Música Erudita Contemporânea

Autor Mensagem
pianoid
Veterano
# set/15
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Só o Prelúdio dela vale mais que a maioria esmagadora das centenas de concertos do Vivaldi juntos!

Vivaldi só escreveu realmente um concerto e esse esmaga esse prelúdio chatão kkkkk

você é daqueles que acham que para eu rebater a tese de que fadas levam uma vida sexual feliz eu deveria ler todos os tomos escritos sobre o assunto por druidas medievais? De Tristão e Isolda só ouvi um prelúdio até hoje e hoje fui tentar tirar esse atraso e me decepcionei, Wagner mandou bem melhor no começo de carreira. Do Schoenberg ouvi Pierrot Lunaire, uma sinfonia de câmera tonal e algumas outras coisas. Ouvi o suficiente pra saber que é uma porcaria. Posso dizer o mesmo de Ligeti e outros, não vou ficar me afundando numa coisa que penso carecer de propósito ou valor...

makumbator
Moderador
# set/15 · Editado por: makumbator
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pianoid
Vivaldi só escreveu realmente um concerto e esse esmaga esse prelúdio chatão kkkkk

Sem chance! Sem contar que pelo menos o Wagner foi mais sintético colocando logo tudo em uma obra. Melhor que gastar papel repetindo as mesmas coisas centenas de vezes, não é? E concertos esses que aliás tem poucos acordes (pra ficar em um ponto que você adora).

você é daqueles que acham que para eu rebater a tese de que fadas levam uma vida sexual feliz eu deveria ler todos os tomos escritos sobre o assunto por druidas medievais?

Claro! Uma vez que seria uma forma importante de saber as alegadas práticas sexuais dessas entidades, pelo menos sob a ótica medieval.

Bruno Y
Veterano
# set/15 · Editado por: Bruno Y
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O ser humano geralmente odeia aquilo que não consegue compreender. Sempre que há uma inovação radical, VAI haver um movimento contrário da parte de quem não compreende essa inovação.

Quando Beethoven publicou a Grande Fuga (Große Fuge), a maioria esmagadora odiou, por ser cheia de deliberações que iam contra os padrões da música da época, tanto é que tiveram que o convencer a publicar ela como uma obra separada por questões comerciais, o que ia contra o que Beethoven havia planejado, que era a fuga como o último movimento do quarteto no. 13 op 130. A fuga recebeu muitas críticas negativas, e chegaram até a dizer que era incompreensível, como chinês. Hoje em dia muitos sabem que não é bem por aí.

Pode-se dizer que o mesmo aconteceu com A Sagração De Primavera de Stravinsky e as peças "atonais" de Schoenberg e seus seguidores.

pianoid
Veterano
# set/15 · Editado por: pianoid
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a diferença é que a grosse fugue faz sentido e é extraordinária

eu até gosto da Sagração. John Williams se inspirou num trecho para criar seu famoso ostinato em Tubarão

Ken Himura
Veterano
# set/15
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Insufferable Bear
mas hoje em dia qual é a moral do serialismo se é tão livre? não é um problema quando não se percebe a intenção na música?
Não, problema nenhum. As correntes hoje são fluídas, acabam misturando aspectos de várias linhas seguindo a estética pessoal. Serialismo acabou virando um conjunto de ferramentas na caixa de ferramentas do compositor contemporâneo.

pianoid
Papa Schoenberg não vai gostar de ter outros dos 12 tons sendo usados mais livremente...
Schoenberg nunca falou isso. Isso inferiram a partir de análises da sua obra. Pra variar, você não tem a menor ideia do que tá falando, tá só soltando seus preconceitos aí.

desnecessário dizer que é música matemática, já que sua limitação ordenada torna impossível a um músico improvisar em cima de séries
Tem certeza?

https://digital.library.adelaide.edu.au/dspace/handle/2440/49474

a diferença é que a grosse fugue faz sentido e é extraordinária
Se alguma obra não faz sentido pra você, o problema está em você e não na obra.

makumbator
Moderador
# set/15
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Ken Himura

deixa pra lá Rodrigo...

Ken Himura
Veterano
# set/15
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makumbator
Eu tento, mas a mão da discussão na internet chega a tremer! Hauhauhauah

Ken Himura
Veterano
# out/15
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Sapopemba
Veterano
# out/15
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Sapopemba
Prezado Ken, você poderia recomendar alguns livros de harmonia, tanto tradicional quanto funcional?

Claro! Mas seria legal se você pudesse ler em inglês, porque o melhor material ainda não está (bem) traduzido em Português.
(...).


Ken, muitíssimo obrigado pelas valiosas indicações. Na medida do possível, procurarei conhecer essas obras. Vou começar pelo Kostka. Abraços

Ken Himura
Veterano
# out/15
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Sapopemba
Sempre às ordens! :)

Qualquer dúvida, só perguntar aí!

pianoid
Veterano
# out/15
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Type: Thesis
School/Discipline: Elder Conservatorium of Music


mais um acadêmico ensandecido pela falta de público tentando provar sua própria interpretação de serialismo. Parece mesmo religião, e cada igreja com sua interpretação. depois a culpa é do público rs

nichendrix
Veterano
# out/15
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pianoid
Só botando lenha na fogueira...kkkkk
Música é um exercício de matemática, como quase tudo no universo, em especial dá pra reduzir quase tudo em música a identificação de padrões e análise combinatória. Embora dê pra aplicar várias outras áreas, como álgebra, teoria dos conjuntos, análise real, etc. mesmo áreas que teoricamente teriam pouca relação, como topologia, hoje em dia tem aplicações em música e análise musical.

