A reflexão sobre Beethoven e Kurt Cobain ou sobre ouvir com os olhos.

Autor Mensagem
led123_del321
Veterano
# ago/14
· votar




MMI
Veterano
# ago/14
· votar


Lelo Mig

A questão é a "surdez" dele. Ele teve uma doença chamada otospongiose, também conhecida como otosclerose, que o permitiu adaptar seu piano e mesmo tocar seu violino para continuar ouvindo e tocando, para compor. Ou seja, ele nunca deixou de tocar e ouvir suas harmonias e arranjos para compor. Mas claro o processo se tornou mais difícil e ele passou a tocar menos e escrever mais, obviamente. O que não é exatamente a genialidade maior dele, que está muito mais no conteúdo do que na forma que foi feita.

AtalaBukas
Membro Novato
# ago/14
· votar


Lelo Mig
Cara, parabéns! O que você descreveu é a pura realidade.

makumbator
Moderador
# ago/14 · Editado por: makumbator
· votar


MMI

É, só no fim da vida é que ele ficou realmente próximo da surdez total. O problema com certeza alterou sua forma de encarar a música (como se vê em qualquer biografia dele), mas foi gradual.

O que ficou comprometido primeiro foi a capacidade de tocar em público acompanhado de outros músicos e a regência de suas próprias obras (que era algo que ele gostava de fazer). Também prejudicou a sua capacidade como professor de música (mas isso era algo que ele não gostava de fazer, e nem se destacava).

O problema o afastou dessas atividades musicais (mas também sociais) devido a insegurança de não ouvir mais com tanta clareza, e o dirigiu ainda mais para a composição e a um certo isolamento social.

INNARELLI
Membro Novato
# ago/14
· votar


makumbator
e se Chaplin fosse um músico da atualidade, seria genial?

MMI
Veterano
# ago/14
· votar


makumbator

Sim, o "próximo da surdez total" no caso foi muito mais para conversar e ouvir uma orquestra, por exemplo, mas não para ouvir no seu piano adaptado. A doença dele é de característica primordial do tipo condutiva e que após anos pode progredir para otospongiose coclear, o que afetaria mais a audição em seu piano adaptado, mas dificilmente ele chegou a ponto de ficar surdo dessa forma.

sallqantay
Veterano
# ago/14 · Editado por: sallqantay
· votar


são escolas distintas e podem ser comparadas, ou não seria possível comparar beethoven com bach (afinal das contas, são de contextos distintos, coisa e tal)

na época de beethoven existiam vários caras tipo o kurt cobain tocando nas esquinas, só que a música deles não era passada para frente, era de tradição oral (massacrada pela primazia dada ao escrito em nossa cultura elitista que cultua muitos eruditos que não tem nada a dizer, a não ser aplicar fórmulas formais de A + B, o que é técnica, e não música).

led123_del321
Contexto não faz música. Contexto pode, sim, ser fatal quanto à carcaça da música (que é o que difere a música "erudita" da música do Nirvana). O toque especial, aquilo que não dá nem pra verbalizar, a vontade que faz a música, e não apenas a vontade de fazer música: aí é onde tá o que é passível de comparação.

[2]

exato. Arte é intenção, e deve ser julgada por isso, e não por uma apego à cultura escrita, técnica de composição. Isso são ferramentas

São dois mundos distintos, o que pede conhecer um pouco dos dois com certa profundidade. Não é fácil e não é para qualquer um, mas a comparação é possível.

INNARELLI
Membro Novato
# ago/14
· votar


http://www.cifraclubnews.com.br/noticias/57027-enquete-da-rolling-ston e-coloca-nirvana-entre-os-piores-dos-anos-90.html

krixzy
Veterano
# ago/14
· votar


Só acho que no fim, pra fazer bom som não precisa de tanto conhecimento e muito menos ser um gênio.

