Deu onda: politonalidade ou erro mesmo?

    Autor Mensagem
    waltercruz
    Veterano
    # jan/17


    O músico e produtor do selo independente Alcachofra Records, Pedro Serapicos, explicou em um vídeo qual é a particularidade no tom de “Deu Onda”. A maioria das músicas pop, segundo ele, tem melodias acompanhadas de harmonias que usam notas do mesmo conjunto.

    Isto quer dizer que melodia e harmonia são consonantes e por isso o som “se encaixa”: nada parece fora do lugar quando uma melodia feita de notas maiores é harmonizada com notas maiores ou uma melodia de notas menores é harmonizada com notas menores. No funk de G15, segundo Serapicos, isso não acontece: a melodia passeia por notas maiores enquanto a harmonia está em notas menores, diferentes da escala da melodia.

    Essa sobreposição de notas de conjuntos diferentes gera intervalos incomuns na música pop. O músico mostra como, se fizesse isso, “Deu Onda” soaria muito diferente.

    A ruptura trazida por “Deu Onda” é feita, geralmente, por compositores eruditos. “Deu Onda quebra uma barreira que pouquíssimas vezes foi quebrada na história da música”, diz Serapicos.


    https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/01/08/Como-a-uni%C3%A3o-de -tom-estranho-e-batida-perfeita-transformou-%E2%80%98Deu-Onda%E2%80%99 -em-hit-do-ver%C3%A3o



    Ismah
    Veterano
    # jan/17
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    O Blues fez o caminho contrário... Melodias em tons menores, sob harmonias em tons maiores... Música sertaneja raíz, caipira mesmo, usou muito também, cantando a segunda voz por baixo, ficando equivalente a uma VI, que seria menor, como uma VI MAIOR... Nada lá novo, mas pro contexto totalmente novo...

    Mas na minha opinião... Ele só não sabe cantar sobre uma harmonia menor/eólia e deu nisso. hehehe

    fernando tecladista
    Veterano
    # jan/17
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    a ruptura trazida por “Deu Onda” é feita, geralmente, por compositores eruditos. “Deu Onda quebra uma barreira que pouquíssimas vezes foi quebrada na história da música”, diz Serapicos.


    Esses funkeiros nem conhecem a musiquinha do gás direito

    Ai faz uma merda e vem justificar com bla bla bla um negocio que o outro nem conseguiu cantar direito

    makumbator
    Moderador
    # jan/17
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    waltercruz
    A ruptura trazida por “Deu Onda” é feita, geralmente, por compositores eruditos. “Deu Onda quebra uma barreira que pouquíssimas vezes foi quebrada na história da música”, diz Serapicos.

    E você acreditou? Hahah!

    Insufferable Bear
    Membro
    # jan/17
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    Parece bem deliberado, nada acidental, mesmo que eles não tenham se dado conta do que fizeram.
    O problema também não é que o garoto não sabe cantar, eles não soltaram uma música cantada errada com toda essa produção, eles contrariam, de um jeito ou de outro.

    Eu não quero ter que defender o funk, mas o pessoal daqui tem um ódio extremo e irracional por um gênero musical e soam como bebês chorões.

    Insufferable Bear
    Membro
    # jan/17 · Editado por: Insufferable Bear
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    Deu Onda quebra uma barreira que pouquíssimas vezes foi quebrada na história da música
    Agora, isso aqui é falso pra cacete e soa como um pseudo intelectual tentando se exibir.

    Ismah
    Veterano
    # jan/17 · Editado por: Ismah
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    Insufferable Bear

    Não é ódio, tem coisa boa pra caramba aí. Mas o G15 não sabe cantar, mal e porcamente falar, além de um timbre bem grasnado...

    Um pouco dos bastidores do funk. Repare no MC Romeu e no MC Brinquedo, que aparecem no começo do vídeo.

    https://www.youtube.com/watch?v=NJ4TcjuXAC8

    Lembrei outro lugar onde vi essa mistura aí! É bem comum em heavy metal, pra trazer mais peso a uma música...

    waltercruz
    Veterano
    # jan/17
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    E você acreditou? Hahah!

