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rcorts Veterano |
# abr/15
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Kallau
Seguindo esse raciocínio, uma exceção disso seria Proud Mary do Creedence, certo? Pois ela começa em C | A | C | A | C | A | G | F (esse A | G | F sendo um cromatismo, to certo?), dai então vai pra D, que é quando você "sente" que a música/verso começou de acordo, certo?
Um, de cara esse é um exemplo mais difícil de ser analisado. Cromatismo não é, porque cromatismo diz respeito a deslocamento por semitons vizinhos.
Se pensar nessa progressão como no tom de Dó faria sentido até o ponto em que C F e G compõem o I IV V de Dó. Porém esse Lá maior não é tão óbvio assim, pois o VI do tom de Dó é um VIm.
Se depois desse Lá tivesse um Dm eu diria que era dominante secundário, mas não é o caso. O que me faria pensar nesse Lá como um acorde de empréstimo modal, se a progressão fosse apenas isso. Mesmo assim ainda não seria uma explicação totalmente satisfatória, pois não consigo pensar de cabeça agora em nenhum modo no qual A e C estariam juntos naturalmente. Confesso que essa é uma música que sempre me incomodou harmonicamente, pois ela foge bem aos "padrões". Um outro exemplo que ainda me gera confusão até hoje é Gimme Shelter dos Rolling Stones.
Pela progressão dos acordes da música D A e Bm, e pelo fato do D ser o acorde que inicia e finaliza a música o tom da música é mesmo Ré maior.
Mas se for para analisar apenas a introdução não dá para se falar em tonalidade. Até porque soa diferente da música tonal como conhecemos (maior ou menor). Uma explicação um pouco lógica seria a seguinte: todos os acordes da introdução se encaixam de alguma forma nos campos harmônicos de Ré menor natural ou na Ré menor melódica. C e F se encaixam respectivamente como VII e e III graus do CH de Ré menor natural. Já os acordes G e A se encaixam respectivamente como IV e V graus de Ré menor melódica. Então eu arriscaria a dizer que é uma progressão modulante entre os Campos Harmônicos de Ré menor natural e Ré menor melódico.
Só um detalhe importante: não é porque não se enquadra perfeitamente na teoria que conhecemos que esteja errado. E além das escalas que estamos habituados existe muita coisa na música de todo o planeta, principalmente quando se pensa em escalas exóticas (principalmente orientais).
Por isso o importante é fazer sentido antes de mais nada para o ouvido. De resto, a teoria só serve para explicar o que funciona aos ouvidos.
Kallau
Como o Jube falou, em geral o primeiro acorde de uma progressão é a tônica e dá o tom da música. Geralmente é o mesmo acorde que finaliza a música. Mas há casos (como o da sua progressão mesmo), em que a progressão se inicia em um acorde, mas os acordes não estão naquele mesmo campo harmônico. É o caso das músicas modais.
Uma dica básica para descobrir o campo harmônico é jogar na balança os acordes maiores que compõem o I IV V.
Se por exemplo você tiver uma progressão como:
| D | Bm | A | F#m | E |
A primeira impressão é de que estaria no tom de Ré maior certo? pelo menos é o que indicam os 4 primeiros acordes. Mas o acorde de E em Ré seria um Em e não um E. Já no tom de Lá maior se você prestar atenção no I IV V teria | A | D | E |. Neste caso você já consegue tirar a dúvida do tom.
Outro exemplo: | Am | D | C | G |
Os acordes de Am, C e G estão todos presentes no CH de Dó maior certo? porém, o acorde de Ré em Dó maior seria um Dm. Neste caso, se pegar o I IV V do tom de Sol teríamos um G | C | D |. Aí é possível tirar facilmente a dúvida sobre a tonalidade.
E quando a progressão não apresenta todos os acordes maiores do CH? neste caso deve-se apelar para os acordes menores para tirar a dúvida:
Ex.:
G | Am | Em | Bm | C |
Vejamos, todos os acordes presentes funcionam bem tanto sobre o CH de Dó maior (exceto o Bm), quanto sobre o de Sol maior. Então, qual o CH?
