Sonorização de palcos e P.A. (Parte 4)

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    Lelo Mig
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    # out/12 · Editado por: Lelo Mig


    Sonorização de palcos e P.A. (Parte 4). – Distribuindo o som - Potência, Caixas e monitores de palco.

    Sistema 2 - Grandes ambientes.

    Quando comecei a escrever este post sobre sonorização de grandes áreas de forma “simples” comecei a deparar com problemas que foram complicando meu texto e deixando a coisa confusa.
    Percebi, dessa forma, que não conseguiria deixar o texto compreensível sem explicar alguns conceitos e isso gerou um novo problema: em nome da simplicidade, teria de sacrificar alguns dados técnicos, algumas nomenclaturas, coisas que teria de explicar e estenderiam mais do que já esta acontecendo. (quem for do ramo perdoe e releve a ideia de didática informal pretendida em detrimento de algumas questões técnicas)

    Mas, antes de iniciar sobre grandes áreas fazem-se necessárias algumas considerações que em relação ao tópico anterior, pois muitas coisas dele servirão de base aqui.

    O sistema usado no exemplo anterior é todo com caixas ativas. Os Speakers, Line Array Drives, SubWoofer e Monitores exemplificados são todos ativos, ou seja, são “caixas amplificadas”, não necessitamos de uma potência para chegar até elas.

    Antigamente, não haviam muitas caixas amplificadas de qualidade. Hoje em dia, são comuns e de excelente qualidade. Essa melhora tecnológica e empenho em fazer caixas ativas de qualidade aconteceu pela necessidade do mercado de sonorização, porque este sistema fornece uma série de vantagens técnicas e de logística o que implica diretamente em custos.
    Como o cabo sai apenas com o sinal equalizado da mesa, sem “potência” (existe uma pré-amplificação, mas só para manter o sinal estável e definido), este sinal será amplificado em cada caixa individualmente. Isso permite que problemas sérios como os “casamentos e divisões” de impedância que ocorrem com sinais que saem de potências convencionais, possam ser “desprezados” (pelo menos nesse tópico). Assim como pode se desprezar a perda de potência na fiação.
    Saímos com só um cabo por canal, alimentando todas as caixas. O sinal passa de uma para a seguinte, sem amplificação, e assim sucessivamente. Teoricamente posso “pendurar” quantas caixas quiser sem me preocupar com os cálculos de impedância.
    Alimentamos tudo, com um cabo comando, que já leva sinal de áudio e energia para ligar as caixas.

    Resumindo, para ambientes fechados pequenos e médios é possível conseguir uma sonorização muito boa em termos de potência e qualidade.

    Em ambientes grandes com “laterais” ou possibilidade de fixação, como avenidas, sambódromo e etc., esta solução tem sido adotada também porque soluciona, de certa forma, a questão mais crítica dos “Wall Of Sounds”, ou seja, aquele paredão sonoro nas laterais e à frente do palco.

    Os principais transtornos com os Paredões de Som são:

    - Estreitamento angular da visualização do palco.
    - Potência ensurdecedora para quem esta na frente e consequente diminuição da potência no fundo.
    - Perda da qualidade sonora e resolução ao longo do comprimento pelo efeito amortizante do público.
    - Progressão do atraso (retardo) do sinal original em função da distância.

    Imagine-se num grande salão, sentado na primeira fila em frente a uma caixa acústica.
    Agora, imagine-se sentado na última fila?
    O volume cai e existe um atraso de tempo em relação à posição anterior.

    Tomando como base a velocidade média de 340 metros por segundo a 20 graus centígrados, isso quer dizer que se você estiver a essa distância do palco vai ouvir uma nota do guitarrista um segundo depois que ele deu.
    No Rock in Rio, por exemplo, a temperaturas de 35 graus, a essa mesma distância, com um público enorme a sua frente você poderá ouvir com 1,2 segundos de atraso.

    Agora imagine num estádio, a 150 m do palco, ouvindo com 0,5 segundos de atraso, e ainda, este mesmo som bate no fundo e volta?
    Se fosse só uma nota... Mas uma banda toda tocando... Imagina a embolação.

    Antes do sistema como o descrito no tópico anterior, sabia-se do problema, mas não havia como resolver na prática. Só “ameniza-lo”.
    Por isso, hoje, mesmo num evento como o “Rock´n´Rio” é usado um mix do sistema antigo de P.As, somado ao que descrevi para ambientes pequenos, no tópico 3. (o processo é o mesmo, só muda a dimensão e potência dos equipos usados).