    Claro que não, haha, mas to colhendo mais impressões e opniões, haha

    Ismah
    Veterano
    # jan/17
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    Estava aqui a pensar... É essa a famosa dita "meu p*u te ama" que é pra ser o novo hit do verão?

    Lelo Mig
    Membro
    # jan/17 · Editado por: Lelo Mig
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    waltercruz

    A indústria cultural brasileira, na sua missão histórica de alienar as massas para que não questionem o sistema e as elites, se uniu a cronistas hipsters e pseudo intelectuais, como defensores do lixão popular. Buscar explicações complexas para convencer que o cheiro da merda é tão bom quanto o de um perfume Francês é a tônica dessa gente.

    Não se investe em educação, em tecnologia. Não se dissemina o "orgulho" em ser cientista, engenheiro, matemático, físico, biólogo, não se propaga a ambição positiva em prosperar honestamente e sair do estado de coisas vigente. Ao contrário, propaga-se o "orgulho de ser favela", ou o politicamente correto, "morador de comunidade" e manter as coisas como estão: Pobre, feio e burro... mas com uma corrente de um quilo de ouro no pescoço!

    Foda-se o "politicamente correto" e os hipsters amantes da pobreza (dos outros)... Este tipo de funk é lixo cultural.

    Daqui a pouco aparece alguém prá dizer que é a mais importante revolução musical depois de Stravinsky.

    Casper
    Veterano
    # jan/17
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    Me lembra o Tom Zé explicando Atoladinha:



    Synth-Men
    Veterano
    # jan/17 · Editado por: Synth-Men
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    O funkeiro pode não ter conhecimentos, mas o produtor musical tem e bastante.

    Cá pra nós, qual é a escala que dá para sobrepor melodia maior, harmonia menor e vice-versa? Qualquer uma penta-tônica?

    Eu mesmo toquei muito funk melody, do tipo Tony Garcia, Abdula, Noel e outros muitos. Mas era aquela coisa dos 6 acordes, 3 maiores e 3 menores.

    Já esse funk do sampler é impossível de tocar, pois ele é todo montado, colado, sobreposto, mixado, remixado.

    Não é o meu gosto, nem minha preferência, mas falando-se de mercado, alguma hora algum produtor acerta.

    Moro no RJ e vou te dizer que aquele funk feito em casa com uma AKAI MPK ou um mixer Pioner não existe mais. É tudo feito nos estúdios, com produtor.

    O Funkeiro mais arrumadinho e mais bonitinho, com uma aparência melhorzinha é chamado para interpretar o item produzido.


    Editado: Se eu falar para vocês que nunca ouvi uma musica da Anitta, Ludmilla e Valeska Pobunduda, MC Bin Laden, MC Gui, e outros por ai vocês acreditam?

    locostras
    Membro Novato
    # jan/17
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    UFC MMA minha filha que seu namorado é?
    Médico.
    Toca guitarra nas horas vagas e tem como hobbie meditação.
    UFC MMA ah minha filha te amo o caráter que papai te ensinou vai fundo te dou o maior apoio.
    Te amo pai.

    waltercruz
    Veterano
    # jan/17
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    Semana passada eu fiquei positivamente surpreso com esse clipe, tanto que compartilhei com alguns amigos. Embora eu não goste do estilo, não tem como não admitir que tecnicamente foi tudo muito bem feito e produzido. O arranjo contém uns elementos interessantes, a mix é boa. A fotografia e direção do clipe são boas tb, embora a mensagem do clipe seja bastante questionável.

    Não penso que me enquadro em "ódio irracional" pelo estilo, hehe.

    Mas como o Synth-Men apontou acima, o nível dessas produções subiu muito mesmo.

    Synth-Men
    Veterano
    # jan/17 · Editado por: Synth-Men
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    Na verdade, ainda acho bem ruim. Mas isto tem dado bastante dinheiro. A tendência é ficar menos ruim. Os produtores estão de olho, ainda mais nesta crise.

    O sertanejo universitário um dia foi brega e hoje é o sertanejo universitario e há megas produções em torno disto. É muita grana.

