Sonorização de palcos e P.A. (Parte 2)

Autor Mensagem
Lelo Mig
Membro
# out/12 · Editado por: Lelo Mig


Sonorização de palcos e P.A. (Parte 2). - Entendendo a Mesa de Som.

Repito, vou explicar de forma básica e simplificada, em linguagem fácil, sem detalhes técnicos. Esse post não é curso de áudio ou de técnico de som. É apenas para o músico iniciante ter uma noção de como funcionam e o porquê dos equipamentos de sonorização.

Sabe quando você sobe no palco e antes de tocar se pergunta: Caraca, prá que tanto fio?

Essa série de posts é prá explicar isso.

Galera, dando seguimento ao tópico... http://forum.cifraclub.com.br/forum/9/296162/

Agora, que nós “captamos” o seu sinal, por uma ou várias das formas descritas na “Parte 1”, temos um ou dezenas de cabos de áudio com plugs na ponta (sejam P10 ou XLR) para espetarmos em nossa Mesa de Som. Primeiro, vamos entender um pouco o que é e para que serve uma mesa de som.

De forma geral a mesa controla a qualidade, mas não faz milagres (se o timbre oriundo da fonte sonora é ruim, podemos até melhorar, mas mágica não dá prá fazer). Ela também controla a potência, permitindo maior abertura ou fechamento do mesmo, mas não é ela que potencializa o som. (existem exceções, mas estas não importam aqui).

Não confunda Qualidade com Potência!
Qualidade é a gama de frequências presentes e a equalização agradável delas.
Potência é a força necessária para que o som chegue ao destino com volume satisfatório.
Imagine uma mangueira de água no palco, esguichando em “leque”... Quanto maior o leque, mais do espectro de frequências atingimos. Isso seria a “qualidade”.
Contudo, precisamos de pressão, para que este esguicho atinja a todos no local. Quanto mais pressão tiver mais longe alcançamos. Isso seria a “potência”.
(daqui prá frente, sempre que eu falar em Qualidade e Potência lembre-se da diferença).

A mesa de som é o cérebro do sistema. É com ela que definiremos praticamente tudo com relação à sonorização. A equalização, o volume, onde deverá soar mais ou menos intenso o som que chega ao público (P.A.), o som que permite aos músicos se ouvirem e ouvirem seus amigos (monitoração de retorno em caixas ou fones[in ear]), efeitos diversos para um, vários ou todos os músicos, panorama (mais som à esquerda, à direita, na frente, ao fundo, etc.), compressão de sinais e etc. Com ela definiremos a qualidade, potência e distribuição do som.

Basicamente a Mesa de Som é um Mixer de Áudio, ou seja, ela pode receber várias fontes distintas e juntar “mixar/misturar” para uma mesma saída. O que a difere de um Mixer, é que ela além de “misturar” pode processar e interagir em cada um destes sinais de áudio independentemente. Com ela podemos controlar ganho, volume, equalização, adição de efeitos e etc., de um canal sem afetar os outros canais.

Para ficar bem claro, para os leigos no assunto, eu posso encher a voz de seu vocalista de reverb e deixar sua guitarra sem reverb nenhum. Eu posso “socar” agudo no chimbal e “socar” graves no bumbo de seu baterista, sem que um interfira no outro.

No exemplo dado no tópico 1 nós definimos que sua guitarra seria captada desse jeito:

Guitarra >> Efeitos >> Amplificador >> Microfone >> Mesa de Som.

Então, irei ligá-la, via plug XLR, no “canal 3” da mesa, por exemplo.
Vamos entender este processo de entrada:

(Importante: Eu fiz este desenho, de cabeça, de maneira simplificada. Existem mesas com muito mais ou menos recursos. Ordem, cores, nomes e etc., tudo aqui é um esboço básico, ilustrando apenas o que é importante você saber).

