<<<Guitarristas Jazz>>> Breve resumo histórico

Autor Mensagem
clebergf
Veterano
# dez/13 · Editado por: clebergf


Fala galera, o MMI criou um tópico do Jim Hall e algumas pessoas comentaram que não conhecia ele e resolvi fazer esse tópico com alguns dos mais importantes nomes da história...fiquem a vontade para postar outros, pois com certeza aqui só tem uma pequena parte.
Irei tentar fazer algo cronológico e com descrição sobre apenas nos primeiros, se a galera curtir faço um semanal com cada um.

O começo de tudo...
Bom, como todos devem saber o Jazz tem como uma de suas maiores influencias o Blues e como não poderia deixar de ser as maiores influências foram os guitarristas de blues dos anos entre 1900 e 1920.

Vou deixar aqui um vídeo do Big Bill Broonzy:



E surge o Jazz... \o/

Django Reinhart o "cigano"
Bom, vamos começar pelo Django, grande guitarrista de Gypsy Jazz europeu.



Charlie Christian, se os "sopradores" podem, porque eu não posso?
Bom, o Charlie segundo a lenda foi o primeiro guitarrista elétrico a acomapanhar os sopros tocando os temas.
Seus improvisos são baseados no desenhos dos acordes (mesmo que não se tenha provas de que ele pensava assim) e ele é o grande pai da guitarra Jazz elétrica.
Ele participou do nascimento do Bebop tocando com Dizzy e Parker em jams que aconteciam no Winton's Playhouse (NYC), considerado por muitos como o berço do Bebop.


O homem do ritmo e swing - Freedie Green
Freedie tocou na orquestra do Count Basie e junto com o próprio Basie no piano, Jo Jones na bateria e Walter Page no baixo formava a "All-American Rhythm Section" considerada a melhor seção ritmica da história.
Uma particularidade muito interassante do Freedie é que ele não improvisava, pois a importância em manter a condução ritmica para a bigband era muito mais importante para ele e sendo assim se tornou o mestre no comping.


E ai vem uma galera...

Tal Farlow



Kenny Burrel



Barney Kessel



Herb Ellis



Wes Montgomery



Joe Pass



Jim Hall



Grant Green



Lenny Breau



Pat Martino



John Scofield



Kurt Rosenwinkel


Cezi
Veterano
# dez/13
· votar


Excelente post.
Cada vídeo desse é um universo imenso na linguagem jazz da guitarra.

Obrigado por compartilhar.

MMI
Veterano
# dez/13 · Editado por: MMI
· votar


clebergf

Vamos lá, vou ajudar um pouco...

Na virada do séc 19 para o séc 20, o instrumento mais popular nos EUA era o mandolim. Basicamente, o popular era o Bluegrass, em que as cordas basicamente eram o mandolim e os violinos ou similares. Nessa época apareceram um dos maiores fabricantes de mandolim, Orville Gibson, e um pouco mais tarde um cara chamado C. F. Martin (Christian Frederick Martin). Ambos tinham aprendido o ofício de luthieria na Europa.

Em 1902 foi fundada a The Gibson Mandolin-Guitar Mfg. Co., Ltd, onde basicamente mandolins e archtops, as flatops eram da Martin. A Gibson cresceu muito rapidamente, Orville muito cedo passou a trabalhar muito mais na administração do que na construção. O desenvolvimento e o cargo de master luthier passou a Lloyd Loar, que criou o F5 model mandolin, L5 guitar, H5 mandola, K5 mandocello e A5 mandolin.

Nesta época, ao redor de 1910, aparecia na região de New Orleans o jazz. Houve a influência do blues, que nascia no estado vizinho do Mississipi, som dos negros descendentes de escravos africanos, mas ali o porto, a influência francesa, trazia muita influência da música européia com piano e sopros. A bateria veio de lá, com a necessidade de percussão. Ali era muito popular o ragtime. Não a toa, o pai do Jazz, Louis Armstrong, nascido e criado nos bordéis de New Orleans, era um grande trompetista.

O volume das bandas de jazz, formada por percussão (bateria), sopros e piano deixava os guitarristas (do termo "guitar") em segundo plano, não havia como ter um solista de um instrumento acústico da época competir com a massa sonora da banda, era um instrumento de acompanhamento, apenas ajudava a base quando havia um guitarrista.

Escrevi um pouco sobre o jazz e New Orleans no blog do Nichendrix.

