Quem inventou as "Cifras"?

Autor Mensagem
Lelo Mig
Membro
# mar/14 · Editado por: Lelo Mig
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makumbator
Ismah

João Sebastião Bach....."galego fera dos teclados"!...

Painho do Arrocha!

makumbator
Moderador
# mar/14
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Lelo Mig

João Sebastião Ribeiro & Ana Magdalena Ribeiro era uma dupla de arrocha que fazia muito sucesso na Alemanha do séc XVIII!

Ismah
Veterano
# mar/14
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makumbator

Fico imaginando isso...

Herold
Membro Novato
# mar/14
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A história é um pouco diferente.

Tudo indica que foi Guido d'Arezzo monge Italiano fez esta codificação por volta de 1.050.
Inicialmente usou as letras: (já o nome das notas surgiu num hino)
A= lá
B= si
C= dó (ut)
D= ré
E= mi
F= fá
G=sol
Que até hoje são usadas no Sistema Alemão e Inglês.
Depois mais tarde introduziu os nomes num hino a São João Batista. (não o contrário como se pensa).
Primeiro surgiram as letras depois o hino em Latim.
Como o hino é muito bonito e bem montado muitos pensam que é a origem do sistema, o que é um erro.
Temos portanto as letras e os nomes das notas. (não confundir).
Começou usando o sistema de cifras para dar um indicativo ao cantor por onde começar (as notas dos Neumas (sistema anterior) eram relativas, se a pessoa não conhece-se previamente a melodia não saberia se deveria subir ou descer ao passar de uma nota para outra).
E começou usando a Cifra Fá , ou letra "F" , colorida em vermelho que era colocada no início da linha para que o cantor não se esquecesse disso.
Já a letra "C" era colorida em amarela e também conforme o caso colocada no início da linha.
Isto foi o início das Claves, muito depois surgiu a clave de Sol.
O sistema de pauta de Guido tinha quatro linhas, e hoje temos 5 linhas.

Fonte: Fundamentos da Música 1
The Open University - Londres (1.977)
Traduzido para o português no Curso de Música do IUB - Instituto Universal Brasileiro (1.982)

Edit:
lendo o post do Lelo Mig que remonta aos Gregos é bem provável que a origem seja mais antiga ainda remontando aos princípios da civilização.
Os primeiros sistemas identificados (não quer dizer que sejam os mais antigos) foram obtidos em escavações no Egito.
Durante o período Romano Cristão, tanto os Cristão como os Muçulmanos destruíram as Bibliotecas das Civilizações antigas por considerá-las pagãs, infiéis e origem de heresias.
Tanto Cristãos como Muçulmanos se acusam mutuamente por esta destruição.
Assim a humanidade perdeu e muito.
Exemplos: Destruição da Biblioteca de Alexandria.
Destruição da Biblioteca de Pérgamo (origem do pergaminho em contraposição ao papiro) por Marco Antônio para saquear e levar livros antigos para agradar a amante Cleópatra de Alexandria, tudo por pura vaidade.
Muito destas antigas obras, consideradas perigosas e ocultas, sobreviveram e ficaram de posse de antigos mosteiros católicos.
Pode ser que Guido teve acesso a estes antigos manuscritos.


Excelente resposta!

Herold
Membro Novato
# mar/14
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Muito obrigado pessoal!

Adler3x3
Veterano
# mar/14 · Editado por: Adler3x3
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Makumbator
Ismah


Falando de Ribeiro, lembrei que o nome de Bach em alemão pode significar :
Ribeiro, Córrego, pequeno riacho.

E me veio uma ideia, ir para a serra do mar e encontrar um córrego cheio de pedras, com água rasa, e ficar lá por um bom tempo e gravar os sons da água fluindo no leito e nas pedras.
E depois tentar transformar o arquivo de audio em midi (já tenho uma boa experiência nisto e sei descartar os ruídos indesejáveis), e na sequência fazer os ajustes necessários e criar uma música ambiente, que vai combinar com o som do áudio da água (que vai ficar de pano de fundo)
E combinar com os sons isocrônicos que já sei fazer.
E afinar tudo com a afinação natural do córrego naquele momento, fazendo uma equivalência das frequências.
Experimentar em horas diferentes do dia, e em meses diferentes, ou até em datas especiais como o inicio da primavera por exemplo.
A música de Bach flui ...
Preciso urgentemente comprar um microfone portátil de qualidade.
E adaptar o mesmo processo para as ondas do mar, os ventos, chuva (em florestas, muros, cemitérios e mais...) e levar sinos de vento de ambiente (expondo-os ao vento natural do ambiente naqueles momentos) e fazer gravações a parte (com outro microfone, ou junto)
O que você acham?, indiquem se possível algumas dicas de como fazer melhor isto.
Todo este processo visa captar os motivos e a paz do ambiente natural, não poluído pela ação do homem, e assim a afinação vai ser a do ambiente em si.
Não é a toa e nem é mera coincidência que o grande mestre se chamava Bach.

