa 3 dB = 2x, ou 6 db = 2x... Fica mais confuso ainda... Caso queira ir mais longe, aqui tá mastigado, digerido... É quase glicose na veia...

https://www.rapidtables.com/electric/decibel.html

** Provavelmente não, em função de limitações da fonte, compressão térmica e blá blá blá... Para fins didáticos, por agora considere que sim.
Outra coisa é que valor médio e médio quadrático (rms) são coisas diferentes, mas também para fins didáticos despreze isso.

*** Lembre que SPL é Pa/m², então a direcionalidade é profundamente amarrada a isso.

**** Potência é trabalho em função do tempo (τ/T). Suponha que uma bomba empurre 1 L de água, cada vez que o pistão sobe. Se ela girar 1 volta por segundo, ela tem frequência de 1Hz, e realiza trabalho de deslocar 1 litro de água, por segundo. Se for 2 Hz, desloca 2 l/s, 3 Hz = 3 l/s e por aí vai...
O cone se movendo é a mesma coisa que o pistão, pois desloca um volume X de ar a cada oscilação completa. Quanto maior o cone, maior o volume de ar por oscilação.

Como não tem almoço grátis, isso tem o porém: quanto maior for o cone, maior é sua própria massa, e também maior é a massa do ar a ser deslocado.
Pela fórmula conceituada na segunda Lei de Newton, temos que aceleração é o produto da força pela massa (a = F/m). Dessa maneira, quanto mais massa, mais força para empurrar. Logo, quanto maior o cone a tendência é que ele gere menor SPL em relação a um cone menor, com um mesma potência aplicada. Não é uma regra, já que várias coisas influenciam.
Um dos motivos, para que pequenos amplificadores usam AF's pequenos. Existem outros, amarrados a fatores mecânicos, elétricos e acústicos.

Do que citei na sequência lá em cima, cabe que precisa ser um AF bastante sensível, para que gere boa amplitude de agudos, com pouca potência aplicada. Caso contrário, vai queimar por falta de resfriamento da bobina. Assim, além de ter menos massa, também tem menos graves por menor diretividade, pelo cone de menor diâmetro.

Ismah
Veterano
# fev/20
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Esqueci de dizer acima e talvez ficou confuso por isso...

Como visto, a onda quadrada é danosa para o AF. Assim sendo, o próprio uso em guitarra, exige mais dos AF's se enviar distorção para eles, mesmo que não se passe da potência máxima suportada.
Logicamente a DC gerada com clipping, não é enviada completamente para o amp. Nos valvulados, o trafo de saída faz isso, e nos SS a isolador DC (um HPF na prática).

Quando a tensão estabiliza, ela e filtrada, e então começa a cair (gerando mais harmônicos), e o cone começa a voltar. Isso gera uma onda dente de serra reverso (reverse sawtooth wave).

Honestamente, estou me perguntando sobre quanto disso chega no AF. Nunca me preocupei com isso. Sei que o fuzz gera ondas com formato bem peculiar, mas já não lembro se medi isso na saída do transistor ou na saída do circuito.

Indiferente, é fato que o esforço é maior. Logo há uma certa diferença na construção do AF. Segue o padrão da época por timbre, e pra conviver com esses esforços extras, que os AF's modernos não precisam lidar.

Deixar uma folga? Vai ajudar um pouco, mas não há garantias que vai durar mais.

Entao, a solucao é criar falantes que suportem bem mais do que 100w sem queimar, e apenas rotularem eles de 100w.

De forma alguma. A indústria segue padrões e especificações, e não é responsável pelo usuário fora destes padrões.
Provável que morrem proporcionalmente mais jovens, batendo a Ferrari de 400cv, que o papito (Supla) deu... Do que morrem jovens batendo o Clio 1.0.
Isso não torna o Clio 1.0 mais seguro, e/ou a Ferrari mais perigosa. Nem por isso a Ferrari deixou de produzir carrões. Apenas podemos concordar, que o erro no Clio tem consequências mais brandas, que errar numa Ferrari. Podemos argumentar que errar no e ser irresponsável com o Clio, tem consequências menores, mas isso não é problema e nem está sob o controle do fabricante...

O padrão existe, para que todo mundo fale a mesma língua. Ou seja, quando se fala em ABC1234, se saiba a que se refere, sob quais condições, em qualquer parte ou lugar.

A própria indústria tem seus arranca rabos. Sabendo que o consumidor gosta de números grandes, inventaram um tal de "tone burst", que dava valores absurdos de potência, e vendiam com essa potência anunciada. No ramo automotivo colou, mas no ramo profissional pegou mal...
Alguns ligados a empresa que puxou frente, contam que houve um up nas vendas dos novos vendidos com esse anúncio, e que em meses houve queda nas vendas de TODOS os equipamentos. Isso tem uns 7 anos, e queimou o filme até hoje...

