O indivíduo músico e o ouvinte (Mateus Starling)

    Autor Mensagem
    mateusstarling
    Veterano
    # dez/12


    Dentro de nós existem 2 forças que lutam entre si. Existe o individuo músico e o indivíduo ouvinte, ambos habitam dentro de nós em algum lugar desse nosso templo chamado corpo humano.

    No começo, será bem possível que esses 2 indivíduos quase nunca estejam em acordo, mas ao longo da caminhada seria bom que eles começassem a se entender.

    Existe um momento em que precisamos aprender as ferramentas para executar o nosso trabalho. Nesse período, estaremos usando um pouco mais o individuo músico, mas o individuo ouvinte precisa ser convidado a todo o momento para fazer com que as ferramentas sejam apenas um canal para executar o plano maior e final que é a música.

    Este processo nunca acaba, precisamos fazer uma analise musical constante para aprendermos novos conceitos e rever os velhos conceitos de forma diferente, porém, o importante e natural é que o individuo ouvinte comece a assumir um lugar mais importante no resultado final da sua música.

    Quando o individuo músico domina o seu ser é natural que ele interfira na sua audição. Ao invés de ver a música como uma contemplação artista e uma historia, o individuo músico te força a focar no lado técnico e matemático, procurando se satisfazer nessas questões menores.

    Questões menores não deixam de ser importantes, só não deveriam ser a maior peça do resultado final. Um grande exemplo disso é a “modalidade shred”. Tocar rápido faz parte da figura menor, mas não deveria ser o resultado final da música. Ou seja a velocidade precisa estar balanceada com todas as outras figuras menores.

    Essa é a maior briga que existe dentro do musico porque são 2 indivíduos que precisam ser nutridos através de estudo, audição, apresentações, comunhão musical com outros músicos, e etc.

    Que possamos passar por todas as etapas importantes do nosso crescimento privilegiando o indivíduo chamado ouvinte porque no final é ele que vai te colocar em sintonia com as pessoas que querem consumir a sua arte.

    Fonte: http://www.mateusstarling.com.br/pt/blog/166-o-individuo-musico-e-o-ou vinte

    Deus te abençoe.
    Mateus Starling.

    Edson Caetano
    Veterano
    # dez/12 · Editado por: Edson Caetano
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    Vou escrever heim

    Meu Individuo Músico, quer ser Multinstrumentista, saber e muito de guitarra, baixo, teclado e bateria, e porque não cantar, e nestes intrumentos ser um virtuose... esse sempre foi o meu sonho de pivete, e ainda se faz presente em bem menos intensidade

    Com o passar dos anos, percebi, que poderia atingir esse nivel em duas situaçoes, nascer com o C virado para a Lua, ou viver, respirar e comer musica por 24horas ao dia, algo que não seria possivel hoje

    Então me encontrei, como o individuo Musico, aquele que sabe até onde poderia chegar, aquele que sabe onde está, aquele que sabe exatamente de suas limitaçoes

    Assim, me moldei, o ser humano sempre se supera, hoje toco Guitarra, Baixo, Bateria e Teclado, e porque não canto, assim como sempre sonhei desde pivete, em minhas bandinhas de adolescente, mas fui para o lado Felling da música, por incrivel que pareça, se emocionar tocando um instrumento para mim é algo fácil, e nem precisaria eu estar tocando Burn 100% igual em todos os 4 instrumentos, basta eu tocar Burn, no meu jeito

    Toco Floyd, Clapton, Iron, e tantos outros, em multiplos instrumentos, e daí que não é igual, nem quero, a vida é rapida demais para eu tocar 19900492 notas exatamente iguais aquele improvise embriagado do meu idolo hehe

    Meu individuo Musico é hoje 100% pés no chão, mas ainda bem sonhador

    Mas e o individuo Ouvinte, este sim é um FDP sem misericordia hehe, ninguem sabe tocar, só aquele mega puta virtuose, nenhum estilo é tão bão a altura do que estes ouvidos sabem ouvir hehe

    Parece até uma controversia, mas eu sou mesmo um eclético, mas acabo curtindo um nicho musical muito especifico, Progressivo, seja ele os Vintage, seja eles os Modernos, Power, e tantos outros nomes que inventam, para o bom e velho rock`n`roll o resto, é resto, delegado a muitos poucos momentos

    Ou seja, o Individuo Ouvinte é absurdamente mais exigente, já que tenho que escutar algo, em meio a milhoes e milhoes de musicas, que seja algo de extrema qualidade e bom gosto

    Simples assim, nem tanto né...

    Excelente Tópico
    do colega, que mesmo eu anonimamente, escuto os sons do Mateus e sua banda via net... e não, não perco tempo na jovem pan hehehehe, meu Individuo Ouvinte definitivamente não merece

    Abração

    edit... para ortografia

    mateusstarling
    Veterano
    # dez/12
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    Edson Caetano Legal o seu depoimento Edson. É uma batalha e tanto tocar bem varios instrumentos, Deus te abençoe na caminhada e obrigado.

    guizimm
    Veterano
    # dez/12
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    concordo com vc, acho que todo o músico ao ouvir uma obra tem que deixar o conhecimento teórico de lado e apreciar o que a música diz

    Keith.Scott
    Veterano
    # dez/12
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    mateusstarling
    Boa, Mateus!!! Td certo??

    Que post massa, cara!
    Obrigado por compartilhar conosco essa sua visão! Nunca havia pensado por esse lado!
    Muito bacana!

    Jeff.gomes
    Veterano
    # dez/12
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    Gostei muito...