    Portanto, aqui se abre um parêntese!
    Vou descrever o sistema antigo, mas você já sabe que hoje se usa um mix dos dois, ok?
    Se sonorizar, com diversos Speakers espalhados por todo ambiente a distâncias pequenas um do outro se torna inviável em espaços muito amplos (caixas no meio do público, fiação, sem contar os riscos de exposição ao tempo, chuva, neve, ventos e etc.), como resolver isso?

    Sistema 1 (que você já conhece) + Sistema 2

    Sistema 2
    Wall Of Sound.

    O conceito Wall of Sound surge no final da década de 60, início dos 70, para suprir a necessidade de grandes festivais ao ar livre.

    Cones de alto falantes em forma de cornetas e caixas em formas de cornetas, conhecidas como Horns, são projetadas para espalhar o som de forma mais direcionada, com ângulos e áreas de sombra mais definidas. Falantes de agudos (tweeter e drives) não promovem grande deslocamento do cone, isso permite que o cone possa ser substituído diretamente por uma Horn em alumínio ou fibra. Já os Woofer e Subwoofers não podem sem rígidos, possuem grande deslocamento, então a solução foi colocar os falantes dentro de caixas com ângulos Horn.
    Isto dá um melhor direcionamento de onde “jogar” o som. Anguladas em leque, apontava-se para o alvo.

    Note que as Line Array, citadas no Tópico 3, são oriundas desse conceito. Imagine uma caixa do tamanho de uma geladeira, bem comum nos anos 70? Agora “fatie” esta caixa grande em seis partes? Isso é “basicamente” uma Line Array, com a vantagem de que ao empilhar elas de novo, você pode fazer uma curva de baixo para cima além da curva lateral que a Horn já tem.
    Voltando...

    Com este “direcionamento” do som a ideia era cobrir a área, como mostra o desenho:

    Distribuição/Direcionamento



    Agora, escolher Horns que atuem em cada espectro da frequência (o exemplo são alguns modelos consagrados na época).

    Horns


    Em função do tamanho do local, instrumentos e tudo mais, se calcula o quanto de necessita de graves, médio e agudo e monta-se a popularmente conhecida “coluna de P.A.”.

    P.A. de Horns

    Um problema sério! Prá vocês terem uma ideia, esta coluna modesta que coloquei como exemplo no desenho, tem por volta de 2,20 m de largura por 3,50 m de altura e pesar entre 200 e 250 kgs.

    Para conseguir uma equalização melhor e melhor controles independentes nas tonalidades havia várias formas de se trabalhar, mas basicamente, podemos simplificar assim:

    Distribuição Sinal no P.A.

    Crossovers são divisores de frequência ativos ou passivos, onde é possível “escolher” que faixas devem passar ou serem filtradas.

    Potências são amplificadores, normalmente desenhados para empurrar as caixas, “amplificar o sinal” após mesas ou mixers e mais nada. Alguns modelos só possuem botão on off, no máximo um botão de volume.

    Quanto mais controles de frequências e potências individuais melhor. Agora imagine num sistema realmente grande e complexo o número de potências e crossovers para empurrar tudo com qualidade?
    Talvez o mais arrojado sistema na década de 70 tenha sido o “Wall of Sound” desenvolvido para a banda Grateful Dead.

    Era composto por 11 sistemas independentes de som. Havia um sistema para os vocais colocados no centro, um para cada guitarra, uma para cada corda do baixo (sim, você leu corretamente), um para o teclado, um para o bumbo, e um para o kit da bateria. O sistema foi colocado atrás dos músicos para que pudessem ouvi-lo, e feito de caixas de colunas múltiplas, podia ser direcionado para que a maior parte do volume fosse apontada diretamente para o público, e manter a parte de baixo com menos volume como monitoração. A microfonação vocal usava microfones diferenciais direcionais fora de fase um com os outros, isso fazia com que qualquer coisa que chegasse ao microfone, que não fosse um vocal cantado muito perto, cortasse o sinal, não havendo assim, apesar da parede de som ao fundo, microfonias. Dizem que o sistema soava incrível, alto e limpo para o tempo. Este sistema estava anos luz à frente de qualquer outro sistema de som do planeta, mas só foi utilizado em um único show. Era incrivelmente caro e trabalhoso para montar, desmontar e transportar.

    Veja o projeto original e ele montado no show do Grateful Dead.

    Projeto original Wall of Sound - Grateful Dead


    Grateful Dead - Alive

    Estes sistemas de “Wall of Sound” resolveram muito da potência e qualidade. Mas não resolveram o “atraso”, o retardo que o som chega para quem esta longe e em consequência o delay produzido.

    Por volta dos anos 80, para amenizar este atraso, começam a se utilizar as “torres de atraso”.

