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hesane Veterano |
# ago/05
TECLADISTA PERFORMISTA.
Eu explico:
Há por aí muita gente que não se deu conta da existência desse tipo de tecladista ou músico.
Eu acabei de ouvir (infelizmente) uma “interpretação”, se é que se possa chamar assim, da música Autumn Leaves, executada por um músico famoso e altamente conceituado.
Dessa música só restaram na verdade alguns fragmentos melódicos e harmônicos.
Isso me faz lembrar, e por analogia comparar, os músicos que tocam dessa maneira (performista) com aqueles caras que ganham a vida fazendo exibição em praça pública.
Tem uns que fazem “embaixadinha” com tudo. Os caras usam bolas de todos os tamanhos e tipos; de meia; de papel, fazem com limão, usam o cassete a quatro.
Bem... Eu digo isso porque esses craques da bola muito se assemelham a certos tipos de músicos.
Esses músicos, a que me refiro, tem o seguinte perfil:
Extraordinária técnica e agilidade; profundo conhecimento de escalas e modos e grande poder de improvisação. Ou seja: Tem tudo que o que se poça desejar de um verdadeiro músico.
PORÉM... Porém... São levados, talvez pela vaidade de possuir tamanha “bagagem”, a executar músicas como a que acabei de ouvir, de maneira quase irreconhecível.
Terminam assim sendo como aqueles caras, que se apresentam em praça pública fazendo “embaixadinha” com limão.
Usam a extrema e invejável técnica que possuem num ritual de adulteração da obra musical, para, num show de exibicionismo, demonstrar toda a sua performance.
Aí... A música executada e toda a sua estrutura original fica adulterada e muitas vezes “irreconhecível”.
Sei que existe muita gente que realmente gosta e se identifica com essa linha ou tendência musical.
Outros até fingem e dizem gostar, para não parecer “por fora”.
Aliás, é assim que muitas vezes na vida a gente acaba embarcando em coisas que não deveria; para não contrariar opiniões, tendências, para não ser contrário.
Eu gostaria aqui de colher a opinião de vocês sobre o assunto.
É válido um músico “deformar”, “distorcer”, músicas consagradas?
Veja bem! Não estou falando de re-harmonização, que considero muito válida.
Ou ele deveria criar sua própria música ou tema musical para poder “viajar” no teclado da maneira que bem quisesse.
A opinião de vocês será de grande importância para expor a visão de cada um de nós sobre essa matéria.
Desde já muito obrigado,
Hesane.
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teuabreu Veterano |
# ago/05
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Emerson, Lake & Pallmer faziam demais isso, sei la velho aqula coisa de subir no piano, quebra-lo, é mais show mesmo, macacada, as vezes é legal!
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Durval Dellê Veterano |
# ago/05
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o Dream Theater quando ficou sabendo que estavam fazendo cover de uma música deles, eles tocaram a mesma ao contrário, isso tb é exibicionismo.
Mas eu particularmente, dou mais valor ao músico que não só toca, mas também cria.
Porque será que um exibicionista que faz embaixada com o limão não joga futebol profissionalmente??? acho q ele queria ser e não conseguiu :D
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hesane Veterano |
# ago/05
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Teuabreu
Mas eu aqui não me refiro a isso, quebrar instrumentos, como fazem também alguns guitarristas. Refiro-me ao músico “deturpar”, a música no que diz respeito a sua originalidade com o intuito de exibir o seu virtuosismo.
Por isso fiz aquela comparação com os caras que se apresentam em praça pública jogando bola com limão, uva, azeitona e etc.
Eles fazem miséria na embaixadinha; jogam pra cabeça, pro joelho, pro alto, aparam na nuca, e daí???
Os caras são craques, mas depois que você vê aquela exibição por duas vezes, já passa batido. Não interessa mais.
Se eles estivessem realmente jogando futebol e empregando toda aquela habilidade e técnica, todo aquele controle de bola durante uma partida, eu ia querer assistir todas elas. Aí sim, a habilidade com a bola teria sentido de ser.
Dessa mesma forma eu vejo em relação à música, entende?!
Por isso pergunto: É válido um músico “deformar”, “distorcer” músicas consagradas?
Ou ele deveria criar sua própria música ou tema musical para poder “viajar” no teclado da maneira que bem quisesse.
Mesmo assim, valeu a sua opinião.
Obrigado.
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Durval Dellê Veterano |
# ago/05
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Sabe pq vc não passa batido e não dá mais importancia, pq não tem sentimento naquilo q vc está vendo ou ouvindo, aquilo não diz nada, apenas é uma "performance" e não uma expressão, um sentimento.
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SaintFerio Veterano |
# ago/05
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Eu acho legal vc fazer a versão de uma música que gosta... Não estragar como muitos fazem...