Ismah
Veterano
# mar/14
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Adler3x3

Diabos, de onde vc tira tal ideia?! Uma sugestão é o C2, que é um p#$% condeser, e em a chave de -10dB que facilita captar uma fonte mais alta, e ignorar uma mais baixa, no seu exemplo, captar o riacho, e não o vento (sim ele capta o vento)

makumbator
Moderador
# mar/14
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Adler3x3

Você precisa daqueles microfones feitos para captar a natureza. Tem que ter proteção robusta contra o vento (a não ser que a natureza a ser gravada seja o próprio vento...hsahsahsa!).

Mas o mais prático mesmo é um gravador digital em stereo. Tenho um da Tascam muito bom, que serviria para projetos como esse.

Também tenho Minidisc recorder portátil, que tem microfone próprio e com o qual já gravei muito coisa por aí (de piano solo à concertos de orquestra).

Adler3x3
Veterano
# mar/14 · Editado por: Adler3x3
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Huum
Vou anotar as dicas.
Quanto ao Tascam me parece uma boa, e tem um que tem 4 microfones embutidos e dá para regular.
Eu já tentei usar o celular mais não fica bom, e quero som estéreo.

Ismah
Diabos, de onde vc tira tal ideia?!
Ficar um certo tempo num riacho é muito bom e inspirador, você sente a natureza fluir.
Faço isto desde pequeno nos arroios do Rio Grande do Sul, e aqui no Paraná na Serra do Mar.
E aí veio a ideia de gravar e tentar transportar este ambiente natural para o mundo virtual.
Já tinha pensando isto antes, mas a ideia estava adormecida por que faltava algo para dar a liga.
É que estou trabalhando com sons isocrônicos, e preciso criar umas backtracks de pano de fundo, para ficar bem original.
Poderia até recorrer a samplers, mas não me agrada, pois são sons de outro lugar que nada tem a haver comigo.
E esta do riacho veio a calhar, inclusive to pensando também em adaptar certos trechos de peças do Bach neste processo, obviamente vou ter que fazer uma transposição das notas para a afinação do ambiente.

Quanto aos post extensos tenho que me policiar também.
Mas por outro lado posts curtos deixam a desejar, e quando você quer informar e esclarecer algo tem que ir mais além e é inevitável que escreva mais.

makumbator
Moderador
# mar/14 · Editado por: makumbator
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Adler3x3
Quanto aos post extensos tenho que me policiar também.
Mas por outro lado posts curtos deixam a desejar, e quando você quer informar e esclarecer algo tem que ir mais além e é inevitável que escreva mais.


É, eu tento evitar que sejam longos também, mas mesmo economizando agora mesmo escrevi um extenso lá no tópico do Sibelius 7.5

É uma batalha perdida para gente como a gente...hashsahas!

Insufferable Bear
Membro
# mar/14
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Muito antes do Jazz a música folclórica já usava os acordes.
A notação por ABCDEFG é presente na música alemã...

EDIT música alemã bem antiga


Eu tô falando da notação de cifras, caras, não das notas.
Os exemplos mais antigos que já vi são em partituras de jazz do início do século passado, claro que posso estar errado, mas vocês estão confundindo as coisas...

Ismah
Veterano
# mar/14
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makumbator
Adler3x3

Porque pensam que cutuquei isso? Sou capaz de dissertar horas sem perder o rumo...

Quanto a gravação, porque não algo bianuaral para gravar a natureza?

Insufferable Bear

Suspeito que o confuso não sejamos nós... Defina o que vc entende por cifras, e o que entende por notas.

makumbator
Moderador
# mar/14 · Editado por: makumbator
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Insufferable Bear
Eu tô falando da notação de cifras, caras, não das notas.

Eu citei isso, de que são coisas diferentes. Basicamente o sistema de cifragem de acordes moderno se apropriou da notação por letras que já havia no ensino de música há séculos e séculos.