Mesa de Som - Input Channel

- In >> Entrada: Geralmente XLR para microfones e P10 para instrumentos.
- Gain >> Ganho: Controle do sinal de entrada deste canal (não confunda com volume).
- Equalização >> Graves, Médios, Agudos etc., desse canal.
- FX >> Controle de interação/adição de efeitos do canal. Efeitos da própria mesa ou de módulos ligados a ela. (Nada a ver com seus efeitos, ok?).
- Pan >> Panorama: Posicionamento do som do canal. Similar a balanço, mas não é igual. Balanço joga só para direita e esquerda, Pan permite outros posicionamentos.
- Mute >> Emudece este canal.
- Level >> Volume do canal.


Basicamente, são estas operações que posso fazer com cada canal INDIVIDUALMENTE, sem afetar nenhum outro.

Coloquei seu Ganho em 40%, os Graves, Médios e Agudos próximos de meio dia estão mantendo o som igual ao da boca do ampli, FX zerado para não embolar com seus efeitos, Pan ao meio dia, não há necessidade de compressão pois não há nenhum “estalo” de pico, Volume em 50%.

Tua guitarra tá “melzinho na chupeta”!

Facinho né?

Agora que “tratamos” o sinal de sua guitarra no “canal 3” e tratamos cada sinal que entra na mesa, quando misturar tudo vai ficar bom?
Imagine a seguinte situação:

- Canal 01: Vocal - “Janis Joplin
- Canal 02: Backing Vocal – “Maurício Bahia”
- Canal 03: Guitarra 1 – “DeRoss
- Canal 04: Guitarra 2 – “Jimi Hendrix
- Canal 05: Baixo – “Bertola
- Canal 06: Teclado – “Rick Wakeman
- Canal 07: Set Bateria 1 – Caixa - “Neil Peart
- Canal 08: Set Bateria 2 – Tons - “Neil Peart”
- Canal 09: Set Bateria 3 – Bumbo - “Neil Peart”
- Canal 10: Set Bateria 4 – Surdos - “Neil Peart”
- Canal 11: Set Bateria 5 – Ride/China - “Neil Peart”
- Canal 12: Set Bateria 6 – Chimbal/Attack - “Neil Peart”

Tudo “regulado” individualmente, o que fazemos agora?

(Importante: Eu fiz este desenho, de cabeça, de maneira simplificada. Existem mesas com muito mais ou menos recursos. Ordem, cores, nomes e etc., tudo aqui é um esboço básico, ilustrando apenas o que é importante você saber).


Mesa de Som - Main Controls

- In/Out diversos >> Entradas e saídas diversas: CD/Tape/MP3 Player/Note/Fones/Monitores/etc. (P10s/RCAs/XLRs/USBs/Midis/etc.)
- Controles Diversos >> Surround/Feedback/Woofers/Sub Woofers/Equalizers/Main Mix/Loop/etc.
- Programação de FX >> Controles de efeitos (internos ou via módulos externos), Reverb, Delay, Chorus, Flanger, Ambience Simulators, etc.
- Main Signal >> Controle de picos do sinal principal (ou vários) de saída.
- Mute >> Silenciar determinada saída.
- Master Level/ Main Mix >> Volume principal de saída.
- CD/Tape >> Controles de CD/Tape/MP3 etc.
- Phones >> Controles de monitores do operador (fones).
- Volume Monitores >> Controle de monitores de palco (retorno).
- Controles de FX >> Adição/subtração de FXs nos Monitores, Woofers, Subs e etc.

Cada canal, foi individualmente regulado e equalizado, lembra?

Agora, com uma passagem de som geral, ajustamos a equalização e volumes gerais. Ajustes de retornos de Palco, alteramos o conjunto e algumas características individuais.

Exemplos hipotéticos:
- O ambiente soa muito “seco”, está comendo o sustain dos pratos da bateria, um “tiquinho” de agudo e reverb individual na “prataria” resolvem isso.

