Ken Himura Veterano |
# nov/12
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Acho triste depender de inspiração, o trabalho como compositor (principalmente pra multimídia) não permite que você seja dependente só da inspiração. Se ela faltar, você para de produzir a obra? E os prazos apertados de entrega? Pra filme, por exemplo, é por volta de 50/60 entradas (cues) em 2 ou 3 meses. E aí? Se não entregar, o prazo estoura, os produtores piram e nego te cobra multa diária...
Aí entra a capacidade musical e criativa do cidadão, e o ofício do compositor.
E essa dica do colega Lelo Mig é essencial. Anote, grave, registre de qualquer maneira uma ideia. NUNCA DESCARTE IDEIAS, elas sempre são válidas pra alguma coisa, deixe sempre guardado.
Aprenda e domine as técnicas de variação, aplique várias transformações na ideia. Harmonize de n formas diferentes, pelo menos umas 3 vezes. Orquestre em diferentes combinações, diferentes timbres. Experimente texturas diferentes (heterofonia, homofonia, coral, polifônico/contraponto pleno etc etc).
Depois de fazer isso tudo, você terá tanto material em mãos que a música "se monta" quase que sozinha.
Por isso que aprender teoria é importante pro músico, é assim que se aplica na prática. Componha pelo menos uns 20 temas curtos por semana (com poucos motivos cada) que com o passar do tempo, você será um melodista de primeira. Estude harmonia acústica*, sonorização, mixagem, música com computador etc. Isto tudo vai ajudar também.
É por aí, galera.
* - teoria criada pelo Hindemith, pra lidar com tensões, prestando atenção em princípios acústicos do som e não apenas em regras fixas.
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