Os exemplos mais antigos que já vi são em partituras de jazz do início do século passado

Já li material que liga o início da cifragem moderna de acordes (que os jazzistas americanos teriam aperfeiçoado e sistematizado de maneira mais uniforme, mas não inventado) com músicos que tocavam e estudavam harmonia através dos tratados "novos" (que passaram a usar e melhorar a antiga cifragem barroca para fins de análise harmônica) ao mesmo tempo em que tocavam em ambientes mais populares (então essa adaptação foi sendo feita aos poucos para tornar o sistema o mais prático para um "tocador" qualquer conseguir entender e usar).

Mas esse movimento inicial teria ocorrido antes do início do jazz, ainda no séc XIX

Mas tem tantos anos que vi isso que não faço ideia de onde é, e nem se tais ligações ainda continuam sendo consideradas verdadeiras.

makumbator
Moderador
# mar/14 · Editado por: makumbator
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Ismah
Suspeito que o confuso não sejamos nós... Defina o que vc entende por cifras, e o que entende por notas.

Eu entendo o que ele quer dizer, e faz sentido. Afinal uma coisa é o sistema de cifragem de acordes (que se utiliza de letras e demais símbolos para passar a ideia de determinado acorde) e outra coisa é a criação da notação por letras latinas para representar notas (que é algo realmente muito antigo).


O que ele quer dizer (corretamente) é que na época do Bach (por exemplo) um "A" não significava um lá maior, e não havia o sistema atual que faz essa ligação. O que havia era o sistema que o "A" poderia ser entendido como uma nota (mas não um acorde, e não um sistema de cifragem harmônica completo).

O que havia era a cifragem barroca, que também se ocupava da mesma tarefa de tentar passar a ideia da harmonia em curso de maneira sintética, mas através de um sistema diferente (e a meu ver até mais inteligente que o atual).

Insufferable Bear
Membro
# mar/14
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makumbator
Tipo macro análise? Faz sentido, mas eu não acho muito natural algo sendo usado por acadêmicos em suas pesquisas chegar no mundo do jazz, vai saber...
A criação da cifragem moderna pode ter vindo depois e não ter relação nenhuma com notações que a precederam!

Mas pois é, pensei que "cifra" se referisse aos símbolos utilizados para representar acordes, como vejo sendo usado usualmente. Mas pode ter havido confusão, e aí a resposta é bem mais simples...

Adler3x3
Veterano
# mar/14
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Insuferrable bear

Em todos os posts que se complementam de certa forma é notório que ninguém inventou as Cifras atuais, foi um processo evolutivo que durou centenas de anos.
Da mesma forma a notação musical não para de evoluir, e não tem como atribuir a uma única pessoa o sistema.
Pode-se comentar sobre as origens mais remotas e partes da evolução, mas ninguém é o dono da escrita, da mesma forma que um idioma, exceto o esperanto que é uma língua artificial criada por uma pessoa só, mas mesmo assim é resultado de uma mistura de outros idiomas.

Lelo Mig
Membro
# mar/14
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makumbator
Insufferable Bear

Eu fiquei na dúvida com relação a pergunta inicial... por isso fui tão longe, lá na Grécia, onde a formação dos acordes já era conhecida e utilizada.

Não me atentei ao fato dele estar querendo saber quem codificou um Lá Menor, como um Am, por exemplo.

Quem começou com isso, usar as letras para representar os acordes, nem faço ideia. Mas tem cara de coisa de americano...kkkk

Adler3x3
Veterano
# mar/14
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Ismah

Vou aproveitar as gravações para música ambiente normal também, não só binaurais ou isocrônicas.

makumbator
Moderador
# mar/14 · Editado por: makumbator
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Insufferable Bear
Tipo macro análise? Faz sentido, mas eu não acho muito natural algo sendo usado por acadêmicos em suas pesquisas chegar no mundo do jazz, vai saber...

Do que me lembro, o texto dizia que era aquele tipo de músico que estudava de maneira formal a música erudita mas também tocava música popular por aí.

Tipo um Radamés Gnatalli (guardadas as devidas proporções...hsahsah), e que nesse processo houve o contato desse tipo de músico "instruído formalmente" com os mais populares, e que depois essa prática foi sendo levada às barber shop do início do jazz e a informação foi se espalhando (e mudando).

Mas não era especificado nenhum "inventor" (obviamente) e mesmo essa relação com a academia valia para os dois lados, sendo o sistema desenvolvido de parte a parte (e não apenas vindo de músicos mais teóricos).

