Quem sabe, sabe, e quem não sabe não aprende?

Autor Mensagem
guizimm
Veterano
# fev/13 · Editado por: guizimm


ficou grande, mas é rápido de ler

Esse é um questionamento que já encheu minha cabeça em alguns momentos, e quando eu falo saber, é saber mesmo, no nível genial da coisa(a coisa, obviamente, música), porque tem gente que leva jeito, tem gente que não, e tem gente que mais ou menos.

Poxa, imaginem os grandes gênios musicais, de Beethoven(meu erudito preferido) a Jimi Hendrix(pra mim, um grande exemplo do que eu quero dizer), claro que muitos deles tiveram anos de treino intensivo, que realmente é fundamental dependendo de onde se quer chegar.

Mas será que apenas treino eleva ao um nível de compor ou adaptar músicas de forma a realmente fazer diferença no que já foi feito?Será que todos os grandes revolucionários da arte nasceram com o jeito pra coisa?

Tem muita gente por aí que quer compor(o tópico não é em nenhum momento uma indireta ou algo do tipo a quem posta composições no fórum) porque ama escrever ou tocar, mas será que apenas com treino e prática pode se chegar a sensibilidade de expressar um momento de inspiração lírica a ponto de causar emoção a algum ouvinte?ou achar um som completamente novo e ter a manha de transforma-lo em música de modo singular?
Ou será que é preciso ter em si desde sempre uma inteligência musical que não dá para se desenvolver em pessoas desprovidas dela?

Postem suas opiniões, divagações parecidas ou experiências com o assunto

makumbator
Moderador
# fev/13 · Editado por: makumbator
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guizimm

Tem aquela piadinha:

Quem sabe faz, quem não sabe fazer ensina e quem não sabe ensinar leciona educação física...hsahsahsa!

Brincadeira hein!

Mas agora falando sério, acho que a grande parte do segredo dos grandes gênios musicais é o treino extenso (quase em nível paranóico) aliado a uma dedicação extrema com a atividade (ou seja, a pessoa está disposta a fazer tudo, e ir aonde for necessário para continuar a se desenvolver). Mas também admito que há uma dose de "dom" (ou qualquer nome que se queira dar).

O próprio Beethoven (que vc citou) creditava seu talento quase que só ao treinamento e força de vontade.

waltercruz
Veterano
# fev/13
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Eu acredito em dom, em talento.

Mas também acredito que as vezes, talento atrapalha.

"Deixa que eu pego a música amanhã, é fácil de tocar.". Quantos de nós já pensaram assim? Ao menos eu admito já ter pensado assim mais de uma vez.

Muitas vezes, alguém com menos talento e mais dedicação e disciplina consegue ir mais longe.

makumbator
Moderador
# fev/13
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waltercruz

Mas também acredito que as vezes, talento atrapalha.
Muitas vezes, alguém com menos talento e mais dedicação e disciplina consegue ir mais longe.

Isso é muito verdadeiro! Quando há um dom natural também pode haver a tendência a acomodar, coisa que quem tem mais dificuldade não pode se dar ao luxo de fazer.

guizimm
Veterano
# fev/13
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makumbator
acho que a grande parte do segredo dos grandes gênios musicais é o treino extenso (quase em nível paranóico) aliado a uma dedicação extrema com a atividade
acho que se fosse(ou for) assim, os japas iam estar dominando, já viu aquele sungha jung?ele tem muito naipe de quem sofreu na infância pra aprender(modo asiático do negócio), mas o som dele é arranjo, e na minha opinião sem personalidade, nunca vi uma composição dele realmente relevante
O próprio Beethoven (que vc citou) creditava seu talento quase que só ao treinamento e força de vontade
eu acho que ele era um verdadeiro artista, tinha a ''alma'' atormentada e dava tudo de si pela sua arte, mas eu duvido que qualquer um que fosse assim comporia a 9ª sinfonia, o que aliás, ele fez surdo(aí sim, ele foi capaz e fazer isso devido a treinamento)

waltercruz
acho que pode atrapalhar dependendo da cabeça do cara mesmo

makumbator
Moderador
# fev/13 · Editado por: makumbator
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guizimm
acho que se fosse(ou for) assim, os japas iam estar dominando

