Por que ser independente? Vale a pena se vender a mídia?

Autor Mensagem
timeisonmyside
Veterano
# jul/05
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Não moro na casa dos meus pais, pago aluguel....
Antes vou de dizer o que significa a musica pra mim: ser musico/artista pra mim é algo como qualquer profissão, como policial, médico etc, logo tem que ser feito com ética e respeitando a principal função daquilo que se faz, que aqui no caso é a música.... e na minha opinião também é dever do artista fazer sua musica ser engajada, ela tem que defender algo...
Porem não acredito que entrar em uma grande gravadora impossibilite isso, chico buarque, raul seixas, floyd, sabbath, dylan etc fizeram isso e em grandes gravadoras...

por isso na minha opinião voc entrar em gravadora grande não quer dizer que voc vai fazer musica ruim, tocar que nem o blink 182 é uma coisa que voc escolhe pq quer....não pq um cara te obriga..

Urubu Rei
Veterano
# jul/05
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se aparecesse uma gravadora dizendo q ia me apresentar pro Brasil inteiro

fazer shows na Europa, ser atração principal de festival

mas q pra isso teria q tocar altos arrochas e chamar a Lacraia pra dançar no palco

eu faria o dobro disso ae

Urubu Rei
Veterano
# jul/05
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até pq se for pra fazer os sons q eu gosto, só ia fazer música instrumental.

Theo22
Veterano
# jul/05 · Editado por: Theo22
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Urubu Rei
Caramba veio, eu também penso assim, só que ter a lacraia do lado é uma decisão complicada..hehehehehuahauhauha

Eu também se fosse tocar só o que gosto, tocaria música instrumental, porém quem é que dar valor a esse tipo de música?

É fácil realmemente falar quando a pessoa ainda está nas casas dos país, e trabalha com outra coisa, mas viver só da música sem fama, é a coisa mais difícil que há nessa vida.

E se vc não aproveitar a oportunidade, babau, vai ficar velho e sem nada.

Eu não curto brega, nem pagode, mas se tivesse um lance pra fazer arranjos pra brega e pagode e me desse muito dinheiro, eu ia fazer mais do que brega, ia fazer breguises.

maggie
Veterana
# jul/05
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A conta é dos calouros

Bruno Natal Especial para o Rio Fanzine

Amúsica independente pode não ser o ingrediente principal, mas está no cardápio. Hoje é normal grandes festivais abrirem espaço para bandas novas. Ironicamente, justo esses artistas estão sentados na cabeceira e recebendo a conta.

Mais do que uma realidade, tocar de graça é uma necessidade para bandas independentes, principalmente no início. Festa de amigos, play, show de abertura, sarau, qualquer oportunidade de mostrar seu som vale.

Quando chega a chance de se apresentar num evento bem estruturado, no entanto, muitos descobrem que tocar de graça era lucro. Em boa parte dos festivais, mesmo os que contam com patrocínio, não existe cachê para os independentes. E quando acontecem em outros estados, geralmente as bandas têm que pagar as passagens do próprio bolso. Foi-se o tempo em que quem trabalhava de graça era só o relógio.

Uma das justificativas para isso seria o fato de que bandas independentes não atraem público suficiente pra bancar a produção de um evento caro. Por isso, boa parte do dinheiro é gasto na contratação de nomes conhecidos para garantir venda de ingressos e mídia.

Em junho, Nervoso recusou um convite, feito através da MTV, para tocar de graça no Vibezone. A Coca-Cola, organizadora do evento, informou por meio de sua assessoria de imprensa que as bandas que se apresentaram no palco principal receberam cachês, acrescentando que as rádios 89 (em São Paulo) e Cidade (no Rio) e a MTV selecionaram bandas através de concursos cujos prêmios seriam participar do evento, sem remuneração.

— Tenho uma boa relação com a MTV e sei que ainda não tenho um grande público, mas se tratava de um evento patrocinado por uma empresa gigante e me chamaram para tocar sem cachê — diz Nervoso.

O convite foi feito a Rodrigo Lariú, dono da midsummer madness, gravadora do Nervoso:

— Não recriminamos a MTV ou a Coca-Cola. Só não queremos fazer parte disso. Dizer que o espaço oferecido será bom para a banda não basta.

Entretanto, em maio, Nervoso aceitou tocar de graça em outro festival patrocinado, o TIM Mada, que acontece desde 1998 em Natal (RN). Dois pesos, duas medidas? Exato.