Coisa parecida aconteceu aqui no Brasil (mas sem relação com cifragem) quando no período colonial muitos músicos transitavam nos dois ambientes (o erudito e o popular), fazendo uma ponte entre eles, o que levava certo conhecimento teórico ao popular ao mesmo tempo em que a música "de rua" influenciava a música "séria".

Mas tem tanto tempo que li isso (acho que no início dos anos 90) que nem sei se isso ainda se mantém, se foi contestado ou comprovado mais a fundo...sei lá.

E é claro que é perfeitamente possível que tal sistema tenha surgido de maneira independente das cifragens antigas (ou com uma influência mínima e quase desprezível delas na nova abordagem). E evidentemente o jazz teve função importante em espalhar tal sistemática (seja qual for a origem da mesma).

Lelo Mig
Eu fiquei na dúvida com relação a pergunta inicial... por isso fui tão longe, lá na Grécia, onde a formação dos acordes já era conhecida e utilizada.

Apesar que a visão de acordes como forças tonais não existia na Grécia antiga, sendo essa uma noção relativamente recente na história da música (só na idade média essa noção começou a se firmar). Ou seja, se conhecia a combinação de sons, mas eles não eram entendidos da forma que são hoje.

A música da Grécia antiga até onde se sabe era basicamente monocórdica e quando muito monofônica. E o termo "harmonia" na época não tinha relação com a noção atual do mesmo termo.

Não me atentei ao fato dele estar querendo saber quem codificou um Lá Menor, como um Am, por exemplo.

É, acho que é exatamente isso que ele queria saber, sobre quem teve a ideia de fazer o sistema de codificação e não o surgimento dos acordes ou coisa parecida.

Adler3x3
Veterano
# mar/14 · Editado por: Adler3x3
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É bem provável que o sistema de Cifras como conhecermos atualmente tenha sido resultado do encontro da música erudita com a música popular, e até sacra.
Nas igrejas as melodias eram de conhecimento da maioria.
E no início também das aulas de piano popular.
E assim para simplificar a distribuição dos papéis com as letras começou a ser usar as cifras, onde cada uma era colocada sobre certas partes da letra.
Pois muitos músicos sabiam tocar instrumentos mas não tinham um bom conhecimento de teoria musical, ou seja não sabiam ler partituras, ou eram semianalfabetos, mas sabiam a combinação das notas (posição), e tinham uma certa alfabetização.
Ser analfabeto não é uma limitação para tocar um instrumento.
E ser analfabeto era uma imposição das classes dominantes, mas nada impedia que tivessem acesso a instrumentos musicais como o violão ou outros mais rudimentares.
Não saber ler palavras era uma grande dificuldade imagine ler partituras.
Já as cifras são mais fáceis de memorizar e associar aos acordes.
Só que a indicação das Cifras é incompleta e limitada pois deixa ao critério do músico o jeito de tocar, que na maioria das vezes é diferente da intenção original do compositor.

makumbator
Moderador
# mar/14 · Editado por: makumbator
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Adler3x3

Não saber ler palavras era uma grande dificuldade imagine ler partituras.

Inclusive havia muitos músicos analfabetos ou semi analfabetos. Na verdade ainda há...hashsahas!


Só que a indicação das Cifras é incompleta e limitada pois deixa ao critério do músico o jeito de tocar, que na maioria das vezes é diferente da intenção original do compositor.

Mas eu vejo isso como uma vantagem em muitos casos. É como o procedimento em música antiga, em que não se escrevia quase nada de detalhes técnicos, pois se esperava que o músico conhecesse o "background" e também colocasse sua impressão na execução (afinal, no passado todo músico era também um compositor).

Uma partitura moderna, com todos os seus mínimos detalhes provocaria risos em um músico de muitos séculos atrás. Eles pensariam que foram escritas para músicos burros e sem nenhuma vivência no estilo (pois é preciso explicar tudo...heheh).

Adler3x3
Veterano
# mar/14
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makumbator

Sim é uma vantagem pois liberta o músico, e o incentiva a criar, ou a se aperfeiçoar a tirar a batida ou dedilhado certo.

E os analfabetos que produziram grandes músicas?

makumbator
Moderador
# mar/14
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Adler3x3
E os analfabetos que produziram grandes músicas?

Se ferravam na hora de assinar o contrato...hsahsah!

Ismah
Veterano
# mar/14
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Deu nó aqui :'(

makumbator
Moderador
# mar/14 · Editado por: makumbator
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Adler3x3
Ismah
Lelo Mig
Insufferable Bear

A gente não está divagando nada nesse tópico não é? Hhshas!