Mas em muitas áreas são justamente as pessoas que treinam de maneira paranóica que acabam dominando, sejam elas asiáticas ou não.


eu acho que ele era um verdadeiro artista, tinha a ''alma'' atormentada e dava tudo de si pela sua arte, mas eu duvido que qualquer um que fosse assim comporia a 9ª sinfonia, o que aliás, ele fez surdo(aí sim, ele foi capaz e fazer isso devido a treinamento)

Mas ele mesmo não se via assim. Para ele o trabalho de composição era treino de artesão, dia a dia. Sem arroubos de genialidade.

O fato dele compor suas últimas obras surdo não era um grande impeditivo, pois ele (assim como a maioria dos grandes da música erudita) compunham com o ouvido interno (cerebral). O que o atrapalhava era para reger e tocar (coisas que ele teve que abandonar). Obviamente isso o deixou muito depressivo, mas de certa forma o impulsionou mais ainda para a composição(pois era a única coisa que podia fazer sem problemas).

É importante citar que o problema dele seria tratável hoje, e os médicos que ele consultou na época (sendo um deles o maior especialista em audição da Europa) só receitaram tratamentos inúteis ou que agravaram o problema.

Fauré é outro compositor que me lembro agora rapidamente de ter escrito muitas obras quando já estava surdo (há vários outros).

Scrutinizer
Veterano
# fev/13
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Não. "Dom" é desculpa de quem não estudou o suficiente para seu próprio fracasso.
Mas também não é só treino que basta, é estudo, você não vai chegar a lugar nenhum sem ler muito, e não só sobre harmonia e questões técnicas, mas sobre a história da música, sua filosofia e tudo o mais, sobre como os compositores pensavam e funcionavam, e muita análise de muita música que já existe. Enfim, um trabalho exaustante e nem todo mundo está a disposto a fazer isso, e é aí que entra o "dom".

O fato de alguns que não fizeram isso terem feito sucesso é um conjunto de fatores aleatórios que culminaram na sorte inacreditável que alguns músicos possuem, e ainda assim, devemos nos lembrar que fama é diferente de qualidade e o senso comum erra frequentemente.

Para concluir, eu acho que isso não deveria importar nem um pouco para os músicos. Faça o que gosta, e se você estudar suficientemente vai ser competente, e isso é o que importa, né?

GuitarristaGuitarreiro
Veterano
# fev/13 · Editado por: GuitarristaGuitarreiro
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Pra mim , se tu quer tocar muito bem , só estudando .
Agora , pra compor , uma coisa é fato : Pra fazer música boa , não é preciso tocar bem .
Canso de ver gente que estudou a vida inteira , que sabe de harmonia , modos gregos , filosofia e o caralho a quatro , que toca 5 horas por dia que ficam no anonimato , viram guitarristas de quarto .
E também canso de ver , gente que não toca uma ova , fazendo música excelente .
Acho que essa galera de hoje em dia tem que parar de se preocupar em tocar pra caralho e fazer mais música

Scrutinizer
Veterano
# fev/13
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e na minha opinião sem personalidade, nunca vi uma composição dele realmente relevante
Porque ele trocou "estudo" por "treino".

Um músico não é formado por coisas exatas e mecânicas, a vida e a cultura em que ele está imerso influenciam bastante, e isso entra na parte de "estudo", você precisa de experiências novas, sair de seu universo.