Bom, se pegar o campo harmônico de Dó teríamos um Bm7(b5) ou um Bº. O acorde de Bm (sem alterações, ou informações adicionais) é um acorde menor com a 5ª justa. Neste caso, já exclui a possibilidade de ser do CH de Dó maior, uma vez que a 5ª é diminuta tanto em Bm7(b5) quanto em Bº .
Por outro lado, no CH de Sol maior encontramos um Bm no III grau. Logo, esta progressão encaixa-se perfeitamente no tom de Sol maior.
Bom, estas estratégias funcionam para progressões mais simples. Quando o caldo vai engrossando (MPB, Samba, Jazz, Fusion, modais etc...), além destas informações, outras podem ser levadas em consideração em progressões mais complexas como:
a) possibilidade de acordes de empréstimo modal; b) dominantes secundários e subdominantes secundários; c) acordes de passagem (diminutos, aumentados, entre outros) d) ocorrência das menores alteradas (harmônica e melódica). e) progressões modais modulantes (por exemplo o Blues).
Aí é papo pra mais de ano.
Abç.
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Mr.Wisniewski Veterano |
# abr/15
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Pensando cá com meus botões surgiu uma dúvida: Existe escala relativa de modo grego? Por exemplo,a escala relativa maior de Ré Dórico.
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Mr.Wisniewski Veterano |
# abr/15
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(não sei se perguntei no tópico certo,peço perdçao qualquer coisa :P)
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LeandroP Moderador |
# abr/15
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Mr.Wisniewski
O modo relativo do:
jônio é o eólio dórico é o lídio frígio é o mixolídio e o lócrio... tadinho do lócrio :(
Mas o relativo pode não te dar a intenção modal que você procura.
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Juninho Stanner Membro Novato |
# abr/15
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Boa tarde pessoal,
Estou com uma dúvida, não sei se aqui é o lugar certo para perguntar isso, mas estou com uma dúvida em relação a tonalidade dessa sequência de acordes que são : G A A#
Por favor, em que tonalidade se encontra essa sequência ?
Desde já, Obrigado a todos!
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LeandroP Moderador |
# abr/15
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Juninho Stanner
Você está se referindo aos acordes ou às notas?
Se for as notas, observe que a diferença em número de tons entre elas é de 1 tom e 1 semitom, o que dá indícios de se tratar da escala de Sol menor. Em vez de escrever A# use o Bb, assim você não repete as notas e tem uma noção melhor da escala.
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Mr.Wisniewski Veterano |
# abr/15
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Então,pirando aqui: Relativo maior de C dórico ( Bb >C< D Eb F G A) é Eb lídio
Relativo menor de Db mixolídio ( Eb F Gb Ab Bb Cb> Db< Eb) é Bb Frígio
Relativo menor de Db jônio (Db Eb F Gb Ab Bb C Db) é Bb eólio.
Tá certo o pensamento?
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rcorts Veterano |
# abr/15
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Mr.Wisniewski
Não entendi sua preocupação quanto a isso. Se você tocar uma progressão em Frígio adequadamente e uma progressão em Mixolídio (também adequadamente, como o modo pede) terá sensações bem diferentes.
Não vejo em quê isso poderá te ajudar. Mais interessante seria compreender bem cada modo, assim você será capaz de libertar sua mente para aplicar as mesmas ideias sobre outras escalas, digamos, as pentatônicas por exemplo, e assim obter a sonoridade que você deseja nos seus arranjos e improvisos.
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Mr.Wisniewski Veterano |
# abr/15
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Realmente não é uma preocupação no quesito "tocar",é mais prova de faculdade mesmo haha Teoria pura.
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Juninho Stanner Membro Novato |
# abr/15 · Editado por: Juninho Stanner
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[/b]LeandroP[b]
Obrigado, é por que eu estou tentando improvisar em cima dessa base, porém não sei em qual escala! Sendo assim, é melhor improvisar em Gm mesmo ?
Obrigado, Boa tarde!
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LeandroP Moderador |
# abr/15
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Juninho Stanner
E todos os acordes são maiores?
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Juninho Stanner Membro Novato |
# abr/15
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LeandroP
Boa noite!
Na verdade, na base eles estão em Power Chords (creio que sejam maiores então) ,ou seja, G5 A5 A#5 .
Eu estou querendo solar em cima disso, porém não sei qual escala usar, e também não sei em qual tom se encontra essa progressão.