    São aquelas torres altas com um sistema de “Line Arrays” que se coloca no meio da galera. Elas reproduzem o som em atraso, (calculado por equipamentos eletrônicos) com relação ao P.A. do palco. Ou seja, se a nota original demora 1 segundo para chegar à torre, ela emite um segundo depois, fazendo casar o tempo e apenas servindo de reforço ao volume original e diminuindo a sensação de delay.

    Mas, por favor, não me perguntem como funciona, nem como é calculado, porque sinceramente não faço a mínima ideia. (posso me informar, caso alguém ache muito importante saber).

    Hoje, basicamente se monta um mix de tudo isso.

    Caixas ativas (onde é possível) + colunas de atraso (onde é necessário) + Wall of Sound com toneladas de potências e crossovers empurrando tudo.
    Nenhum gênio pensou em montar um sistema ativo com transmissão Wireless?

    O Sambódromo do Rio já usa algo parecido, conforme o “carro de som” vai se aproximando os Speakers vão acionando captando o sinal sem fio, ou seja, o som vai andando junto com a escola.

    Mas o carro é móvel e as caixas espalhadas pelo corredor e fora do alcance popular. Para um grande festival, com palco fixo, sistemas Wireless de alto nível são muito caros e a faixa de cobertura “sem problemas” pequena. Ou seja, vai ter interferência, vai falhar, vai ter ruídos e etc.

    Resumindo, até hoje, a gente vai a grandes festivais pela festa, curtição, estória. Mas geralmente, mesmo em grandes espetáculos, o som é “meia boca”.

    Desenvolva um Wireless de grande cobertura, absolutamente estável e sem interferência, que acione caixas ativas à bateria e de baixo custo e seja o próximo bilionário do século!

    Obs: Mas têm alguma coisa, fora a viabilidade, que fazia estes P.A.s antigos serem melhores que o Sistema de Speakers espalhados ativos?

    R: Você acredita, mesmo sem ser especialista em acústica, que um Subwoofer moderno, com um woofer de 12" dentro de um caixote de 1 metro cúbico tem o mesmo peso sonoro de uma W Horn de 120 Kgs?

    Nem FU.....NDO!

    Boa sorte!

    Próximo Tópico – Final
    Microfones e microfonia – Considerações finais.


    Quem quer acompanhar a “saga” toda:

    Sonorização de palcos e P.A. (Parte 1)
    http://forum.cifraclub.com.br/forum/9/296162/

    Sonorização de palcos e P.A. (Parte 2)
    http://forum.cifraclub.com.br/forum/9/296206/

    Sonorização de palcos e P.A. (Parte 3)
    http://forum.cifraclub.com.br/forum/9/296252/

    MMI
    Veterano
    # out/12
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    Lelo Mig

    Boa Lelo!

    Sem comentários dessa vez, não quero mais nenhuma sugestão que teria algum interesse sexual nesse asunto! kkkkkkkk

    Rednef2
    Veterano
    # out/12
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    Essa sonorização do show do Grateful Dead é grande hein?

    Esse lance de som é complicado demais, o cara tem que ter uma paciencia do caramba pra calcular tudo certinho e ainda assim sai som meia boca.
    Trabalho dificil.

    inExperienced
    Veterano
    # nov/12 · Editado por: inExperienced
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    Próximo Tópico – Final
    Vou ficar de olho no fórum, estes tópicos que o Lelo Mig posta não se pode perder.

    Lelo Mig
    Membro
    # nov/12
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    MMI
    Valeu!... mas faça perguntas sim, liga prá esse povo maldoso não....kkk

    Rednef2
    Impressionante este P.A do Grateful né? Eram tempos onde a ciência antecedia a economia, por isso se inventou tanta coisa nessa década e só depois que viam que algumas eram inviáveis comercialmente.
    À partir dos 80, que os custos passaram a ser colocados em primeiro plano, os cientistas deixaram de ser protagonistas da transformação tecnológica para virarem subalternos de grandes corporações.

    inExperienced
    Obrigado!!

    juninholiveira
    Veterano
    # nov/12 · Editado por: juninholiveira
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    Desenvolva um Wireless de grande cobertura, absolutamente estável e sem interferência, que acione caixas ativas à bateria e de baixo custo e seja o próximo bilionário do século!

    Cara muito bom! Tem uma dica para começar as pesquisas nesse área de transmissão sem fio? Alguem sabe algum jeito de transmissão assim sem usar nenhuma das frequencias usuais, em Megahertz? não entendo muito do assunto, mas acho que vou começar a pesquisar sobre isso........