Foi aí que LLoyd Loar criou a L5 (ou algo parecido) com um captador elétrico, permitindo amplificar e por isso o instrumentista podia se tornar um solista. O captador da Gibson ficou conhecido como Charlie Chritian. A partir disso vou transcrever o que o colega nichendrix escreveu sobre este gênio:



"...Um cara que mudou a vida de todos nós, Charlie Christian. Se todos nós tocamos guitarra hoje em dia, grande parte da razão disso é porque um dia ele empunhou uma guitarra elétrica.

Creio que a maioria nunca tenha ouvido falar dele, muito menos tenha consciência da importância dele para a história da música e do instrumento, mas a verdade é que foi ele quem tirou o violão/guitarra da sessão rítmica das big bands da época, transformando-a em um instrumento solista, assim como saxofones, trompetes, violinos, e afins.

Reza a lenda que que um belo dia John Hammond — o cara que descobriu nomes como Benny Goodman, Billie Holiday, Count Basie, Aretha Franklin, George Benson, Bob Dylan, Bruce Springsteen e Stevie Ray Vaughan — descobriu o Charlie Christian ainda em Oklahoma e teria levado ele para Los Angeles para apresentar ao Benny Goodman — um grande clarinetista de jazz que foi um dos primeiros brancos a aceitar negros em sua banda, e que na época tinha caras como Lionel Hampton e Count Basie tocando no seu sexteto.

O Hammond levou o Christian para uma sessão de gravação do Goodman, e os dois se estranharam e não gostaram do que o Christian tocou naquele dia. Porém, o John Hammond sabendo do talento do Christian, pegou e colocou ele, sua guitarra e amplificador no palco, e quando o Goodman subiu para começar o show ficou furioso com isso e teria dito para a banda tocar Rose Room, uma música que guitarrista negro de Oklahoma não saberia tocar.

Felizmente o Goodman nem sonhava que haviam avisado para o Christian qual era o número preferido do Goodman nessas horas, e que não só ele sabia a melodia da música como já havia criado mais de 20 variações do tema principal. Naquela noite Rose Room não durou os costumeiros 3 minutos, durou um set inteiro de 45 minutos, com o Christian e o Goodman duelando improviso atrás de improviso. Depois disso, o Benny Goodman Sextet passou a ser um septeto. Logo toda nossa jornada em busca do timbre perfeito começou com essa música:

Antes dele, eramos todos guitarristas base, e embora tenham existido alguns guitarristas que faziam suas experiências com solos como o Loonie Johnson, Eddie Lang, Eldon Shamblin (o criador do Texas Swing) e o Floyd Smith. Todavia nenhum deles era de fato um solista, eram guitarristas que faziam guitarra base e eventualmente encaixavam licks entre os versos ou tocavam a melodia principal da música com alguns improvisos.

Foi Charlie Christian quem mudou esse cenário, foi ele o primeiro a a ir pro frontline e solar feito um doido e de quebra definiu como viria a soar a guitarra elétrica nos 20 anos que seguiram a sua morte. B.B. King, T-Bone Walker, Chuck Berry, Barney Kessel, Jim Hall, Wes Montgomery, Scottie Moore, Cliff Gallup, Chet Atkins, Les Paul, Jimi Hendrix, Keith Richards, Buddy Guy, eu poderia continuar a noite toda citando guitarristas que consideram o cara uma de suas influências primordiais. O único outro guitarrista que conheço que teve tanta influência no instrumento foi um tal de Jimi Hendrix, e, como disse, mesmo ele era um fã declarado do cara.

Para revolucionar tanto a posição do guitarrista e da guitarra nas bandas da época o Christian não só renegou os outros guitarristas da época e que vieram antes dele, como também renegou a própria guitarra acústica (vulgo violão archtop). No estilo dele fica clara a influência de instrumentos de sopro como o Saxofone, Trompete e Trombone (os dois primeiros inclusive ele tocava), como também do piano, de onde ele absorveu muitas ideias harmônicas tanto para os momentos poucos em que ficava fazendo base para o resto da banda, quanto para os arpeggios em seus solos. Porém, havia um problema, violões archtop, embora produzissem mais volume que os flat top, não tinha volume suficiente para se sobressair no meio de uma banda grande, então, o segundo passo foi usar uma guitarra elétrica, uma Gibson ES-150, uma das primeiras (se não a primeira) a vir com captador magnético de série e o Christian ficou tão associado a essa guitarra que até hoje os captadores de imã de barra que ele eram usados nas ES-150, são chamados captadores Charlie Chirstian.