Exemplo? Ouçam o Proprio Dream Theater tocando Perfect Strangers do Deep Purple eu achei legal... Quer outro exemplo? Conhece a música ME CHAMA do Lobão? Baixe a versão que o Biquini Cavadão fez dela... Aliás o Biquini fez várias versões de músicas de bandas consagradas, Camila, do Nenhum de Nós, Carta aos Missionários do Uns E Outros e várias outras... Eu achei legal... Quando vc coloca seu estilo dentro da música e não estraga, tudo bem, o ruim é quando vc faz tanta coisa ou não faz nada, e a música nem parece ser a mesma... Aí é foda...
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fernando tecladista Veterano |
# ago/05
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teuabreu pra completar, tenho um video do ELP que já comentei aqui onde o piano gira 360º varias vezes tem um eixo no meio do piano onde o proprio é erguido e depois começa os giros e o emerson fica preso ao banco e os dois presos ao piano, ele tem tb um hammod só pra detornar todo reforçado que o cara joga no canto da plateia, vai lá pra baixo e toca ao contrario no hammond
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em outro estilo, tem o pedrinho mattar que floreia demais no piano, uns 10 anos atras era até meio chato de ouvir o cara tocar pq vc tb não encontrava mais a melodia, hoje o cara parece que deu uma maneirada e tambem deu uma boa melhorada em dinamica, consegue-se ouvir a melodia mais forte e os floreios mais suaves, dá pra separar melhor na hora de ouvir
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outra vez assisti uma apresentação do hermeto pascoal e parecia que o cara não estava a fim de tocar, que o cara é um grande genio eu concordo, que sua criatividade está acima de qualquer limite eu concordo,... etc e etc..., mas naquele dia quando começou a dar socos pelo teclado e balaçar um dx7 no suporte, o percursionista batendo que nem doido em uma colher de pedreiro, o saxofonista imitando bezerro e bode no sax, achei que forçou a barra, pq pra dar soco no teclado e solo em colher de pedreiro até meu vizinho de 4 anos faz e não cobra o olho da cara no ingresso
em tenho tb um video de jazz onde tem um cara que começa a tocar normal e depois no improviso começa com os cotovelos e com os pés no piano
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fernando tecladista Veterano |
# ago/05
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como só dei exemplos acima, vou deixar uma opnião que percebi tocando por ai, e tambem já vi outros musicos conhecidos meus que fazem +/- igual
acho que se deve ter um limite, mas ai vem a pergunta, qual seria o limite, teria um limite entre super criatividade e ridiculo, o que seria super valorizado em um lugar, em outro vc esta somente dando uma de bobo
esse limite os musicos que eu conheço controlam de acordo com o publico no local da apresentação, já vi varios dizerem:
(em lugares onde a bebida e o rala coxa é importante)
- o legal de tocar no bar XXX é que vc pode improvisar bastante
- xí la na casa YYY o publico é mais simples não da pra ficar solando o tempo todo (mas mesmo assim os caras forçam um pouco a barra, geralmente até alguem ficar com com cara de azedo)
mas se é um lugar onde vc é a atração principal, acho que da pra abusar e impor o seu estilo e não ser apenas mais um na multidão
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hesane Veterano |
# ago/05
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Fernando,
Você lembrou bem: "em outro estilo, tem o Pedrinho Mattar que floreia demais no piano"
É isso aí! Eu quando vejo o Pedrinho Mattar, após cada acorde, fazer aqueles infindáveis arpejos até a última nota do teclado, eu tenho vontade de mandar serrar o piano ao meio só para ver o puto se estabacar.
Vai fazer arpejos assim na PqP.
Esse foi um bom exemplo.
O cara tem uma técnica e desenvoltura invejável. Mas pra quê ???
Pra fazer presepada o tempo todo?
Aí eu prefiro ouvir grupo de Peruanos tocando “El Condor Pasa” em flauta de bambu pra ganhar dinheiro na praça. É muito mais original.
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Cleber Vaz Veterano |
# ago/05
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hesane,
Certa vez eu li uma entrvista do Jon lennon na qual ele baixou o pau nos direitos autorais e disse que a música era pra ser de domínio público pois uma vez que foi ouvida passa a fazer parte da vida de quem ouve, eu concordo, se uma música faz parte da minha vida, faz parte de mim, então eu não vejo problema em toca-la do jeito que eu quiser, sem nenhuma obrigação de manter coisa alguma no lugar, é simplesmente tocar livremente, apenas sentindo o que a música original sugere e aproveitar essa sugestão para deixar rolar, afinal de contas se alguem "distorcer" uma música, apenas na performance do músico ela ficou "distorcida" mas a música original esta intacta.
Um abraço!
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