MarcosMalmsteen
Veterano
# fev/13
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waltercruz
"Deixa que eu pego a música amanhã, é fácil de tocar.". Quantos de nós já pensaram assim? Ao menos eu admito já ter pensado assim mais de uma vez

ahuahauh eu ja deixei pra tirar Burn e Highway star no dia do show! hauhauahuahu nao ensaiamos, só conhecia o vocalista... e o show foi mto dahora... Mas... sorte q td mundo chegou com as musicas tiradas...

Apenas combinamos via facebook q iamos tocar as versoes de estudio hauhau o que é a vida sem adrenalina! hauahuahuah

smarth
Veterano
# fev/13
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MarcosMalmsteen

Meu sonho é tocar um dia num show da minha banda a Burn, e a Higway Star. Sou fanatico por Deep Purple. kkk

guizimm
Veterano
# fev/13
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makumbator
olha o Hendrix, por exemplo(já que eu ja citei ele), usa estruturas básicas em suas musicas, mas o sesno que ele tem, vc acha que veio mais de treino?
Scrutinizer
Não
isso foi resposta pra qual pergunta?
não acho que qualquer um que estudo a exaustão chegue muito longe, não acho que seja como passar no vestibular(onde quem estuda mais e mais organizadamente, passa)
Um exemplo que me veio a mente foi o BB King, olha a música que ele faz, eu não consigo definir direito, ele simplesmente com uma base pra lá de batida e umas 3 notas simples produz coisas muito acima da média, e ele não é um cara educado musicalmente.
GuitarristaGuitarreiro
também acho que alguns músicos deviam procurar mais substância

Scrutinizer
Veterano
# fev/13
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guizimm
Leia de novo o que escrevi, eu expliquei bem sobre esses pontos. Estudo não é apenas treino e músicos famosos são famosos por vários motivos, mas qualidade não é um deles, pois qualidade é absolutamente subjetivo.

makumbator
Moderador
# fev/13
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guizimm
olha o Hendrix, por exemplo(já que eu ja citei ele), usa estruturas básicas em suas musicas, mas o sesno que ele tem, vc acha que veio mais de treino?

Sim, e eu dou ao "treino" o mesmo significado que o Scrutinizer dá para "estudo". Treinamento de um músico para mim é algo maior que prática técnica. É o estudo teórico, estético, filosófico, análise musical, etc... ou seja, todo o estudo prático e teórico que servem para formar um compositor.

Lelo Mig
Membro
# fev/13 · Editado por: Lelo Mig
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guizimm

Não concordo..... com quase ninguém. (Opinião pessoal).

Se só estudo e dedicação contassem, conheço um monte de gente que seria Mozart.

Existe algo além, mas é natural do homem não aceitar "genialidades" nos outros.

Esse discurso de "dedicação, empenho, determinação e o escambau" é importante, mas me soa meio como essa coisa capitalista de empreendedorismo.

A massa cinzenta e o número de neurônios podem ser os mesmos, mas os seres humanos não são iguais.

Uma série de fatores individuais são variados e a somatória desses valores individuais fazem uma diferença do k7.

- Um ouvido privilegiado.
- Uma leitura e percepção melhor da sonoridade.
- Criatividade.
- Facilidade de aprendizado.
- Coordenação motora acima do normal.
- Flexibilidade e destreza.
- etc.

Isso tem a ver com muitas coisas, incluindo genética.

Tive o prazer de conhecer esse moleque pessoalmente, de estar num ambiente fechado junto a ele, por mais de 1 hora,com dois outros baixistas monstros com o triplo da idade e estudo dele....

Se alguém acha que ele não têm algum fator genético ou uma somatória deles que o favoreça, boa sorte.......estude 12 horas por dia, mas ainda assim duvido que vai ter a destreza dele, em termos proporcionais.

Obs: Ele não estuda nem metade disso, e metade do que se fala em termos musicais ele nem sabe do que se trata, porque ainda é um garoto.

Algumas coisas esse baixista que estava junto e prefiro não citar o nome aqui (todo mundo conhece) perguntava, ele respondia:

Não sei! apenas faço!