— Nesse caso, com exceção dos artistas que fecharam a noite, ninguém recebeu. Tivemos uma excelente exposição na mídia e convites para novos shows.

Jomardo Jonas, produtor do TIM Mada (que, além da operadora de celular, conta com o patrocínio de um fabricante de aparelhos telefônicos, de uma cervejaria e do Governo do Estado do Rio Grande no Norte, entre outros) ressalta que, apesar de não haver pagamento, as bandas, independentes ou consagradas, tocam no mesmo palco e contam com o mesmo suporte:

— Arcamos com estadia em hotel quatro estrelas, alimentação e transporte. O patrocínio ajuda a montar uma grande estrutura, mas não cobre todos os custos. Se nenhuma banda aceitasse tocar de graça não teríamos como fazer o evento.

Quem também viajou para Natal foi o The Feitos. O vocalista Ramon Ramon enxergou os gastos como um investimento:

— Jamais deixaria de tocar sabendo do retorno de mídia que o evento poderia me dar.

No caso dos festivais independentes, é fato corriqueiro os artistas pagarem suas passagens. O Moptop bancou sua ida até Goiânia para tocar no Bananada, um dos principais do calendário indie, em maio.

— Aceitamos pela importância do festival — conta Gabriel Marques, vocalista do Moptop.

Fabrício Nobre, da Monstro Discos, organizadora do Bananada, completa:

— O convite é feito oferecendo hospedagem, alimentação e translado. Desde o primeiro momento as condições ficam bem claras. Arriscamos na bilheteria e contamos com o apoio das bandas. É um ajudando o outro.

As bandas parecem encarar essa situação com naturalidade. Rafael Cosme, guitarrista do Ramirez, tocou no Mada em 2004 e gostou do resultado:

— Valeu a pena. Até hoje rende frutos. Acho que em todas as profissões, no começo, você aceita boas oportunidades, mesmo sem remuneração, pra conseguir seu espaço.

Ainda assim, Gabriel espera por mudanças:

— Uma solução poderia ser, ao menos, oferecer parte da bilheteria.

maggie
Veterana
# jul/05
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Fabrício aponta outra saída:

— É preciso que eventos que tenham uma proposta musical honesta recebam apoio. Surgiram vários Telefone Rock e Cerveja Music posando de independentes que não tem compromisso nem com cena, nem com banda. Só com grana.

Para Jomardo, não adiantaria enxugar a estrutura do Mada, que já contou com atrações internacionais, como The Walkmen, pois isso iria prejudicar todo mundo. Ele é prático:

— Quando tivermos um mercado independente forte, poderemos fazer festivais somente com nomes independentes, pagando passagens e cachês.

Enquanto isso não acontece, pior para as bandas que não têm como investir pesado e assim perdem boas oportunidades.

Durval Dellê
Veterano
# jul/05
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maggie

É uma dura realidade essa, mas eu também encaro como um investimento.

O único local que ganhamos dinheiro é em Curitiba, onde moramos, pois todas as vezes que viajamos para fora, não ganhamos cachê, mas ganhamos hotel, transporte, translado e refeições.
Mas isso foi justamente uma iniciativa nossa, em criar um intercâmbio de também trazer bandas para Curitiba, em troca delas nos levarem para suas cidades, e é feita com a mesma moeda.
Já que somos independentes, temos que ser independentes não só no som, mas na produção, na divulgação, na administração, nos projetos, e as vezes nesse quesito as pessoas acabam pecando.

Na minha opinião, temos que ter a consciencia de que é preciso um investimento, que ao meu ver está sendo lucrativo, pois qual é o custo que estamos tendo? não receber?

Mas por exemplo, como vc sabe, fomos para Porto Alegre no ultimo final de semana. Tudo bem, não recebemos cachê, apenas todos os custos pagos. Mas em compensação tivemos entrevistas na Ipanema e Planeta Atlantida, além da divulgação que foi feita para nosso show e o próprio show.

Dessa forma, mesmo que seja as vezes lentamente, estamos conseguindo nosso espaço, fazendo isso em cidades importantes como Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Joinville, Maringa, Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.

O lucro não está visível em moeda, mas está presente no nome, no público, na divulgação, no som, na experiência e diversos outros fatores.

Cabe ao artista saber medir qual o momento que terá que arriscar tudo para aí sim obter seu retorno financeiro. Eu sei que para nós ainda há um longo caminho pela frente. Mas esse dia vai chegar, é uma questão de tempo.

boleterodectba
Veterano
# jul/05
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