    Lelo Mig
    Membro
    # nov/12
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    juninholiveira

    heheh.... falou em ganhar dinheiro....o "zóio" brilha...rs

    Rednef2
    Veterano
    # nov/12
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    Lelo Mig
    Percebe-se que a galera naquela epoca era meio doida mesmo com esses lances de invenção hehhehee mas sem elas não teriamos varias coisas atualmente.

    Demora quanto tempo pra montar o som de um evento?

    Lelo Mig
    Membro
    # nov/12
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    Rednef2

    Isso é muito relativo, depende de muitos fatores.

    Desde ambiente e imprevistos até o número de peões (da qual me incluo) para descarregar os caminhões.

    Só para você ter uma base, o último evento que participei, há uma semana, foi uma sonorização num auditório para umas 500 pessoas.

    Um tenor, um piano de calda, dois violinos, um violoncelo, uma viola e um oboé.

    Umas 5 horas entre serviço pesado (montagem de caixas, passagem de cabos e etc.) até ajustes finais e passagem de som.

    Mas varia muito...

    Rednef2
    Veterano
    # nov/12
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    Lelo Mig
    Pow 5 horas... então deve demorar pra caramba num evento tipo Rock In Rio, Download Festival, etc.

    E ainda com tantos calculos tem evento que o som continua ruim.

    Rednef2
    Veterano
    # nov/12
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    Cade a parte 5?

    Lelo Mig
    Membro
    # nov/12
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    Rednef2

    Dei uma "segurada" porque a série foi um fracasso de audiência...heheh

    juninholiveira
    Veterano
    # nov/12
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    Lelo Mig

    nããããããããããããããããoooo fracasso nada!! foi a MELHOR série que ja passou por aki, ta MUITO interessante, pelo amor de deus, continua! to pedindo de coração mesmo, tem muita gente que se interessa por esse assunto, pelas partes técnicas de um evento, e quer saber mais assim como eu. Por favor continua! Eu ja mostrei essa série até pra uns colega meu que nem intrumento toca e que acharam interessante o assunto, quanto mais nós!

    MMI
    Veterano
    # nov/12
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    Lelo Mig

    Não segura não. Manda ver!

    dibass
    Veterano
    # nov/12
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    Lelo Mig
    Estamos aguardando ansiosamente pelo desfecho da série hehe
    ...e não se preocupe com audiencia. Deixe a molecada lá com os tópicos do slash que aqui tem uma galera que se interessa. Fora que muitos que lêem não postam.

    Lelo Mig
    Membro
    # nov/12
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    Beleza...

    Tô escrevendo o "especial" sobre microfones e microfonia... e depois o desfecho com as considerações gerais.

    Estarei viajando amanhã, então devo postar sábado à noite.

    Valeu!!

    MMI
    Veterano
    # nov/12
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    Lelo Mig

    Para puxar assunto para o capítulo de microfones, já que bateu o desânimo...

    Fui ver um concerto do João Carlos Martins e a orquestra Bachiana na Via Funchal. Pude sentar perto e para mim o show começa já observando a microfonação do palco, PAs, acústica etc. Interessante ver os contra-baixos captados por AKG 414, violinos com condensadores de diafragma pequeno aos montes, a percussão com condensadores grandes numa microfonação econômica mas muito efetiva e um microfone para voz no João Carlos Martins que falhava (sempre tem que falhar??), devia ser um SM-58 da vida. O PA da direita do palco "peidava" nos graves, pensei que estava faltando o Lelo ali para acertar o som... hehehehehe

    Mas falando sério, pensei na trabalheira que era microfonar a orquestra inteira e tirar um som perfeito. Não acho que a acústica da Via Funchal seja grande coisa, mas fazer a orquestra soar bem na casa a baixos volumes de fato é algo impressionante de difícil. Existem muitas nuances, dinâmicas diferentes, diferentes instrumentos e não é um show de rock que se aumenta o volume para fazer o som parecer bom. O saldo foi muito positivo no final.

    Abç

    Rednef2
    Veterano
    # nov/12
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    Lelo Mig
    Faço coro a juninholiveira, MMI e dibass

    juninholiveira
    Veterano
    # nov/12
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    ainda no aguardo . . . . .

    MauricioBahia
    Moderador
    # nov/12
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    Legal!!!

    No aguardo do final da saga! ;)

    Valeuuuuu!