Músico é uma raça invejosa.... Einstein pode ter sido um gênio, porque por mais que você estude física, dificilmente será como ele.

Contudo, na música, a maioria não aceita essa possibilidade!

makumbator
Moderador
# fev/13 · Editado por: makumbator
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Lelo Mig

Pelo menos eu nunca acreditei apenas no empenho e estudo, mas a meu ver é o item primordial. Em geral os gênios discordam do dom (como o Beethoven). Obviamente é uma combinação de fatores, que vai desde a genética, a criação e oportunidades que os pais oferecem, dedicação pessoal, estudo, "sorte", etc...

Observe que pelo menos eu não entendo o estudo como algo necessariamente formal em uma escola. O tocar, ouvir e analisar está também dentro da minha concepção do termo.

odion
Veterano
# fev/13
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beethoven só ficou surdo pq tudo que nao era música, era ofensivo aos seus ouvidos. como ele tinha ouvido absoluto todo som ao seu redor ele interpretava como música.

makumbator
Moderador
# fev/13
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odion
beethoven só ficou surdo pq tudo que nao era música, era ofensivo aos seus ouvidos. como ele tinha ouvido absoluto todo som ao seu redor ele interpretava como música.

Não, ele ficou surdo por uma doença...

Lelo Mig
Membro
# fev/13 · Editado por: Lelo Mig
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makumbator

"empenho e estudo, mas a meu ver é o item primordial"

Concordo... e não desaconselho.

No entanto, o que alguns chamam de "dom" como uma condição sobrenatural ou dádiva "divina", eu não concordo.

Vejo "dom" como biologia e ciências, que envolvem de genética a fatores sociais.

Uma série de fatores psico-genéticos que favorecem alguns em alguns campos.

O cara pode ser um "Beethoven" na música e não saber fazer uma conta de divisão...e vice e versa.

Mas, já vi na vida com música ( oque não quer dizer que eu esteja certo) gente fazer em uma semana o que levei um ano para conseguir, e outros levarem um ano no que eu fiz em uma semana.

makumbator
Moderador
# fev/13
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Lelo Mig
O cara pode ser um "Beethoven" na música e não saber fazer uma conta de divisão...e vice e versa.

Ah sim! Os chamados "savants" muscais são um bom exemplo. São em geral idiotas (no sentido digamos que médico do termo) e gênios.

No entanto, o que alguns chamam de "dom" como uma condição sobrenatural ou dádiva "divina", eu não concordo.

Nem eu. O seu conceito de dom é próximo do meu, algo ligado a vantagens naturais que um indivíduo pode ter em relação aos outros (genética, fisiologia, processamento cerebral, etc...)

Scrutinizer
Veterano
# fev/13
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- Um ouvido privilegiado.
- Uma leitura e percepção melhor da sonoridade.

Podem ser adquiridos.
Aliás, eu comecei sem saber diferenciar um intervalo ascendente de um descendente, mas com bastante solfejo eu consigo transcrever melodias sem grandes problemas.

- Criatividade.
Alguém que faz algo novo é criativo, ou seja, só basta ele saber o que já foi feito e saber o que pode ser feito, e isso só depende do conhecimento que vai sendo adquirido ouvindo e analisando músicas.

- Facilidade de aprendizado.
Isso eu meio que concordo mas não consigo pensar na relatividade deste conceito. Alguém pode ter facilidade de aprender harmonia mas ser incapaz de sair desse mundo, outros, como John Cage, não tem esse dom da harmonia, de acordo com Schönberg, mas não foi relevante para a obra dele.

- Coordenação motora acima do normal.
- Flexibilidade e destreza.

Para um intérprete virtuoso sim, eu concordo, isso é necessário e a genética aparentemente tem um peso muito grande, mas não para um compositor, e nem para quem não quer ser virtuoso. Miles Davis não chegava aos pés dos trompetistas da época nesses termos, mas quantos trompetistas ele não influenciou?