- O vocal do Bahia tá sem suavidade nos graves, uma pitada de ambiência na voz e um pontinho de médio ajustam isso. A voz dele está cobrindo a da Janis, aumentar um ponto no volume ou ganho dela.

- Neil Peart não segura andamento nem fudendo (falei prá esse cara estudar), mandamos um kick de metrônomo no fone de monitoração dele ou mais sinal de contrabaixo prá ele ir na cola do Bertola e não se perder.

- Um tiquinho de Reverb geral, um pouco mais de ganho geral no fundo, um equilíbrio geral de Pan, etc.

Maravilha! Baita som!

(Atenção! Não esqueça, estou tratando o assunto de forma generalizada! Nem toda mesa faz tudo que citei acima e algumas outras fazem muito mais.).

Se o local lotar, teremos que ajustar algumas coisas, provavelmente irá cair volume geral, perder reverb e comer agudos [não necessariamente tudo isso, nem nessa ordem], mas estes ajustes serão na primeira música rolando prá valer no show.

Se a mesa é digital “salvamos” estes pressets, se for analógica tudo anotado numa folha guia ou fita rodapé. Isso para não correr o risco de algum desavisado da iluminação, um roadie ou o cara da faxina não resistir a fuçar nos botãozinhos coloridos quando eu der uma saída prá um café.

E agora? Som equalizado, ajustado, salvo ou anotado, vai prá onde?

Vai para o próximo tópico:

Sonorização de palcos e P.A. (Parte 3) – Distribuindo o som - Potência, Caixas e monitores de palco.

Reclamações, elogios, xingamentos, dúvidas e desaforos em geral, coloquem aí em seus posts.

Valeu, espero ter colaborado!

Calime
Veterano
# out/12
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First! Mto bom kra. Li o primeiro e tbm curti, vlw!

juninholiveira
Veterano
# out/12
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Muito bom! To acompanhando tópico a tópico dessa séria, perfeita.

Marthin87
Veterano
# out/12
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juninholiveira
Melhor que Gabriela essa série, hein?

Lelo Mig
Parabéns!
Que meus votos de sucesso sirvam como incentivo em seu trabalho.

Marthin87
Veterano
# out/12
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juninholiveira
Melhor que Gabriela essa série, hein?

Lelo Mig
Parabéns!
Que meus votos de sucesso sirvam como incentivo em seu trabalho.

kiki
Moderador
# out/12
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muito legal

to curioso pra ver algum video desse show aí que ce sonorizou:
- Canal 01: Vocal - “Janis Joplin”
- Canal 02: Backing Vocal – “Maurício Bahia”
- Canal 03: Guitarra 1 – “DeRoss”
- Canal 04: Guitarra 2 – “Jimi Hendrix”
- Canal 05: Baixo – “Bertola”
- Canal 06: Teclado – “Rick Wakeman”
- Canal 07: Set Bateria 1 – Caixa - “Neil Peart”
- Canal 08: Set Bateria 2 – Tons - “Neil Peart”
- Canal 09: Set Bateria 3 – Bumbo - “Neil Peart”
- Canal 10: Set Bateria 4 – Surdos - “Neil Peart”
- Canal 11: Set Bateria 5 – Ride/China - “Neil Peart”
- Canal 12: Set Bateria 6 – Chimbal/Attack - “Neil Peart”


Rednef2
Veterano
# out/12
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Bem interessante essa série, sempre tive curiosidade em relação a esses lances de som no palco.

Lelo Mig
Membro
# out/12 · Editado por: Lelo Mig
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Calime
Valeu a presença, obrigado!

juninholiveira
Obrigado!!