Outro fator importante sobre o Charlie Chistian é que ele é um dos inventores do Bebop, o estilo que finalmente elevou o jazz ao mesmo patamar da música erudita em complexidade técnica/teórica.

Se Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Thelonious Monk e Don Byas pariram o Bebop para o mundo, foi Charlie Christian quem botou esse menino dentro deles, já que ele morreu praticamente na mesma época que o Bebop começou e os quatro admitem que o Christian foi a inspiração para largar de vez a influência dos estilos mais antigos — como Blues, Diexeland, Charlleston, Polka, Foxtrot e afins — no jazz e partir para um patamar mais complexo, antes deles a harmonia no Jazz era relativamente simples, eles quem começaram a brincar com inversões mais complexas, a adicionar 9ª, 11ª e 13ª nos acordes e por aí vai.

Por isso não só ele se tornou o principal solista da primeira geração de guitarristas elétricos, mas foi tão bom que praticamente não encontra rival até a geração seguinte, o único que chega perto de ser tão importante dessa geração dele é outro monstro do instrumento, o guitarrista cigano Django Reinhardt, mas isso era do outro lado do oceano, e pela época que o Django realmente se tornou influente do lado de cá do Atlântico, o Christian não só era o que era, mas também já tinha passado pro andar de cima. O Christian, através do septeto do Benny Goodman se tornou tão popular na época, que mesmo após 2 anos de sua morte ainda ganhou 2 prêmios de melhor guitarrista do ano pela Down Beat.

Enfim, a influência do cara na música e na guitarra é enorme e inestimável, tanto que 20 anos mais tarde Miles Davis e John Coltrane se inspirariam nas melodias do cara para criar o Cool Jazz no lendário Kind of Blue, o disco mais vendido da história do Jazz.

Vendo eu falar tanto do cara, até parece que eu sou fã dele a vida toda, mas infelizmente nem é o caso, já que eu só conheci o cara em 2001 quando as gravações dele foram recuperadas, remasterizadas e lançadas, antes disso a ultima edição de um disco dele era de 1972, eu nem era uma espermatogônia nessa época.

Todavia, não posso negar que depois de ouvir tanta gente influenciada por ele, de tanto ler sobre ele e de tanto desejar um dia ouvir o que esse cara tinha feito para ser considerado tão especial por tanta gente, a sensação que tive ao ouvir o primeiro disco desse box de 4 discos foi a de que eu voltava para casa. Foi muito parecido como chegar na casa da minha avó e sentar na cadeira de balanços que foi do meu bisavô.

Até hoje me impressiona a capacidade do cara de soar moderno e de sozinho resumir tantos timbres impressionantes que viriam depois, ele era simplesmente um vislumbre do futuro, do que viria nas duas décadas seguintes, de sons limpos aveludados, que mais tarde iriamos rever com o Wes Montgomery, passando por agudos estalados com uma mordidinha de um levissimo drive a lá Scotty Moore (guitarrista do Elvis), até aquele drive de baixo ganho que tanto fizeram a fama do Chuck Berry, T-Bone Walker e dos primeiros discos dos Beatles e Rolling Stones.

Tudo isso estava lá nas músicas dos 4 discos deste box. O meu som preferido dele é um som limpo bem jazzistico, mas que distorce levemente quando ele palheta mais forte, especialmente nos agudos, pra mim é o santo graal do timbre para solo em jazz, um timbre que só consigo reproduzir hoje tocando no meu Marshall JTM-60 com os P-90s Lindy Fralin da Teresa Cristina, nenhum amplificador mais limpo me dá esse som.

Não dá pra negar também que ele foi o primeiro “fritador” do nosso instrumento, comparando com os outros guitarristas da época, a profusão de notas que ele tocava era quase que como comparar Steve Vai com B.B. King.

Outro fator que muito me impressiona, além da destreza técnica dele, é o fato de que ele literalmente soa ora como um saxofone, ora como uma clarineta, ora como um o vibrafone do Lionel Hamptom, muitas vezes quando ouço os discos sem ficar prestando atenção, só percebo que os solos dele terminaram porque o jeito dele é muito peculiar, as vezes, quando ele está “imitando” o Benny Goodman, nem chego a perceber até o Christian começar a acelerar.