Mas aí é onde mais do estudo pode te ajudar, você descobre suas limitações e facilidades e se, por exemplo, não tem talento para improviso, você não vai tocar jazz, você vai para um dos infinitos outros mundos que existem na música.
E isso acontece muito mais do que vocês podem pensar, Ornette Coleman e Cecil Taylor tocava bebop, e apesar de serem muito bons nisso, só se tornaram um marco quando pensaram "peraí, não quero tocar isso, eu sou melhor improvisando livremente".
Mais, é estranho defender a individualidade das pessoas mas tratar a música como algo tão homogêneo (você precisa aprender harmonia e contraponto, tocar assim e assado e aplicar seus conhecimentos nesta estrutura).

Eu tô realmente tentando usar "estudo" como um termo bem geral, é toda a educação cultural da pessoa, não apenas livros técnicos e prática no instrumento, mas também o desenvolvimento ideológico e estético.

Scrutinizer
Veterano
# fev/13
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Mas de acordo com suas opiniões a respeito do significado de "dom" indica que dom é algo que depende da tantas variáveis que é impossível de ser previsto ou identificado. Então mesmo que ele exista, é bem aconselhável que seja ignorado.

guizimm
Veterano
# fev/13
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Scrutinizer
músicos famosos são famosos por vários motivos
eu não falei de fama
Estudo não é apenas treino
eu entendi essa parte, eu acho que estudo também envolve percepção e outras coisas, mas será que todo mundo desenvolve capacidade artística com estudo?

makumbator
o caso não se aplica musicalmente, mas eu tenho um professor de literaturaque tem muito estudo(evidentemente) e conhece todas as formas de escrever(de forma artística, poética), ele entende toda a filosofia e tem um grau de reflexão que impressiona todo mundo que conhece ele, eu admiro ele como um pensador.
Mas ele simplesmente não produz obras relevantes, uma vez ele nos mostrou uma coisa que ele escreveu(e os alunos mostraram as deles), e ele mesmo assumiu que não chega nem aos pés das grandes obras que ele admira, e era verdade, ele não tem essa veia de produzir, mas ele entende toda a arte literária como um todo.
Assim como existem pessoas que entendem a filosofia da música, sabem analisar e tem uma boa percepção, mas não tem a manha da criação.

Lelo Mig
eu penso igualzinho a você cara

Lelo Mig
Membro
# fev/13 · Editado por: Lelo Mig
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Scrutinizer

é estranho defender a individualidade das pessoas mas tratar a música como algo tão homogêneo...etc

Eu tô realmente tentando usar "estudo" como um termo bem geral, é toda a educação cultural da pessoa,....etc

Cara, eu penso muito parecido com você e concordo com quase tudo que escreveu nesse último post....

Talvez, a única diferença é que acho que (de forma matemático/científica)...o cara que além de ter/desenvolver toda essa parte "passível de ser adquirida" e ainda consiga, visualizar seu lugar exato, em que campo for, para tirar o melhor proveito de tudo isso é "genial"!!

Acho essa equação "dedicação+empenho+sensibilidade+noção de espaço/local + etc".... ser fechada, com todas as variantes possíveis, uma equação genial, para uma minoria resolver.

Estou longe da genialidade Scrut, não detectei durante minha vida, todos os X e Ys que me fizessem um artista musical (não falo tecnicamente, nem em virtuosísmo, faço minhas sua descrição) , mas de qualquer forma, faltaram muitos X e Ys prá mim.

Minha equação é primária, básica.... talvez, por isso, eu enxergue grandeza em alguns, mesmo que elas não existam.

E não é grandeza de fã.... nunca idolatrei ninguém, vejo diferencial mesmo, gente que voou bem mais alto que eu posso.