    Talvez não agora, mas o funk santista e carioca tendem a ser melhor produzidos. O que não significa que irá melhorar o conteúdo.

    Ismah
    Veterano
    # jan/17
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    Synth-Men
    O Funkeiro mais arrumadinho e mais bonitinho, com uma aparência melhorzinha é chamado para interpretar o item produzido.

    Essa frase é a única coisa que me fez crer nessa outra "Se eu falar para vocês que nunca ouvi"... Tem uns que em concurso de beleza são peso de medida pra desqualificação...

    waltercruz

    Percebeu que o estilo de tudo aí não é o batidão referido... Está muito mais para o funk americano, e uma mescla com rap...

    Ismah
    Veterano
    # jan/17
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    O vídeo em questão...



    Rednef2
    Veterano
    # jan/17 · Editado por: Rednef2
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    Funk "pop" é o que vai desbancar o sertanejo universitário.

    entamoeba
    Membro Novato
    # jan/17 · Editado por: entamoeba
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    Do vídeo: "[...] e a gente não pode ser preconceituoso com qualquer tipo de repertório. O Funk muitas vezes é menosprezado, como sendo algo simples, trivial, banal e, as vezes, até de mau gosto. Mas muitas vezes esse comentário é feito por pessoas que não têm nenhuma familiaridade com o gênero e não tão nem um pouco dispostas a analisar [...] qualquer tipo de música com seriedade, pelo que elas têm a oferecer."

    Falou merda!

    Analisar a harmonia não é analisar "com seriedade", pelo que a música "têm a oferecer". O conteúdo ululante é semântico, cultural. É isso que faz uma música ser ruim, e não essas afetações técnicas.

    entamoeba
    Membro Novato
    # jan/17
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    Rednef2
    Funk "pop" é o que vai desbancar o sertanejo universitário.

    Tomara...

    Qualquer coisa é bem vinda se for para dar um fim nesse inferno sertanejo, até funk dodecafônico zorniano versando sobre o trato intestinal.

    entamoeba
    Membro Novato
    # jan/17 · Editado por: entamoeba
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    O Pedro Serapicos não deve ver diferença entre Calcinha Preta e Pink Floyd, já que as notas são as mesmas.

    Também deve achar as frases do Temer ótimas, já que ele usa mesóclise.

    daimon blackfire
    Membro Novato
    # jan/17
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    Soou muito estranho essa deu onda pra mim, sei lá, parece que as notas tão erradas. Mas po, no jazz não fica cada um tocando numa escala diferente tb?

    Ismah
    Veterano
    # jan/17
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    entamoeba
    funk dodecafônico zorniano com pitadas de grind gore

    Ken Himura
    Veterano
    # jan/17
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    Isso não é bem politonalismo não, é um "passo" antes, porque ele tá só passeando entre homônimas, a hierarquia é toda ditada por uma tonalidade só: G# menor. A melodia usa a homônima em alguns pontos (e percebam, sempre em tempo fraco e/ou parte fraca de tempo) mais pra criar um clima instável - uma tensão de 2a menor nas terças dos acordes de tônica e dominante pra "suspender" o sabor modal (maior ou menor) da tonalidade - do que uma sobreposição tonal mesmo. Se fosse o caso, teriam duas (ou mais) tônicas concorrentes, com suas respectivas hierarquias tonais se sobrepondo e coexistindo - geralmente se alcança isso usando tônicas diferentes para realçar os campos harmônicos distintos com mais controle e clareza.

    Politonalismo com homônimas é bastante difícil de conseguir porque, invariavelmente, um modo subjuga o outro e força suas relações tonais, justamente porque ambas tonalidades compartilham muitas notas nos mesmos papéis hierárquicos. Em casos assim (Deu Onda, inclusive), acaba soando mais octatônico que politonal.

    Mas o exemplo é bom para ser copiado. Usar conscientemente modos ou regiões tonais diferentes ao mesmo tempo demanda bastante treino e controle pela parte do compositor. Se fizeram isso corrigindo um erro por falta de técnica do cantor (o que eu acredito que foi, na cagada), foi uma solução genial.

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