Marthin87
Opa! Brigadão!! darei continuidade à série, apesar da baixa audiência... :(

kiki
Hehehe....\o/

Rednef2
Obrigado... darei continuidade!

hardcore_guy
Veterano
# out/12
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Cara, muito bom...sempre quis saber mais a respeito desse assunto, e você, com seu conhecimento todo, compartilha aqui conosco toda essa informação....valeu aí cara, muito obrigado mesmo ;)

inExperienced
Veterano
# out/12 · Editado por: inExperienced
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Muito bom!
E que venha a parte 3.

fernando tecladista
Veterano
# out/12
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muito bom

tem que ter um tópico com puxões de orelha em músicos na hora de passar som

-cante alguma coisa, cantor chega "alô, alô som, 1,2,3.. aaaaaalô" com a voz grave parecendo o tim maia, mas canta mais alto que o xororó
- teste seus timbres principais, tecladista fica tocando jump (quem nem tá no repertório) na hora de passar som, mas o que vai usar mesmo é a sanfona do teclado
-e se não é tua vez, fique quieto

Rednef2
Veterano
# out/12
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Uma duvida que me ocorreu agora: o timbre que sai de nosso amplificadores não é o mesmo timbre que vai pro P.A?

Lelo Mig
Membro
# out/12 · Editado por: Lelo Mig
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hardcore_guy
Obrigado, estamos aí, tentando contribuir um pouco!

inExperienced
Valeu..a parte 3 já foi publicada!

fernando tecladista
"parecendo o tim maia, mas canta mais alto que o xororó - tecladista fica tocando jump (quem nem tá no repertório)"...kkkkkkk, é verdade! Acontece direto!

Rednef2
"timbre que sai de nosso amplificadores não é o mesmo timbre que vai pro P.A?"

Assim como se você mudar de ampli, ou mudar um pedal o timbre muda, ao microfonar e passar pela mesa, muda sim. Mas um bom técnico de som, irá equalizar seu canal, para que seu instrumento soe o mais parecido com o da boca do ampli possível. Com bons microfones, boa mesa e boas caixas, consegue-se bons resultados.

Deco_ufrj
Veterano
# out/12
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Lelo Mig
hehehe

fitinha de rodapé é o que há... gostei!

Rednef2
Veterano
# out/12
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Lelo Mig
Entendi, valeu.

O ruim é conseguir bons equipamentos, custa o olho da cara hehe

kiki
Moderador
# out/12
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Lelo Mig
peço tambem que, se possivel, escreva ao menos algumas poucas linhas sobre o que seja exatamente "ganho".

Lelo Mig
Membro
# out/12
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Deco_ufrj
Hehehe......Têm algumas mesas (analógicas, claro, digitais não precisam), principalmente as de iluminação, que já vem de fábrica com um "rolete" naquele material de lousa para pincel atômico. É uma solução bem legal e permite uma série de anotações diferentes.

Rednef2
É bastante caro sim... infelizmente a maioria das sonorizações por aí, são bem toscas ainda.

kiki
"o que seja exatamente "ganho"."

É simples....

Podemos "dividir" uma mesa em 2 pontos principais:

Captação do sinal e Reprodução do sinal.

Ganho, tecnicamente, se refere ao aumento e diminuição do sinal na entrada, "captação", antes dos prés e sem sofrer alterações. O ganho dá potência ao sinal em seu estado natural, ou seja como chega do microfone ou instrumento, antes de ocorrer a pré-amplificação e modificações posteriores.

Volume, tecnicamente, se refere a liberação, maior ou menor, do sinal alterado a ser reproduzido. Ou seja, depois que ele passa por todo o circuíto, pré amplificadores e alterado por todos ajustes.

MisterMoney
Veterano
# out/12 · Editado por: MisterMoney
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Gostei do seu topico

kiki
Problema é Janis e Jimi já morreram há tempão.

Rednef2
Veterano
# out/12
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Lelo Mig
Da pra perceber isso nos shows que rola por ai.