Um dos motivos pela qual vertentes mais complicadas da música como serialismo e afins, soar tão alienigena pra maioria dos seres humanos, é porque os padrões são mais difíceis de identificar porque a complexidade combinatória das opções é muito maior. Quando você não consegue identificar um padrão, você começa a achar que é só uma cacofonia sonora.

O mesmo acontece com a pintura, a pintura figurativa é muito fácil de entender, o abstrato vai ficando cada vez mais complicado encontrar os padrões, no seu extremo a impressão, muitas vezes é que é tudo aleatório, quando na verdade não é.

Se for ver bem até em artes mais "difíceis" de analisar como a literatura isso acontece. Nos ultimos anos algumas descobertas tanto de textos, quanto de pinturas, quanto de partituras foram facilmente confirmadas como sendo de um determinado autor por meio de algoritmos de identificação de padrão. Já que cada músico, pintor ou escritos, desenvolve ao longo da vida alguns padrões que são únicos e característicos.

pianoid
Veterano
# out/15 · Editado por: pianoid
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já há padrões bastante no ruído do cotidiano para eu querer música a la Pollock

e pode-se achar padrões em qualquer lugar, como o rosto de Jesus nos lugares mais improváveis. Não quer dizer que uma interpretação pessoal para um fenômeno ao acaso tenha sido gerada com um propósito em mente

atonalismo é rejeitado por ser barulho em busca de um propósito e serialismo por ser música feita por equações para uma platéia de robôs. Em ambos os casos, não é arte humana


confio nesses algoritmos de identificação estilística para meus biógrafos do futuro me encontrarem aos pedaços por aí kkkk

nichendrix
Veterano
# out/15
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pianoid
O fato de que padrões podem ser complexos e até pseudo-aleatórios os suficiente para ser de difícil compreensão e de alguns padrões serem mais agradáveis que outros não faz com que exista uma relação menor entre a área de identificação de padrões em matemática e a música. Pelo contrário, até explica porque você não gosta de música atonal, teoricamente música atonal seria um sistema determinístico com tendências caóticas (que em matemática quer dizer algo diferente da linguagem comum). Esses sistemas são de difícil previsibilidade, também tem padrões difíceis de identificar, portanto uma interpretação mais filosófica poderia assumir que são menos agradáveis de ouvir do que padrões mais previsíveis.

E realmente se pensar na arte do ponto de vista matemático, não é arte humana, já que a matemática entre outras coisas, serve pra explicar a beleza do universo inteiro, não só do que é humano.

Ken Himura
Veterano
# out/15
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atonalismo é rejeitado por ser barulho em busca de um propósito e serialismo por ser música feita por equações para uma platéia de robôs. Em ambos os casos, não é arte humana

Só faltou falar quem rejeita, além de você. Se fosse assim, não seria parte fundamental da trilha de Hollywood atualmente, praticamente não existem mais melodias nem harmonia tonal tradicional de 15 anos pra cá. Mas...

--//--
A propósito, acabou no domingo passado (18/10) a Bienal de Música Brasileira Contemporânea, organizada pela FUNARTE, sucesso de público em todos os concertos. Todos eram pagos. Parece que o público que o pianoid cita não é assim tão majoritário.

pianoid
Veterano
# out/15 · Editado por: pianoid
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Ken Himura
parte fundamental da trilha de Hollywood atualmente, praticamente não existem mais melodias nem harmonia tonal tradicional de 15 anos pra cá

kkkk, segura esse delírio, amigo

mas realmente trilha sonora parou de ser música e virou pano musical de fundo, serve qualquer coisa, principalmente se soar épica ou assustadora o suficiente para marcar momentos... o que importa é ser tão marcante quanto as explosões


FUNARTE, sucesso de público em todos os concertos

se tem público até pra funk, esse barulhinho para esquerdinhas pseudo-cult é fichinha

alguns vídeos do youtube postados por aqui tem comentários de gente sensata além de mim que vê a enganação e compadrio nesse meio atonal... rs

makumbator
Moderador
# out/15
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pianoid
virou pano musical de fundo, serve qualquer coisa, principalmente se soar épica ou assustadora o suficiente para marcar momentos...

Ué, mas em trilha sonora a música é pra isso mesmo, servir à obra, provocar sensações e efeitos específicos de acordo com a necessidade. Antes de ser artística ela precisa ser útil no contexto. Se funcionar para o que foi pensada é uma boa trilha. Pode até ser música que funcione fora da obra maior a que ela serve, mas o objetivo primordial é atender e completar a obra maior (seja cinema, teatro, comercial, etc...)

Aqui uma peça que gosto bastante (e serve totalmente na sua função):

https://www.youtube.com/watch?v=avas-u4od6w

Insufferable Bear
Membro
# out/15
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se tem público até pra funk, esse barulhinho para esquerdinhas pseudo-cult é fichinha
peraí, ele só comentou o público porque você disse que a música contemporânea é rejeitada, só que não, ela tem público
mas ser aceito por esse público não significa nada porque o público ouve música contemporânea? não vê a circularidade aí?

e aí chegamos no ponto: ela é rejeitada por quem? e quem deve aceitá-la para ser considerada arte humana?

Ken Himura
Veterano
# out/15
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Argumento decente que é bom não tem né... como sempre, um troll. Voltando à ignore list.

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