Jube
Veterano
# fev/13
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Scrutinizer
Devo concordar com você em todos os pontos. Nada a acrescentar.

TG Aoshi
Veterano
# fev/13 · Editado por: TG Aoshi
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Ainda não li todas as postagens. Sei que a primeira vista parece um pouco fora do assunto, mas só pra acrescentar um ponto interessante (ou que pelo menos acho relevante) na discussão; há um tempo atrás, li um livro mais ou menos do começo do século XX, com um compilado de entrevistas com grandes pianistas (de música erudita) da época, especialmente voltado aos aspirantes a pianistas profissionais. (Não vem ao caso mas a maioria esmagadora era de nomes realmente lendários, a exemplo de Rachmaninoff). E o que mais me chamou atenção foi o conselho praticamente unânime, desde o garotinho prodígio até os pianistas de renome: Adquira cultura. Algo mais ou menos no sentido de "Leia, viva, só não passe o seu tempo todo estudando música.".

MMI
Veterano
# fev/13
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Eu acredito sim em seres diferenciados. Afinal isso que levou a evolução das espécies até chegarmos até o atual estágio evolutivo. Dom? Tá, chame do que quiser, mas isso não é desculpa para se esconder atrás e desistir. Acredito na velha frase de Thomas Edison, "Talento é 1% inspiração e 99% transpiração", acho que resume bem o que vários colegas colocaram aqui. Mas existem sim os diferenciados, esse 1% de inspiração brotam constantemente, a cada segundo de composição ou execução, para me limitar ao exemplo musical.

Fico pensando se o pessoal já pensou como estudaram esse gênios musicais citados, Beethoven e Hendrix. Eu não estou me comparando nem me colocando como gênio musical, de forma alguma. Mas hoje é bem diferente, quando eu comecei a aprender as primeiras notas musicais, ouvia as músicas nas rádios, tinha uns LPs e eventualmente uma ou outra fita cassete. Ou seja, dava para tirar através da repetição da música, mas além disso dava para pegar um ônibus, ir lá numa loja do centro que vendia partituras e ver se dava a sorte de ter algo legal que me interessasse e fosse de minha capacidade. Hendrix tinha as rádios, acho que muito eventualmente um LP ou partitura, não podia contar com a repetição das músicas, assim como todos de seu tempo. Beethoven só podia ouvir música onde fosse executada, não havia nenhuma gravação, e vejam, isso era para todos os músicos, mesmo os medíocres daquele tempo, desconfio que o acesso a partituras naquele tempo não era tão simples assim. Fico pensando se o pessoal aqui já experimentou essas fases de aprendizado, se já desligaram o computador para tirar uma música nova.

Digo isso porque acho que a internet é sim uma evolução enorme, mas acaba desenvolvendo um lado teórico e técnico enorme, já que o acesso é facílimo, mas acho que antigamente se desenvovia um outro lado que fica deficitário hoje. Ou seja, a falta de informação e a necessidade estimulavam o músico a criar algo nas lacunas, a resolver os problemas que encontravam por si e não da forma "certa" ditada pela maioria. Um exemplo muito claro e que acho brilhante é Wes Montgomery. Talvez tenha garoto que nunca tenha ouvido falar, mas o cara foi um ícone, um dos maiores guitarristas de jazz da história. Com certeza foi um cara extremamente diferenciado, pegou uma guitarra e resolveu que ia aprender aquilo lá. A forma que pensou foi atacar as cordas apenas com o polegar, assim se desenvolveu, ninguém avisou que ele estava errado, então foi lá e fez coisas extraordinárias. Fez coisas brilhantes e acho que grande parte não consegue tocar com a técnica "correta" o que ele fazia de forma "errada".

Sei lá, acho que divaguei demais aqui, mas o que o TG Aoshi postou é fundamental,

Adquira cultura. Algo mais ou menos no sentido de "Leia, viva, só não passe o seu tempo todo estudando música.".