Por essas e outras peripécias que decidir começar com ele, o cara que definiu a estética do som do instrumento por duas décadas e consolidou esse instrumento, tão novo, como um expoente dentro da música popular."


Obs.: Christian foi o primeiro endorsement da Gibson, usou guitarras ES-150 e eventualmente ES-250, o captador levou seu nome.

Filippo14
Veterano
# dez/13
· votar


Bom, eu não sei nada da história do jazz, mas eu gosto muito do que se originou a partir dele, principalmente o jazz fusion. Vou colocar aqui alguns videos de guitarrista que partiram mais para esse segmento de jazz:

Allan Holdsworth:


John McLaughlin:




Scott Henderson:



Allen Hinds:



Pat Metheny:



Frank Gambale:


Larry Carlton:


Robben Ford:



Jeff Beck:


George Benson:


Al di Meola:
http://www.youtube.com/watch?v=zwv2G4XsqY4

Paco de Lucia:


Outros vídeos:








Acho que é isso.

FBlues_rock
Veterano
# dez/13
· votar


Stick!

Lelo Mig
Membro
# dez/13
· votar


clebergf

A predisposição que muitos aqui no FCC têm em educar, ensinar, mostrar, compartilhar, muitas vezes me surpreende, positivamente.

Muito garoto não têm acesso fácil assim a instrumentos que pelo menos levem-no a procurar, a começar a garimpar informações musicais.

Se para muitos o Jazz é distante, e até mesmo, indigesto, se 1 garoto em 20, vier a curtir por conta de um tópico desses, o milagre já esta feito.

E com a colaboração de outros usuários experientes e de bom gosto a coisa só sofistica. E com a colaboração dos novatos interessados se renova.

Ia postar alguns guitarristas, nem vou... por ora, só elogiar o tópico. Mais prá frente colaboro com alguma informação pertinente.

A informação esta aí. Quem quer se informa, ainda que não curta. Quem têm preguiça, continua na mediocridade...

Parabéns!

EduJazz
Veterano
# dez/13
· votar


Meus sinceros parabéns pela ideia! Assino embaixo do que o Lelo Mig disse

clebergf
Veterano
# dez/13 · Editado por: clebergf
· votar


Cezi
Pois é cara...universo esse que conheci de verdade a pouco tempo e hoje sou absurdamente apaixonado por ele..
Valeu!!!

MMI

Caramba velho..valeu, nem tinha pretensão de ser algo tão grande, até pensei em envolver você e o Nich e acabou que rolou por pensamento...huahuahauha...

Filippo14]
Curto Fusion tbm...depois procura pelo Kurt Rosenwinkel e me diga o que acha dele, caso não conheça. dessa galera nova é o som q eu mais curto...

FBlues_rock
Valeu!!

Lelo Mig
Pois é velho...se pelo menos uma pequena parte da molecada começar a curtir um pouco a parada já é um ganho e tanto..rs..

Aprendi e aprendo muito aqui, fiz grandes amigos que fazem hoje parte praticamente do meu dia a dia, então é sempre de alguma forma retribuir e tentar ajudar tbm.

Opa, fique a vontade pois teu conhecimento é vasto na parada.. :D


EduJazz
Valeu cara!!
Gostei do seu nick... xD

MMI
Veterano
# dez/13
· votar


Lelo Mig

Isso que é legal. Eu tento passar o que eu posso, mas aprendo algumas coisas também (esse clebergf é um estudioso! rs). Sei que muita gente não lê ou não tenta entender, "continua na mediocridade", mas acho muito legal quando vejo que algumas pessoas aproveitaram, principalmente essa rapaziada.

Ali atrás eu quis mostrar a importância do jazz na música e na história da guitarra, que Gibson não é só Les Paul ou guitarras sólidas, de onde veio o solo de guitarra.




EduJazz
Veterano
# dez/13
· votar


clebergf

Aauuahaauauahahauauajahah eu posso não conhecer tanto quanto vc e as outras feras, mas sou um apaixonado por jazz!

To no ipad, é um pouco chato pra postar vídeos. Mas um cara que pra mim é um semi deus é o Toninho Horta!

davissilva
Membro Novato
# dez/13
· votar


EduJazz
Mas um cara que pra mim é um semi deus é o Toninho Horta!

Amém! Também gosto muito dele!