Qualquer pessoa tanto antes como hoje pode criar um som dentro da cabeça, assim como os da época citada, os de hoje pode até não saber escrever o que houve na cabeça, mas sabe criar uma melodia na cabeça assim como Beethoven, e se souber tocar algum instrumento, pode passar essa melodia pro instrumento tranquilamente, muitos compõe dessa forma, inclusive eu, não há nenhum mistério nem grande dificuldade nisso.

Quanto a qualidade da melodia criada, vai do bom gosto, e dedicação de cada um.

Gosto de Metal e de música clássica, gêneros totalmente distintos, mas aprecio os dois, o resto não me agrada.

Julia Hardy
Veterano
# ago/14 · Editado por: Julia Hardy
· votar


Usar gosto pessoal como parâmetro pra seja o que for não é muito inteligente. A afirmação que resultou nesse tópico é um exemplo. A diferença entre Cobain e Beethoven é a seguinte: a mudança que o Nirvana promoveu foi mais mercadológica do que musical. Afinal, o sucesso do Nirvana possibilitou que toda uma nova geração de bandas tivesse acesso ao mainstream dominado por hard rock farofa. Musicalmente, Kurt não inventou nada. Só acenou pra um (saudável)retorno ao "básico". Nada além disso.

Agora, se o pessoal prefere relativizar, o Canto da Cidade da Daniela Mercury e o Chorando se foi do Kaoma marcaram mais que Smells like teen spirit ou a "musiquinha do gás".

INNARELLI
Membro Novato
# ago/14
· votar


Julia Hardy
as coisas não são bem como parecem (:

Julia Hardy
Veterano
# ago/14
· votar


São o que são.

Lelo Mig
Membro
# ago/14
· votar


Julia Hardy

"a mudança que o Nirvana promoveu foi mais mercadológica do que musical....Kurt não inventou nada"

Ainda que até goste de Nirvana....concordo 100%!

INNARELLI
Membro Novato
# ago/14
· votar


é...all apologies...deu espaço para planet hemp e racionais mc´s...só isso, só?

INNARELLI
Membro Novato
# ago/14
· votar


Julia Hardy
Smells like teen spirit
tipo assim, a adolescência a que se refere kurt é a adolescência bipolar, por isso kurt foi tão marcante. no ano em que ele morreu, achei aquilo um absurdo...mas me identificava com as letras mas odiava aquilo...kurt queria que as pessoas tivessem dó dele, e não que o endeusassem.

cafe_com_leite
Veterano
# ago/14
· votar


Julia Hardy
Musicalmente, Kurt não inventou nada. Só acenou pra um (saudável)retorno ao "básico". Nada além disso.


Também concordo aqui.

INNARELLI
Membro Novato
# ago/14
· votar


ouçam com os olhos

Wuju Wu Yi
Membro Novato
# out/14
· votar


Lelo Mig
Muito bom tópico.

E concordo que essa comparação é um absurdo desmedido.

Ismah
Veterano
# out/14
· votar


O INNARELLI e o Lelo Mig andam bem de tretas... Mas é bom... Discutindo, é que se vai a algum lugar.

Comparar ambos os casos, é de desmedido mau gosto - e creio que é o que o Lelo se refere. Afinal são coisas diferentes, não posso comparar a qualidades entre uma bola e um motor v8.

Pra mim Kurt foi uma pessoa que faltou é relho. O ser (como já disseram) queria que sentissem pena. O mundo/a vida/a sociedade não tá nem aí para peculiaridades. Kurt foi como o criador de um joguinho, para celular, que caiu na moda, e o cara desgostou disso e deletou o jogo.

Para fraseando a Julia Hardy, a mudança que o Nirvana promoveu foi mais mercadológica do que musica. Ou seja, o modo de como o show business, acontece, foi principiado pelos Beagles, e a forma atual (diria até, mais performática, que musical), definida pelo Nirvana.

Julia Hardy

Chorando se foi é uma versão de uma música hispânica (Llorando se fue) até onde sei, não? '-'

Enviar sua resposta para este assunto
        Tablatura   
Responder tópico na versão original
 

Tópicos relacionados a A reflexão sobre Beethoven e Kurt Cobain ou sobre ouvir com os olhos.