E é óbvio... Pensa no que é uma rave... Dois, três, quatro ou mais dias, dando pau no sistema de som... Praticamente nenhum som automotivo fica ligado 12 horas...

daria pra jogar até um amp de 150w neles, que em tese nao queimariam.

Ali entra o que eu falei no baita texto anterior. Se de um amp de 100 W, tocando guitarra limpa, tu tira 6,5 Wrms, vamos admitir que se distorça o pré, o power comprime, e então se chegue a 20 Wrms, para ter "som de guitarra" mas ainda limpa, com todas as harmônicas que tem direito.
Ainda temos a possibilidade de ter picos de 5 vezes o valor médio. E ainda tem um outro porém... A frequência que se toca. Esses 20 Wrms, são obtidos só quando se toca. Ninguém toca o tempo inteiro, de maneira continua. Se toca notas e acordes, que tem picos...

Cabe colocar, que um valvulado já distorce muito antes de chegar na potência máxima. Logo a distorção dele é obviamente maior. Digamos que quando deveria entregar ¼ da potência, ele já esteja entregando ⅓ da potência.

Mas a afirmação "Vc precisa lembrar, que o amp deve fornecer, no mínimo o dobro da potência das caixas.", me parece bastante forçada. Irresponsável até.

Sou responsável pelo que digo, não pelo que os demais interpretam. Se me perguntar se dá pra pular de um prédio, e eu disser que dá, não estou mentindo, só não estou postulando as consequências.
De maneira simplista, marketing é isso... O tal sabonete mata 99% dos germes. Só não informam que isso é o que exatamente qualquer sabonete também faz.

No caso, está aplicando um conceito de forma errada. Pra começar, se fala de som profissional, onde a distorção via de regra não deveria existir. Segundo, mesmo usando um divisor de frequência passivo dentro das caixas, ou um crossover, o periférico mais importante é o limiter.

Dois diodos, um pot, um resistor, e um capacitor. Com isso já se constrói um limiter passivo - e se usar LED, tem até um alerta visual.
O pot vai em paralelo com a saída da mesa, ou com outro periférico. Os diodos se liga contrapostos, entre o pino 2 do pot e o terra. O pot regula o treshold, quanto maior a resistência, menos tensão chega aos diodos. Toda vez que a tensão sobre um dos diodos passar de 0,707 V (0,3 para os de Germânio), ele passa a conduzir e curto circuita a saída, jogando para o terra.
O resistor e o capacitor, são calculados para isolar alguma DC, que venha a ser gerada pelo ceifamento com os diodos. Cada vez que o circuito clipa, a tensão estabiliza (ou quase), e teremos corrente continua. Aí entra em jogo o HPF que joga essa DC para o terra também.

Os amps, desde bons anos pra cá, já vem com limiter. E geralmente parecido com o que eu descrevi.
Se reparar bem, isso é vendido na guitarra como

Tanto porque, nao imagino um falantezinho de 15w (chinezinho e barato como é) suportando um amp de 30w no volume 10!
Eu sim, desde que os AF's estejam de acordo com o padrão...
Mesmo que no volume 10, já deve estar entregando bem mais que 30 W, isso não é bem constante... Vai aguentar, só não sabemos quanto tempo...

Vejo os fenderzinhos de 25w só, e aquilo é MUITO mais forte que um ampzinho de 15w.

Se forte quer dizer alto, as curvas de F-M tem tudo a ver. Marshall desenhou seus amps para serem o mais altos possíveis. Construiu caixas fechadas que ressonam em baixa frequência, e permite que se tire grave do amp, ganhando um pouco de headroom e conseguindo mais volume de som limpo...

ainda nao peguei a ideia de porque o fenderzinho de 15w, consegue, mesmo com bastante distorcao harmonica, receber mais do que os 15w sem queimar.

Porque é inconstante

Significa que um AF de 15 consegue receber 30 na boa (gerando distorcao no som)?

Não com distorção que venha do amp, mas sim com sinal limpo, que venha a distorcer de maneira mecânica.

E quanto a mais ele consegue receber? Os x% de distorcao harmonica?
E os fabricantes de AF revelam esse numero?

A indústria não tem padrão pra isso. Se entra numa coisa chamada não-linearidade, onde a coisa pode ser prevista por cálculos. Se não dá para calcular, não dá para projetar também.
Ignorando o cálculo em si, a principal dificuldade é prever o teor harmônico, a interferência de filtros, compressão térmica (a temperatura sobe, sobe a Re da bobina, e a curva de impedância se modifica) e blá blá blá... Variáveis demais para ser contabilizadas com a tecnologia atual...