MMI
Veterano
# dez/13
· votar


clebergf

em tinha pretensão de ser algo tão grande, até pensei em envolver você e o Nich e acabou que rolou por pensamento...huahuahauha...

Então vamos combinar. Como já acabei falando do Charlie Christian com a ajuda (não autorizada) do Nich, vamos terminar a Trindade da guitarra jazz. Eu vou falar do Wes Montgomery e você fala do Django - pode passar a bola para o Nich, o Lelo ou quem quiser. Claro que se quiser acrescentar algo na história, fique a vontade.

Filippo14
Veterano
# dez/13
· votar


Não sei se eu estarei desvirtuando o tópico, mas a bossa nova se originou do jazz, na verdade ela é chamada em muitos lugares como brasilian jazz. Vou colocar um video e se vocês acharem que fugiu do foco vocês avisam que aí eu tento ajudar de outra forma.



Abração

MMI
Veterano
# dez/13
· votar


Filippo14

Tem tudo a ver. Eu até gostaria de falar sobre este tema depois.

Filippo14
Veterano
# dez/13
· votar


MMI
Pena que o Tom Jobim gravou a maioria das suas músicas no piano e não no violão, elas seriam grandes músicas para serem postas aqui. Músicas como Águas de Março, Samba do Avião, Insensatez, Wave, Garota de Ipanema, etc tem grandes influências harmônicas e melódicas dos jazzistas dos anos 40 e 50.Não vou postar para não desvirtuar, mas quem quiser conhecê-las como estudo eu daria a dica de conseguir aqueles songbooks do Jobim do Almir Chediak e estudá-las, ensinam muito, o Jobim era um gênio musical. Conseguiu fundir duas formas de músicas grandiosas, formando uma tão boa quanto o jazz e o samba, se não for melhor....

Abração

Rednef2
Veterano
# dez/13
· votar


Falando em Jazz

Foi Joe Pass o primeiro guitarrista a utilizar de Chord Melody, ou apenas foi o responsavel pela popularização?

clebergf
Veterano
# dez/13 · Editado por: clebergf
· votar


EduJazz
Que é isso...o conhecimento está disponível para todos, entrei nesse mundo do Jazz tem pouco tempo, mas como a identificação e o prazer de tocar foi imenso, entrei de cabeça para ficar por lá msm...

Temos excelentes representantes por aqui...Djalma Lima, Michel Leme, Mateus Starling, Alexandre Mihanovich, Helio Delmiro, Tomati, Heraldo do Monte, Sandro Albert e mais um monte....

É um prazer conhecer mais uma apaixonado por Jazz....

MMI
Opa, vamos sim....dá para fazer algo bem bacana!!!

Filippo14
Tem tudo a ver como disse o MMI...a Bossa é totalmente influenciada pelo Jazz...depois pega a harmonia da Garota de Ipanema e da Take the "A" Train e veja a similaridade...infelizmente alguns brasileiros tem síndrome de vira lata e não conseguem reconhecer a importância do Jazz na história musical pq o "jaiz" é dos gringos... xD

Rednef2
Ajudou a popularizar, na mesma época o Tal Farlow, Chet Atkins e mais alguns tbm faziam essa parada ae...a influência vem do blues, folk e ragtime é claro...e a inspiração maior é o piano, claro!!

EduJazz
Veterano
# dez/13 · Editado por: EduJazz
· votar


Toninho Horta + Bossa nova!



Reparem no improviso perto de 4:40!!!

MMI
Veterano
# dez/13 · Editado por: MMI
· votar


Filippo14

O professor Cleber pode falar mais da diferença do jazz e da bossa... rs

Rednef2

Na verdade, o cara que é considerado o pai da guitarra jazz foi Eddie Lang. Ele morreu muito cedo, aos 30 anos devido a complicação de uma amigdalectomia. Antes dele as bandas de jazz tinham banjo, ele que popularizou a "guitar" (na época era mais acústico que elétrico). A questão é que as archtops combinavam melhor com o o estilo e com o "upright bass" das bandas. Foi em 1923 que Lloyd Loar lançou a Gibson L5, uma archtop de corpo maior e som mais alto, mas na época não existia captadores, era parecida com a atual L7. E foi exatamente Eddie Lang que adotou esse modelo, tocou de L4 e L5 ( esta foi a guitarra dele). Isso porque ele pegou o início dos microfones, então permitiu tocar com amplificação, mas não só isso, criou praticamente sozinho muito do que a guitarra jazz é hoje.