Adler3x3
Veterano
# fev/13 · Editado por: Adler3x3
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Bem pessoal.
Acho que não existem regras definitivas.
Cada caso é um caso.
É só estudar a vida dos grandes compositores.
Beethoven se esforçava a exaustão.
Já Mozart lançava as notas na partitura sem errar.

Virtudes
Quanto mais o músico desenvolve as virtudes melhor.
E o desenvolvimento das virtudes no homem que faz a diferença.
Vou fazer um breve análise das principais virtudes, sem entrar no sentido religioso:
Virtudes Teologais
- esta relacionada com o conhecimento, com a inteligência; com o saber fazer, e sentir é ter fé, (mas não a fé cega ditada pelos outros)
Esperança
a força motriz que leva a dedicação, a força de vontade de fazer algo, muitas vezes com sacrifícios, pois que persiste alcança; na busca de um resultado, se esforçando sem esmorecer;
Caridade
Para muitos é o Amor, os sentimentos que embelezam o trabalho.

Virtudes Cardinais
Quatro virtudes relacionadas aos pontos cardeais
01- Prudência (leste)
Relacionada com a fé, e para muitos filósofos representa a própria sabedoria.
A prudência antigamente não tinha o mesmo conceito mais resumido que tem hoje, como se prudência só fosse um cuidado;
É estudar e obter conhecimento.
02- Fortaleza (norte)
Relacionada com a esperança.
A força é que sustenta a vontade de fazer.
É tocar , tocar e tocar, treinar, treinar e treinar, estudar, estudar e estudar.
03- A Justiça (}Sul)
Relacionada com a Caridade, com o Amor, é dar e respeitar, é ser independente sem puxar demais para um lado ou outro, buscando sempre o equilíbrio, e não é a toa que a Justiça é representada por uma balança e a espada.
É se expressar com sentimentos, mas enxergar com claridade.
E aqui se manifesta outra virtude a da Criatividade.
Música sem sentimento não é música.
04- Temperança (oeste)
É por fim a temperança, que é o tempero , ou o molho.
A moderação ao aplicar as outras partes ou virtudes.
Uma boa mixagem é saber usar a temperança.

E existem centenas de virtudes auxiliares.
As virtudes sempre trabalham em conjunto.
No nosso idioma latino a maioria das virtudes são representadas por palavras femininas.
Na antiga Grécia as virtudes eram representadas por figuras de lindas mulheres.
Também associadas as Musas (música)
A Musas representam também as virtudes.
Mas se me fizessem uma pergunta?
Qual delas é a mais bonita?
Eu responderia que é a humildade.
Pois a humildade não necessita de adereços e adornos, não usa maquiagem, nem se veste com roupas especiais.
A humildade é desapegada , é simples, mas jamais deve ser interpretada como um sinal de fraqueza.
Mas poucos conseguem enxergar o que se encontra escondido atrás do véu da humildade, e os que assim conseguem, enxergam a mais bela das mulheres. (também na antiguidades conhecido como o Véu de Isis)

Assim na minha opinião melhor músico, compositor é aquele que consegue desenvolver em si mais as virtudes.
Este em um tema que não fim.
Por fim escrevendo sobre belas mulheres, vejam este quadro das Plêiades, e cada uma representa uma série de virtudes:

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d1/Pleiades_Elihu_Vedd er.jpg

Scrutinizer
Veterano
# fev/13
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Adler3x3
Sem psicologia barata que cabe num livro de auto-ajuda, por favor.

Rednef2
Veterano
# fev/13 · Editado por: Rednef2
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Cara creio que existe dom também. Olha mesmo Wes Montgomery aprendeu só no ouvido e tocava pra caramba.

E ja li por aqui mesmo um cara dizendo que viu uma entrevista de Allan Holdsworth afirmando que não toca mais de 40 minutos sua guitarra quando esta em casa, e mesmo assim toca horrores.

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