Obrigado, boa noite!
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LeandroP Moderador |
# abr/15
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Juninho Stanner
Se são powerchords o meio de saber se são maiores ou menores é pelo contexto harmônico. No caso o A# fica melhor grafado como Bb, e então você tem de imediato a escala de Sol menor ou a relativa Si bemol maior. Mas você pode tocar Sol dórico e Si bemol lídio também. Faça uma leitura nos tópicos sobre formação de intervalos, formação de escalas, antes de estudar campo harmônico.
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kandrade1 Membro Novato |
# ago/15
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Aê galera preciso de dicas de um estudo mais pratico em relação a harmonia. Me viro bem quando as musicas tem acordes mais simples, consigo tirar algumas coisas legais, mas ta faltando um pouquinho mais de dificuldade. Já tentei alguns livros de harmonia, já to bem familiarizado com muita coisa, mas quando vai pra acordes que estão fora do campo, com dissonancias ou inversões, não entendo muito como encaixa-los.
Agradeço desde já!
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kandrade1 Membro Novato |
# ago/15
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Up
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LeandroP Moderador |
# ago/15
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kandrade1
Esses acordes que estão fora do campo podem ter origem (muitas vezes) no mesmo grau do campo harmônico paralelo. Ou seja, se você tem um campo harmônico maior e o acorde é estranho, verifique se no campo harmônico menor do mesmo tom não se encontra ele. Por exemplo, em músicas que estão em Dó maior e aparecem acordes Ab ou Fm. Estes acordes são do Campo harmônico de Dó menor. É muito comum este tipo de utilização.
Outros casos podem ser substitutos de dominantes ou dominantes disfarçados. Dê um exemplo de uma dificuldade sua para eu tentar te ajudar.
Abraço!
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kandrade1 Membro Novato |
# ago/15
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A minha dificuldade tá em tipo, uma musica com uma harmonia um pouco mais trabalhada, com notas mais complexas. Tipo assim tiro fácil uma musica que contenha as notas naturais, maiores e menores, quando tem acorde mais dificil, ai a parada entorta kkk Tiro muita coisa de reggae, que tem coisas mais faceis, quando entra uns acorde mais dificeis, n sai... Queria tipo uma dica de um estudo mais pratico, pq já tem tempo que leio varios materiais, mas não entra na cabeça. Por exemplo uma bossa nova, um jazz, mpb...
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LeandroP Moderador |
# ago/15
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kandrade1
O legal é você harmonizar uma escala, criar o campo harmônico, sem se restringir ao empilhamento T, 3, 5 e 7. Vá acrescentando terças no empilhamento e você terá uma visualização se aquele determinado acorde poderia ter uma 9a maior ou 9a menor. Se a 11a é justa ou aumentada, etc. É pelo empilhamento de terças que você enxerga as possíveis tensões disponíveis ao acorde, e utilizar conforme a conveniência.
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Denis Warren Veterano |
# ago/15
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kandrade1 Nosso ouvido reconhece o que estamos acostumados a escutar, tocar, estudar. Se você quer tirar músicas que contenham acordes mais complexos você terá que aprender ao menos algumas centenas desse tipo de música. Comece aprendendo usando cifras de livros como os songbooks do Almir Chediak, o Real Book de Jazz e semelhantes. Quando você se acostumar com os tipos de cadências harmônicas será muito mais fácil identificá-las durante uma música. E estude harmonia funcional!
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Parakletos Membro Novato |
# out/15
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Olá, é correto afirmar que a oitava nota do campo harmônico seja sempre com sétima? É uma regra firmada ou pode variar por pessoas? Ex. C Dm Em F G Am Bº C7 neste campo harmônico a oitava é com sétima. Pergunto: é uma regra ou variação?
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Filippo14 Veterano |
# out/15
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Parakletos
Cara, os acordes são sempre os mesmos 7, eles se repetem ao oitavar as notas. Um acorde de C pode ser feito na casa 3 da guitarra ou 15 mantendo o mesmo modelo
Toma cuidado para não confundir triades com tetrade.
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LeandroP Moderador |
# out/15
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Parakletos
Amigo, pergunte em apenas um tópico e aguarde pela resposta. Não poste a mesma pergunta em vários tópicos.
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