Como diz o H7, o que não se pode calcular, a gente mede. Nisso pesa que a indústria de guitarra é nicho. Então ninguém tem bala na agulha suficiente, e pagar engenheiro pra fazer essa aferição, sendo que ninguém quase ligaria...

Hoje qualquer osciloscópio já entrega essa informação para senoidal, e uma maioria tem a função de FFT, que dá pra pegar o teor harmônico. Então dá pra medir a frequência e a amplitude das harmônicas.
Aí ou se joga isso num gerador de função, injeta num amp num valor mais modesto, e mede a quanto a tensão pode chegar...
Ou se simula calculando algo aproximado, baseado no formato de onda... Eu tenho uma planilha que faz esse cálculo, precisaria só saber o teor harmônico... De qualquer maneira é muita mão...!

Se fala no entanto que 4% de distorção, já queima um AF nos padrões de hoje com 0,01% de THD.

No entanto, é algo que está em discussão, e deve mudar algo nas "regras do jogo" (padrões da indústria). A compressão térmica é fato importante. Quanto tempo gera tantos watts? Por quanto tempo suporta outros tantos?

Dai nao vejo de onde os caras tiram essa ideia, de que o amp tem que fornecer o dobro do AF. Dobro porque?

Para ter headroom, e reproduzir picos com o mínimo de distorção possível. No caso, citado... A guitarra limpa entrega 1/32 Wrms, e podemos ter até 1/64 da potência de pico (Wp) - porque senoidal tem picos de 2x o médio.
No exemplo, um amp de 100 W, entregaria com guitarra limpa 3,125 Wrms e até 100 Wpico. Usando um amp de 200 W, entregaria 6,25 Wrms e até 200 Wpico...

Para esse cenário, faria todo sentido usar um AF de 10 W, mesmo com os picos de 200 W. A questão é que haveria uma distorção audível, causada pelo limite de excursão do cone.
Então, para que ele reproduza também os picos, precisaria ser de fato 1:1. Só que isso é algo momentâneo, suponhamos acontece 10 vezes numa música de 5 min... Vale a pena?
Imagina o quanto que se perde em sensibilidade e ganha em Vas, para que se tenha reprodução de picos... Outro ponto é que hoje é fácil de achar, mas a 30 anos, ninguém pensava em AF de 200 W... Imagina a 80 anos quando tudo começou...

Menor Vas significa maior resistência ao movimento, ou seja, mais força e logo mais tensão necessária para mover/frear o cone.
O que cria um gate mecânico: sinais muito baixos não são reproduzidos parcialmente, ou até totalmente...
A suspensão puxa o cone de volta, assim que a tensão começa a cair. A massa em movimento, tende a continuar em movimento (princípio da inércia) para trás.
O amp não consegue parar o cone imediatamente, quando ele chega no ponto 0. Ou seja ele vai pra frente, e volta um pouco para trás, vola pra frente... Até parar completamente... Esse vai e vem extra, cria harmônicos e... Mais distorção! A capacidade do amplificador controlar o movimento do cone, se chama amortecimento.

Se precisa chegar a um meio termo, que é considerado pelo menos o dobro, tendo o AF o mesmo headroom do amplificador.

Se considerar que para ter "som de guitarra", com aquela distorção alta e tudo mais, se chegaria a 1/5 da potência máxima, teríamos 20 Wrms e 100 W de pico

acabaramosnicks

Tá fazendo o dever de casa... :clap: :clap: :clap: :clap: :clap:

macaco veio

Aí vareia! Alguns são calculados já considerando isso, inclusive nos dissipadores de saída...

Buja
Veterano
# fev/20
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Ismah
macaco veio
acabaramosnicks


Puuuuullllllxaaaa vida.
Que explicacao toooop!

Apesar de eu ter lido literalmente 3x (li ontem no onibus, li hoje cedo indo pro trabalho, e acabei de ler de novo no meu horario de almoco), absorvi uns 50% de tudo.
Tenho muito ainda que estudar, mas os gaps que peguei da explicacao, esclareceu muita coisa.
A principal delas que é ... bem vulgarmente falando...se um AF de 10 recebe um super pico de 100w, ele nao vai 'queimar', ou 'estourar' o cone imediatamente. So nao vai reproduzir certas frequencias naquele instante.
Talvez, sei la, dê uma explosao, um booooom, um tapa do imã no cone, mas nao é isso que o arrebentaria ali, mas sim a duração da situação adversa em cima dele.



o papper do H7/Studio R
Todo modo, a explicação da Wikipédia gringa é bem didática, e com excelente material gráfico.
https://en.wikipedia.org/wiki/Square_wave


Certamente estudarei isso, talvez fim de semana.

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