El_Cabong
Veterano
# nov/12
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Uma dúvida com relação ao controle FX Return de cada canal da mesa.
Sei que ele serve para controlar o nivel de sinal que é enviado ao retorno de palco.
Se eu colocar o FX Return no centro, por exemplo, o instrumento ligado naquele canal vai soar num certo volume no retorno.
Se eu mexer depois no volume principal do canal vai alterar o nivel do som que vai para o retorno ou não ??
O controle FX Return é completamente independente do volume principal, ou o FX return é um comando de volume em série com o volume principal com relação ao retorno, e com relação ao P.A. o FX Return é em By Pass ??

Deco_ufrj
Veterano
# nov/12
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El_Cabong
o FX Return não tem nada a ver com retorno de palco. O FX Return é a entrada de sinal que volta dos processadores de efeitos (FX) externos usados na mesa, como reverb, delay, etc...

Pra ligar nos retornos, você vai usar as saídas control room ou Sub 1, 2, 3 e 4, ou a propria saída Main Out dependendo dos recursos de cada mesa de som ou das necessidades de distribuição do som nos retornos. Por exemplo, usando as saidas Sub 1, 2, 3 e 4, você consegue jogar por exemplo só o baixo e voz em um determinado retorno, pode ser util pro baterista. Em outro retorno você joga só teclado e guitarra, por exemplo pro vocalista... enfim, você consegue separar melhor o som que sai em cada retorno. Usando as saídas control room ou main out, o mix dos retornos será o mesmo do PA.

Se o controle do volume vai ser feito de maneira separada ou em conjunto, depende dos recursos da mesa de som. As pequenas normalmente não tem como controlar os volumes separadamente.

MauricioBahia
Moderador
# nov/12 · Editado por: MauricioBahia
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Lelo Mig

Estou lendo seus textos sobre o tema. Muito bom. Esse backing vocal aí eu acho que conheço bem. hehe

Obrigado pelas aulas!

kiki
Moderador
# nov/12
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Lelo Mig
"o que seja exatamente "ganho"."

É simples....

Podemos "dividir" uma mesa em 2 pontos principais:

Captação do sinal e Reprodução do sinal.

Ganho, tecnicamente, se refere ao aumento e diminuição do sinal na entrada, "captação", antes dos prés e sem sofrer alterações. O ganho dá potência ao sinal em seu estado natural, ou seja como chega do microfone ou instrumento, antes de ocorrer a pré-amplificação e modificações posteriores.

Volume, tecnicamente, se refere a liberação, maior ou menor, do sinal alterado a ser reproduzido. Ou seja, depois que ele passa por todo o circuíto, pré amplificadores e alterado por todos ajustes.


opa, valeu!

intuitivamente eu ja tinha chegado mais ou menos nessa ideia, mas é sempre melhor se alguem mais experiente te confirma.
en pensava em "captação" e "reprodução" como entrada e saida, acho que é mais ou menos a mesma ideia.

Jonas F. L.
Veterano
# dez/12
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Parabéns Lelo Mig, excelente post!
Já sei o básico de sonorização, mas sempre me perco na hora de equalizar direito, a ponto de não ter mais problemas com microfonia. Quando vejo um equalizador de 10~12 bandas me dá vontade de morrer, não sei o que abaixar/subir, e quando eu altero qualquer coisa acabo matando o timbre de algum dos instrumentos.
Poderia fazer uma aula de como flatar o sistema de PA e matar a microfonia corretamente?

Marlito
Veterano
# dez/12
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me ajudem

http://www.youtube.com/watch?v=soc9kM-m9Tk&feature=youtu.be

Lelo Mig
Membro
# dez/12
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Jonas F. L.

Não existe uma regra. Cada um têm uma forma de lidar com microfonia/equalização, contudo, separe as duas coisas e pense o seguinte:

"Se a equalização ideal produz microfonia, os microfones/speakers/retornos estão mal posicionados".

Microfonia básica é mal posicionamento ou excesso de ganho.

