Alvaro Henrique Veterano |
# mar/09 · Editado por: Alvaro Henrique
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Gente, não sei em que mundo vocês vivem, mas vocês estão partindo de um pressuposto que não vejo na minha vida. Alguns estão pensando que a desistência no violão clássico é maior. A maioria, gente que nunca estudou nem tem interesse em estudar clássico.
Reconheço que o número de pessoas que busca aulas de violão erudito é menor, mas como a maior parte desse grupo sabe exatamente do que se trata, dos esforços, do repertório, etc., não vejo uma taxa de desistência alta.
Pelo contrário, quando trabalhei numa escola de bairro dando aulas de violão erudito, teve um momento (maio, se não me engano) que foi preciso fazer uma reunião com todos os professores pra tratar exatamente da questão do nível de desistência. Na época, só o professor de bateria e eu mantivemos todos os alunos desde o começo do ano, enquanto no violão popular os outros dois professores estavam com volta de 20%.
Essa é minha experiência de vida, e só posso falar dela, já que não existe qualquer estudo ou pesquisa que determine qual é a percentagem de desistência de alunos de música, muito menos descriminado por instrumento.
Sem dúvida em qualquer área do ensino musical vamos encontrar diversos professores mal preparados. Mas acredito que, se vamos avaliar uma área genericamente, a gente precisa ter como referência a média do que se faz, não o pior de uma área. O ensino do violão erudito no Brasil têm evoluído a um nível sem igual nos últimos 20 anos. A criação de cursos superiores de música tem contribuído bastante, e a tendência é melhorar já que os jovens que agora estão entrando no mercado são uma geração que seu primeiro professor já tinha curso superior de música, e puderam ter uma boa educação desde o primeiro dia de aula.
Coisa similar vejo em Brasília no pessoal que trabalha com choro. Com a criação da escola de choro, essa galerinha que teve sua primeira aula com gente como Hamilton de Holanda ou Rogério Caetano não está de brincadeira.
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