Cabeça De Balde Veterano |
# ago/06
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Samba-Rock
O legado de Ben Jor para o pop
"Quando eu inventei essa batida, chamava de sacundin sacunden, depois, na época da jovem guarda, virou jovem samba, e, mais tarde, sambalanço", disse certa vez Jorge Ben Jor, ao explicar as origens daquilo que ficaria conhecido, a partir dos anos 70, como suíngue ou samba-rock (termo que, aliás, ele não endossa). O fato é que, inspirados por sua batida peculiaríssima, uma série de artistas passou a adaptar o samba, que era tradicionalmente tocado em compasso binário (2/4), ao compasso quaternário (4/4) do rock e da soul music. Ao mesmo tempo, eles se apropriaram dos instrumentos elétricos das bandas da jovem guarda para tocar o velho balanço em novo estilo. Jorge Ben Jor, novamente, teve a primazia nesse campo, fazendo-se acompanhar dos Fevers em seu disco de 1967, O Bidu – Silêncio no Brooklin.
De quebra, ainda forneceu repertório para as bandas de rock que se aventuraram pelo samba, como é o caso dos Mutantes (em A Minha Menina, no seu disco de estréia) e os Incríveis (em Vendedor de Bananas). Ainda no fim dos anos 60 outros exemplos de como o samba poderia caber na moldura rítmica do rock-soul: a Pilatragem de Carlos Imperial e Wilson Simonal (que fez de País Tropical, de Jorge Ben Jor, um de seus cavalos de batalha) e a farra orquestral do maestro Erlon Chaves (que concorreu em 1970, no V Festival Internacional da Canção, da Rede Globo, cantando Eu Quero Mocotó, também de Jorge, acompanhado por sua Banda Veneno).
Nos anos 70, a voz potente de Tim Maia popularizaria o samba-soul, emplacando dois sucessos nesse estilo: Réu Confesso e Gostava Tanto de Você. Jorge Ben Jor teve uma queda para o funk a partir do disco A Banda do Zé Pretinho (1978), mas artistas por ele diretamente influenciados seguiram a sua orientação anterior, com muito sucesso em bailes do subúrbio carioca. É o caso de Bebeto (O Negócio é Você Menina, Flamengo) e de Serginho Meriti. Em São Paulo, os bailes de periferia também ferviam ao som do samba-rock-suíngue, de nomes como o Trio Mocotó (que originalmente acompanhava Jorge Ben Jor), Copa 7, Luiz Vagner (que foi do grupo de jovem guarda Os Brasas, homenageado por Ben Jor com a música Luiz Vagner Guitarreiro), Branca Di Neve (falecido em 1989), Carlos Dafé, Dhema, Franco (também ex-Os Brasas), Abílio Manoel e Hélio Matheus.
Reconexão
Revelada no começo dos anos 80, a diva do soul brasileiro, Sandra de Sá, teve um flerte com a cena do suíngue com as músicas Olhos Coloridos e Enredo do Meu Samba (de Jorge Aragão e Dona Ivone Lara, que por sinal teria um sucesso de samba-rock em dueto com Jorge Ben Jor, Sorriso Negro, de Adilson Barbado e Jorge Portela). Restrito aos bailes, o samba-rock pouco avançou em termos de reconhecimento nos anos 80, exceto pela reconexão de samba e rock ensaiada pelo roqueiro Lobão em sua parceria com o sambista Ivo Meirelles (que, mais tarde, daria origem ao projeto Funk'n'Lata de Ivo) e pela homenagem feita por Lulu Santos no disco Popsambalanço e Outras Levadas, de 1989.
No fim dos anos 80, o circuito paulistano do samba se encarregaria de recauchutar a idéia sambalanço em um formato mais pop. Instrumentos eletrônicos de um lado, os velhos cavaquinhos, surdo, pandeiro e tantan de outro, surgiam nomes de grande sucesso como Raça Negra, Eliana de Lima e Negritude Júnior. Inicialmente voltados para um diluição das raízes do samba em música pop de gosto duvidoso, esses artistas acabaram por dar origem a um termo pejorativo, o pagode paulistano, também conhecido como samba mauriçola (por causa da insistência dos integrantes dos grupos em usar blasers, calças sociais e cordões de ouro).
Alguns deles, porém, chegaram a retomar as referências do samba-rock, como é o caso do Art Popular (na música Agamamou) e o Molejo ( Samba Rock do Molejão). Na periferia de São Paulo, ao longo dos anos 90, os bailes continuavam tocando as velhas músicas, que apareciam aqui e ali em coletâneas piratas vendidas em lojas do centro da cidade. Enquanto isso, uma banda da periferia recriava o samba-rock, com fartas e equilibradas doses dos dois ingredientes: os Virgulóides, que estouraram em 1997 com a música Bagulho no Bumba, um poderoso cruzamento de guitarras, cavaquinho e batuques.
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Luigi LeBeau Veterano |
# ago/06 · Editado por: Luigi LeBeau
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jorge ben jor, sergio mendez, seu jorge, joão donato (esse é um monstro), simonal (genial), ed motta (algumas coisas, mas eh mais pro soul, tipo tim maia), art popular (só o ultimo CD, muito bom, por sinal), simoninha, um poko do max de castro, claudio zoli (uma coisa ou outra) e opor ai vai...
marcelo d2 ja eh mais samba com hip hop neh...
abraços!
ah! e sim, eu curto pra kct!!
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