    Eu sempre disse e pensei, a música pode ser boa, com mil palhetadas por segundo, ou uma acorde de Dó simples, ou um com E11/13 antes com notas todas com baixo invertido e 4a acrescentada, ou pode ser calma, rapida, não importa o que contem teóricamente na musica, o que importa é que ela passa o sentimento que cria um vinculo comigo é assim que eu penso até na hora de compor, muito diferente de que quando vamos estudar.


    abraço

    cafe_com_leite
    Veterano
    # dez/12
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    Jeff.gomes
    Eu sempre disse e pensei, a música pode ser boa, com mil palhetadas por segundo, ou uma acorde de Dó simples, ou um com E11/13 antes com notas todas com baixo invertido e 4a acrescentada, ou pode ser calma, rapida, não importa o que contem teóricamente na musica, o que importa é que ela passa o sentimento que cria um vinculo comigo é assim que eu penso até na hora de compor, muito diferente de que quando vamos estudar.

    Eu gosto de compor, entre essas composições tem músicas com acordes simples, outras acordes que eu mesmo criei sem nem saber qual é o seu nome (só lendo depois pra saber), e oque as deixa emocionantes não é a dificuldade que tem de fazer as tais músicas e sim oque ela te proporciona, é claro, você fazer algo mais complexo é legal também, você olhar depois e se perguntar: Como eu criei isso?
    Em relação a velocidade, a minha opinião é de que enquanto ela te ajudar na sua criatividade, não vejo problemas, mas quando ela se torna tudo oque você tem a oferecer como músico, acaba sendo desnecessário e sem precisão. Eu pelo menos consigo admirar um solo super fritado do petrucci como também sei admirar uma música super lenta e simples (tecnicamente falando) do King Crimson ou do Pink Floyd, acho que o negócio é esse, saber usar a técnica a seu favor e não ela ser tudo oque você tem como músico.

    mateusstarling
    Boa visão mano
    Parabéns pelo tópico

    Jeff.gomes
    Veterano
    # dez/12
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    cafe_com_leite
    Básico de técnica vs sentimento...
    A técnica serve para não nos limitir a transmitir nosso sentimento atraves de um instrumento, mas ela não pode terminar o que vamos fazer.
    Exemplo, pensamos algo e usamos a melhor técnica para aquilo, e não usamos tal técnica e vamos ver que musica que sai rsrsrs
    Mas na hora de estudar é legal estudar de tudo o que gosta..
    Mas eu acho desnecessário estudar jazz por exemplo que eu não curto o estilo, e não ser que queira ser um musico que toque de tudo e com todos.

    Rednef2
    Veterano
    # dez/12
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    Atualmente o que predomina em mim é O individuo ouvinte,

    Quando o individuo musico predominava eu era critico pra caramba hehehe

    Jube
    Veterano
    # dez/12
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    Muito legal o ponto de vista. E é uma pura realidade, concordo plenalmente contigo, muitas vezes me vejo analisando uma musica no lugar de curtir hehe.

    tecladogospel
    Veterano
    # dez/12
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    Sem sombra de dúvidas hoje está imperando em mim o eu músico, pois estou extremamente crítico, porém a crítica começa sobre mim, de quando toco sei que hoje estou na minha melhor fase, mas cheguei em um ponto em que não consigo mais aprender(talvez por falta de professor), mas isso não vem ao caso. gosto muito de jazz, ainda não sei tocar, rsrsrs, mas gosto muito de ouvir, agora estou ouvindo Round Midnight, mas na verdade toco na igreja e toco de tudo, e também não o meu instrumento original que é piano mas hoje toco contra-baixo, e to me saindo até bem, mas isso tudo é graças ao meu individuo músico juntamente com o meu individuo ouvinte, pois quando você ouve uma música apenas como ouvinte você não consegue extrair nada, musicalmente falando, dessa canção, mas quando você ouve a mesma música como sendo um individuo ouvinte aliado com o individuo músico você consegue absorver algo que outros não conseguem. Talvez ninguem aqui entendeu o que eu quis dizer, mas era isso que eu queria deixar. rsrsrs.

    clebergf
    Veterano
    # dez/12
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    mateusstarling

    Muito bom.

    Realmente essa é uma briga interna bem interessante, eu tento separar um pouco, as vezes escuto música para estudar, marcando o tempo, tentando entender a forma e o ritmo da parada já em outros momentos quero apenas curtir e viajar na parada e sorrir com as intenções artísticas da parada o difícil é achar o equilíbrio...

    mateusstarling
    Veterano
    # dez/12
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    Valeu galera.
    Coloquei um outro post aqui mas os moderadores classificaram como ja tendo outro assunto identico, rs..... não vou nem comentar.
    Dai fecharam o post.

    vintagentleman
    Veterano
    # dez/12
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    Pessoal,

    Tal dicotomia implica numa separação de duas partes que se complementam num resultado holístico do universo paralelo e paradoxal do músico em questão, que é um ser ambíguo por natureza.

    Ele é matéria, mas também é espírito e ele cria e sente, quer ser inteiro em seu potencial musical e ectoplásmico. Não há limitação para o impulso para o alto e avante do ser que explora essas qualidades mediúnicas, metafisicas e, porque não dizer, transcendentais.

    É a mistura das cores elementares que compõe a aquarela da harmonia dialética do próprio status quo do viver humano, claro que sob o aspecto axiologicamente considerado do processo de fusão, esta das metades já citadas.

    No fim, restará o corolário inafastável da psicodelia da qual nos falava Raul, e a mosca será maior que todas as sopas. E quando o ouvinte sair do armário poderá se um músico mais assumido, digamos, e poderá soprar o trombone (ou o flautim, de acordo com a epifania do sujeito em questão).

    Acho que era essa a mensagem do Mateus. Acabar com as falácias é primordial. Paz e Amor em 2013, se o mundo não acabar.

    Abraços

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