Como disse, não existe regra, mas eu costumo fazer da seguinte maneira:

1- Volume mesa fechado, ganho fechado.
2- Graves, Médios, Agudos (Mid Graves e Mid Médios, quando a mesa possui) todos em 50% (meio dia)
3- Posiciono microfones.
4- Ganho em meio dia, abrindo volume de microfone por microfone testando cada um deles (apenas o volume). Calibrando Volume/Ganho.
5- Ocorrendo microfonia, reavalie as posições e calibragem Ganho/Volume.
6- Uma vez microfonado e com todos os volumes no ideal, sem microfonias, aí sim parto para equalizar.
7- Microfone por microfone, o que falta? Grave? Médio? Agudo?, o que sobra?

Resumindo, em teoria, a equalização serve para deixar o som com a gama de graves/médios/agudos desejado e não para corrigir microfonias.

Marthin87
Veterano
# dez/12
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Lelo Mig
Não tem audiência? Gostei da ordem para arrumar os mic.

eduardodff
Veterano
# fev/13
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Tudo que eu queria!!!
Excelente Lelomig

Felippe Rosa
Veterano
# fev/13
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Lelo Mig
Queria te perguntar sobre um "problema" que venho enfrentando toda vez que toco em palcos/ com um som maior próximo do que você descreveu ao longo das 5 partes dessa saga.
Toda vez que eu vou tocar em um lugar assim, ou me fazem ligar a pedaleira na mesa (muitas vezes sem direct box) e usam um amplificador de guitarra como "retorno" para mim.
Quase sempre o som que me chega pelos monitores ou mesmo o que eu escuto pelas line arrays é totalmente zuado e bastante diferente do que eu equalizo na pedaleira, quando não é isso, já me inventaram de ligar o amplificador na mesa pela saída de falantes, não sei se é o correto, mas o som saiu horrível, abelhudo, magro. Nesse dia eu estava usando um GDI emprestado, o som do cubo era bom, deu pra timbrar legal mas fora disso foi um pavor.
O que você pode me aconselhar para ter um bom som com o que já tenho e quando toco com um equipamento "maior" de som ?
Abçs

Lelo Mig
Membro
# fev/13 · Editado por: Lelo Mig
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Felippe Rosa

Vamos por partes, separando cada situação, para ficar claro prá você, alguns problemas comuns.

1- Primeiro, leve em consideração SEMPRE, que monitorar é difícil. Mesmo em shows profissionais, é comum você observar algum músico fazendo sinais para o pessoal da mesa sinalizando que algo não esta legal. Então o som do retorno dificilmente será como o do P.A, a função dele é se fazer ouvir e a banda, e você tem que confiar que para o público o som esta bom.

2- Quando se usa ampli no palco, basicamente é por dois motivos. Servir de retorno e reproduzir o som que o músico deseja. Igualzinho ao que você ouve saindo do ampli, só sairá no P.A se o ampli for microfonado.

3- Se consegue muito bons resultados com a guitarra em linha, seja pelo line out do ampli ou direto da pedaleira, só que você nunca saberá com certeza se o que você ouve no retorno esta igual ao que o público ouve no P.A, então, vai de novo a confiança no técnico.

4- As Line Arrays não têm função de retorno e a sua posição no palco geralmente não é a ideal para ouvi-las, então, a menos que o som esteja uma droga mesmo, desconsidere-as.

5- Independente de ampli no palco, mesmo microfonado, é comum ouvir a guitarra nos monitores, é prá isso que eles estão lá. Num palco grande, ouvir o som direto do ampli da guitarra, para o baixista, baterista e etc, não fica muito bom.

Resumindo, regule sua pedaleira e tudo mais pelo som que você ouve no seu ampli, essa é a função do músico. Fazer com que o som que chegue ao público seja igual ou muito perto do que você equalizou e ouve em seu ampli, é função do técnico.

E é justamente aí que se separa os bons do ruins, tanto técnicos, como equipamentos.

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