Já falamos de música antiga, grécia antiga, César, notação por neumas, Guido D'Arezzo, gravação de natureza, riachos, gravadores portáteis, analfabetismo, Bach, Jazz, barber shops, arrocha, Hino de São João Batista, google, tamanho de textos das postagens, notação alemã, castrati, música colonial brasileira...

Como rendeu hein?

Adler3x3
Veterano
# mar/14 · Editado por: Adler3x3
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Todos

Eu gostei do tópico que ainda pode render mais.
Uma pesquisa mais acurada da evolução dos métodos e compêndios de ensino da música pode revelar mais.
Na linha do tempo estes métodos (palavra moderna) sempre existiram, e a partir de dado momento histórico as Cifras como a conhecemos devem aparecer, dependendo do estudo e práticas individuais de instrumentos polifônicos que possibilitam tocar acordes.
Muitos compositores além de criarem músicas desenvolveram também a teoria musical.
Desta forma uma Cifra tem diferentes códigos conforme o instrumento.
E deve ser proveitoso criar um tópico especial somente para os métodos de ensino, procurando material antigo e novo.
E isto vai ajudar em muito o estudo antigo e moderno da teoria musical.
E isto pode ficar na parte de música erudita (que é a origem de tudo), que envolve as mais variadas classes de instrumentos.
Aqui no próprio fórum já existe muito material, mas esta meio esparso por diferentes tópicos.
A eventual aparição de Cifras em um destes textos não indica necessariamente o inventor, mas sim quando começou a disseminação deste sistema simplificado de notação.

Pois é muito lógico indicar com um conjunto de letras e números e outros sinais numa partitura solo a harmonia dos acordes através das Cifras, num processo simplificado, que em dado momento foi necessário.
Com a popularização da música através do fácil acesso de mais instrumentos de custo mais baixo, o uso se expandiu.
Constatando que a distribuição de músicas impressas usando Cifras, condensava o tamanho dos textos musicais, pois a Cifras eliminavam muitas pautas, e assim facilitava o ensino com um custo mais baixo.
E assim a consolidação das Cifras acompanhou o desenvolvimento da imprensa, dos livros, das primeiras revistas especializadas em música.
Lembro que há poucas décadas atrás o preço de uma partitura tinha uma valor abusivo.
Me lembro muito bem disto e senti na pele na década de 60 o quanto era caro obter uma partitura.
As Editoras muito antes do processo de gravação detinham ou representavam os direitos do autor, ou seja do compositor, e este era um dos principais motivos de custarem mais caro.
Cópias não autorizadas (pirataria, não se utilizava este termo) eram ilegais, e podiam ser retidas pelas autoridades.
E as Cifras possibilitaram o surgimento de revistas (em algum momento alguém percebeu o potencial comercial) que podiam de forma condensada conter muitas letras e cifras.
E a harmonia era interpretada conforme o instrumento que se queria utilizar, através da formação de acordes.
A Cifra por exemplo poderia ser utilizado por um pianista ou um violonista, e o baixista teria que criar a linha de baixo com as notas dentro da escala da Cifra.

Erudito x Popular
Para o eruditos o uso das Cifras banalizava a música, o que não deixa de ser uma verdade
Para o Popular facilitava, mas por outro lado ampliava e tornava a música mais acessível, e possibilitou uma renovação e evolução mais rápida.
Pois o método erudito também tem as suas limitações, e era um sistema muito rígido, que de certa forma se esgotou, e cada vez aumentava mais a distância entre o popular.
E por um bom tempo existiu um certo abismo entre o popular e o erudito.
E o processo de gravações aumentou a criatividade, muito embora as primeiras gravações fossem de um tempo curto, mas a medida que foi evoluindo permitiu mais criatividade, mais liberdade para o músico.
Mas nos dias de hoje isto já foi superado.
Claro existiram séculos de músicas escritas em partituras, e para manter a fidelidade o sistema erudito deve ser mantido e estudado.
E para a música moderna o sistema também pode ser utilizado, com algumas limitações.
Tudo se completa, é muito útil para o músico moderno um bom conhecimento da Teoria Musical Erudita.
Existem também as tablaturas e outros sistemas de notação em constante evolução, que fazem parte dos modernos softwares de edição.

Este estudo deve estar na parte da harmonia da música.
Ou seja Cifrar criar um código.

A origem esta lá no passado remoto quase mil anos atrás, quando foi estabelecida a sequência das letras.