    Lelo Mig
    Membro
    # nov/12
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    MMI

    Interessante usarem microfones de 1000 dólares, como o AKG 414. Não é usual, porque a qualidade é inconteste, mas são microfones de stúdio, caros e delicados, chatos de se trabalhar ao vivo, o ideal é evita-los em palco. O post sobre microfones esta quase pronto, nele falo, de forma bem simples, sobre a diferença de microfonação ao vivo e stúdio. Instrumentos de orquestra é complicado, a empresa que eu trabalho costuma usar microfones de frequências mais específicas, para "fechar" à porta a entrada de outras frequências, (Como um Shure Beta 52 para contrabaixos acústicos, por exemplo, que é mais robusto e bem mais barato). Robustez é fato determinante ao vivo, ser dinâmico e super ou hiper cardióide são outros fatores, que quando possível, super bem vindos.

    O som falhando do SM 58, pode ser que o microfone estava ruim, ou algum outro problema (era wirelless?), mas os "SM 58 da vida", são ótimos (se for um Shure original), é a melhor coisa que já foi feita para "alive", nesta faixa de preço é o coringa perfeito.

    Benva
    Veterano
    # nov/12
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    Lelo Mig

    Upando aqui! E não ache que a audiência foi um fracasso só porque não tem muitos comentários. Eu, por exemplo, li tudo, mas não achei que tenho capacidade suficiente pra comentar sobre o assunto! heheh

    Acho que muita gente leu também e não comentou nada. =)

    Ismah
    Veterano
    # fev/14
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    Só uma colocação interessante:

    Um sistema de LA's, tem em maioria uma queda de -6dB nas margens, em relação ao centro. Por isso, há o cruzamento. Como contra isso gera um cancelamento de fase <3, ou seja, uma frequência sempre se perde... e em consequência uma queda logarítmica, em seus harmônicos.

    Contribuição:

    Sabe-se que numa igreja, se fecharmos a porta, ou num salão fechado, o som vai refletir, e teremos ele atrapalhando a inteligibilidade (compreensão da fala, das notas). Mas não é todo ele que reflete, e sim uma frequência, e seus harmônicos. Geralmente se considera até o quarto

    Essa frequência, se calcula simplesmente dividindo 344/2D (D é a distância). Assim, numa igreja onde tem 10m entre o falante e a parede em frente à ele, a frequência que vai refletir é 17,2Hz, 34,4Hz, 51,6Hz, e 103,2Hz. Isso vale para as paredes tbm com os graves (omnidirecionais).

    Daí a importância de um EQ (de preferência 31 bandas) em qualquer sistema. OK, a fundamental não é audível, mas os harmônicos "som".

    ----------------------

    Curiosidade:

    "Quando o comprimento de onda é muito maior que a dimensão da fonte, as ondas geradas são esféricas.

    Quando o comprimento de onda é da ordem da dimensão da fonte ou menor, a radiação da fonte tende a ser direcional.

    Nas altas frequências (pequenos comprimentos de onda) a fonte apresentará direções preferenciais de radiação sonora.

    Quando uma fonte sonora não apresenta direções preferenciais de radiação, caso da esfera pulsante, diz-se que se trata de uma fonte omnidirecional, caso contrário, trata-se de uma fonte direcional."

    Consta no tratado que mencionei na parte 3.

    O que isso tudo tem a ver com o que falamos? Simplesmente TUDO. Por exemplo, é de senso comum, que médios e agudos são direcionais, e graves omnidirecionais, o porque disso está expresso acima: quando a fonte for menos que o comprimento da onda, o som será omnidirecional, assim, precisaríamos de um falante de aproximadamente 136" (praticamente 3,5m) para ter 100Hz direcionais...

    Lelo Mig
    Membro
    # fev/14
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    Ismah

    Se você leu todos os tópicos, percebeu que falo tudo em linha gerais. Os poucos números que cito são hipotéticos. Não perdi tempo com cálculos, não falo em dBs, propagação de ondas, etc.

    Porquê? por que é um texto escrito para leigos, apenas para que entendam a relação do que enxergam (com os olhos mesmo) em cima de um palco ou ao redor dele e consigam iniciar o entendimento da composição.

    Evitei, ao máximo, questões técnicas, para o texto não ficar chato, cansativo e seletivo.

    Contudo, sempre são válidas colocações como a sua, valeu a contribuição..........sempre agrega.

    Ismah
    Veterano
    # fev/14
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    Lelo Mig

    Notou nesse e noutro post, que sou bem preso a cálculos técnicos?! Eu faço o tipo de operador chato pra cacete, causador de ódio em algumas sonorizações, e aclamado por outras. E não fujo à regra como músico.

    Agradeço a iniciativa, pois o mercado está em baixa de peões em diversas áreas. Tanto que já me tornei iluminador além de operador de áudio.
    Culpa disso é a cultura atual, onde predomina a música eletrônica/digital. onde um homem comando tudo: o Dj.

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