Para se ter uma idéia, um que sofreu grande influência de Eddie Lang foi Django Reinhardt, que é considerado um dos grandes do jazz. Joe Pass, que você citou, disse numa entrevista em 1976 que os três maiores inovadores da guitarra foram Eddie Lang, Wes Montgomery e Django Reinhardt.

Eddie Lang participou da primeira gravação de Georgia on my Mind.




Filippo14
Veterano
# dez/13
· votar




Acho que isso aqui mostra muito bem as similaridades hahahah

Hammer
Veterano
# dez/13
· votar


e depois veio o Stanley Jordan, goste ou não o fato é que o cara elevou o tapping a uma nova dimensão e possui um estilo proprio e inconfundível.


MMI
Veterano
# dez/13
· votar


Hammer

É verdade, ele popularizou o estilo, mas não criou.

Contrary to what seems to be prevailing popular opinion, two-handed tapping of the guitar didn't begin with Stanley Jordan or Eddie Van Halen. In fact, when you see a guitarist using this technique, you're seeing the influence of Emmett Chapman, who started popularizing this method of guitar playing in the late '60s. But he didn't stop with the guitar, choosing instead to optimize an instrument with the two-handed playing technique in mind. The result was The Stick(TM) which is being used by an increasing number of musicians. ( Chapman Stick)



Hammer
Veterano
# dez/13
· votar


MMI

eu disse elevou.... não me entenda mal :))

d.u.n.h.a.
Veterano
# dez/13
· votar


Up no tópico e aproveitar pra deixar um pouco de polêmica no ar:
"O jazz, como um todo, morreu junto com Miles Davis. Depois que ele se foi nada mais de inovação ocorreu".

clebergf
Veterano
# dez/13 · Editado por: clebergf
· votar


MMI
hahaha... bom, a principal característica e diferença entre a Bossa e o Jazz é o tempo forte, onde no Jazz ele é marcado no 2 e 4 e na Bossa 1 e 3...falando bem superficialmente, porém mto importante é isso..

Ah, foi nd...o pai é Charlie Christian.. :p

d.u.n.h.a.
Com ctz o Miles é um dos nomes mais importantes no Jazz, porém associar um estilo apenas a sua inovação é mudança é complicado...se fosse o Blues estaria morto desde sei lá qdo, o rock, reggae e outros estilos que tiveram poucas renovações...
O q acontece é que hoje, infelizmente, o Jazz se tornou um estereotipo de música difícil, evoluída e afins...algo absurdamente idiota e banal, pois apesar de ele possuir fases mais complicadas, o swing e early jazz são tão simples e básicos como qualquer outra música pop.

Ainda bem que existem escolas ao redor do mundo que ensinam o Jazz como a base para todos os alunos fazendo com que tenhamos ainda hoje grandes nomes surgindo, como Chris Potter, Mellissa Aldana, Kurt Rosenwinkel, Joshua Rendman, Brad Mehdlau, Cassandra Wilson, Norah Jones....

Matéria interessante: http://www.allaboutjazz.com/php/article.php?id=45582&pg=1

Filippo14
Veterano
# dez/13
· votar


clebergf
Animal a matéria, pena que esse tópico é só sobre guitarristas, porque senão poderíamos colocar caras como Jaco Pastorius, o grande Miles, Charlie Parker, Dave Brubeck que morreu acho que recentemente, enfim, nomes tão importantes se não forem bem mais importantes que os que estão aqui.

clebergf
Veterano
# dez/13
· votar


Up do Natal... :p


Dois caras "modernos" que eu curto pra caramba...



clebergf
Veterano
# dez/13
· votar


Excelente coletânea..

http://www.allaboutjazz.com/php/article.php?id=19373#.UsFB6JJ6ZLN

Claro que falta muita coisa e as preferências das faixas escolhidas pode variar, mas é um grande apanhado para quem deseja conhecer mais...

Lord-g
Veterano
# dez/13
· votar


Putz tópico massa!
Ao meu "VER" um dos melhores do ano!

Parabéns ao criador e aos contribuintes.

clebergf
Veterano
# jan/14
· votar


Lord-g

Valeu cara!!! :D

Enviar sua resposta para este assunto
        Tablatura   
Responder tópico na versão original
 

Tópicos relacionados a <<<Guitarristas Jazz>>> Breve resumo histórico