Lelo Mig
Membro
# mar/14 · Editado por: Lelo Mig
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Adler3x3

De certa forma, a grande vantagem de ler e escrever música bem, no passado, era poder registra-las para a posteridade e/ou passa-las a outros músicos.

A relação dos grandes compositores do passado com as pautas/partituras, era um pouco diferente da que conhecemos hoje. Era mais "científica". Assim como um grande físico/matemático, joga xadrez sem tabuleiro, estes compositores "ouviam" a música só de ler a partitura, isso é um pouco distante da grande maioria, desde o advento das gravações.

"E os analfabetos que produziram grandes músicas?"

Eram, na maioria, os populares do passado, sem acesso ao estudo (grande maioria da população antiga), mas, apesar de não terem deixado seus trabalhos para posteridade, pelo meio das partituras, com certeza possuíam algum método pessoal de notação, porque isso é meio inerente ao músico.

Eu mesmo, que comecei como "músico de ouvido" e depois estudei um pouco sozinho, já citei em outros posts que desenvolvi um método de notação pessoal, que confesso, uso até hoje, e muitas vezes é motivo de chacota.....kkkkk

makumbator

Rendendo muito.....hehehe

Adler3x3
Veterano
# mar/14 · Editado por: Adler3x3
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Lelo Mig
Escreveu
Eu mesmo, que comecei como "músico de ouvido" e depois estudei um pouco sozinho, já citei em outros posts que desenvolvi um método de notação pessoal, que confesso, uso até hoje, e muitas vezes é motivo de chacota.....kkkkk

Mas é bem assim mesmo, cada um tem o seu jeito de ir anotando nos cadernos.
Nada impede que além de seguir o sistema atual de cifras se façam outras anotações ou um tipo de Cifra inventado que só a pessoa entende, mas desde que facilite o uso já é válido.
Foram estas pequenas manias e invenções que ajudaram a chegar até o ponto atual.
E cada instrumento tem as suas nuances e formas de tocar exclusivas.
Cifra é um código que pode variar no gosto e jeito de cada um.
O próprio analfabeto instintivamente dever criar um sistema próprio na sua mente.
Se por um lado não sabe ler, por outro lado deve compensar esta deficiência de uma outra forma, temos por exemplo os músicos cegos, e é muito difícil usar o Braile junto com a música em tempo real, assim o cérebro humano cria outras formas de leitura, e a memória deve ficar mais aguçada e rápida.
Ou o cego lê a partitura em braile e memoriza e depois toca.
Acho que até os grandes compositores tem as suas manias.
Como você bem escreveu a grande vantagem de um sistema completo de notação é passar para "a posteridade e/ou passa-las a outros músicos", que é a principal função da notação, além de ajudar ao próprio compositor a lembrar sua música.
Quanta música boa já produzimos e não anotamos nada.
E depois para lembrar e executar de novo?
E no caso das Cifras quando o compositor esta em trânsito, e surge uma boa ideia musical na cabeça, não seria sensato anotar a sequência dos acordes nota por nota no modelo completo de notação, vai simplesmente anotar as Cifra, ganhando um tempo precioso, e depois em casa com calma pode detalhar melhor.
Mas precisamente vai anotar com as suas manias.
Mas muito material dos analfabetos se salvou porque alguém escutou e gostou e fez a notação.
Ou no caso da música folclórica era cantada e tinha melodia, e daí alguém resolveu registrar em notação, e a música se salvou.
E até hoje é assim.
Aqui mesmo no fórum tem um vídeo do "Vangelis" em que ele aparece fazendo algumas anotações de alguns símbolos que ninguém conseguiu identificar, provavelmente de algumas articulações e outros trejeitos.

Lelo Mig
Membro
# mar/14 · Editado por: Lelo Mig
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Adler3x3

O Vangelis eu não sabia.......mas um cara que sei que é autodidata e têm um método particular de escrita inventado por ele, (meu caso), é o Yanni.

No caso do Yanni, não sei como é..........mas no meu, eu "incluí" posteriormente, elementos das cifras e notação convencional conforme fui aprendendo. A, chamada, tablatura, não era popular, como método, quando comecei a tocar, mas já era o sistema "intuitivo" de muita gente.

Hoje, minha notação evoluída é uma "bagunça" que só eu posso ler.........kkkkkk

Adler3x3
Veterano
# mar/14
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Lelo Mig

Por isto que é Cifrado (resumido, simbolizado), ou codificado (secreto) e só que tem as chaves ou certo conhecimento consegue interpretar corretamente.

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